A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 29
Trigêmeos, amigo. Segura esse trem. | Bônus Peeta


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de dizer que... *colocando apenas as mãos e os olhos por cima do muro* eu sinto muito pela demora! Estava pensando bem sobre como fazer este capítulo, que está sendo um dos mais sofridos, porque é o penúltimo! * fazendo cara de cachorro caído na mudança *
Muito obrigada a todos que comentaram no capítulo anterior, de verdade, e eu acho que só não respondi um ainda. Vocês devem estar revoltados por eu ter ressussitado uns de uns meses atrás aí



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— Eu disse que o Chicago Bulls venceriam, mesmo torcendo pelos Lakers - falei animado, enquanto almoçava com alguns colegas do hospital. Depois de um plantão de quase 24 horas, a primeira coisa que se pensa é: comer. Urgentemente.

— Eu quero meus 20 dólares para pagar o almoço, Bartolomeu. - cobrei, e o moreno de olhos azuis me olhou feio, mas puxou uma nota de 20 do bolso, mesmo que muito relutante. - Obrigado pela boa vontade - sorri cínico

— De nada, amorzinho. - Pedro bufou

— E eu quero de você também. Comprar um brinquedo pro Rye, Pedro. Anda. Cinquenta. Dólares.

— AAAAAAAAAAA! - Jogou batatas fritas em mim, que fiquei rindo - BA BA CA! - mas me deu a nota linda e verdinha

— Eu sou maravilhoso. Poderiam jogar rosas, se não tivessem perdido seu dinheiro para miiiimmmmm! - coloquei as notas no bolso, então recebi um tapão na cabeça, e eu quase cai (vulgo VOEI) da cadeira e meus amigos começaram a gargalhar, de precisar bater palmas

— O que raios foi isso? - perguntei, esfregando a cabeça, depois de tirar uma mão do chão e evitar que eu caia.

— Fui eu! - Finnick disse com um sorriso de canto a canto, e Jessie em seu colo, sorrindo para mim. Ela logo pediu colo para eu (porque todos me amam), e sorri, pegando-a - Que isso, Jess. Pensei que me amasse. - disse, colocando uma mão no peito, ofendido

— É o Mellark, Odair. Você não é ninguém ao lado dele. - Bartolomeu disse com as mãos erguidas em rendição, e uma sorriso no canto do rosto - Dá raiva. Katherine prefere ele do que eu também - é a filha de 16 anos dele - Precisei consolá-la, dizendo que era casado e dez anos mais velho. - fez cara de tédio, e todos rimos de sua expressão. Ele é viúvo desde que sua filha única, Katherine, completou 4 anos, e sua esposa se suicidou por causa de uma depressão que enfrentava depois que teve a filha. Foi muito triste ouvir Bart contando a história, pois mesmo 12 anos depois, ele soluça de dor pela morte dela, e é um cara disputado no hospital. Ele é claramente assediado pelas enfermeiras, mas nunca vi brincar com qualquer uma delas ao que se refere relacionamento, ou meros affairs. Ele manteve-se fiel à esposa. "Até que a morte nos separe", ele diz, "Mas é impossível beijar outra pessoa que não seja ela". Isso me faz acreditar que o mundo não esteja perdido.

A melhor parte, é que ele não me julga por eu ter perdido Prim, mas ter me casado com Katniss. "Algumas feridas saram, outras cicatrizam, e a minoria não fecha nunca mais. Você deu sorte.", é o que ele me disse.

— O que veio fazer aqui, ignorante? - perguntei depois de pegar as batatas fritas de Pedro, que não protestou pois eu dei para a Jessie, que riu animada em meu colo, brincando com meu crachá - Ooopaa... - ela ia prender no dedo, então logo me encarreguei de tirar das mãos perigosas, que todos os bebês incrivelmente possuem.

— Aaaaaahhh! - disse de boca cheia e a gente riu, mas então ela se distraiu com outra coisa

— Vim pra dizer que a Katniss quer que você a busque. Rye está com ela desde cedo, mas como está com dores, quer ir pra casa mais cedo. - assenti, com um pouco de preocupação - Tú vigia com essas dores, hein? E vai logo lá, que eu termino seu almoço com Jessie. - na mesma hora me levantei, despedindo-me dos rapazes, que ficaram preocupados quando Finnick continuou, dizendo que ela estava com tantas dores, que não estava mais conseguindo dirigir com medo que algo acontecesse.

Água quente, chá de louro, massagem. Água quente, chá de louro, massagem. Água quente, chá de louro, massagem.

Essas três falas ditas por Bartolomeu e Finnick, que são pediatras, ficaram em minha cabeça, pois me esqueci totalmente do que aprendi em Obstetrícia na universidade, no meu quinto período de Medicina.

— Você está aonde? - Katniss perguntou com a raiva estampada em sua voz, mesmo que contida. Meu Deus, eu vou morrer.

— Estou saindo do hospital agora, amor, calma, estou chegando. - é uma mentira, mas... Ela conseguiu chegar aos oito meses, em uma gravidez de trigêmeos, e só quem tem conhecimento sabe que é quase um milagre algo assim. A questão é que ela quer ceifar com minha alma todo o tempo, com qualquer coisa, e basta uma louça suja, ou poeira no móvel para ela vir me socando (literalmente), xingando mesmo (coisa que ela NUNCA fez antes, mas parecem suas palavras favoritas na gravidez), me culpando por tudo na casa. Tudo. Até pelo o que acontece fora de casa, com por exemplo, Jane ter tirado uma média -B em economia.

— Eu quero você aqui agora, Mellark, e não me venha com essa de amor, seu miserável! - foi inevitável não esboçar um sorriso com esse stress todo - Eu estou uma esfera ambulante, só podendo usar calça legging ou vestido, enquanto você pode desfilar sem camisa para regar o jardim!

— Katniss... - eu estava segurando o riso - Não temos um jardim.

— Morra, então. E me faça um jardim! - ficou em silêncio - Mas antes... - sua voz ficou rendida e suplicante - Pode me trazer cachorro-quente e uma lata de leite condensado? - eu comecei a rir enquanto dirigia, pelo celular estar no lugar ideal para não bater no carro.

— Claro, querida. Ei, eu acho que você está linda com legging ou vestido. Está magnífica. - pude senti-la disfarçar um sorriso - Eu amo você, e em 8 minutos estou aí.

— Eu e Rye estamos esperando. - ouvi uma voz baixa e infantil no fundo - Ah, ele quer falar com você.

— Papai? - ouvi meu bebê falando, e meu sorriso aumentou

— E aí, Bis! É o papai! - ele riu gostosamente, e ouvi Katniss acompanha-lo porque é impossível não rir junto com esse pequeno que vive rindo

— Oi, Papai! - sorri com sua vozinha infantil e pura - Papai, eu quelo u-u-um doce! - pediu, atropelando-se em suas próprias palavras - Eu amo o senho, e a mamãe aén. Beijuuuuuuuuussssss! - ouvi ele beijar o celular

— Ok, pequeno, vou comprar um doce para você, sem falta, e eu amo você também, assim como a mamãe. - ele riu, corando, provavelmente. Não sabe lidar com as Três Palavras (Eu amo você/ Eu te amo). Me diz o tempo todo, dizendo que sabe o significado, mas não sabe reagir quando escuta.

— Bigadu! - respondeu alto

— Ok, espero que esteja chegando, faltam 6 minutos, ou eu vou te socar quando chegar! - gravidez gera raiva por ver o corpo tão mudado, e raiva durante a gravidez pode causar bipolaridade intensa, quando estamos falando sobre trigêmeos.

— Tudo bem, mas e sobre o trân... - desligou na minha cara.

Eu amo a Katniss... E a amo ainda mais agora, pois posso acompanhar absolutamente tudo, de perto, e é tão maravilhoso que parece um sonho, exceto a parte que ela quer trabalhar, mesmo sabendo que é arriscado.

Seus momentos de bipolaridade me deixando rindo na madrugada, quando acorda chorando por querer que eu prepare pães de queijo e chocolate quente, ou quando, no início da gravidez, e me permitia vê-la nu, e demonstrar com outras formas meu amor por ela, podia pensar até que ela ia me assediar, mas é impossível acreditar, mesmo que ela me amarrasse na cama, pois seus olhos são inocentes, e o rosto suave, no formado de um morango, com as bochechas sempre rosadas, não há nada nela que me faça pensar coisas ruins, assim como diz Michael Bolton em "When A Men Loves A Woman", ele não consegue ver nada além das coisas boas nela, quando a ama.

Rapidamente cheguei no mercado, correndo para cumprir o horário dela, buscando uma barra de chocolate para o Rye e uma lata de leite condensado para a Katniss, com algumas coisas para salada, pois sei que ela fica chorando depois de comer essas coisas.

Paguei rapidamente e agradeci sonoramente a Deus por ter uma barraca vendendo cachorro-quente na esquina, aproveitei e comprei dois porque se eu pedir um pedaço pra ela, a mesma vai jogar na minha cara revoltada. Ela é muito gentil.

— E aí, Camila! - falei dando uma girada com a moça que cuida da xeroz, sete anos mais velha que eu, mas tem aparência de 20.

— E aí, Peeta! Cadê a Katy, menino? - ela também diz que pareço ser bem mais novo do que realmente sou

— Está com a Taylor agora, vou ver se busco elas amanhã e trago pra cá. - ela sorriu, assentindo

— Faz isso mesmo, mas agora corre, porque a Katniss está te esperando.

— Humor? - fechei um olho, mordendo o lábio inferior como um estranho reflexo que tenho desde que nasci

Ela colocou o dedo de positivo na metade

— Voa. - assenti, saindo correndo, enquanto comia meu cachorro-quente por causa do idiota do Finnick, que ficou com meu almoço.

Eu já conhecia geral da empresa, cada canto, e todos me conheciam. Brinco com todos eles, todos brincam comigo, e sei que, embora nem todos gostem de mim, é óbvio, a maioria é simpática. Katniss se morde de ciúmes e vergonha por não conseguir se enturmar como eu, mas o pessoal ama ela aqui.

— Papaaaaaaiiiiii! - ouvi Rye dizer assim que abri a porta da sala, sem cumprimentar muitas pessoas, que riram da minha pressa e compreenderam meu desespero.

— Bebê! - eu disse animado, mesmo que muito cansado, por estar de pé durante as últimas 24 horas, sentando-me ocasionalmente. Peguei meu pequeno no colo, que logo sorriu quando me viu, beijando-me na bochecha quando o coloquei no colo.

— Bigadu. - disse sorrindo animado quando o entreguei a barra de chocolate.

— De nada, Bis. - beijei o topo de sua cabeça - Viu a mamãe? - negou, dando uma mordida enorme na barra, me fazendo rir.

— Peeta! - ouvi a voz de Katniss, e logo me virei, sorrindo, vendo a coisa mais linda do mundo, que é ela. - Tinha ido na sala da Johanna pegar a mamadeira do Rye, mas já que chegou, eu faço em casa. - eu de ombros, sorrindo, mostrando suas covinhas perto da boca

— Trouxe o que me pediu. - entreguei a bolsa, e ela assentiu, indiferente, e eu ri de sua recente mudança de humor.

