O convite escrita por Miss Addams


Capítulo 5
A viagem




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Após ficar um tempo ainda ali fora tentando processar tudo o que foi dito, Júlia decidiu que o melhor era dormir na casa de Miguel e Lígia mesmo não estava em condições para voltar seu apartamento. Quando voltou estavam todos entretidos desta vez na sala, estava praticamente escrito em sua face que ela precisava descansar talvez por isso ou por Miguel ter exigido que ninguém fosse interrogado quando voltassem mesmo sabendo que seria apenas uma, essa pessoa seria a sua filha, todos a encararam ela não tinha muitas palavras, disse que não se sentia bem, que Felipe já tinha ido e pedindo desculpas depois subiu.

Se demorou muito ou não ela não tinha muita ideia, só que percebeu pela roupa de dormir de Lígia quando ela apareceu no quarto de hóspedes que todos deveriam ter ido embora.

:- Como você está? – Lígia perguntou fraternal depois de fazer um carinho nos cabelos loiros de Júlia que estava deitada de olhos bem abertos, muito longe de pegar no sono. – Nem pense em mentir. – A mulher mais velha a advertiu antes de mais nada.

:- Abalada. – Confessou Júlia. – Eu pensei que fosse Miguel que viesse conversar comigo.

:- Eu o obriguei praticamente a colocar o Joaquim para dormir e o proibi de vir aqui, pode não parecer, mas eu sou a pessoa certa para este momento.

Lígia puxou o lençol no qual Júlia estava enrolada e indicou com a cabeça fazendo logo Júlia entender que ela queria espaço na cama, então ela se deitou e imediatamente Júlia deitou sua cabeça sobre seu peito, Lígia não precisaria olhar em seus olhos para ver que ela estava sofrendo e num dilema duro novamente.

:- Como foi a sua conversa com Felipe? – ela voltou a fazer cafuné em seus cabelos.

:- Difícil. Mas, contraditoriamente bom. Eu soube do que aconteceu e principalmente pude ter a percepção do quanto eu magoei ele.

:- Isso é bom.

:- Um dos meus maiores medos acabou se transformando em realidade, eu consegui ser a culpada de muito sofrimento, Lígia. Eles brigaram por minha causa, o Felipe revelou que ainda me ama e por conta disso por não conseguir lidar com esse sentimento enquanto estávamos felizes aqui, se decidiu afastar. Ele passou por tanto.

:- Talvez se tivesse visto a bronca que dei em Miguel ao saber dessa história, você não acreditaria. Mas, não me surpreende, ele ainda esta aprendendo a lidar com tudo isso, esta se saindo bem, porém comete erros, como qualquer um. Ele achou que fosse o melhor entra em acordo com Felipe. Não entendo os motivos dele, deve ser uma visão particular das coisas.

:- Isso não muda o fato de que eu sou a culpada de toda essa história. – Júlia disse com um pesar sobrecarregado na voz, isso fez com que Lígia a apertasse mais contra seu corpo.

:- Não existem culpados nessa história, e se começar a pensar assim se voltará louca, sem razão.

:- Eu me sinto tão perdida.

:- Eu sei meu bem. Tudo é muito confuso de se lidar.

:- Talvez se Laila não tivesse sido tão dura com Felipe, não saberíamos de nada do que aconteceu, só que esse é o melhor caminho? Jogar contra a parede dessa maneira?

:- Laila só conhece essa forma de diálogo.

:- Nem me irritar com ela eu consigo.

:- Porque esse não é o ponto principal, o que mais te atormenta agora?

:- Eu estou tentando pensar sobre isso, todo este tempo que estou aqui, eu me lembro do olhar do Pedro quando eu sai para ir atrás de Felipe. E quando eu voltei. Só que não posso lidar com esse tipo de cobrança sendo que não estamos mais juntos.

:- Isso foi uma surpresa para todos também.

:- Será? Porque eu e Pedro não funcionamos juntos tem algum tempo, e há mais tempo já tínhamos deixado de ser um casal. O amor foi morrendo sufocado pela ausência aos poucos, acho que ele ainda não se deu conta disso. Do que esta na frente dele e não consegue encarar e dizer isso em voz alta.

