Karina Duarte um linda lutadora esquentada partia para a academia de seu pai, acompanhada de sua irmã Bianca Duarte a popular do “galpão” (onde fica a academia e a Ribalta), esta se dirigia ao andar de cima. As duas portavam uma paixão pelo lutador Carlos Eduardo, o famoso Duca. Mas, isso era passado... Bom, pelo menos para uma das irmãs. A mais nova andou até a mesa do mestre e dono da academia e o cumprimentou.

–Bom dia pai.

Gael revirou os olhos e parou-os no rosto rosado da Karina.

–Filhinha, eu já disse e repito aqui eu sou o Mestre Gael. –disse com um sorriso estampado- Então hoje o dia está mais bonito para seu velho mestre aqui- comentou- Ta vendo aquele saco de pancadas? Pode usá-lo.

Karina que se tivesse bebendo um gole de água o cuspiria olhou desconfiada para o pai. “Desde quando o Mestre Gael me deixa lutar?”

–Deixa eu adivinhar... Convidou a Dandara para jantar em casa?

Ele balançou a cabeça afirmando e a filha que já não tinha tanto ciúmes do pai, o parabenizou. Logo partiu para a mesa onde se encontravam as ataduras, colocou-as dedo por dedo, com uma felicidade fora do normal, seus olhos estavam quase fechados e para ninguém perceber mantinha um sorriso lateral. Estava tão contente que só precisava cantar... Mas, essa não é a Karina. Seus sentimentos não são “desabafados” com músicas (bom às vezes quando bota seu fone vermelho sim), ou com uma analista. Seus sentimentos viram socos, chutes e joelhadas.

A cada soco Karina pensava em algo do passado e uma pessoa em especial era o rosto do saco de pancadas que ela mutilava.

–Ei, calma Karina. O que o saco de pancadas te fez? –perguntou

Essa que levara um susto recuou com a voz do rapaz.

–Ahn, oi Duca. –disse - Bem, você sabe quem é a pessoa que eu estou imaginando.

Ele riu e olhou em direção das escadas que levavam á Ribalta, depois olhou para Karina.

–Karina você está com ciúmes do Pedro? –perguntou rindo

Ela com o rosto formigando gaguejou

–Duca, por que você acha que eu estava pensando nele?

O Rapaz que colocava suas luvas azuis fez uma careta e apontou com a luva, Pedro Ramos estava beijando Guta enquanto joão tentava segurar o irmão dessa, Rico. Karina não ficou mexida com a imagem, ela não é esse tipo de garota. Ela saiu andando até a sala do Mestre para lhe fazer uma pergunta.

–M-mestre? –perguntou

Esse que cuidava de Bruce, o bonsai escolhido do dia pra acompanha-lo até a academia nem olhou para a garota.

–Se você quer lutar com o Duca a resposta é não, Karina. Já lhe fiz muito em deixar você bater no saco.

Ela irritada como sempre falou em tom alto suficiente para Duca ouvir:

–Mas mestre! Ele tem que dar aula daqui a pouco, sem contar que eu tenho que eu tenho que ir pra aula!

O garoto que escutava a conversa da onde treinava foi em direção a sala e cumprimentou Gael.

–Mestre, eu sou o Duca não o Cobra. Vencer dela vai ser fácil? Vai- dizia até Karina se irritar mais ainda

–Olha aqui Duca se você quer me zoar vai pra...

–Mas, -acrescentou o rapaz- Como disse não sou o Cobra, ganho dessa pirralha aqui sem machuca-la. –desafiou Karina, que nem sequer ligou.

Estava esperando a opinião do pai.

Gael suspirou vencido- Se ela ganhar de você vai ter que lutar contra mim–desafiou Duca, ele não quer que o garoto de esperança á sua filha- E que moleza é essa? Panda controla esses lutadores direitos. 390 abdominais, Zé contando. E você dois- disse apontando para os oponentes- Juízo. Que abdominais são essas academia? Querem me enganar? Me da Jujuba!

–Agora a coisa vai ficar boa! –pensou Karina batendo uma luva contra a outra.

[[em cima do galpão]]

Pedro que portava sua guitarra nas costas estava falando com seu melhor amigo João, conhecido por Johnny.

