I will never forget you. escrita por Lorena


Capítulo 20
Adults physically and soul of teenagers


Notas iniciais do capítulo

Hey!!!
Espero que gostem e comentem...
Beijos ♥ ♥



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– Você ficou incomodado com a visita do Rafa? - Questiono o olhando sentado no outro sofá, está tão distante que fiquei com medo de ter outro surto.
– Hã?! - Indaga confuso - Desculpa, não estava prestando atenção- Confessou voltando o olhar para mim.
– Perguntei se ficou incomodado com a visita do Rafa. - Volto a falar, porém receosa.
– Ah... não, só fiquei intrigado, nunca tinha me falado dele. - Explica visivelmente incomodado.
– Entendo...- Deixo as palavras no ar tentando decifrar o que se passa em sua cabeça.
– Bom, acho melhor eu ir indo, amanhã posso buscar Lucca na escola? - Instiga se levantando do sofá.
– Claro, aí eu passo na sua casa depois. - Falo e ele assente.
O acompanho até a porta principal e esse silêncio todo está me incomodando demais, por isso decido abrir a boca antes da porta.
– Não precisa ficar incomodado por isso, ele é só padrinho do Lucca. - Insisto e o vejo revirar os olhos. Acho que deveria ter ficado quieta.
– Eu sei, mas é que...deixa. - Desiste e vem em minha direção.
– Sabe que pode contar comigo para tudo, certo? - Afirmo e espero sua resposta.
– Eu sei, não é nada demais. - Afirma e me aconchega em seus braços.
É tão bom ficar assim, junto a ele, me sinto feliz por tê-lo ao meu lado. Ficamos abraçados por longos minutos, até que ele se afasta, beija o topo de minha cabeça, e segue para a rua, sem nem olhar para trás.
Seria estranho eu falar que senti um vazio gigantesco quando ele se foi? Eu realmente estou cedendo novamente a ele? Bom, acho que nunca deixei de ceder. Nem me permito pensar muito, estou morta de cansaço, e rapidamente durmo.
Acordo com batidas incessantes vindo da porta de meu quarto, resmungo um pouco ao ver que ainda é de madrugada, mas logo corro e abro a porta. Me deparo com um ser pequeno, com cara de tristeza encostado no batente da porta.
– O que foi meu amor? - Pergunto me abaixando em sua direção.
– Quero durmi com você. - Pede manhoso e o pego no colo imaginando o que poderia ter acontecido.
– O que aconteceu? Teve um pesadelo? - Arrisco e ele nega com a cabeça.
– O papai vai me deixar? - Indaga manhoso e eu faço cara de desentendida.
– Porque acha isso? - Questiono o deitando ao meu lado.
– Ele estava tiste hoje, nem brinco comigo direito. - Explica com voz de choro.
– Ele só estava cansado, ele trabalhou muito hoje, mas disse que vai compensar e te pegar amanhã na escola, vão passar o dia inteiro juntos. - Informo e um lindo sorriso estampa seu rosto.
– Ele não vai deixa a gente! - Se empolga soltando um gritinho fofo de criança e eu dou risada com sua animação.
É incrível como ele é apegado à Lucca, ele deve ter um encanto, pois por onde passa deixa um pouco dele e faz com que todos se encantem.
– Não, ele não vai. Ele te ama. - Explico e ele me olha confuso.
– Só eu que ele ama? - Indaga curioso- Ele também te ama. - Responde sua própria pergunta e volta a se aconchegar em mim.
– É, talvez. - Respondo em um cochicho e volto a dormir.
Acordo poucas horas depois e me arrumo silenciosamente para não acordar meu pequeno. Desço as escadas e fico ao aguardo de Lara.
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Corro pelos corredores brancos e completamente mórbidos do hospital com a expectativa de poder ajudar a salvar uma vida, mas a tentativa é falha, mais uma criança é tirada do mundo por causa do câncer, algo tão cruel, acaba com a pessoa aos poucos e quando menos se espera, ele estoura, e acaba com mais uma vida, uma vida que antes fora tão pura e inocente.
Após acontecimentos como esses eu fico bastante chateada, já deveria ter me acostumado, mas como se acostumar com mortes? E ainda mais com uma criança. Fico com o coração na mão só de imaginar algo assim acontecendo ao meu filho, eu não suportaria.
