Coração Malandro escrita por Li


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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19 anos depois

Hoje seria o primeiro dia de faculdade de Mara. Hoje seria também o dia em que se mudaria para a sua nova casa, só sua.

Desde que se lembra, Mara sempre viveu num orfanato, mais precisamente no Orfanato Mãos Dadas. Não pode dizer que viveu infeliz durante a sua vida pois todos os funcionários eram muito simpáticos e queridos com ela e ela levá-los-ia para sempre no seu coração. Mas, apesar disso, sempre sentiu falta de ter uma família, de ter um pai e uma mãe como muitas outras crianças.

Sobre os seus pais, Mara não sabia muita coisa. A história que Marcella lhe contara foi que, no dia do seu nascimento, ela encontrou a sua mãe, Sarah, praticamente inanimada na rua. Marcella levou-a até ao orfanato onde ocorreu o parto. No dia seguinte, a sua mãe tinha desaparecido e deixou apenas um bilhete a dizer que nome queria para a filha. Soube também que a justificação para a mãe ter feito o que fez era que ela era uma toxicodependente e devido à sua dependência nunca teria condições para sustentar uma criança. Marcella contou-lhe que descobriu isso pois passados uns dias do parto, a sua mãe fora encontrada morta numa rua perto do orfanato vítima de uma overdose. Sobre o seu pai só sabia uma coisa, que a sua mãe só lhe dera o nome de Mara porque era o que seu pai escolhera. Apesar de tudo, Mara sabia que a sua mãe a amava e quando a deixou no orfanato foi por achar que era o melhor para ela. Já sobre o seu pai não sabia o que pensar. Marcella, uma das funcionárias mais antigas do orfanato e das únicas pessoas que Mara considerava amiga, sempre lhe contara que a sua mãe nunca dissera mais nada sobre seu pai.

Chegados os seus dezoito anos, Mara sabia que estava na altura de sair do orfanato, pois tinha atingido a maioridade. Mas Marcella, na altura, falou com a diretora do orfanato, dona Dorothea, que permitiu que Mara ficasse mais tempo até arranjar um emprego e uma casa.

Há três meses atrás, Mara conseguiu um emprego como secretária num conceituado escritório de advogados, a House S.A, profissão que Mara sempre sonhou seguir. Assim, com o que dinheiro que está a ganhar mais a bolsa que irá receber Mara conseguiu inscrever-se na faculdade de direito.

Mara acordara cedo pois estava ansiosa pelo seu primeiro dia na faculdade. Ela sabia que não era hoje que começavam as aulas mas mesmo assim era algo que ela não controlava. Ela quer conhecer o lugar onde irá estudar, saber quais os nomes das cadeiras que iria frequentar, conhecer o seu horário e se possível conhecer pessoas, fazer novas amizades.

Mara foi até ao armário. Escolheu uma camisola vermelha, umas calças de ganga preta e sandálias vermelhas. Fechou a porta do armário com o máximo cuidado para não fazer barulho pois as suas colegas de quarto, Amy e Dominique, ainda dormiam e foi arranjar-se para a casa de banho. Ao fim de dez minutos já estava pronta.

–Bom dia Mara. – disse Marcella mal Mara entrou na cozinha para tomar o pequeno-almoço. Como de costume, a mesa já estava pronta e o pequeno-almoço preparado. Apesar de tudo, Mara sentiria muitas saudades daquele lugar.

–Bom dia Marcella. – respondeu Mara bem humorada.

–Então é hoje querida?

–Sim. Agora vou sair, tenho de ir tratar de umas coisas à faculdade mas quando acabar voltarei cá para buscar as minhas coisas.

–Vou ter tantas saudades tuas. – disse Marcella chorosa abraçando Mara – Sabes que eu sempre te vi como uma filha.

–Eu sei Marcella. Eu também te vejo como uma mãe. Eu não vou embora para sempre, eu venho fazer visitas e tu também podes vir visitar-me. Pensa que é como quando um filho sai de casa para ir viver a sua vida, ele não desaparece da vida dos pais.

–Eu sei Mara e podes ter a certeza que te visitarei muitas vezes. Agora toma o pequeno-almoço para ires à faculdade.

