A luz era tão fraca naquele lugar por culpa das árvores com suas copas esguias. Alguns raios de luz conseguiam atravessar aquela bagunça de folhas, mas não era o suficiente para ter noção de onde estava. Talvez tenha apenas rolado aquele barranco até parar no meio do bosque da cidade, o que se tornou um grande estorvo para todos. Não era a primeira vez que uma criança se perdia nessa mata, poderiam pelo menos colocar placas ou quem sabe cabines com guardas florestas para guiar as pessoas perdidas de volta, mas isso não passava de algo que nunca sairia do papel.

Meu nome é Oliver Maggot, mesmo tendo um nome masculino sou uma garota, meu pai não era lá muito bom com nomes e nem nada desse gênero, e convenhamos minha mãe também não é lá muito boa com essas coisas. Na verdade ninguém de minha família é bom com nomes ou sã. Desde pequena sempre tive consciência do estado insano de todos, talvez meu tio fosse o pior. Mas minha família não é relevante nesse momento, apenas voltar para casa.

A cada passo que dava parecia estar mais a fundo naquele mato, tudo parecia tão igual e monótono. Na verdade o mais assustado de tudo era a ausência de sons. Há essas horas deveria ter algum pássaro cantando ou algum inseto fazendo aqueles barulhos incessantes e sem fim. A única coisa que me pergunto com frequência e ‘’onde estou?’’

Alguns minutos se passaram e nenhuma mudança de cenário, aquelas árvores possuíam feições tão humana que chegavam a dar calafrios a qualquer um que ousasse encara-las por mais de dez segundos. O vento gélido começava a sopra uma em uma brisa tranquila, mas acertava aquelas árvores com tanta força que as fazia dançar de uma forma tão natural dando o aspecto de vivas. Não foi a melhor coisa para se ver...Tem algo me seguindo! Tenho certeza que alguma coisa está me observando nesse exato momento!

Simplesmente do nada essa certeza golpeou minha mente, roubando o espaço da razão e o dando para o pânico e desespero. Nunca tive uma coordenação motora muito boa ou ágil, mas consegui correr por longos minutos, não sei ao certo quanto tempo. Mas foi o suficiente para pode sentir o gosto de ferro tomar conta da minha boca, meus pulmões pareciam ser espremidos e sentia que meu coração pularia para fora da boca a qualquer segundo. Começo a me arrepender por não me empenhar mais nas aulas de educação física.

Minhas pernas começavam a tremer e o equilíbrio começava a faltar. Não conseguia respirar, me equilibrar e nem pensar. Mas precisava continuar de pé e preciso me manter acordada não pode desmaiar nesse meio do nada...

Aguente firme Oliver... -repetia isso inúmeras vezes, mas não conseguia manter os olhos abertos.

Minha respiração estava tão alta que parecia algo patético procurar um esconderijo... Mas, do que estou fugindo?

Dei uns passos para trás, apenas quero sair desse lugar, estava tão imersa em meu pânico que nem percebi a raiz que saia da terra formando uma elevação que seria uma perfeita armadilha para qualquer pessoa distraída. Claro que tropecei e cai de costas no chão úmido e coberto de folhas secas. O impacto foi o suficiente para perde a consciência