Mas o dia tem que seguir e eu não posso deixar os outros pacientes de lado. E o dia passa agitado como todos os outros. No fim da tarde meu expediente acaba eu vou até a oficina buscar meu carro, dessa vez sem barulhos assustadores.
Sigo até a casa de Lucca para buscar o meu filhote, tudo que preciso agora é abraçar meu pequeno e enche-lo de beijos.
O trânsito colabora e em poucos minutos estou estacionando o carro no meio fio, de longe os vejo brincando com algo no gramado da entrada da casa... pera aí, aquilo é um cachorro? Onde eles arrumaram um cachorro?
Estão tão entretidos brincando com o filhote que nem notam minha presença, tão lindo vê-los brincando assim, poderia ficar um dia inteiro apenas observando.
– Um cachorro? - Indago chamando a atenção de ambos e o cachorro vem em disparada até meu pé.
– Meu Deus, como você é fofo! - Exclamo me abaixando e brincando com o filhote.
– Mamãe, ele pode fica com a gente? -Pergunta meu filho animado correndo em minha direção.
– Claro! - Respondo empolgada, sempre amei cachorros. - Mas antes quero um abraço seu. - Peço e ele corre até meus braços e o aperto até não poder mais.
– Mas onde conseguiram ele? - Pergunto olhando para Lucca que sorria fazendo carinho no cachorro.
– Ele estava perto da escolinha, quando Lucca o viu quis pega-lo a todo o custo. - Explica Lucca sorridente, aquele sorriso...
–***-
Meu filho dormia abraçado ao cachorro quando Lucca decidiu abrir seus pensamentos sobre a noite anterior para mim.
– Eu só fiquei um pouco incomodado, sei que foi besteira, mas foi coisa do momento, na hora me vi sendo substituído - Confessa deitado em meu colo.
– Você sabe que não precisa disso, ele te escolheu como pai, nada vai mudar o que vocês têm. - Explico acariciando seus fios castanhos.
– Eu sei, só foi coisa do momento mesmo, não tinha razão para agir daquele jeito. - Comenta me encarando - Mas existe algo com que precisamos conversar com urgência - Fala sério ficando frente à frente comigo.
– O que? - Pergunto curiosa
– Isso - Fala apontando para si e para mim simultaneamente.
– Ah sim, precisamos. - Concordo o encarando.
– Não podemos ficar nessa pegação adolescente para sempre, afinal, já temos um filho. - Brinca arrancando um sorriso de minha boca.
– Pois é, por mais que eu goste dessa pegação adolescente, não podemos continuar com isso...- Falo firme e ele me olha divertido. - O que foi? - Pergunto incomodada com o olhar que ele deixa cair sobre mim, já sinto minha pele ferver.
– Então confessa que gosta disso? - Pergunta malicioso e se aproxima mais de mim, fazendo com que eu perca o fôlego.
– Gosto - Sussurro próxima a seu ouvido - mas precisamos resolver isso de forma adulta.
– Mas podemos prolongar isso - Propõem se aproximando mais e mais de mim, isso não é justo, meu corpo me traí quando o assunto é ele!
– Poderíamos, mas não somos mais adolescentes. - Revelo e sua cara entristece. - E, sou uma mulher de respeito, então não venha com seus encantos para cima de mim! - Falo com um ar de brincadeira e ele sorri abertamente.
– Sobre você ser uma mulher de respeito, ok. Mas sinto lhe informar que não consigo controlar meus encantos, então você precisa se controlar. - Comenta convencido e eu reviro os olhos.
– Está vendo? Não conseguimos agir como adultos! - Afirmo derrotada.
– Talvez porque não somos, idade física não define idade mental e, acho que precisamos dessa descontração, caso contrário, nada teria graça. - Afirma me puxando para seus braços.
Ficamos assim o restante da noite, ambos em silêncio, encarando nosso pequeno deitado no sofá ao lado. Não sei porque é tão complicado darmos continuidade a essa conversa, mas uma hora teremos que continuar, e espero que quando isso acontecer, não decidamos acabar com isso que estamos vivendo.


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Notas finais do capítulo

Foi um capítulo mais leve, mas os próximos prometem...
Gostaram?