:- Não esta mais apaixonada por ele?

:- Agora eu posso te dizer com certeza que não. Eu o respeito, respeito nossa história que dessa vez foi vivida. Eu só consigo ter agora em meu peito fraternidade, essa que deveria ter existido desde o começo e nunca veio até agora. Mal sabia como acabaria tudo isso.

:- Eu te entendo. O que mais te aflige? – Lígia estava tentando ir mais fundo, tentando mostrar uma direção para confusão de pensamentos e sentimentos bagunçados dentro daquela que já a considerava filha.

:- Eu... Não sei. Agora penso que Felipe acabou se reservando de uma maneira que eu não sei se posso alcançá-lo.

:- Como assim?

:- Ele esta fechado, nunca o tinha visto assim, pensei que conversando com ele pudesse fazer de alguma forma com que ele se abrisse.

:- Não foi o que aconteceu?

:- Sim. Mas, não foi o suficiente. – a última frase foi como uma descoberta para ela, e Lígia soube que estava no caminho certo. – É isso eu estou insatisfeita e o que mais me afeta é saber que posso perdê-lo novamente e que sinto quase dor física de tanto que senti a falta dele.

Lígia abriu um sorriso, mas Júlia não pode ver.

:- Veja só meu bem, não é a mesma situação porque são pessoas diferentes e foi outro conflito que não deixa de ser complicado ainda assim. Eu sempre tive que lidar com os surtos de solidão, de que faltava algo em Miguel, ele ia embora e era eu que tinha que me agachar pega os meus pedaços e cola-los como eu podia, quando eu sempre achava que estava cicatrizando, ele voltava. Era doloroso. Até que graças a vocês, ele se reencontrou com a paz interior, uma que ele não encontrou nem mesmo em suas viagens de barco, nossa história sempre foi complicada porque era instável, era difícil chegar até ele. E no meio disso tudo eu tinha Vicente que era o completo oposto, sempre parceiro e afetuoso fiquei dividida entre esses dois homens que representavam tanto. Talvez por isso eu seja a pessoa certa para estar aqui, para lhe ajudar. Por isso eu te entendo melhor que muitos.

Ela sentiu que Júlia estava quieta com todos os sentidos atentos as suas palavras.

:- Minha história com Miguel foi interrompida não só uma como duas vezes, e agora só chegamos a essa estabilidade porque ele se perdoou e mudou quem era. Claro que todos vocês tem culpa nisso. Então se viveu sua história com Pedro e não deu certo e sente que não se sente mais como antes e que não tem volta, eu lhe perguntou o que realmente sente por Felipe? Por que a forma como descreveu o que te machuca antes, como esta agora só me faz pensar que sente algo muito forte por ele. Que te afeta ainda.

:- Como eu posso dizer isso em voz alta? É justo, faz tão pouco tempo que me separei de Pedro. – Júlia virou a cabeça para encarar Lígia.

:- Nossos sentimentos não estão nem aí para gente. Eles surgem e pronto, não importa como temos que lidar com isso. Simplesmente é assim. E ponto. – Lígia a incentivou a olhar para dentro de si e responder sua pergunta.

:- Eu ainda gosto muito dele. – Foi o que Júlia conseguiu falar naquele momento, encarando sua realidade. E para Lígia aquilo era o suficiente.

:- Então se me permite um conselho não deixe que ele se afastar de todos de novo, especialmente de você, não deixe que ele seja amante da solidão. Que se torne o que o pai foi algum dia, ao contrário do que pensa, ainda existe esperança e você é a pessoa principal que pode ajudá-lo a se salvar desse tipo cruel de vida.

Apesar dos olhos que ficaram imediatamente mareados pela emoção de tudo, Júlia deu um sorriso sincero se levantou para dar um abraço bem apertado naquela que considerava como uma mãe.

Ainda que seu desejo fosse o quanto antes falar com Felipe o melhor era esperar pelo outro dia, teve uma noite de sono agitada e no outro dia acordou cedo antes de todos e resolveu preparar o café da manhã, sabendo que o sono não voltaria.

Não demorou muito para ela escutar passos e vozes, logo os três estavam na cozinha.

:- Bom dia! – Joaquim a saudou com um sorriso grande.