— Tá, tá, que seja. Eu estou com dor nos pés. - disse suspirando, caminhando até a mesa, pegando sua bolsa, mas tirei de sua mão, segurando para ela, que me olhou extremamente agradecida - Obrigada, querido.

Rye, que já estava no chão, misturado aos seus brinquedos e chocolate, aproveitei para puxá-la para um abraço, vendo que ia começar a chorar. - Está absolutamente tudo bem, Alguma Coisa Everdeen Cresta, está tudo bem... - coloquei o queixo sobre sua cabeça, sentindo-a se encolher nos meu peito e começar a chorar sonoramente.

— Eu estou com muita dor, Peeta... - soluçou, me quebrando por vê-la naquele estado - Faz parar, por favor... - suplicou - Eu não aguento mais essas dores.

— Já está acabando, eles vão nascer em pouco tempo querida. Calma...

— Eu quero tocar logo neles - Soluçou - E bater em você! Por me engravidar! - deu socos fracos, fracos em mim, mas logo voltou a chorar com ainda mais força - Eu os amo, mas é muito ruim ficar nesse estágio onde nem enxergo meus pés!

— Vamos para casa, ok? - assentiu, cansada. - Vamos, Rye. Mamãe está passando mal. - na mesma hora levantou seus olhos azuis-turquesa do brinquedo e olhou para nós, preocupado

— Dodói? - assenti, e na mesma hora ele se levantou, mesmo que com dificuldade por causa da fralda e da calça jeans. - Mamãe, nã tique tisti. - disse arrastando seu boneco do Thor, e com outra mão segurava o chocolate. - Eu amu vochê. - aí ela desatou a chorar, e eu precisei segurá-la com mais força para ela não cair. - Aaaaaahhhhh! - aí ele começou a chorar desesperadamente também.

— Meu Deus, o que eu fiz? - perguntei olhando sofrido para o teto, então Katniss se afastou um pouco, indo até nosso filho

— Shhhh, não precisa chorar, a mamãe está melhor, pequeno -ele a olhava com seus olhos enormes - Fica no colo do papai, ok? - ele negou

— Papai, quelo coio da mamãe. - pediu choroso, então o coloquei no meu colo

— A mamãe não pode por causa dos seus irmãozinhos, Bis. - olhava triste para o boneco - Dá um beijo e um abraço na mamãe, dá. - olhou para ela, estendendo os braços curtinhos, e ela sorriu, o abraçando, e recebendo um beijo demorado na bochecha, e para fazê-lo rir, fiz um pouco de cócegas em sua barriga pequena, e ela beijou sua bochecha, então ele desatou no grito e gargalhada.

— Ai! Ai! Ai! - ele disse escondendo o rosto entre as mãos e meu pescoço - Quelo mamãe mais não! - nós dois quem rimos dessa vez.

Peguei a bolsa dele, a de Katniss, colocando tudo em uma mão, e com a outra, segurei a mão da minha esposa que está absolutamente linda em um vestido rosa claro, solto no corpo a partir do busto, mas marcava muito bem sua barriga linda. Entrelacei nossos dedos, e antes de sair, beijei a ponta do seu nariz, fazendo ela sorrir torto.

— Eu amo você. - ela disse baixo, abraçando minha cintura, saímos abraçados, com Rye e Katniss dividindo o chocolate.

— E a Johanna? Não vem junto? - perguntei

— Só mais tarde. Finnick sem querer queimou o computador de casa, junto com a impressora, então ela vai fazer o trabalho da Charlotte. - assenti - Ah, ela mandou beijo e pra gente ir na cada dela domingo, pois vai ter a comemoração de dois anos de casado ela e Finn. Não deu para irem curtir por causa da época do ano. Charlie estava em época de provas e Jessie resfriada.

— Eles fazem aniversário de casado com o aniversário do Rye, não é? - ela riu, assentindo

— Minha bolsa estourou do nada depois de eles dançarem, mas quando iam dançar mais uma vez, só pra guardar, sabe? Esse menino decidiu que era hora de nascer. Finnick pirou totalmente, e Madge foi dirigindo o carro quase voando, com Cato mandando ela ir mais devagar porque não queria morrer. - suspirou, fechando os olhos com a cabeça em meu ombro - Finn me levava no colo, fazendo carinho na minha cabeça e Johanna massageando minhas mãos, outrora massageando meus pés. Chegamos e logo foram fazer o parto.

Aquilo me machucava, porque por minha idiotice, eu não estive presente nesse dia, o dia mais importante da vida dela.

— Eu estava morrendo de medo de sequestrarem o Rye - disse rindo - Mas aí Finnick entrou na sala de parto comigo, e ficou ao meu lado durante o procedimento, e Madge do outro. Eles abriram uma exceção.

— Papai, quê mais não. - Rye disse com o rosto todo sujo de chocolate, fazendo Katniss rir, tirando metade da barra de suas mãos, e limpou o rosto dele - Bigadu, mamãe. - então deitou a cabeça no meu ombro, suspirando fundo, e me abraçando pelo pescoço, me fazendo lembrar a mim mesmo de que eu tenho a oportunidade de fazer tudo bom agora.

— Rye nasceu dormindo, e acordou de repente, antes de levar um tapa nessa bundinha branca. - disse com um olhar e sorriso terno para o pequeno, passando a ponta dos dedos no rosto pequeno dele, enquanto o elevador nos levava para o estacionamento - Foi o dia mais feliz da minha vida. - olhou para mim, e sorriu - Não precisa ficar tão mal assim, rapaz. Você tem uma nova e única chance agora! Não a desperdice!

— Não vou. - encostei nossos lábios - Eu prometo.

— Vou acreditar em você. - e sorriu, então, o elevador abriu.

...

— Jane! - chamei minha irmã, assim que a vi saindo com um monte de alunos de um curso de férias para se saírem melhor nas faculdades, e como ela passou para Yale e Harvard, escolheu Yale pelas duas horas e dez minutos da casa de nossos pais até lá, mas nesse verão, ela veio para a minha casa pela escolha de Katniss, já que essas duas são muito amigas agora.

Deixei Katniss em casa e aproveitei para vir buscá-la, então depois... Dormir. Por muitas e muitas horas. Muitas mesmo. - Ô Jane! - ela estava mexendo no celular, com uns sete livros no braço, e fones no ouvido. Às vezes, odeio a tecnologia.

Fui até ela rapidamente, ignorando o ambiente que estava, o campus de uma universidade, que me trazia lembranças das quais poderiam simplesmente desaparecer. Prim. Universidade, ou grandes campos verdes com diversos adolescentes me remete a ela, e nossos três anos de casados, e que foram muito felizes e empolgantes, mas agora me machucam essas lembranças, mesmo que eu ame Katniss com tudo o que tenho e sou.

Quando me aproximei, ela não me notou, e logo me veio uma ideia. Peguei meu celular, e coloquei entre os dedos como se fosse uma arma, aí encostei na lateral de sua barriga com força e sussurrei no seu ouvido direito:

— Perdeu, perdeu! - claro que tudo isso aconteceu muito rápido, e ela deu um grito assustado, se jogando dois degraus da escada enquanto eu gargalhava e sua cara. - Iaaaaaaa! Idiota! Toma! Pra deixar de me deixar esperando! - eu disse, descendo os dois degraus, ajudando ela a pegar seu material e se levantar

— Babaca! Seu BA BA CA! - seu rosto estava vermelho de pura raiva, e se levantou, sem minha ajuda, e deixou que eu ficasse com todo seu material - Cretino!

— Que?! Você quem me deixou com cara de idiota ali no carro esperando você aparecer! - Dei um empurrãozinho nela, jogando as chaves do carro - Você dirige.

— É ruim, hein! Estou abalada psicologicamente... - Puxou ar, se abanando - Tive prova de Economia hoje, uma simulação, foi um inferno. E para piorar, você forja um assalto!

— Não mandei você se jogar da escada. - Eu disse rindo - Ai, desculpa, preciso parar, não tô aguentando. - Precisei me apoiar na porta do carro, observando ela ir toda enfurecida para dentro, socando a porta. Depois de me recuperar, com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto, entrei, dando partida.

— Katrina quer seu telefone celular, pois disse que é o cara mais gostoso que já viu, assim como a Perl e Carla. - Avisou, colocando o cinto - O que respondo para elas? - Ela ria toda boba para o celular. Esses jovens...

— Eu sou casado, e pai de família, avisa para elas. - respondi rindo - Devo te buscar com mais frequência?

— Talvez, SE NÃO ME FAZER EU ME JOGAR DA ESCADA, SEU IDIOTA! - Deu o maior soco no meu braço

— Não doeu, não doeu. - Dei de ombros, mas quase chorei de dor. Ela é forte.

— Vou te bater de novo! - Ameaçou, mas com a mão aberta, para dar na minha cara

— Jane! Não! - Segurei uma das suas mãos, quando vi que a intenção era me causar cócegas, e não dor, apenas nos meus pulmões. - Aaaaaiiii! - Me contorci todo quando ela tocou, apenas tocou na minha barriga - Para! Eu tenho que dirigir! - Então, depois que quase bati com o carro em um poste, ela parou, sorrindo - Vou contar pra Katniss que quase me matou.

— E eu que você estava sendo assediado pelas minhas amigas que você deixa irem na sua casa.

— Já falei que a minha casa, é a sua casa, Jane. - ela revirou os olhos - E se você sair de lá antes de se casar, eu vou te bater. Não conte nada para a Katniss, senão vai dar problema, sabe disso, não sabe? Eu nunca dei bola pra elas, apenas as saúdo quando estou em casa!

— Aí, falando na sua vida, Katniss me mandou uma mensagem...hm... Peeta, acho melhor você ir mais rápido para casa. É a Taylor usando o celular dela. Katniss está com pressão baixa. - O sinal fechou, mas passei direto, sem querer saber

— Quanto? - Olhei rápido para a minha irmã, que estava pálida - Jane!

— Oito por nove. - Quem ficou com a pressão baixa ali fui eu. - VOA, PEETA! - Guardou o celular e bateu palmas - Ela está passando muito mal.

Da faculdade até em casa são 40 minutos. Cheguei em 15.

— Katniss! - deixei tudo no carro, deixando para Jane estacionar enquanto eu corria para dentro de casa.

— Peeta! - Taylor desceu as escadas correndo, com o aparelho de medir pressão e de febre - Ela está quase desmaiando lá em cima.

Não respondi, nem assenti ou neguei, apenas subi apressado as escadas, vendo Rye com Katy no quarto dele, já que a porta estava aberta. Não falei com eles também, pois sabia que ficariam bem.

Entrei no último quarto, que era o meu com minha esposa, encontrando-a sentada na lateral da cama, de cabeça baixa, apertando o edredom - Peeta, por favor, me leva para o hospital. - Pediu, olhando para mim, com os olhos cheios d'água, quando me aproximei, tirando alguns fios de seu rosto, querendo saber o que ela está sentindo.

