Sob a sombra da humanidade escrita por Melanie Cheshire Hersing
Maya sentia sua cabeça girar. Sua visão estava turva, e seus sentidos voltavam aos poucos.
Mas assim que se recordou dos últimos acontecimentos, se apressou a abrir os olhos.
Ao abrir os olhos ela viu que estava dentro de alguma espécie de veiculo, como uma van. Ela olhou em volta, e viu seu raptor e outro que utilizava uma boina. UT, era esse o jeito que ele se apresentou.
Ela pensou em ataca-los, mas estava com mãos e pés algemados.
– Pelo visto você acordou – UT disse, ela praguejou.
– Idiota! Acha mesmo que vai raptar uma líder sem receber punição?
– Acho que sem uma líder não terão como fazer nada. São estúpidos demais para isso. – UT respondeu.
– Então provavelmente acharam outro líder... – Maya resmungou baixo, mais para si mesma do que para os outros – O que quer comigo? – exclamou.
– Eu nada, ele sexo, e o comprador sei lá – UT disse fazendo um gesto para o de boina – Mas o comprador pediu você inteira, então ninguém vai tocar você nesse sentido – UT continuou.
Ele se recostou, e suspirou.
– UT tem certeza de que ela não vai escapar? – perguntou o de boina com um sotaque francês.
– Qualquer problema é só apertar o botão e ela apaga de novo... – UT disse.
Nojo. As únicas coisas que se passavam pela cabeça de Maya eram ódio e nojo. Ódio de UT por captura-la, nojo do francês por achar que iria toca-la.
Ela olhou em volta, nada ali podia ajuda-la. A menos que...
Maya se inclinou, ficando com o rosto próximo ao espaço entre os bancos da frente. O olhar fixo no controle que continha o botão.
– Ah, você quer isso? – o da boina debochou sacudindo o controle perto dela – Pois você não vai ter Maya – o francês fez uma careta e UT revirou os olhos.
– Vamos, pare com isso UV. – UT disse olhando para o francês.
– UV? – Maya perguntou, agora o francês revirou os olhos.
– Mulheres todas burras, Unidade Voadora classe 529 – ele disse.
Em seguida seus pés se alteraram e se tornaram pequenas turbinas, enquanto a mão direita virou uma gattling gun.
– Ei UT, você faz isso também? – Maya perguntou um pouco assustada. Essas histórias de ciborgs eram apenas lendas urbanas até agora.
– Não, não faço isso. Eu sou feito para ser preciso, e não um pombo atirador louco. – UT disse debochando de UV.
Maya conteve a risada. Ela estava tendo uma conversa civilizada com seus inimigos? Droga. Ela se recusava. Mas, podia ser útil já que esse UV não parecia tão astuto quanto UT.
– Que degradante! Fui capturada por um pombo e um ciborg! E ainda por cima burros! – Maya fingiu raiva.
UT apenas ignorou, mas UV...
– Ei! Ei! Ei! Pombo? E você sua magricela?
– Não foi você retardado que pretendia por as mãos na magricela? – falou em tom de deboche – E com certeza, você é um pombo burro mesmo. Já que não sabe nem para quem trabalha!
– Escuta aqui! Eu sei muito bem quem é o alemão estupido que nos mandou pega-la! – UV exclamou.
– Alemão? – tinha sido traída por um dos seus?
– Cale a boca! Vai dar informações a ela! – UT bateu na cabeça de UV.
– Não me acerta miserável! – UV, um grande idiota!
UT estava irritado. Por quê? Por que o UV veio? Por que não outro UT? Mas não, tinha que ser o pombo francês pavio curto!
– Quer saber, o chefe falou pra não tocar nela no sentido sexual, mas acho que com seu cérebro reduzido é melhor ela apagar. – UT apertou o botão.
Tudo escureceu na visão de Maya. E depois, ela acordou em uma cela.
Droga. Maya estava presa. Claro, o chefe deles os proibiu de toca-la (o que sendo uma mulher, agora indefesa, era realmente bom), mas ela ainda tinha que sair dali! E principalmente: descobrir quem a havia traído.
***
UT acabara de entregar a refém. Ele estava com vontade de descansar um pouco, foi até os aposentos dos mercenários e mergulhou dentro do mundo dos sonhos. Neles, ele se lembrou de quando foi criado:
Lembrou-se de acordar na capsula cheia de água, e lá dentro aprender a falar, a pensar, a ser preciso. Mas ele também se lembrou de não conseguir se mover e ter de sofrer aquela operação, que foi o que o deixou assim...
Ele saiu da capsula, vestiu o uniforme e foi encaminhado direto para o treinamento, do treinamento para o refeitório, do refeitório para o treinamento, e por fim para os aposentos descansar...
Quando acordou, havia dormido por duas horas, se levantou e tomou uma ducha. Saiu dos aposentos e caminhou por todo o complexo mercenário. Passou no bar e tomou algo, passou pela "incubadora" e viu os novos recrutas. Passou pelo treinamento, mas achou melhor apenas caminhar.
Passou por todo o complexo até chegar ao laboratório.
Os cientistas modificavam genes, os painéis holográficos mostravam as combinações genéticas sendo reescritas pelas mãos dos bio engenheiros.
– Olá UT. Veio dar uma olhada nas novas criações? – um cientista perguntou.
– Não... Só estou caminhando um pouco... – respondeu.
– A sim, claro, mas o que acha de dar uma passada no arsenal? Temos novos armamentos e um deles foi feito especialmente para você... – o cientista fez um xô com as mãos e UT saiu dali.
– Um brinquedo novo? O que será?
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