:- Bom dia, pequeno! – Júlia sorriu pensando que seria um grande dia já que começou com um sorriso desse. Ela colocou sua xícara na pia.

:- Nossa que mesa mais linda. Mas, você já está de saída? - Lígia perguntou estranhando que ela já estivesse toda arrumada.

:- Eu preciso resolver algumas questões que são urgentes. – ela deu um sorriso que foi sem graça, mas ao mesmo tempo seguro.

:- Se é assim. Tudo bem.

Todos os adultos tinham entendido bem o que ela se referia.

:- Júlia, desculpe não ter lhe contado antes, mas o mínimo que devo a cada um dos meus filhos é respeito. – Miguel começou a falar depois do seu breve silêncio. – Entretanto, até para o respeito se existe um limite, e vejo que cheguei neste momento de impasse. – ele se aproximou da garota. – Se não houver uma intervenção Felipe vai ficar muito distante e ficará difícil de alcança-lo.

:- Se sabia disso o tempo todo porque não o impediu de ficar tanto tempo longe? Não interveio como deveria ser feito. – Júlia estava confusa relembrando da cena que viu de pai e filho conversando.

:- Porque eu como pai devo aconselhar, mostrar os caminhos, apoiar. E por mais que queria não posso impedir que meus filhos sofram.

Pela pausa de Miguel estava implícito que ele todo esse tempo vem não só estando com Felipe como também o aconselhando. Que ele não tinha poder para convencer o filho.

:- E você Júlia. – ele falou mais baixo agora e sorrindo. – Consegui fazer com que Felipe viesse aqui para casa, pensei que quando ele visse todos reunidos algo tocasse por dentro. Só que fiquei de mãos atadas quando ele queria ir embora, e então você apareceu e por ele ter ficado, ali eu tive esperanças. É você a única pessoa que pode fazer com que o sofrimento dele vá embora.

Júlia deu um sorriso breve e lhe abraçou agradecida, Miguel ainda tinha uma forma torta e única de ver as coisas.

Logo após se despedir dos três, Júlia teve que começar uma busca já que nem Miguel sabia onde Felipe estava ele não lhe disse onde ficou nesse tempo e o quanto antes ela tinha que descobrir. Enquanto dirigia sentia que não conseguiria fazer e nem pensar em mais nada, então com seu celular apoiado por um suporte, fez uma ligação e deixou no viva-voz para que não a impedisse de continuar dirigindo.

:- Alô?

:- Bernardo?

:- Júlia. Está tudo bem?

:- Esta eu só preciso de um favor seu, eu preciso saber onde está Felipe. Eu não tenho ideia de onde ele esta e pensei que soubesse me dizer. – Júlia não conseguiu deixar de mostrar sua ansiedade em seu tom de voz. Ansiedade essa que só aumentou quando houve uma pausa de silêncio e depois só se ouvia a respiração do garoto.

:- Eu posso te passar o endereço do hotel que ele esta, só que não vai adiantar mais.

:- Como assim? - ela sentiu medo.

:- Pouco depois de que eu cheguei em casa, Felipe me ligou para se despedir, ele decidiu adiantar a viagem dele e por essa hora ele não deve mais estar no hotel.

:- Que viagem é essa Bernardo? Não é possível que isso esteja acontecendo. – Júlia passou uma das mãos no rosto e depois olhou para a rua a sua frente que estava vazia.

:- Calma Júlia. Onde você está agora?

:- Eu estava indo para o meu apartamento e depois mudei de ideia porque eu preciso ver o Felipe o quanto antes. – agora ela sua voz já saia nervosa.

:- Faz o seguinte, muda o seu trajeto e vai direto para o aeroporto, Felipe esta indo para Buenos Aires, se for agora, você pode encontra-lo lá.

:- Buenos Aires? - ela só conseguiu repetir o lugar.

:- Pois é. – o irmão mais jovem concordou com pesar. – Eu vou tentar falar com ele para avisar que você esta chegando.

:- Por favor eu também vou tentar ligar para ele e depois se conseguir me manda mensagem.

:- Esta bem.

Assim acabou a ligação.