Mara tomou rapidamente o pequeno-almoço e saiu. Dirigiu-se até à paragem do autocarro. Logo o autocarro veio e Mara já se encontrava à entrada da faculdade de direito. Entrou, procurando a secretaria para fazer a sua matrícula e buscar o horário. Mas quando deu conta já não sabia por onde tinha ido. A faculdade era realmente enorme, também tendo em conta que todos os anos entram cerca de duzentos alunos, é necessário este espaço todo para que todos possam ter aulas nas melhores condições.

–Perdida? – perguntou um rapaz a Mara. Mara assustou-se pois estava concentrada em encontrar o caminho para a secretaria.

–Sim. Podes dizer-me, por favor, onde fica a secretaria?

–Claro. – respondeu o rapaz. – Mas só com uma condição. – o rapaz viu a cara de interrogação de Mara e continuou. – Diz-me o teu nome.

–Mara.

–Mara…nome lindo. Sou o Alexander. Mas podes tratar-me por Alex. – e sem Mara esperar, Alexander cumprimentou-a com dois beijos na cara.

–Agora podes dizer-me onde fica a secretaria? – perguntou Mara tentando soar o mais simpática possível, afinal ele só estava a tentar ajudá-la e não tinha culpa de ela estar cheia de pressa a ponto de ser imprudente.

–Eu levo-te lá boneca. – disse Alex com um sorriso de lado.

Alex é o sonho de todas as mulheres. Cabelos negros levemente despenteados, olhos azuis, corpo definido e uma cara de anjo que engana qualquer uma, menos Mara. Afinal aquela simpatia toda tinha uma segunda intenção e Mara percebeu qual era a jogada dele e iria divertir-se um bocadinho com ele. O feitiço iria virar-se contra o feiticeiro.

–Está bem. – disse Mara fazendo a maior cara de inocente.

Assim Mara e Alex dirigiram-se até à secretaria. Pelo caminho, Mara soube que Alex era veterano, estava no seu último ano de curso e que este ano estaria em estágio no escritório de advogados no qual o pai era o dono. Típico, pensou Mara. Alex era o típico playboy rico.

Rapidamente Mara tratou da sua matrícula e adquiriu o seu horário. Durante todo esse tempo Alex esteve consigo. Também, como previra, Alex acompanhou-a até ao portão da faculdade.

–Então, eu agora vou andando. – disse Mara.

–Já? Não queres, sei lá, vir tomar um café comigo? – perguntou Alex fazendo-se desentendido, para que Mara não percebesse qual era o seu objetivo desde o início. Mas, mal ele sabia que Mara já tinha descoberto as intenções dele há muito.

–Não posso, tenho mesmo de ir. – respondeu Mara.

–Mara anda lá, eu sei que queres vir. – disse Alex colocando uma mexa de cabelo de Mara atrás da orelha.

–Já disse que não posso. Tenho coisas para fazer.

–Mara…- Alex aproximou-se ainda mais de Mara, as suas bocas estavam a meros centímetros. – Eu sei que queres vir, tanto quanto eu quero a tua companhia. Esquece o que tens de fazer e anda comigo, vamos divertir-nos. – disse Alex. Mara percebeu que ele se aproximava ainda mais e ela sabia o que ele faria a seguir. Ele ia beijá-la, coisa que ela nunca permitiria. Por isso Mara deu-lhe uma joelhada no meio das pernas. – AI! Estás louca?

–Não, até estou bastante ciente do que acabei de fazer. Nunca mais te atrevas a tocar-me. – avisou Mara.

–Há cinco minutos atrás estavas a derreter-te toda para mim. – Mara riu-se e Alex olhou para ela, confuso.

–Acho que, com a experiência que eu acho que tens, quer dizer se calhar nem experiência há e o que há é só conversa, devias de saber quando uma rapariga está realmente interessada em ti. Desculpa desiludir as tuas expectativas mas essa rapariga não sou eu. – Mara não esperou que ele respondesse, deu meia volta e foi embora pois já estava a ficar atrasada.

Do outro lado do portão encontrava-se, a rir às gargalhadas, Ezra, colega e amigo de Alex.

–Não sei qual é a piada, Ezra! – disse irritado Alex aproximando-se do amigo.

–Parece que perdeste os encantos, meu caro amigo. – disse Ezra sem conseguir controlar o riso.

–Escreve o que eu te digo, ela ainda vai correr atrás de mim. Garanto-te! – disse Alex completamente convicto do que dizia.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que estão a achar :)



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