Era como se estivessem, de fato, no espaço intergaláctico, com planetas, cometas e estrelas. Ares encarava Aurora com a maior fúria em seus olhos, ele seria capaz de tudo a partir daquele momento.

(Ares com insanidade em sua voz)— É a última vez que você irá atentar algo contra mim, irá se arrepender amargamente de suas escolhas, principalmente quando eu cortar o pescoço do seu namoradinho.

  Ares avança contra Nike, a deusa consegue desviar do golpe da espada, mas sente o ar frio da lâmina perto de seu pescoço.

(Aurora) – Nós não precisamos esconder-nos aqui, revele-me seu cosmo verdadeiro e eu farei o mesmo.

  Ares lança um sorriso torto maligno e começa a elevar seu cosmo. É possível perceber rachaduras em sua pele, as quais são preenchidas por uma luz que seria capaz de cegar os olhos de qualquer mortal. O corpo em que a entidade do deus da guerra habitava se desintegra e emerge uma gigantesca figura de luz vermelha, deformada, carregando consigo todas as guerras já vivenciadas pela humanidade.

  A figura de vinte metros olha para a, agora, pequena Aurora que o encara de volta com a espada em sua mão. O deus emite chamas com a mão contra a garota, ela voa para trás, mas sente que seu busto foi chamuscado pelo golpe, e logo a ardência começa a se tornar um incômodo.

(Aurora voando)— É apenas isso que tem?

mas Ares é muito forte e cada ataque provoca fortes impactos em seus pulsos, os quais percorrem todo o seu corpo.

  A garota começa a elevar seu cosmo e as chamas brancas começam a tomar conta de todo o seu corpo, queimando sua pele e libertando a entidade Nike que a habita. Um grandioso anjo emerge abrindo suas asas de pura luz. Dois deuses, que, enfim, lutariam até o fim.

   Ambos avançam com suas espadas. Nike desvia de todos os golpes, mas Ares é muito forte e cada ataque provoca fortes impactos em seus pulsos, os quais percorrem todo o seu corpo.

(Ares furioso) – Morra Nike!

  Aurora tarda para conseguir desviar do ataque de Ares e tem seu ombro direito perfurado pela espada do deus. Onde o corte foi feito, começa a emergir sangue, mas não é vermelho, é dourado, como se fosse ouro derretido.

(Ares perplexo) – M-Mas, não pode ser! A lenda dos deuses contava que apenas um Olimpiano seria agraciado pelo sangue sagrado. É você?

(Aurora ignorando a dor)— Nem comece a imaginar muito sobre isso, você não chegará nem perto do meu sangue.

(Ares estreitando os olhos)— É por isso que estava tanto na defensiva, desviando perfeitamente de meus golpes. Está com medo de sangrar para mim.

(Aurora elevando o cosmo)— Mas agora estou na ofensiva. Prepare-se Ares.

  Nike começa a preparar seu golpe e um imenso grifo dourado começa a emergir por trás de suas asas.

(Aurora em posição de ataque) – Você se acha no direito de ter me feito de peão para o seu joguinho sujo, manipulou a minha mente para desequilibrá-la e tentou me por contra Atena, eu só consigo sentir ódio de você. Receba isso Ares!

 Uma imensa esfera de energia surge das mãos de Nike e golpeiam, fortemente, o peito de Ares o fazendo voar pelo espaço, pelo menos uns cem metros.

(Aurora em pensamento) – Saga, você precisa me tirar daqui. Agora!

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  De volta a Itália, todos ainda se encontravam muito ocupados com os milhares de soldados de Ares, mas em um momento um clarão surgiu nos céus, semelhante a um relâmpago. E então, surgiu um rastro de luz, como um cometa, em uma alta velocidade e perpassa por todos os presentes.

(Ártemis gritando)— Cavaleiros e Caçadoras, fechem os olhos imediatamente.

  Todos obedecem o comando da Deusa da Lua e aquele cometa de luz aterrissa no centro do colisão, ao tocar o chão uma onda de energia se espalha pelo ambiente e desintegra os soldados conforme os atinge. A luz vai aos poucos diminuindo, revelando Aurora apoiada com os joelhos no chão. Havia sangue em seu ombro direito e escorrendo pelo seu nariz, ela se encurvou um pouco mais e vomitou sangue algumas vezes.