Ela sentia medo e ao mesmo tempo raiva por que se lembrou da conversa de ontem, ele sorriu para ela quando lhe pediu que não fosse. E ainda assim ele partiria sem sequer se despedir. Talvez a primeira coisa que fizesse quando o encontrasse fosse lhe dar um tapa, forte para que aprendesse a não fazer mais isso.

Seus pensamentos eram contraditórios porque, sobretudo tinha medo que não chegasse a tempo.

Teve sorte que não houve trânsito até o aeroporto, o que foi estranho também, o seu maior problema foi estacionar o seu carro com uma fila gigante e não parecia haver vaga naquele local.

Quando finalmente conseguiu estacionar começou a real corrida contra o tempo, olhava o celular com desespero tinha mensagens de Bernardo.

“Ele se atrasou e acabou perdendo o voo.”

Assim que Júlia entrou num dos portões do aeroporto, recebeu essa mensagem.

“Esta se decidindo sobre o que vai fazer. Conto que está indo atrás dele?”

“Não! Acabei de chegar.”

“Boa sorte!”

Mas, esse último desejo de Bernardo ela não viu porque já estava pensando onde poderia estar Felipe. Vou procurando ainda que não tivesse tanta pressa como antes, estava inquieta por não encontrá-lo.

Tinha tantas pessoas, mas nenhuma era ele. Até mesmo nas filas de embarque ou para check in. Ela tinha que pensar para onde ele iria numa situação como aquela e logo veio uma ideia, a livraria.

Da última vez em que estiveram naquele aeroporto ele lhe confessou que gosta de visitar as livrarias dos aeroportos, por mais seja caro tomar um café e observar. Só podia ser isso.

Quando chegou a entrada da livraria sentiu medo, sabia que estava prestes a dar um passo importante e definitivo para o rumo de sua vida. E aquilo a assombrava, entrou suando frio e não foi difícil encontrar ele, que estava de pé em frente a uma estante de livros de vários temas e títulos, só que ele parecia distante pelo menos em pensamento.

E agora que tinha a possibilidade de mudar o rumo de tudo, e tinha ele há poucos passos, só conseguiu olhá-lo. Até que ele pareceu voltar aos poucos para a sua realidade e se aproximou da estante de livros lendo mais de perto alguns títulos.

Júlia pegou o celular do bolso detrás de sua calça jeans e digitou rapidamente uma mensagem.

“Carta de amor aos mortos”

Felipe ficou olhando para o seu celular e estranho a mensagem que tinha acabado de receber dela. O que era aquilo?

“Como?” Foi o que mandou como resposta.

:- É a minha sugestão de leitura. – Escutou a voz dela atrás de si, não perto o suficiente quando se virou para comprovar a sua presença lamentou que não tivesse cerca o bastante.

Felipe olhou para a estante e viu o livro que ela indicava, ficou sem saber o que pensar e também sem saber como agir. Aquela presença feminina sempre o atingiria.

:- Obrigado. E o que faz aqui? – Foi o que ele perguntou por curiosidade e ignorando o começo daquela inesperada conversa.

Ela se aproximou um pouco mais e se ele esticasse o braço podia tocá-la se quisesse.

:- Vim te fazer uma pergunta. – Júlia olhou para baixo e depois para cima já que ele era mais alto que ela. O que ele fez foi soltar um riso por aquele comentário que parecia absurdo e fez ela rir junto.

:- Dime. – Ele estava achando aquilo engraçado e tinha um sorriso fechado na boca.

Ao contrário de todo o clima leve que vinha dele, Júlia estava nervosa e por isso antes de dar voz a qualquer pensamento soltou um suspiro e o encarou de lado.

:- Depois da conversa de ontem eu pensei que não partiria sem ao menos se despedir.

Ele perdeu o sorriso dos lábios, não imaginava que ela seria tão direta. Deveria pensar que não estaria ali sem ter algo importante para dizer.

:- Eu pensei que fosse melhor eu adiantar minha viagem para Buenos Aires. – Ele ponderou antes de falar e a via ali com os olhos mostrando que estava abalada. E se estavam num momento de impasse, lhe ofereceria como sempre seu coração aberto. – Por que eu me dei conta depois de nossa conversa que estava certo em relação a você.