— A bolsa estourou? - ajoelhei-me na sua frente, pegando suas mãos, mantendo a calma.

— Não, mas eles vão nascer. Estão muito agitados. Isso já aconteceu antes, com o Rye. - Sua voz era quase um sussurro - Sei que não descansou ainda, mas por favor, me leva para o hospital. - Não foi preciso ela terminar a frase, pois no segundo seguinte, eu a colocava em meus braços - Posso descer as escadas, me coloca no chão. - Pediu, suspirando

— Está tudo bem, eu te aguento. Você aguentou isso por oito meses, por que eu não posso te aguentar por dois minutos, para te levar até o carro? - Olhei para ela, e seus olhos estavam cheios d'água - Muita dor? - Assentiu, escondendo o rosto no meu pescoço.

— JANE! TAYLOR! KATY! RYE! - sai no corredor, e os quatro já estavam lá, preocupados, até mesmo o Bis, que segurava a mão de Katy - Vou com ela para o hospital, vocês fiquem aqui, depois ligo para irem, ok? Vou para a emergência com a Katniss.

— As bolsas. - Jane correu até o quarto dos bebês, com Taylor atrás, e voltaram com três bolsas, uma violeta, uma verde, uma azul, e uma branca, que é a da Katniss.

— Elas podem ir também, não podemos deixar elas aqui na agonia, e amanhã é feriado. Sem escola, faculdade, ou trabalho. - Katniss disse baixinho, e estava certa. - Pega um pedaço de pudim para mim também, por favor?

— Meu Deus... Você é inacreditável. - abaixei um pouco a cabeça, acomodando-a melhor no meu colo - Vocês vão com a gente, mas em outro carro. Você dirige, Jane. Taylor, você leva as bolsas e pega um pedaço de pudim para a Katniss. Katy e Rye, vocês vem no meu carro, e um toma conta do outro, ok? - Todos sorriram, e desceram os quatro igual raios na minha frente, já eu precisei descer devagar porque ela gemia baixinho com dor.

Katy abriu a porta para mim, e acomodei Katniss da melhor forma que podia, ao lado de Rye em sua cadeirinha, já minha irmã caçula foi no banco do passageiro.

O caminho até o hospital foi um pouco... Apressado. Eu burlei todas as leis de trânsito, assim que dei partida.

— Mamãe, posso segular sua mão? - Rye perguntou baixo, quando fomos obrigados a parar em um sinal. Vi pelo retrovisor que ela suava frio, e seus lábios estavam vermelhos, por estar mordendo-os. Seus olhos carregavam dor e medo de segurar na mão dele, e machucá-lo.

— Claro, Pequeno. - Sorriu gentilmente para ele, que devolveu um sorriso enorme, puxando a mão dela, e colocando em seu colo, fazendo carrinho.

— Você pode tomar algum remédio? - Katy perguntou preocupada, vendo que Katniss estava muito branca, do tipo neve, do tipo Annie, a irmã gêmea dela.

— Não sei... Minha obstetra não disse nada, e... Aaaaaaaaahhhhh... - se jogou para o lado esquerdo, contra a porta, mas Rye não largou sua mão - Contração, contração, Peeta, faz esse carro voar AGORA. - O pedido dela, é sempre uma ordem.

— Mamãe, não gosto dus meus irmãozinho. - Bis disse, quando estávamos quase chegando - Eles fazem a senhola ficá com do! Eu não gosto de vê a senhola ou papai ou as tias com do!

— Eles só estão com pressa, bebê. - Eu disse, me virando por um instante - Eles querem ver a mamãe, o papai e especialmente você. - Vi que ficou desconfiado

— Sélio?

— Você era assim, Biscoitinho. - Katniss disse, com um sorriso torto bem sofrido por causa da dor - Você nasceu na festa do tio Finnick e da tia Johanna. - Ele puxou ar pela boca, cobrindo a mesma com a mão que não segurava a mãe

— O que?! - O ar pesado e desesperado diluiu rapidamente, causando risadas em todos nós, por sua expressão inocente.

— É, chuchu. - falei - Ainda não gosta deles? - negou imediatamente

— Nãm! Eu amu eles! Pensei que só euzinho espelava pur eles!

— Eles esperam ansiosamente para ver você. - disse Katy com um sorriso - Fale que os ama, quem sabe eles fiquem mais calmos?

Ele se inclinou um pouco, ainda bem preso na cadeirinha, e tocou a barriga da mãe, com umas leves ondas, indicando que eles estavam mesmo apressados.

— Vou espelar vocês com calma, ok? Então, palem de deixar a mamãe dodói, e o papai peocupadu! Coicha feia! Mas ainda amu vocês, e sei que é bícil, mas tuudo bem, ok? A chente os espela, mas sejem calmus! Beijus! - beijou com dificuldade a barriga da Katniss, que assim como eu e Katy, ficou emocionada. - Lesolveu?

— Sim, meu anjo. Eles estão muito calmos agora. Aqui, viu? Oh, não estão mais chutando com muita força. Não estão machucando a mamãe.

— Ichu é bom, né? - perguntou preocupado - Papai, pode ir mais divagá. Plessa não, papai, eles vão espelar. - Eu daria minha vida para que ele não perdesse essa inocência.

— Já chegamos, pequeno. - falei, rodando a chave, guardando-a no bolso, e logo atrás do meu carro, Jane estacionou perfeitamente.

— Eu colocaria toda essa calmaria no... - Katniss batendo com força na porta, fechando os olhos com muita raiva - Amor, a bolsa estourou.

O que aconteceu nos momentos seguintes foram pura cena de filme, pois Katy e Rye gritaram muito alto juntos, acusando que ela tinha feito xixi, depois Katniss xingando satanás e o mundo, então eu me perguntando o que tinha feito para a vida, brigando com Rye antes mesmo dele repetir as palavras obscenas de Katniss.

Taylor, graças a Deus saiu rapidamente do carro, assim como Jane, para ficar com as crianças. Entrei até calmo, depois de colocar Katniss em uma cadeira de rodas.

— Anda logo, Peeta! Rápido! - Ela gritava de dor agora, e chorava também.

Selena, sua obstetra, veio com um sorriso - Acho que o Rye vai poder ver seus novos irmãozinhos agora!

— Cala a porcaria da tua boca e me dá a droga da anestesia! - Olhei com as sobrancelhas arqueadas para a Katniss, pois definitivamente ela era outra pessoa em trabalho de parto. Mas a amava ainda mais.

— Ok, ok, vem, vamos, vou pedir para enfermeiras darem banho em você. - Apenas assentiu, chorando agora - 1 a 10, qual sua dor?

— Ah, sei lá, que se dane. Quat... OITO! - de repente ela se apertou na cadeira, se contorcendo de dor.

— Você, Peeta, por aqui. Quarto 348, mas vai em outro elevador, por causa dos médicos.

— Eu sou médico também! - ver a Katniss daquele jeito estava me deixando sem fôlego, mas quem estava realmente em falta dele, era ela

— Não consigo respirar... - Ela disse puxando ar pela boca, se abanando - Ai meu Deus... Não consigo respirar! Não! - eu e Selena trocamos um olhar assustado, então logo Jane apareceu com a bombinha dela, jogando para mim, e eu joguei para a Selena, que ficou com uma cara de "O que que eu faço?!"

— Dá pra ela! - eu disse o óbvio, então ela se ligou, mas Katniss quem puxou de sua mão, e eu a ajudei a tomar a medida certa, fazendo-a se acalmar um pouco, voltando a respirar com facilidade, mas como pensei, foi só um pouco.

Selena voltou a guiá-la com rapidez e cuidado para o quarto, enquanto Katniss choramingava, apertando minha mão, minhas irmãs precisaram ficar acalmando Rye, que estava soluçando aos berros, pedindo para ir com a gente. Certos passos, a família precisa dar toda junta, outros, você precisa dar sozinho, mas da maioria, com apenas uma pessoa ao seu lado.

— Tá doendo, meu Deus, me ajuda, por favor. - ela pediu, puxando ar com força, quando os enfermeiros e a Selena corriam com as coisas. Deitaram-na na cama, que já estava reservada para ela a qualquer momento pela gravidade da gravidez, e logo Maggie, a anestesista, entrou em cena, e eu estava quase beijando ela por aparecer logo.

Me expulsaram do quarto, literalmente, e eu os xinguei baixinho, porque teria que olhá-los mais vezes no mês agora, e porque eram meus colegas de trabalho, mas eu estava me lixando para isso.

Não consegui sentar, apenas mexer nervosamente as mãos, respirando com dificuldade, sentindo meu coração pulsar bem forte no peito, ouvindo-o com clareza. Eu não estava suando, mas estava ansioso.

— Pode entrar, daqui a pouco a gente te leva para ser desinfetado. - revirei os olhos para Selena, que era uma grande amiga minha no hospital, e com isso, ela riu

— Vai se ferrar, Mellark, e entra logo para ficar com ela. - dei de ombros

— Há algo que eu precise saber? - assentiu, ficando mais séria

— A pressão dela está alta, por isso, evite deixar que ela veja suas irmãos ou o Bis chorando, como se ela estivesse indo para o abate, embora a sala de parto seja mais ou menos isso. - assenti - E tenta fazer um carinho nela. Só vou preparar a sala, vocês tem vinte minutos, e peça para uma das suas irmãs ajudá-la a se vestir, está bem?

— Valeu. - ela tocou meu ombro, com um sorriso torto, e saiu acompanhada dos enfermeiros e Maggie.

— Ela já foi em parte anestesiada, então, não se preocupe com as dores. - a anestesista disse, depois de fazermos um toque. Ela quem entra nas mesas de cirurgia comigo, pois ela tem um sorriso simpático, que assim como eu, acaba deixando as crianças mais tranquilas quando vão operar. Somos uma dupla genial, e que fique claro que ela é casada, assim como eu, e amamos nossos respectivos parceiros.

— Obrigado. Nos vemos daqui a pouco. - sorriu, e saiu.

Ao abrir a porta, imaginei ver ela deitada, ou chorando, quando na verdade a encontrei sentada, com as pernas cruzadas, no meio da cama, mexendo no cabelo, soltando-o. Sorri torto, contemplando-a por alguns instantes.

Ela estava no topo de sua graciosidade, sem sombra de dúvidas.

— Olha quem está aqui! - disse baixo, mas com um sorriso, e os olhos brilhando, pelas lágrimas que começavam querer cair - Pensei que fosse sair correndo quando me viu passando mal no quarto, ou seja quando notasse que na verdade a minha bolsa não estourou, era apenas a água da mamadeira do Rye que ficou esquecida na parte de trás e esquentou. - disse, e eu fiquei com raiva de mim mesmo, mais uma vez, por ter me mudado sem avisá-la, deixando-a sozinha, porém ri sobre a bolsa não ter estourado, eu já desconfiava.

