Coração Malandro escrita por Li


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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—Ivy? – perguntou Mara surpresa. De todas as pessoas que achava que podia encontrar na festa de aniversário de Anthony, Ivy era a última. Ainda para mais nos braços de Ezra. Supostamente Ivy tinha namorado que foi a razão de ela e Mara deixarem de falar.

Apesar do choque de ter reencontrado Ivy, Mara lembrou-se de Rose. Ela tinha ido embora por causa do Ezra. Por causa de ele estar aos beijos com a…Ivy. Ela sabia que tinha de ir atrás de Rose, sabia que naquele momento ela precisava de uma amiga para despejar todas as suas frustrações, para também ter um ombro onde chorar. Por isso decidiu que ia embora.

—Eu tenho de ir. – disse Mara voltando-se mas foi impedida por Ivy. Suspirou e voltou-se para ela. Não sabia o que Ivy queria com ela, afinal ela era a “amiga traidora que deu em cima do seu namorado”.

—Espera. Eu já estou há algum tempo para falar contigo.

—Agora não posso, tenho de ir ter com uma amiga, ela precisa de mim. – disse Mara olhando fixamente para Ezra – Deixamos para outra altura.

Mara dirigiu-se à saída mas foi impedida, desta vez, por Ezra.

—Onde está a Rose? – perguntou Ezra. Mara riu. Como é que ele tinha coragem de perguntar por Rose depois da merda que fez?

—Foi-se embora! – falou Mara bruscamente. Ezra não percebia o porquê de Mara lhe estar a falar tão torto (para além de o ter insultado há pouco) – Olha Ezra, eu sou tua amiga e por isso vou dar-te um conselho. Sê homem e toma alguma atitude. - E dito isto saiu não dando tempo de Ezra responder.

Mara passava entre as pessoas o mais rápido que conseguia para assim chegar mais depressa até Rose. Pelo caminho ainda viu Alexander agarrado a uma vadia qualquer. Realmente ele não mudava. “Mais uma para a lista”, pensou Mara.

Mara sabia que Rose tinha voltado para casa por isso decidiu ir até lá. Lydia, a empregada, abriu-lhe a porta e assim Mara foi até ao quarto de Rose.

Quando entrou, infelizmente, encontrou Rose como acharia que a encontraria, a chorar. Rapidamente, Mara sentou-se na beira da cama e abraçou Rose. Rose rapidamente retribuiu o abraço, afinal era mesmo daquilo que estava a precisar.

Desde que conhecera Mara, a sua vida mudou para melhor. Agora já se podia considerar uma pessoa mais sociável para além de ter encontrado uma amiga a quem podia pedir conselhos e desabafar nos piores momentos, como naquele caso. Rose sentia-se humilhada. Ela sabia que, em questão de mulheres, Ezra era igual a Alex mas nunca esperou presenciar alguma dessas cenas um dia. O facto de não ter assistido nunca a algo do género deixava-a com uma réstia de esperança numa possível relação entre ela e Ezra. Esperança essa que foi totalmente apagada quando viu Ezra com uma rapariga qualquer.

—Rose. – chamou Mara limpando algumas lágrimas que caíam pelo rosto de Rose.

—Mara não precisas de dizer nada. Foi muito mau o que vi mas também foi necessário para que assim pudesse abrir os olhos. O Ezra até pode ser muito bom amigo mas quando o interesse dele é mulheres, ele comporta-se como um completo estúpido.

—Eu concordo mas… - começou Mara. Mara não sabia o que fazer. Naquela noite descobrira que talvez Rose não seja tão indiferente a Ezra como elas pensavam. Mas, apesar disso tinha medo de voltar a dar esperanças a Rose e depois ela voltasse a sofrer – Fofinha, eu acho que tu tens de levantar a cabeça e não demonstrar o quanto isso te afetou. Vais mostrar ao Ezra a fibra da qual és feita. Vais mostrar-lhe a mulher que ele perdeu.

Rose abraçou novamente Mara. Agradeceu-lhe por tudo o que ela fez por ela desde que se conheceram. Agradeceu-lhe por ser a amiga que ela é. No fim de isto tudo já as duas estavam banhadas em lágrimas e Mara era uma pessoa que raramente chorava.