:- Sobre o que Felipe? – Estava ficando louco ou ele estava sentindo expectativa transbordando dela.

:- Que eu ainda amo você e não conseguiria não disfarçar todo esse sentimento que ainda tenho aqui dentro.

Ela soltou um suspiro alto que para ele foi indecifrável por que na sua cabeça ela estava ali por conta da família que eles partilhavam. Só que para ela foi de alívio, saber que ainda tinha uma chance.

:- Talvez eu não vim até aqui só para te fazer uma pergunta, eu vim até aqui por que me deu desespero pensar que viajaria sem mais nem menos e...

:- Júlia, eu sei o que esta querendo me dizer, agora entendo Bernardo me fazer perguntas. – Felipe a interrompeu - Eu sei que a família é importante, e que quer que eu conviva com vocês, acredite eu também quero que isso aconteça eu só preciso de um tempo.

:- Você está certo, mas eu não vim aqui para isso.

:- Como?

:-Eu vim aqui para te abrir o meu coração! E não você não tem ideia de como eu me sinto perdida por não saber como começar.

:- Experimenta, do começo. – Ela negou com a cabeça, se sentindo pior por querer rir daquilo.

:- Certo. Quando tivemos nossa conversa definitiva a algum tempo atrás, eu tive a certeza de que eu fiz o certo. Conosco. Eu precisava viver minha história com Pedro e não poderia em hipótese alguma te iludir mais. Eu não poderia fazer aquela viagem, por que fazia parte do seu projeto de vida e não do meu.

Ele assentiu porque entendia isso.

:- O que eu me arrependo é de pensar que tinha que viajar com você porque estávamos juntos. Quando no fundo eu queria fugir. – ela abaixou a cabeça cortando a troca de olhares porque se sentia envergonhada. – E eu já sentia o peso que era ter esse elo entre dois irmãos e fazer parte ainda dessa família, nunca foi meu propósito trazer dor a toda essa história.

:- O pior disso tudo, deixando os sentimentos de lado, é que eu entendo, porque eu também me senti assim.

:- Isso tudo parece tão absurdo. E quero lhe dizer que sim, eu vivi essa história entregada e até o final dela.

Felipe ficou surpreso com o que soube, não sabia que eles não estavam mais juntos.

:- Eu precisava quebrar minha cara, entende? Já tem algum tempo que acabou, só precisávamos encarar esse fato. Eu fiz uma viagem, novamente a trabalho, voltei para o interior de São Paulo e fiquei ali me restaurando. Talvez essa seja a parte mais linda do meu trabalho, a cada vez que tenho algo para restaurar, eu faço o mesmo comigo. E agora juntei estou aqui na sua frente com minhas peças restauradas, e com meu coração aberto para lhe dizer que nunca menti a respeito de te me apaixonado por você. Que mesmo que eu escondesse durante todo esse tempo ainda pensei em ti. E que depois daquela conversa de ontem tudo o que quero é me aproximar de novo se você me permitir em sua vida por que te perder sim, me da pavor.

:- Eu não sei o que te dizer. – ele estava visivelmente perdido.

:- Não precisa de uma resposta imediata. Eu sei que precisa do seu tempo, eu só precisava te dizer urgentemente que estou aqui.

:- Júlia. – Ele se aproximou dela e tocou seu rosto que fez ela fechar os olhos por um instante, sentia um turbilhão de emoções dentro de si. Ele a chamou e ela abriu os olhos para ver o dele. – Rúlia... – Ambos sorriram. – Eu quero te fazer um convite, entra na minha vida novamente?

E dessa vez eles riram porque ele estava citando indiretamente uma banda que ele gostava. Ela sentia o coração podia atravessar o peito do tanto que batia veloz e só conseguiu assenti ao seu convite, que representava muito aquela vez era diferente e ela sentia isso. Se sentindo plena e se levantou para ficar nas pontas dos pés e o beijou por que só conseguiu pensar em complementar a sua resposta assim.

"Aquí estoy yo abriéndote mi corazón llenando tu falta de amor cerrándole el paso al dolor no temas yo te cuidare solo acéptame. Dame tus alas mas voy a llorar y de mi mano te invito a volar."

https://www.youtube.com/watch?v=EsfSuL-VFBw

Fim


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