— Eu não vou mais sair do seu lado, querida. - me sentei de frente para ela, tocando seu rosto, tirando alguns fios que caiam em seus olhos lindos e cinzas. - Nunca mais.

— Nunca mais? - perguntou com a voz ficando embargada, e era inevitável que fosse começar a chorar, e muito dentro de alguns segundos.

— Nunca mais. - e a abracei bem apertado, não me importando se havia nossos filhos entre nós em sua barriga, ou se ela era dois anos mais velha do que eu, ou que em duas décadas nem nos beijar poderemos direito por preocupações com nossas crianças que se tornarão adultas. Não a abandonarei nunca mais, até o meu último suspiro, independentemente da nossa relação. - Está com medo? - negou

— Eu tenho você aqui comigo hoje. Eu não tenho mais medo. - me afastei um pouco, e encostei minha boca na sua, devagar, demoradamente

— E eu não estou com medo, porque eu tenho você ao meu lado. - ela sorriu, então ouvimos duas batidas na porta, e uma Jane receosa entrou com uma bolsa nas mãos

— Foi mal pelo drama todo, é que eu estava com medo de acabar me esquecendo o número do quarto. - nós rimos, e ela caminhou até a cama - Essas são as suas roupas, e Peeta, mandaram eu te expulsar para se higienizar. - revirei os olhos, bufando, fazendo as duas rirem divertidas

— Vai logo nessa, que eu vou me trocar. - Katniss disse com um sorriso torto esperto - E você, tente conter as suas lágrimas para quando o primeiro nascer e chorar.

— Eu não vou chorar. - coloquei as mãos na cintura, mas sabia que eu vou desidratar naquela sala, e fazer ela passar vergonha por ter um marido tão frouxo.

Jane riu da minha cara, fazendo eu ficar sério. - Ai, desculpa, mas Peeta, você me ligou soluçando de madrugada na noite que o Rye falou papai, então, isso porque não o viu nascer!

— Eu sou um cara muito sério e focado. - peguei na mão de Katniss, mas olhava para Jane ainda - E me recuso dirigir a palavra à você. - então me voltei para a Katniss - Eu já volto. Vou falar com o Rye. Vai ficar bem? - fiz um afago em sua nuca com minha mão direita, subindo os dedos para seus cabelos, pois sei que isso sempre a acalma. Ou a deixa com vontade de me jogar na cama. Com qualquer dessas coisas eu fico feliz.

— Vou sim, e avise o Rye que estou bem. - assenti, depositando um beijo em sua testa, e fiz um toque com Jane, que sorriu feliz

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Já passei inúmeras vezes por esse processo de higienização na minha vida, porque me especializei em neurocirurgião infantil, e é sempre tenso, porque eu tenho o que o ser humano mais desconhece na palma das minhas mãos - algumas vezes, literalmente - que é o cérebro, a cabeça, e de crianças. Uma veia errada, pequenos centímetros de diferença, e posso deixa-la dependente de ajuda 24h por dia, porém, da última vez que estive em uma sala de parto, era com Prim, e ela estava quase morta, com suspiros de pura dor, pela anestesia não estar surtindo tanto efeito, já que o câncer já era basicamente terminal.

É assustador estar passando isso com a Katniss.

Caminhei em passos apressados, evitando pensar em Prim ou Sugar, e me sentei em uma cadeira ao lado da morena, que estava claramente inquieta na mesa de cirurgia.

— Eles vão demorar muito? - perguntou em um sussurro, e eu vi que Selena entrou apenas agora na sala, com as luvas e mais três enfermeiros, para cada um cuidar de um bebê.

— Não, fique calma. - eu disse, afagando seus cabelos - Maggie te deu outra anestesia? - assentiu

— Não sinto nada dos meus ombros pra baixo. Pode beliscar meu braço, por favor? - ri, beijando sua bochecha

— Claro que não! Acha que eu sou maluco? - ela sorriu, virando a cabeça para o alto da sala

— Tem um unicórnio ali. - indicou com a cabeça, e eu olhei para a anestesista, que riu, olhando a cena - E um pônei.

— Katniss. - olhei para o teto da sala, que era azul claro, com alguns desenhos abstratos brancos, indicando as nuvens, para acalmar as crianças - Não tem unicórnios aqui.

— Mas eu estou vendo. - sorriu, ressaltando suas covinhas estranhas, mas atraentes, próximas a boca - E você não está dando sorte. Ou como Barbie e o Lago dos Cisnes. Andei assistindo no meu escritório ao invés de trabalhar, sabe? - ri, como um bobo apaixonado por ela, ainda mais em tais circunstâncias - Eu sou seu pai! - engrossou a voz, e eu ri alto, desconcentrando algumas pessoas, então logo precisei me recatar - Star Wars é tão chato! Todas aquelas luzes me causam náuseas!

— É minha saga favorita!

— Que se dane! Eu gosto mais de filmes que possuem início, meio e fim! Cada coisa... A maior chatice isso, já está no sétimo capítulo, no sétimo filme. VAMOS INVESTIR EM PERCY JACKSON! - balançou a cabeça de um lado pro outro - Mesma coisa Harry Potter! Odeio! Misericórdia! Quanto eu tinha 11 anos, nenhuma andorinha me entregou a carta de alforria! - cobri a boca com uma mão, enquanto fazia carinho em seus cabelos com a outra, me divertindo com suas falas sem sentido, embora eu concorde que já está chato tantos remakes de Star Wars, não sei. Só vem mudando a qualidade da imagem. Ficaria feliz se investissem mais em Percy Jackson. Não gosto de Harry Potter, então sou indiferente a isso, mas sei que não é uma andorinha que entrega as cartas...

— Você deveria parar de ficar tentando se mexer. - eu disse, depois de ver seus batimentos cardíacos aumentando gradativamente, me deixando desesperado

— Eu estou sentindo dor. - falou bem séria - Estou com muita dor no peito, como um pressentimento ruim. - seus olhos se encheram de lágrimas - Peeta, o que está acontecendo?

Ergui os olhos, observando Selena tranquilamente realizar os procedimentos, mas o que preocupa são os batimentos de Katniss.

— Falta pouco, casal. - Maggie disse, olhando para todos os fatos ao seu redor - Muito pouco. Relaxem. - sorriu feliz por nós dois, e Katniss pareceu se aliviar um pouco, realmente, a começar pela queda dos batimentos, até um bom ritmo.

Eu estava morrendo de cansaço, porém a euforia de estar ali com ela, segurando sua mão, mesmo que ela não esteja sentindo, como um gesto de que eu estarei com ela até o final. Então ouvimos um resmungo, e eu sabia que era esse o momento que eu começaria a soluçar de emoção. Como muitas vezes, eu estava certo.

O choro ecoou por toda a sala, tirando sorrisos das pessoas presentes, e era como se eu estivesse sido anestesiado de tudo. Era a coisa mais alegre e sofredora que eu já tinha ouvido.

— Quer cortar o cordão umbilical, papai? - Selena perguntou divertida, e eu olhei para minha esposa, pedindo permissão, e ela revirou os olhos

— Vai logo! - sorri, me levantando, e foi a coisa mais emocionante que já fiz, prendendo o ar quando fiz isso, sentindo meu coração acelerar, com certeza passando do normal, dando a impressão que explodiria de tanta alegria por fazer parte disso.

Katniss ficou com as bochechas vermelhas por causa do choro, mas com um sorriso no rosto, e pude ver o quanto eu sou covarde mesmo. É a coisa mais linda que eu havia presenciado em toda a vida.

— Digam oi para o novo garotinho da família! - Nancy me entregou um embrulho azul, e logo mostrei para Katniss, quando me sentei novamente ao seu lado

— Ele é perfeito. - falei encantado com aquele ser miúdo em meus braços, que tinha parado de chorar, e agora olhava com os olhos meio abertos para mim, depois para Katniss

— Cory? - perguntou, emocionada, e eu assenti, rindo de emoção, por ter me ausentado na vez de Rye. Estou tendo a chance de mudar isso.

— Sim, é o Cory. - falei olhando para ela, que sorriu - Rye vai ter com quem brincar agora. - ela riu, apaixonada, mas infelizmente logo tiveram que levar ele para outros procedimentos comuns. - Ele tem os seus olhos. - falei, vendo que ela estava impaciente, olhando para o teto, mordendo a boca

— Mas tem o seu cabelo loiro. Eu quero um bebê moreno, para não confundir. - ri, jogando a cabeça para trás - Eu estou falando sério. É um pouco desesperador ter agora dois minis Peeta correndo pela casa. Com quem eu vou brigar?!

— Acho que comi... - fomos interrompidos por outros chorinho, dessa vez mais baixo, delicado, e os olhos dela brilharam, então, novamente fui cortar o cordão umbilical, tremendo, mas disfarçando, é claro. Preciso ser forte quando a Katniss não está sendo, e ela forte por mim quando não posso. Não que eu possa agora, no entanto, eu não posso me jogar no chão e ficar chorando, pois ela precisa de mim, e eu dela. Ah. Nada mais faz sentido, de tão entorpecido que estou por causa de tais situações.

— Aleluia, uma companhia para eu ir comprar perfumes! - Katniss disse, sabendo que com certeza agora seria uma menina, e eu agradeci por ela não estar sentindo nada do pescoço para baixo, pois eu não chorei quando vi aquele corpo pequenino sendo levantado, eu só tremi. Tremi muito. Era a minha garotinha, minha primeira menininha. - Cadê ela?

— Espera, estão fazendo o procedimento todo ali. - acalmei-a, vendo que seus batimentos começaram a subir, e Selena me olhou preocupada - Vamos chamar ela de Candy ou Blue? - tentei aliviar o clima, com os dedos em seus cabelos, para relaxa-la, mas sua pressão ainda estava alta, assim como os batimentos - Amor, você precisa ficar calma. - sussurrei, preocupado

— Eu quero ver logo ela. - disse choramingando - Por favor. Nunca te pedi nada. - olhei fingindo tédio para ela, e a mesma riu - Desculpa. Mas pode pedir para serem mais rápidos? Estou começando a sentir o meu braço. - falou franzindo o cenho

— Como assim? - arregalei um pouco os olhos. - Não pode sentir nada do pescoço para baixo até um tempo depois do parto.

— Avisa pra a Maggie, por favor? Estou começando a sentir dores. - na mesma hora chamei minha amiga, que se preocupou

— Meu Deus do Céu, calma, ok? Vou resolver isso agora. - garantiu - Mas fique calma.

— Ok. - Katniss respondeu, e novamente Nancy veio até nós, rindo, com um embrulho um pouco maior que o de Cory

— Essa menininha parece que gosta de atenção... Nasceu bocejando. - falou divertida, me entregando, e os olhos de Katniss brilharam em expectativa.