–Pô Johnny você com esses braços aí... Nem pra segurarem o Rico serve. –disse acariciando a parte do braço onde Rico havia dado um soco nele

João que estava bravo, pois sua mãe havia lhe confiscado o celular riu do amigo.

–Pô desculpa cara, mas a Bianquinha descendo as escadas, rebolando, com shortinhos é demais pra mim. –disse olhando bobo pra cima, relembrando o momento- Mas, diz aí... A sua musa ficou toda bolada.

–Minha musa? –perguntou Pedro rindo- Aquilo ali ta mais pra Medusa, eu nunca vou namorar a Karina, João. –respondeu gargalhando

João murmurou um “Hmm” e completou:

–Mas, vem cá Pedro, eu tava falando da Guta... Você que se lembrou da Karina! –agora a situação se invertera.

Pedro estava quieto e Johnny gargalhava. O segundo que acabara de sentir o cheiro de sua futura namorada saiu da sala de música deixando Pedro refletindo.

–Bianquinha! –chamou e a garota logo revirou os olhos

Ela se virou para o mais novo que estava admirando o “Wiggle Wiggle” dela.

–Quem diria seu João Spinelli... Veio falar comigo depois do habitual. –riu

João que ficou em silêncio pensando por um minuto falou:

–Espera aí, Bianca. Você memoriza a hora que eu venho falar com você? –perguntou brincando com os pensamentos

Ela corou instantaneamente e tentando sair séria falou:

–João, vai logo ao ponto. Vamos ter aula com o Ed.

Ele sorriu de novo.

–Ah, então a senhorita sabe que temos aula com o Ed? –perguntou enquanto Bianca se virava para ir em direção a sua turma- Ei, calma Bianca. –pediu agarrando-a pelo braço- Posso pelo menos dizer que não sou motorista de ônibus para chegar ao ponto?

Bianca tentou, mas não conseguiu segurar o riso desta vez.

–Pelo menos consegui te fazer rir. –disse

Ela concordou.

–Fazer as pessoas rirem de suas besteiras e atuar são as únicas coisas que você faz bem. –respondeu. Bianca não entendeu o porquê estava sendo gentil com o tarado do João.

–Ai que você se engana eu sou melhor em...

–Jogar videogame! –disse completando a frase, ela se lembrou de quando Dandara e João passaram um tempo na casa dela- Bom João papo foi ótimo agora eu tenho que ir.

“Espera” gritou João

–Lembra que quando você namorava o brutamo... Duca? Então vocês queriam que o Pedro namorasse a Karina, certo? Então, eu acho que sua irmã ficou boladona quando viu o Pedro beijando a Guta. –informou o rapaz que era um mero capacho da Bianca, ou melhor um mero capacho do amor que sentia pela Bianca.

A garota que fingia não se interessar pela conversa agora olhava no fundo dos olhos verdes do garoto.

–João eu sou atriz eu sei quando uma pessoa está mentindo... Você falou sério?

Ele concordou com a cabeça.

–Bom, então eu vou ter que falar com o seu amigo. Posso ir agora?

–Bianquinha, Bianquinha... Eu te trago uma informação desta e você acha que eu não vou pedir nada em troca? –perguntou indignado, pegando Bianca pelo pulso.

–João. –tentou advertir a atriz que estava com a respiração rápida causada pelo nervosismo.

Ele fingindo não ouvir, com o pouco de força que tem a jogou na parede.

–Bianca, se você não quisesse isso ainda não estaria aqui. –disse antes do encontro de seus lábios e os da Bianca.

João cedeu, não prensava mais os pulsos da Bianca contra a parede, os pulsos dela já estavam na sua nuca pedindo para que o rapaz chegasse mais perto. João que não sabia o que pensar nem se estava beijando direito (fez esse ato poucas vezes, na verdade nenhuma vez porque teatro não conta), pediu passagem para sua língua, concedida pela atriz.

O beijo estava esquentando até que...

–E esse foi o SinceriJade da semana com um beijo Joanca logo aqui no corredor? Shippei galera! A sonsa/ sem sal com o esquisito. –informou Jade aos visualizadores do seu vídeo.

Bianca mordeu o lábio do rapaz alertando ter escutado algo. Os dois se viraram em direção a voz ao mesmo tempo, estavam sincronizados, pelo menos naquela hora.

–Digam XIS, “pombinhos”. –pediu Jade tirando foto dos dois.