Era uma noite de Inverno mais fria que o normal. Pelo meio das árvores podia ver-se uma silhueta. Era Sarah. Ela mal conseguia andar devido ao seu estado. A bolsa tinha acabado de estourar e a sua filha iria nascer. Mas Sarah não via ninguém em seu redor, estava completamente sozinha.

Continuou a caminhar, conforme as suas possibilidades. Ela tinha de encontrar ajuda, ela precisava de salvar a sua bebé, a única coisa que ela se orgulhara de fazer durante toda a sua vida. Sarah estava a ficar sem forças, ela não conseguiria.

Ao longe, Sarah avistou uma mulher. Ela queria gritar por ajuda mas não tinha forças para tal.

-Socorro. – tentou Sarah gritar inutilmente.

Seria o seu fim e o da sua filha. Ela não aguentava mais. Caiu. Estava prestes a desistir. Apetecia-lhe dormir, estava cansada. O mais correto era fechar os olhos, Sarah sabia-o mas, ao fazer isso, seria o fim. Começou a ver tudo nublado. Pensou ver alguém a aproximar-se, sinal visível do seu estado, estava a ter alucinações.

-Senhorita está tudo bem? Senhorita? – Sarah não respondia, não tinha forças para tal. – Ai meu Deus, a senhorita está grávida! Consegue levantar-se? – Sarah continuava sem responder.

A desconhecida pegou em Sarah e segurou-a com o braço levando-a o mais rápido que conseguisse até ao orfanato onde vivia. Àquela hora já todos se encontravam a dormir. Colocou Sarah no sofá e foi rapidamente chamar Sybil, a funcionária mais antiga.

As duas preparam Sarah e fizeram-lhe o parto. Demorou algum tempo, mas ambas estavam felizes com o resultado. No colo de Sybil encontrava-se uma linda menina loira de intensos olhos verdes. E, também, Sarah sobreviveria.

-Obrigada. – agradeceu Sarah à desconhecida.

-Não precisa de agradecer, senhorita. Pense apenas na dádiva que Deus lhe deu, o prazer de ser mãe. – respondeu-lhe a desconhecida.

-Qual é o teu nome? – perguntou Sarah à jovem rapariga de olhos escuros e cabelos caramelo.

-Marcella.

-Marcella que a tua vida corra da melhor forma possível. Muita obrigada, minha querida. – agradeceu Sarah e Marcella sorriu.

Sybil disse a Marcella que estava na hora de todas descansarem, afinal as últimas horas tinham sido muito cansativas. Marcella insistiu com Sarah para que ela fosse para a sua cama mas Sarah preferiu ficar no sofá.

No dia seguinte, Marcella acordou mais cedo pois queria ver como estavam Sarah e a bebé. Mas ao chegar à sala notou que Sarah não estava. Ali encontrava-se apenas a bebé a chorar. Marcella foi até ela e pegou-a ao colo. Notou que junto à menina se encontrava um bilhete direccionado a ela. Abriu-o e leu-o.

Marcella, obrigada por me teres ajudado ontem, nunca irei esquecer.

Sei que neste momento deves estar confusa e a perguntar-te onde estou. Eu tive de ir embora. O melhor para a minha filha é ficar aí com vocês onde sei que nunca lhe faltará nada.

Queria só pedir-te mais uma coisa, chama-a de Mara, era o nome que o pai dela queria.

Assinado: Sarah Martin