— Ela tem os olhos cinzas azulados, mas mais para o cinza. - Katniss disse baixo, quase em um sussurro, por causa da anestesia, e seus olhos deixavam a clara intenção de que ela queria tocar nos cabelos loiros dela, então, o fiz pela mesma, que sorriu, e a menina de olhos enigmáticos fechou os olhos, e se aconchegou em meu abraço, fazendo Katniss rir chorosa, assim como eu. - Ela pode se chamar Candy.

— Então, assim vai ser. - ela sorriu, para a bebê loiro de olhos cinzas azulados - Será que a Blue vai ter olhos azuis? - perguntou divertida, depois que a enfermeira levou para longe de nós por alguns instantes, me deixando incomodado por não estar vendo eles agora. Onde estão? Passam tantas coisas pela minha cabeça, que acabo me esquecendo do que mais é essencial, pois eles estão sendo muito bem cuidados agora, enquanto minha esposa está sonolenta na mesa de cirurgia, ainda em trabalho de parto.

— Eu só quero que ela nasça bem. - eu disse baixo, tirando alguns fios de sua testa - Está sentindo alguma coisa? - suspirou, fechando os olhos, e assentiu - O que é?

— Um incômodo sobre aonde estão mexendo. - logo levei o caso para a anestesista, que perguntou mais o que ela sentia - Estou sentindo passarem os dedos por dentro. - Katniss suava, tinha a boca meio pálida - Isso está me deixando nervosa. - eu e Maggie, que já estava vendo outra anestesia, olhamos para o cardiograma, que aumentavam de forma preocupante, e as lágrimas nos olhos de Katniss - Ai meu Deus, ai meu Deus! - disse mexendo as mãos, soluçando - Para com isso! Para com isso agora! - pediu, desesperada, e senti sua mão apertar com muita força a minha, indicando que tinha passado totalmente o efeito da anestesia, e mesmo com meu corpo 101% gelado, segurei sua mão de volta, observando o pavor nos olhos dos médicos

— Maggie! - Selena disse, com a voz abafada pela máscara - Olha os batimentos cardíacos dela! Podem prejudicar o bebê! Anestesia ela agora!

— Eu estou tentando resolver tudo, não sei o que deu errado! - ela disse, com os olhos confusos, enquanto aplicava coisa em Katniss, que gemia e chorava de dor, enquanto eu não podia falar nada - Peeta, você precisa sair. - então, pela terceira e última vez naquela tarde, ouvimos mais um choro, alto, bem escandaloso, me tomando pela mesma emoção dos outros dois. Era Blue.

— Aaaaahhhh... - disse minha esposa com a voz fina, segurando o choro ao máximo, assim como eu, que fazia carinho em seus cabelos, na intenção que a dor passasse, quando eu não acreditei no que ouvi, mais uma vez

— Peeta, precisa sair da sala. - o ajudante de Selena disse, e estava claro que não queria pedir isso - Vai lá, cara.

— Eu não vou fazer isso, olha como ela está! - devolvi no mesmo tom que ele, depois de afastar-me só um pouco, porque precisaram colocar algumas coisas na veia de Katniss, que perguntava sobre a caçula

— Peeta. - Maggie disse, e indicou o cardiograma de Katniss que diminuía, e a mesma estava chorando baixinho, aos suspiros de dor. - Blue está bem com os enfermeiros e Finnick, porém, você precisa sair. - os segundos seguintes foram corridos demais, mas em um minuto, eu estava sendo levado a força por três pessoas, porque o cardiograma da Katniss diminuía a cada segundo, e eu vi alcançar a cinquenta, quando ela fechou os olhos, com Blue em total silêncio na sala. Selena nem olhou em minha direção, correndo contra seu próprio tempo e a lógica. Eu conheço aquele olhar severo.

Algo estava dando errado. Muito errado.

— NÃO! DEIXA EU FICAR COM ELA! - eu gritava, chorando em desespero, já tendo passado por isso antes - NÃO! ME LARGA! ME LARGA! - eu berrava em plenos pulmões, ainda com a máscara no rosto - PELO AMOR DE DEUS, ME DEIXEM LÁ! NÃO! KATNISS! AMOR! KATNISS! - comecei a soluçar, chorando intensamente, todas as lágrimas que guardei, que deixei ficarem engasgadas todas as vezes que pensei que ela ou Rye estavam mortos e nunca mais voltariam, mesmo que tenham ido apenas no mercado e tinham se atrasado por causa de um um churros ou sei lá.

A mesma coisa que tinha acontecido com Prim está acontecendo com a Katniss e Blue? Eu não sei, apenas que estava começando a me sentir sufocado de tanta dor na alma por aquela situação.

— Você NÃO pode entrar, Peeta! Não pode ficar lá agora! Para o bem dela! - disse o ajudante

— Eu não quero saber! Me deixa entrar! Por favor! KATNISS! KATNISS! - eu me debatia, tentava empurrar, mas eu estava em desvantagem por estar com medo e desesperado por ela estar morrendo lá dentro, e eu não ter notícias de Blue. Cinco pessoas, três homens e duas mulheres me seguravam agora, com muita força, a ponto de me machucarem para me mandar distante da sala, mas era insignificante para o que meu coração passava e sentia. A vida da minha esposa e da minha filha caçula estava em risco. Estava em jogo, e nada eu poderia fazer, no entanto, estar lá e segurar elas, é o máximo que posso fazer. - Por favor, não, por favor... - eu disse, baixo, cansado de chorar, de ficar insistindo. Eu não nasci para ser feliz. Com certeza não.

Não, eu não estava cansado. Senti uma picada no meu braço, que logo fez com que eu rápida e ao mesmo tempo lentamente me desligasse de tudo, depois de mais duas pessoas para me segurarem de pé, evitando que eu quebre aquelas portas, e segure a mão da minha esposa, da mulher que eu amo. Sem pensar muito, eu apaguei, mas não caí no chão, porque me seguraram firme. Mas eu podia jurar que eles não queriam fazer isso.

...

Abro meus olhos de repente, puxando ar com força, e por instinto procuro o corpo de Katniss, para abraça-la, e ver que tudo está bem novamente, mas não senti nada além do típico cheiro de álcool do hospital e do perfume doce de Jane. Eu não vestia mais as roupas esterilizadas para o parto, apenas a minha bermuda bege e regata azul escuro, descalço.

— Ainda bem que acordou. - ela disse, preocupada, esfregando os olhos, indicando que dormia - Apagou já fazem três horas, eu estava preocupada, assim como o tio Finnick e a tia Johanna.

— Como eles estão? - me sentei na cama até que confortável do lugar onde trabalho duas vezes no mês - Digo, os bebês e Katniss?

— Primeiro, devo dizer que eles te retiraram da sala de parto a força, porque a pressão dela estava caindo demais, assim como os batimentos cardíacos. Foi bom, porque ela sentiu todas as dores depois que Blue nasceu, ou melhor, sentiria se Maggie não fizesse ela dormir de uma vez. - as lágrimas logo voltaram para os meus olhos, e ela estava abalada, pela brancura incomum de seu rosto - Te deram uma injeção com calmante, então você dormiu e te trouxeram até aqui, onde está desde então.

— Ela está... - não consegui terminar a frase, sentindo o ar fugir totalmente dos meus pulmões e a minha pressão cair como a neve, bem rapidamente, e era realmente como se estivesse nevando dentro de mim, pois nunca senti um frio na espinha tão forte como esse. Foi assim que o médico disse que Prim estava morta, mas eu nem gritei, não chorei, apenas tremi intensamente, para então, quando me sentei no chão do corredor do quarto dela, comecei a chorar alto e ininterruptamente, fazendo outros passarem e se emocionarem, por ver um cara alto, loiro e do olho azul, quase gritando de dor, e claramente eu não estava na espera. Era uma noticia definitiva. Sofri tanto, que precisei ser dopado três vezes, de uma só vez, para não tentar algo que prejudicasse a minha vida.

Jane suspirou, fechando os olhos - Por pouco não. Maggie e Selena conseguiram manter a pressão e os batimentos. Todas as crianças estão bem, e extremamente calmas no berçário. Katniss está se recuperando no quarto aqui ao lado... - antes que ela terminasse, eu logo estava rapidamente abrindo a porta de onde eu estava, e a porta do quarto da minha esposa era realmente ao lado da minha, ao lado esquerdo. Jane riu, feliz atrás de mim. - Espera. - segurou minha mão antes de eu abrir a porta - Peeta, fica calmo. Está tudo bem com ela agora. - disse minha irmã, tocando meu ombro com calma, como se fosse um algodão - Por favor, vai com calma.

A puxei para um abraço apertado, e escondi o rosto no seu pescoço, sem dificuldades por estar acostumado a isso, e comecei a chorar baixinho, sentindo-a alisar minhas costas. - Pode chorar, pode chorar, P. Fique a vontade. - disse em um sussurro - Você tem todo o direito.

Depois que se passaram dois minutos, mas para mim foi como uma eternidade, parei de chorar, me recuperando 100%, fazendo minha irmã colocar um sorriso sincero no rosto.

— Quem você quer ver primeiro? Os bebês ou a Katniss? - balancei a cabeça

— Eu quero ver ela primeiro. - minha irmã beijou minha bochecha, e segurou minha mão cuidadosamente.

Jane abriu a porta, e logo eu podia sentir o cheiro do shampoo de frutas vermelhas de Katniss, com a colônia de bebê de Rye, e novamente quis chorar quando vi ela deitada no canto da cama de hospital, com poucas coisas monitorando-a, e Bis bem abraçado a mesma, dormindo com seu nariz pequeno todo vermelho, ainda pelas lágrimas.

Minha querida estava com um braço sobre ele, trazendo-o para mais perto, e ressonava baixinho, porém eu sabia que não estava dormindo, porém, tentava.

— Onde está a Taylor, Katy? - Jane perguntou baixinho para a minha outra irmã, que estava parecendo uma criança pela forma que dormia no sofá, querendo ocupar pouco espaço

— Foi comprar um biscoito recheado pra mim, porque só tem biscoito de sal aqui. - respondeu sonolenta - Tchau. - e se virou para o outro lado, respirando fundo uma vez, então normalizou a respiração, como se nem estivesse ali.

— Eu vou ir atrás da Tay, ok? - assenti - Já volto. - e saiu, sem fazer barulho.

— Você está acordada, não me engane. - eu disse sorrindo torto, mexendo em seus pés finos e pequenos, gerando uma risada baixa da minha esposa, que abriu seus olhos cinzas lindos e intensos, prendendo-me como um metal, e ela era o ímã.

— Rye só dormiu depois que ficou do meu lado, mas ele queria você também. - disse baixo, com a voz rouca pelo cansaço e sono - Temos mais três pessoas na família, Peeta. - ri, assim como ela - E as meninas vão voltar para Nova York. A gente tá perdido.

— Só um pouco. - respondi - Às segundas, quintas e sextas-feiras, eu não estou em casa até às 14h, depois, 100% livre.

— Hospital para crianças especiais? - assenti - E a Violeta?