Como já era tarde, Rose convidou Mara para ficar a dormir em sua casa afinal não achava seguro uma rapariga andar na rua, sozinha, a estas horas da noite. Mara, sem ter outra alternativa, aceitou.

Rose e Mara estiveram até de madrugada a conversar até que decidiram que estava na hora de dormir.

No dia seguinte, Mara acordou primeiro que Rose. Como estava com alguma sede, decidiu descer até à cozinha para buscar um copo de água. Qual não foi o seu espanto que, quando entrou na cozinha, encontrou Alexander só de calças de pijama. Era verdade que Mara não suportava Alexander mas não podia negar os belos atributos físicos que este possuía.

—Bom dia flor do dia. – cumprimentou Alex com um sorriso de orelha-a-orelha. Nunca pensou encontrar Mara, naquela manhã, em sua casa.

—Bom dia. – murmurou Mara. Alex estranhou o comportamento de Mara, ela respondera-lhe normalmente.

Mara acabou por beber o copo de água ali. Depois, colocou-o na banca da loiça e decidiu voltar ao quarto para ver se Rose já tinha acordado. Mas a sua intenção falhou quando ouviu Alexander falar para ela.

—Vi que saíste mais cedo da festa. – comentou Alex – Foi uma pena.        

—Nem sei como deste conta visto que estavas tão entretido com uma vadia qualquer. – alfinetou Mara referindo-se ao que tinha visto na noite anterior antes de ir atrás de Rose.

Alex não sabia o que responder. A verdade é que só tinha ficado com aquela morena porque viu Mara, irritada, a separar Ezra da loira com quem ele estava. Naquele momento só lhe passou pela cabeça que Mara estava com ciúmes do Ezra, que queria ser ela a estar a beijá-lo. E, sinceramente, ele não gostou nada desse pensamento. E foi assim que ele se envolveu com aquela morena, para esquecer todos estes pensamentos.

—Boneca isso não impede nada. – respondeu Alex. – Mas já agora qual foi motivo da tua ausência antecipada? Não me digas que não suportaste ver-me com outra rapariga. – provocou Alex aproximando-se perigosamente de Mara.

Mara, como não queria dar parte fraca, deixou que Alexander se aproximasse. Mara e Alex ficaram tão próximos a ponto de sentirem a respiração um do outro.

—Meu querido, eu sei que querias que eu, tal como as outras, caísse aos teus pés. – Mara aproximou-se ainda mais ficando a milímetros da boca de Alexander. – Mas isso nunca vai acontecer porque eu sou imune a pessoas como tu.

—Queres mesmo que eu acredite nisso, boneca? – perguntou Alex.

—Acredita no que quiseres. Mas se reparares, neste momento, quem está excitado és tu e não eu. – falou Mara fazendo referência à ereção que era notória em Alexander.

Alex não teve tempo de responder porque a sua mãe entrou na cozinha. Aliás, a única coisa que teve tempo de fazer foi sentar-se para evitar perguntas constrangedoras por parte da mãe.

—Bom dia crianças. – cumprimentou Rebecca House. Tratar os filhos e os amigos deles por crianças era um hábito que todos conheciam de Rebecca.

—Bom dia. – responderam Mara e Alex em uníssono.

—Bem vou voltar para o quarto da Rose. Vou ver se ela já acordou. – disse Mara ausentando-se da cozinha e deixando Alex e a mãe sozinhos.

—Rapariga encantadora, não achas Alex? – perguntou Rebecca ao filho.

—Isso é porque ainda não a viste nos dias em que está agressiva. – respondeu Alex arrancando risadas da mãe. – Porque te estás a rir? Estou a falar a sério.

—Querido, eu não estou a duvidar da tua palavra nem muito menos estou a defender a Mara mas já paraste para pensar um pouco o porquê de ela ser agressiva como dizes? – Alex olhou para a mãe sem entender – Todas as pessoas possuem barreiras que as outras pessoas têm de ultrapassar para chegar a elas. As barreiras da Mara estão ainda mais indestrutíveis quando tu estás perto pelo que posso perceber. Se quiseres ter algum tipo de relacionamento com ela, e não estou a falar em namoro mas sim em amizade, não é da maneira que ages que vais conseguir.