  Shaka o ver a situação corre para ajudar.

(Seiya receoso)— Espere Shaka.

(Shaka irritado)— Esperar o que? Vocês não estão vendo que ela precisa de ajuda?

  Shaka se aproxima de Aurora e a apoia em seus ombros, os joelhos da jovem estão trêmulos, mas se esforça para se manter de pé. Shaka traz delicadamente a cabeça de Aurora para seu ombro.

(Shaka sussurrando) – Estamos juntos agora, vai ficar tudo bem.

(Aurora ofegante)— Shaka, não temos muito tempo, ele logo voltará, precisamos ganhar tempo. Vamos.

  Ela cambaleia com o auxílio do cavaleiro de virgem.

(Aurora voltando-se para todos)— Precisamos sair daqui, ele logo retornará.

(Hyoga estreitando os olhos)— Como saberemos se podemos cofiar em você? Como saberemos que você não está nos levando até ele agora mesmo?

(Aurora entredentes)— Você não tem escolha cavaleiro, saí da outra dimensão de um modo que me consumiu muita energia, justamente para evitar mata-los com a energia de meu corpo, Ares não terá a mesma piedade. Agora você pode ficar aqui e pagar para ver ou fazer o que estou pedindo.

  Hyoga e os demais se calam em meio ao comentário de Aurora e a seguem rumo ao templo de Júlio Cesar, o qual ficava mais afastado do coliseu. O templo estava vazio e escuro, a noite já caíra do lado de fora, todos se voltam para Aurora, com um misto de expectativa, ansiedade e confusão em seus olhos. Mas quem toma a frente da situação é Ártemis, que caminha lentamente até Aurora e quando estão muito próximas uma da outra, a deusa faz algo que arranca suspiros de todos. A Deusa da Lua deposita um forte tapa no rosto de Aurora, o que obriga a jovem a vira-lo.

(Ártemis resmungando) – Como você ousou fazer algo assim?

(Ariel se aproximando receosamente) – Senhora...

(Aurora fitando Ártemis nos olhos)— Está tudo bem Ariel, eu mereci essa.

(Ártemis falando alto)— Me fez voltar a minha espada contra você. Duelar contra você. Por que isso Aurora?

(Aurora falando baixo)— Eu sinto muito mestra. Contarei tudo a todos vocês no momento certo, mas infelizmente não temos tempo agora, precisamos nos organizar, pois ele está vindo para o ataque final. Tudo o que posso dizer a vocês é que eu precisava fazer com que Ares acreditasse que eu estava do lado dele, era para a segurança de todos vocês.

  Todos se surpreendem com a revelação de Aurora, ela estava há todo esse tempo para a segurança de todos no Santuário. Sendo julgada como traidora pela maioria.

(Aurora continuando)— Ares descobriu que meu sangue é capaz de proporcionar invencibilidade aos que o ingerem e virá atrás disso, não posso permitir que isso ocorra. Mas a segurança de vocês sempre virá em primeiro lugar em meio a tudo isso, preciso que protejam Atena e Ártemis dos soldados, eles também voltarão.

(Camus preocupado) – E quanto a você Nike? O que poderemos fazer?

(Aurora com um sorriso tímido)— Camus, eu sou uma general de batalha, estou na posição que preciso estar. Todos vocês são guerreiros e guerreiras incríveis e eu tenho muito orgulho de lutar por vocês. Agora, é melhor que descansem um pouco.

  Aurora se distanciou dos demais e se apoiou em uma pilastra na entrada do templo.

(Shaka se aproximando)— Sei que não temos muito tempo, mas estou muito aliviado por estar de volta.

  Ele entrelaça seus dedos nos dela.

(Aurora fitando-o)— Me perdoe pelo que disse naquele dia na fortaleza de Ares... nada daquilo era verdade.

(Shaka acariciando o rosto dela)— Não se preocupe com isso, eu conheço a garota que tenho.

  Aurora se inclina e o beijo, o beijo mais apaixonado que já deram até o momento. Ao se separarem, ela diz.

(Aurora)— Eu te amo, Shaka de Virgem.

(Shaka com as mãos na cintura de Aurora) – Eu te amo Deusa Nike.

  Eles ficam abraçados na entrada do templo, aproveitando aqueles instantes de paz, que não sabiam se haveriam outros como aquele.

Continua......