— A cabeça dela diminuiu. - comecei a fazer massagem em seus pés cobertos pelas meias - Não está mais do tamanho do ventilador, agora parece mais uma melancia média. Hidrocefalia é muito sério, e não é fácil drenar toda aquela água, mas ela vai ficar bem. - assentiu - Eu posso sair um dia de lá. O trabalho é totalmente comunitário, então posso ir apenas uma vez ou duas na semana para cuidar e apoiar as crianças.

— Não, vamos esperar para entender o cronológico deles, eu não quero que pare de ajudá-los. - sorri, sentindo mais uma vez de que eu havia feito a escolha correta. Katniss é maravilhosa. - E eu vou mudar a frequência da qual vou trabalhar, não preciso ir todos os dias, e está na hora de promover Johanna para vice-presidente aqui no Novo Arizona.

— Já viu eles? - negou, suspirando

— Mas posso ir lá ver como estão no berçário. Andando bem devagar, mas posso. - assenti, e peguei com cuidado Rye, acomodando-o como se fosse um recém-nascido, e o mesmo abriu os olhinhos azuis, e sorriu um pouco, escondendo o rosto entre as mãos, e colocou o mesmo no meu ombro, fechando os olhos.

Segurei a mão dela, que se levantou com dificuldades, mordendo o lábio inferior com força. Eu a amo tanto, que mesmo vendo-a com o cabelo solto e bagunçado, mesmo que só um pouco, acho-a a mulher mais linda do mundo, nem me importando para a ausência de sua maquiagem, podendo enxergar suas pintinhas de nascença.

— Madge ligou? - perguntou, depois que ajudei ela a calçar seus chinelos e vestir um robe preto, já que usava uma camisola agora, que ia até metade de suas coxas, ideal para quando se tem bebê mesmo, podendo facilmente descer a alça da mesma e amamentar sem muitos problemas. Estava abraçada ao próprio corpo, um pouco inchado depois da cirurgia, mas não muito, porém se escondia em mim, que a abraçava com o braço que não carregava Rye.

— Jane disse que sim, e ela junto com Cato e Lauriel virão em dois dias. - assentiu

— E Finn?

— Eu não sei, ninguém o viu, mas sei que as crianças passaram por ele. - assentiu cansada, quase dormindo em nossos passos lentos até o berçário, assim como eu, mas estávamos com os olhos bem abertos, e com disposição para o que der e vier.

— Por aqui, papais. - Selena disse, rindo empolgada, depois que a enfermeira foi chama-la

Nos levou até um quarto grande, com uma parede transparente, para podermos ver nossos filhos, que estavam com outros bebês recém-nascidos, e sorriu abertamente, entrando lá sozinha, nos deixando esperando do lado de fora, querendo saber com mais calma e clareza agora quem eram os novos integrantes da família.

— Biscoitinho, olha ali. - Katniss disse, mexendo na barriga do pequeno, que se mexeu um pouco - Biscoitinho de chocolate branco. - falou de novo, divertida, e eu senti ele sorrir, quase rindo, mas estava ignorando ela - Cadê o meu Biscoitinho, Peeta?

— QQQUUUIIIIIII! - ele gritou, jogando os braços pro alto, e quase saltando do meu colo, mas não o coloquei no chão, nem mesmo quando parou de se balançar, fazendo a gente rir de seu rosto - Hm? Papai? - perguntou confuso, olhando para o vidro, então, olhamos para lá também, vendo que Selena, junto com mais duas enfermeiras, segurando três bebês, um com roupa roxa, outro com a amarela e um com azul.

— De amarelo é o Cory - ela disse, ficando emocionada, me abraçando com os dois braços, de lado - Roxo é a Candy e azul a Blue.

Elas se aproximaram do vidro, mostrando os três com clareza, que estavam acordados, mas Cory não gostaria de ter aberto olhos, resmungando baixinho, só que quando aninhou um pouco ele, na mesma hora parou e ele sorriu com aquela gengiva rosada de todo bebê.

— Ele parece comigo, Peeta! - Katniss disse rindo, emocionada, querendo pegar todos eles e levar agora para casa, mas ela precisa descansar um pouco aqui mesmo no hospital, por três dias, para não ter nenhuma complicação.

— Mas a Blue e a Candy me puxaram, só te informando. - falei divertido, para tentar disfarçar as lágrimas - Só que a Blue tem os seus cabelos castanhos escuros. - seus olhos brilharam, de pura emoção quando pudemos ver a melhor o rostinho de cada um deles, quando trouxeram para fora do berçário, porque ela precisaria amamentá-los em seu quarto.

— Tão perfeitos... - disse, ficando corada, o que acontece sempre que ela está muito feliz, mas quando foi pegar um no colo, Selena negou

— Ainda não, você precisa sossegar e se deitar, para poder amamentar cada um deles, está bem? - assentiu, parecendo uma adolescente quando ganha seu primeiro iPhone.

Voltamos conversando para o quarto, e eu, ela e Rye só ficávamos olhando para aqueles seres pequenos e indefesos, que estavam sonolentos, mas prestávamos atenção às recomendações das enfermeiras e obstetra.

— Hmmmmm... - Rye disse, fazendo beicinho, depois que Selena ajudou Katniss a se sentar da forma correta na cama, pois ela teria que fazer aquilo mais de nove vezes ao dia, porque quando fosse amamentar um, era bom que amamentasse todos de uma vez, um por um, para não cansar ela depois. É bom que estabeleçamos um horário para todos os três de forma intercalada, sem muita diferença de tempo.

Biscoitinho começou a chorar muito alto mesmo quando Cory começou a mamar, e precisei sair do quarto assim, pois deixava os outros muito agitados, querendo chorar também.

— Poxa, cara... - eu disse, balançando ele, colocando a chupeta do Mickey em sua boca, mas ele não parou de chorar, embora não tenha soltado a chupeta - A mamãe não vai te abandonar, amor. Não vai, eu prometo. - garanti, beijando sua cabeça, indo na direção das minhas irmãs, que saíram do quarto para Katniss ficar mais à vontade comigo e os bebês

— NOOOOOO! - disse berrando, se escondendo no meu pescoço, quando viu que Taylor ia pegar ele - Não! EU QUE NANÃE!

— Rye, por favor, para de chorar. - eu disse, me sentando, e o mesmo prendeu as pernas na minha cintura, chorando de leve, me abraçando mais - Deixa o papai ir lá ver os seus irmãos? - perguntei baixo, fazendo carinho nele, compreendendo 100% o seu ciúme - Por favor.

— No! - disse com a chupeta na boca, e os olhos vermelhos por causa das lágrimas - Papai comigo e mamãe! - disse, extremamente choroso - Hmmmm... - disse, tocando meu rosto, e só poderia significar duas coisas: fralda suja ou fome. Sentia que era os dois, só pelo peso de seu bumbum, que estava estranhamente quente.

— Ok, vamos lá. - confirmei minhas suspeitas, e Jane riu, me jogando a bolsa dele - Podem ir para casa. Está tudo bem, tomem um banho e vão dormir.

— Mas ainda são oito da noite! - Taylor disse, e eu revirei os olhos

— Agora. - indiquei o elevador, e elas foram bufando, batendo o pé, fazendo Rye rir gostosamente no meu ouvido - E me liguem quando chegarem! - comuniquei, e as mesmas assentiram, acenando.

Fui para o banheiro infantil com Bis, que se debatia, enjoado - Eu vou te bater, para com isso, Rye! Coisa feia, ficar fazendo isso! - falei sério, mas não era verdade. Eu nunca bateria nele, mas isso não me impede de colocá-lo na cadeirinha sem seu urso panda. Ele precisa entender desde pequeno que não pode fazer isso.

— Papaaaaaaaaaaaiiiii... - disse com a voz fininha de bebê, com beicinho de criança, quando estávamos quase chegando no banheiro - Mida, tatai. - como estava querendo chorar e com a chupeta, complicava sua fala já muito complicada, mas eu não me importo. Ouvir ele tentar falar já é incrível.

— Vamos comer, mas antes, trocar essa sua fralda, moço. - mexi em sua barriga e ele riu, se esquecendo das lágrimas, e agradeci mentalmente pelo banheiro estar vazio, porque ele sempre gosta de dar um show quando tem mais pessoas, como por exemplo, ficar gritando coisas inteligíveis, e se mexendo, impossibilitando que eu ou Katniss troquemos sua fralda.

Dei logo um banho nele na pia que tinha, e troquei a roupa do mesmo, deixando-o sonolento. - Nanãe. - pediu a mãe, fechando os olhos no meu colo, com a boca indo e vindo constantemente na chupeta, me fazendo sorrir, arrumando seus cabelos loiros como os meus, mas seria melhor se fossem castanhos porque Katniss tem lindos cabelos escuros, só que Blue tem meus olhos e os cabelos dela, então está tudo bem, e todos os quatro não são menos que perfeitos. Todos eles. E é maravilhoso ter um filho que se pareça totalmente comigo também.

— Quer comer alguma coisa primeiro? - assentiu, e ouvir sua barriga roncar alto, me fazendo rir de sua expressão assustada para a barriga

— Que ichu? - perguntou puxando ar, tocando na barriguinha, enquanto nos encaminhava para o quarto da Katniss.

— Você está com fome, muita fome. - respondi, abraçando-o com apenas um braço, por ainda estar em meu colo. - Enquanto vê seus irmãos caçulas, vou dar papá pra você, está bem? - sorriu, assentindo rapidamente e seguidas vezes, me fazendo sorrir de volta.

— Mamãe! - ele disse alto quando entramos no quarto, vendo Finnick rindo, com Candy no colo e Johanna com Blue, pois Cory repousava nos braços da minha esposa, que o aninhava calmamente, com o cansaço estampado no rosto, porém muito feliz de tê-los em seus braços. - Ti Jô e ti Finn! - Bis identificou, e o coloquei no chão, e o mesmo ia correr para a cama da mãe, que riu da animação dele, mas só que o mesmo se agachou, cobrindo os olhos, e fazendo um barulho de indignação com a boca, então olhou para Johanna, depois Finnick, e correu para meus braços de novo, pois não queria escolher algum deles.

— Cory é mais difícil de lidar, ele gosta de ser ninado. - Katniss disse baixo, quando me sentei ao seu lado, olhei melhor para o menino de olhos azuis como os de Rye, me fazendo sorrir, notando melhor alguns traços de Katniss nele, como por exemplo a ausência de sardas e covinhas, com um nariz um pouco mais arrebitado que o meu, como os de Katniss, só que incrivelmente não a deixavam com ar de superioridade, e sim de delicadeza, repetindo-se em Cory, que me olhava curioso.

— Hm? - Rye não abriu a boca, mas olhava para o outro loiro com atenção, e comia devagar o biscoito de maisena que eu havia entregado a ele, pois já que come muito, temos que dar de um em um ou ele se engasga ou fica passando mal, vomitando, por comer demais. Ele puxou isso da Katniss, mas ela não vomita.