—E quem disse que eu quero algum tipo de relacionamento com ela?

—Chama-lhe intuição de mãe, querido. – disse Rebecca levantando-se da cadeira – Agora tenho de ir, tenho uma reunião marcada para daqui a uma hora.

Rebecca pegou nas suas coisas, deu um beijo na testa no filho e saiu. Na saída encontrou Ezra e deixou-o entrar.

Ezra dirigiu-se até à cozinha pois sabia que era lá que Alex se encontrava.

—Então tudo bem? – perguntou Ezra enquanto cumprimentava Alex.

—Está tudo. – respondeu Alex sem se alongar mais o que chamou a atenção de Ezra.

—Está mesmo tudo bem? – Alex apenas assentiu – Sabes que não acredito nisso. O Alex que eu conheço, neste momento, estaria a contar-me como tinha sido a sua noite com aquela morena gostosa da festa de ontem à noite.

—Não era nada de especial, ficamos só por ali.

—O grande Alex não teve uma noite de sexo com a morena gostosa? Agora percebo o teu mau humor. – gozou Ezra. Para ele era realmente inacreditável o Alex não ter aproveitado aquela morena ao máximo pois sabia que o amigo fazia questão de aproveitar cada mulher com quem estava.

—Não me chateies, Ezra. – disse Alex e saiu da cozinha deixando o amigo sozinho.

—Realmente ele está de mau humor. – comentou Ezra consigo próprio.

Ezra aproveitou que Alex o tenha deixado sozinho para fazer uma visita a Rose. Desde a noite anterior que não deixou de pensar um só segundo nela. Aliás de há uns tempos para cá que não conseguia deixar de pensar nela. O seu olhar ingénuo, o seu sorriso tímido, a sua forma inocente de agir era algo que o encantava.

Seguiu até ao quarto de Rose onde a esperava encontrar e realmente estava certo. Rose encontrava-se no quarto mas não estava sozinha. Ezra conseguia ouvir outra voz para lá da porta. Aliás, Ezra conhecia aquela voz. Aquela voz pertencia a Mara.

Ezra lembrou-se do raspanete que Mara lhe dera na noite anterior. Apesar de breve houve uma frase de Mara que não lhe saiu da cabeça. Sê homem e toma alguma atitude. E era isso que ele estava a fazer, estava a tomar uma atitude.

Tomou coragem e bateu na porta do quarto de Rose. Ouviu Rose dizer que podia entrar e assim o fez.

Quando Rose deu permissão para que entrassem no seu quarto nunca imaginou que seria Ezra do outro lado da porta. Aliás, era a última pessoa que ela esperava encontrar. Por momentos pensou no estado que estava, de pijama e totalmente descabelada, já para não falar nos seus olhos inchados fruto de uma noite de choro. Rose não queria que Ezra a visse naquele estado. Mas por outro lado não queria saber.  Ezra já a tinha humilhado o suficiente na noite anterior por isso não merecia qualquer esforço.

—Rose, preciso de falar contigo. – disse Ezra.

Mara percebeu que estava ali a mais e decidiu que estava na hora de ir embora.

—Bem vou andando. Rose, depois liga ou manda mensagem. – disse Mara despedindo-se de Rose. Rose olhou para Mara e Mara percebeu que ela queria que ela ficasse mas não lhe faria a vontade. Passou por Ezra e fez questão de parar e sussurrar-lhe um aviso – Vê lá o que fazes.

Mara saiu deixando assim Rose e Ezra sozinhos.

—E que assunto queres tratar comigo, Ezra? – perguntou Rose encarando pela primeira vez Ezra.

Ezra notou o tom firme com que Rose lhe falara mas ao mesmo tempo olhou nos olhos de Rose e percebeu o olhar magoado que ela transmitia. Ezra engoliu em seco. Estava na hora de tomar alguma atitude.


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Notas finais do capítulo

Não sejam leitores fantasmas, apareçam e digam o que acham :)
Espero ver-vos nos comentários :)



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