— Baaaaaaa... - Cory "disse", se mexendo todo, incomodado, talvez, fazendo Rye querer descer do meu colo

— O que foi, chuchuzinho? - Katniss perguntou com calma, tocando o rosto do Bis

— Tango, mamãe. - ele disse baixinho, escondendo o biscoito do irmão.

— Acho que ele quer dizer que o Cory é estranho. - Finnick disse, se divertindo, vindo até nós com Candy dormindo nos seus braços - Fala com a Candy, Biscoito. - Finn sugeriu, mostrando o outro bebê, que estava toda encolhida, e notei que ela tinha um sorriso enquanto dormia.

— Você dorme assim! - Katniss acusou, com raiva, e eu ri - Você tem esse sorriso todas as vezes que dorme. Sem exceção. Isso me deixa com ódio, porque ela tem os meus olhos, mas a sua expressão para tudo, tudo, tudo.

— E ela gosta de cócegas. - sorri com a informação dada por Finnick, assim como Rye, que tocou na pequena com muito cuidado, oferecendo biscoito para a mesma, fazendo nós rirmos.

— Amor, ela não pode comer isso, porque é muito pequenininha. - eu disse, colocando-o na cama ao lado de Katniss, e o mesmo olhou para Cory, mas com felicidade, embora estivesse chateado por não poder fazer eles provarem biscoito Oreo.

— Mas essa aqui é muito tímida. - Johanna disse, com um sorriso encantado - Nem posso acreditar que é de verdade. Blue é tão suave quanto o nome, e os olhos dela são como um rio, olha só. - a morena se sentou ao lado de Katniss, que se inclinou um pouco, mas já sabia a cor dos olhos da nossa moreninha de olhos azuis.

Eu não estava com ninguém no colo, por estar com os braços cansados, mas não consegui não pedir minha pequena para Johanna, que me passou ela com cuidado, e eu ri bobo para a caçula. Os olhos dela lembram os de minha mãe, só que na tonalidade dos de Jane, que é a mais suave de todas minhas irmãs. Me lembra Sugar. Me lembra Prim. Me lembra Katniss. Me lembra tudo o que há de bom no mundo, quando olho para ela, e pisquei duas vezes mais para disfarçar as lágrimas.

A forma da qual seu rosto era, suave, com as bochechas rosadas e gorduchas, os lábios finos, me lembravam Sugar 100%, só que morena. Cheguei a pegar a minha pequena no colo, com vida, mas ninguém sabe. Ela abriu os olhos azuis, na mesma tonalidade dos de Blue hoje, e deu um sorriso quase imperceptível ao me ver, logo fechando os olhos de sono, aconchegando-se em mim, reconhecendo que eu era seu pai, e ficamos assim, um aceitando o calor do corpo do outro, aproveitando aquele momento pai e filha, abraçados, e ela era no encaixe perfeito para meus braços, seu corpo pequeno era facilmente coberto pelo meu, mas quem oferecia proteção era ela a mim, segurança de dias melhores, porém, depois que os enfermeiros a levaram, fora a última vez que a vi com vida. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Blue era exatamente o rosto dela, mas com os cabelos de Katniss.

— Ela gostou de você, Peeta. - Katniss sussurrou sorrindo, e eu sorri de volta para ela, então olhei para o ser em meus braços, percebendo que ela tinha o mesmo sorrisinho que Sugar, só que eu sabia que não era reencarnação, e sim apenas coincidências, já que Sugar era extremamente parecida comigo, e não com Prim, com exceção dos olhos azuis claros, na exata tonalidade das minhas irmãs.

A acomodei melhor nos meus braços, fazendo ela se mexer confortável, espirando, tirando risada de nós todos, pela forma da qual fez isso. Tão linda...

Escondendo meus sentimentos e lembranças com facilidade, devolvi ela para Johanna, que se animou, e Blue gostou da tia, então eu peguei Cory, me sentando bem ao lado de Rye, que ficou entre eu e Katniss na cama, e o outro garotinho abriu um pouco a boca, mas logo a fechou, quando me viu, esticando os braços e pernas, ficando todo esticado no meu colo, e até Bis riu disso, tocando o rosto do irmão quase gêmeo. Eles se parecem muito mesmo, de assustar com tamanhas semelhanças, exceto pelo fato de que Cory não tinha as sardas e o nariz era um pouco mais arrebitado, porém era apenas isso. Mesmos olhos azuis, mesmos cabelos loiros e mesma pele branca como a minha. A da Katniss era parda, como se vivesse na Califórnia.

— Xinho? - perguntou baixinho, tocando o rosto do irmão, e eu assenti sorrindo, vendo que Katniss tinha pego Candy

— Ele e elas, são seus irmãos mais novos, Rye. Precisa cuidar muito bem deles, pois é o primogênito. - eu disse, e ele assentiu - Consegue lidar com toda essa responsabilidade? - seus olhos brilharam em expectativa, e ele assentiu imediatamente - Ok, então, a mamãe e o papai vão ficar mais calmos quando a isso. Você é responsável.

— Eu repovavel. - disse batendo palmas silenciosas, como Katniss ensinou quando precisava levá-lo para reuniões importantes que ela precisar fazer parte e apresentar, só que não tinha ninguém para olhar ele.

Como Cory dormia, não atrevi muda-lo de colo, mas peguei Candy, ficando boquiaberto com tamanha beleza e realmente doce, pela delicadeza de todo seu rosto, que lembravam um morango, como o rosto de Katniss, e seus cabelos eram maiores que o dos irmãos, e tinha até uma franjinha desajeitada, explicando o desconforto que Katniss sentiu durante toda a gestação. Era por causa dela aqui!

— Candy? - falei baixo, e ela abriu os olhos, que com certeza ficariam cinzas, mas não me entristeci por isso. Eu teria um claro trabalho com ela e Blue, e precisaria aconselhar bastante Rye e Cory, pois todos eles eram crianças perfeitas, lindas demais, demais.

Espero que eu seja um bom pai para todos eles, e que os eduque e trate da forma correta, ensinando sempre coisas boas, mas que o mundo não interfira nisso.

— Aaaaaaa! - ela disse bocejando, com um sorriso, de forma linda como ela, e escondeu-se sem querer entre a manta que a enrolava, me fazendo rir, e descobri seu rosto, fazendo ela me olhar divertida, com os olhos um pouco fechados

— Já vi que você não presta. - eu disse rindo, beijando sua cabeça, com meus amigos me acompanhando na risada - Olha a cara que ela tá fazendo, Amor. - dei uma cotovelada sem força em Katniss, que sorriu, acomodando Blue com maestria em seus braços.

— Acho melhor tirarmos uma foto da família. - Finnick disse, mexendo no celular - Antes da galera chegar, né? - assentimos, e não foi preciso muito esforço para isso, apenas deixamos as crianças na direção da câmera, e como estavam sonolentas, até mesmo Rye, pois no meio tempo que passamos, comeu TODOS os dez biscoitos no pacote e tomou uma mamadeira de 400ml de suco de caju. Tô dizendo, esse garoto pode ser parecido comigo em muitos aspectos, mas quando se fala de fome, é tudo de Katniss, essa esfomeada. Por isso que eu amo ela. É sincera.

Rye colocou a cabeça no braço de Katniss, tirando sua chupeta da boca, sorrindo animado quando vou a câmera. Bem a cara dele fazer isso, pois é uma mania de Katniss. Não pode ver que estou com um celular para tirar foto que ela já sorri e faz pose, me fazendo rir apaixonado, e o mesmo se repete pelo meu filho. Ser pai é algo extremamente mágico, onde quando o seu filho nasce, você já nasce amando e amando e amando, e se apaixona por ele cada segundo da sua vida, não soando estranho. Eu aprendi a amar Katniss, Prim, minhas irmãs caçulas e meus amigos, porém não meus filhos. Desde que eu soube da existência deles eu os amo com a minha vida, com todo o meu conhecimento e todo meu coração.

Johanna me ajudou na hora de tirar um pouco da manta deles, e eu agradeci com meus olhos, recebendo um sorriso gentil e sincero dela. - Não deixe a oportunidade passar. - moveu os lábios, para Katniss não ouvir nem notar, enquanto passava as mãos no rosto de Cory

— Obrigado. - movi os lábios assim que ela olhou para mim, vendo-a piscar, em concordância, e foi para o lado de seu marido, e nem foi preciso mandarem a gente sorrir, porque foi automático.

Estávamos felizes, completos, e nada poderia ficar melhor em nossa concepção.

Seis meses depois...

— Biscoitinho, vem aqui, pequeno. - ouvi Katniss dizer bem cansada, quase sem levantar os pés cobertos apenas por uma meia colorida - Por favor, Rye. Vem aqui na mamãe.

— Quelo coto! - cruzou os braços curtos e ela suspirou, fechando os olhos

— Pelo amor que o Senhor Jesus teve por nós, vem aqui colocar uma cueca. Lauriel está aqui, assim como a Lotte e a Jess. Eu vou te pegar se não vir até aqui! - ela bateu um pé no chão, cruzando os braços também, enquanto eu observava a cena com um sorriso bobo no rosto, sem intervir em nada.

— Mas eu não queloooo! - ele rebolou, com as mãos na cintura, com tudo à mostra - Mamãe! Mamãe! Eu não goto da eca! - apontou para a peça de roupa pequena na mão dela

— E EU NÃO GOSTO DE FICAR CORRENDO ATRÁS DE VOCÊ TODO PELADO COM VISITA EM CASA! - disse raivosa - VEM ATÉ AQUI OU EU VOU ESTALAR UM TAPA NESSA SUA BUNDINHA REDONDA! - ele rebolou mais uma vez, por causa da música que tocava no andar de baixo, TKO do Justin Timbarlake, então foi até Katniss, que o levantou por um braço só, jogando por cima dos ombros e ele gritou de animação, rindo. Como ela se virou na minha direção, pois eu estava escorado na lateral da porta, com meio corpo fora e meio dentro do nosso quarto, vi um sorriso no rosto dela, um sorriso torto, por ter vencido e por não conseguir ficar realmente estressada com ele ou qualquer um dos nossos bebês.

Entrei para dentro do quarto, antes que me visse, e fui para o closet, pegar roupas confortáveis para o verão no Arizona, encontrando uma blusa do Imagine Dragons e uma bermuda branca. Quando estava vendo um boné, senti um corpo me abraçar por trás, um corpo que eu conhecia muito bem, mais do que ele mesmo se conhece.

— Eu quero você, Peeta. - Katniss disse baixinho, beijando meu pescoço lentamente - Biscoitinho e os três mosqueteiros estão com Annie, Gale, Madge, Cato, Finnick, Johanna e seus respectivos filhos na piscina. Podemos fazer o barulho que quisermos... - pegou a roupa que estava na minha mão e colocou no armário, descendo uma mão para o meio das minhas pernas, fazendo eu me virar um pouco para trás, e mordi o lábio inferior quando ela fez um pouco de pressão sobre aquela parte, para eu não gemer alto - O que me diz?

— Agora. - respondi, me virando, e como estava sentado no chão acolchoado, não foi difícil deitá-la no mesmo, deslizando minhas mãos para dentro de sua blusa, com os dedos apressados em encontrar seus seios bem maiores que o normal, por causa da amamentação, e agora eu poderia tocar nos mesmos sem fazer ela sentir muita dor.

Já entre suas pernas, eu fechei os olhos, com o rosto escondido em seu pescoço, mordendo o mesmo, beijando logo em seguida, e ela chocou nossas intimidades, fazendo nós dois suspirarmos alto.

Desta forma, eu não aguento quase um ano sem esses contatos.

Ela usava uma blusa com botões do início ao fim, e desabotoei tudo de uma vez, sendo apressado por ela, querendo cumprir logo nossos desejos carnais, reconhecendo que poderíamos ser interrompidos a qualquer momento.

Katniss desceu seu shorts e calcinha, descendo minha calça e cueca com as mãos até meus joelhos quando me ajoelhei, e ambos demonstrávamos claramente que estávamos com saudades disso, de consumar nosso casamento e nosso amor. Todo casal que se casa precisa disso.

Nós não temos isso desde seu sexto mês de gravidez!

Ela me empurrou, primeiro colocando as mãos nos meus ombros, com o rosto escondido no meu pescoço, e as pernas ao redor da minha cintura, porém me beijou na boca intensamente, e eu correspondi, sentindo ela unir a gente devagarinho, gemendo na minha boca, e eu na dela, desviando para os seu pescoço, nuca, ombros, marcando-a sem querer. Gemíamos alto, sem querer saber se alguém ouvia.

No longe nós podíamos ouvir a música The Way da Ariana Grande, tocar alta, o que me animava, para não ouvirem o que cada um de nós dois vai fazer o outro dizer e nem vão ouvir essa cama batendo com força na parede, rangendo bastante. Talvez.

Ambos estávamos cansados, mas sempre parecíamos ter disposição para curtir em qualquer aspecto o outro, e acho isso incrível.

— Katniss... - falei, segurando seus cabelos com força, com meu rosto em seu pescoço, ofegante, como ela, que arranhava minhas costas com uma mão e a outra apertava os lençóis mognos que ganhamos de seus pais (que voltaram com o casamento, sem traições dessa vez) no nosso aniversário de casamento.

— Isso, isso... Assim, aaaaahhhhhh... - escorregava os pés nos meus, outrora na cama mesmo - Peeta, não para, por favor! - exigiu, e eu continuei o que fazia, não poupando meus lábios de dizerem coisas que só convém a ela.

O cobertor que cobria nossos corpos ainda estava sobre nós, cobrindo até os meus ombros, deixando ainda melhor aquilo, inexplicavelmente. Às vezes dava vergonha sem ele, porém com o cobertor sobre nós era agradável e dava até mesmo um ar romântico a situação, que agradava a nós dois, além do mais, quando ela vinha colocando os dedos finos na minha nuca, mergulhando-os em meus cabelos, eu me curvava um pouco, e nos escondíamos sob o cobertor. Era uma sensação ótima.

7/11 da Beyoncé começou a tocar, e Katniss inverteu nossas posições, segurando com força na cabeceira da cama, fazendo eu olhar para ela e seu corpo perfeito. Nunca que eu me canso dela. Nunca. Principalmente quando eu era obrigado a ver seus seios de perto, e poder contemplar o seu corpo de um ângulo privilegiado.

— Aaaaaahhhh... - eu disse, apertando com força sua cintura, com meus olhos extremamente fechados - Katniss...

Já podia sentir o clímax se aproximar, o quarto, assim como o dela, deixando nossas respirações mais ofegantes, os movimentos mais depressa e as palavras entrecortadas, só que não estávamos nem aí. Nada disso era errado, porque éramos casados, amávamos e respeitávamos um ao outro.

— Podemos repetir isso se colocarem uma playlist animada mais vezes. - ela disse, caindo em cima de mim, depois de nos separar.

— Com certeza, é só falar que eu estou aqui. - tirei a franja que deixou crescer de seus olhos, e beijei sua boca mais uma vez, de forma lenta, mas aproveitávamos cada segundo por não saber quando poderíamos repetir isto de novo. Ter trigêmeos e um bebê de dois anos e meio não é nada fácil.

— Eu te amo. - ela disse, depois que fiquei sobre ela mais uma vez, querendo mais, assim como ela, porém iríamos mais devagar agora, com a música Adore You da Miley Cyrus de inspiração.

— Eu te amo. - respondi serenamente, segurando seu rosto com uma mão, e com a outra usando como apoio para não sobrecarregar ela.

Nos unimos mais uma vez, com prazer, com muitos sons altos, porém, com mais cuidado, com mais delicadeza mesmo que só no começo dos movimentos e carícias, suas mãos o tempo todo corriam minhas costas ou abdômen, enquanto as minhas apertavam com muita força a roupa de cama e seus cabelos, ocasionalmente, não na intenção de machucá-la, e sim porque eu os amava, e parecia que era o mesmo que ela sentia para com os meus, puxando-os com força quando aumentávamos a intensidade.

Já satisfeitos, levei ela no colo para tomar um banho de banheira comigo, sem maldade, apenas pelo simples prazer de sua presença.

Ela se sentou entre minhas pernas, depois de fazer um coque no cabelo, reclinando seu corpo para trás, com sua cabeça próxima ao meu pescoço.

— Obrigada por encher a banheira para tomar seu banho mais cedo. - disse um pouco sonolenta

— E muito obrigado por ter interrompido os meus planos, querida. - ela sorriu, depois que colocou alguns sais de banho na água, gerando espuma com aroma de rosas.

Ficamos fazendo carinho um no outro, sem nenhuma maldade mesmo, apenas aproveitando, quando ouvimos batidas na porta do quarto, que estava trancada, porém a do banheiro estava bem aberta e ficava dentro do quarto.

— Quem é?! - Katniss perguntou, quase rouca

— Lana! - minha mãe - Peeta está aí, querida?! - desci passando minha mão por toda a lateral do corpo de Katniss, cheio de segundas intenções, apenas para provoca-la, e deslizei dois dedos para sua intimidade, fazendo ela escorregar na banheira, empurrando os pés, ficando esticada na ponta dos mesmos, quase sentando no meio das minhas pernas, como reflexo, e para provocar mais, deslizei mais um dedo, com movimentos de vai e vem, deixando ela sem saber o que dizer.

— Ele está tomando banho, dona Lana! - respondeu - Algum problema?

— Eu só queria falar com ele, mas é algo bobo, obrigada! Pede para quando ele sair me procurar, e Candy já está na segunda mamadeira de leite, Finnick mandou avisar! - com outra mão, apalpei um dos seios de Katniss por trás, e extremamente viciante e prazerosamente adorável sentir o quanto ela ficava nervosa e ofegante com esses toques.

— Eu já estou saindo do banho, mãe! - respondi, mas não era muita verdade - E quando sair vou olhar as crianças e falar com a senhora, está bem?!

— Ok! - e na mesma hora interverti as posições rindo, já apertando a coxa esquerda da Katniss, que também ria, por ter sido a coisa mais constrangedora que fizemos na nossa vida de casados.

Quase metade da água saiu da banheira, enquanto consumávamos mais uma vez nossa relação, com outros clímax maravilhosos e toques inesquecíveis, para finalmente tomarmos um banho de ducha, não deixando de provocar um ao outro.

##

— Sssshhh, está tudo bem, Blue. - eu disse para a caçula, ninando-a com carinho, como faço com todos, mesmo que fosse a maior dos três, era a mais unida a mim, e eu amava isso, ter a caçula próxima a mim. Espero que não mude daqui a dez anos. - Papai está aqui, calma. - ela chorava de dor pelos dentes que queriam começar a nascer, eu podia ver sua gengiva mais inchada, como a de Rye nessa mesma situação e Candy. Cory estava totalmente tranquilo quando a isso, distribuindo sorrisos, Candy gerando risadas por sua sonolência extremamente extrema (mas nada referente a saúde. Ela é preguiçosa mesmo) enquanto Blue só quer saber de brincar, mas você quem tem que começar. Ela é muito orgulhosa para te chamar para brincar, com exceção se Rye, que já dormiu com a cabeça na barriga dela, por causa de tanto sono.

— Dá a mamadeira para ela. - Annie sugeriu, entrando no quarto dos trigêmeos - Para fazer ela dormir.

— Já dei, mas ela não quer nada e... - antes que eu continuasse, Dylan passou gritando animado só de fralda no corredor

— DYLINHOOOOO! - Rye chamou, correndo também só com a fralda

— SEUS PIRRALHOS! - Gale apareceu atrás deles também, com roupas pequenas das crianças nas mãos, sem parecer bravo, e sim que estavam brincando, pelo sorriso no rosto deles - VOLTEM AQUI AGORAAAAAAA! - então Dylan passou correndo de novo, soltando a fralda, mas Rye se desviou e não tirou a dele, gritando bem alto com a voz de criança - DYLAN E RYE EU VOU PEGAR VOCÊÊÊSSSS! - eu brincaria junto e até mesmo sorriria perante tanta animação, porém estava muito preocupado com Blue.

Blue chorou ainda mais alto, resmungando, querendo sair do meu colo. A coloquei no berço, com seu mordedor, e diferente do que pensei, ela parou de chorar aos poucos.

— Só está incomodando, eu acho. - Annie sugeriu - Ela está enjoadinha também por ter começado a comer coisas pastosas e não apenas leite e água, sabe? - assenti, olhando para a morena de olhos azuis, que olhava para mim e a ruiva de olhos verdes, irmã gêmea de sua mãe - Se continuar assim, é bom dar uma dipirona líquida na água, o que acha?

— Se está dizendo, tudo bem. Candy não sentiu dores, apenas ficou deslizando a gengiva de cima com a debaixo, rindo, achando extremamente divertido. - Annie riu - Com Cory deve ser a mesma coisa.

— Vai mudar de um para o outro, é normal. - garantiu - E vocês precisam ter muita atenção para o que está gerando a dor. - assenti novamente, então ela foi chamada na sala - Tchaaaau! - ri, vendo-a sair correndo, como Katniss. Elas não são nada semelhantes, e ao mesmo tempo idênticas.

— Peeta? - minha mãe disse, aparecendo com Candy no colo, tomando mamadeira, enquanto Cory dormia serenamente em seu berço

— E aí, mãe. - peguei Candy nos braços, porque com tanta visita, eu nem tocava direito nos meus filhos. Minha loirinha sorriu, com dois dentes menores que um grão de arroz pela metade a mostra, mostrando-se feliz pela minha presença, e eu tê-la pego nos braços.

— Você é muito responsável. - ela disse sorrindo torto, colocando uma mecha atrás da orelha, e eu não consigo acreditar que ela já tem 44 anos, pois não tem muitas linhas, e cuida de si como se tivesse 23 agora que meu pai começou a ir em um psicólogo. Ela parece que tem 37, 35 anos.

— Obrigado, isso requer muito esforço. - ela riu, se sentando no sofazinho que tinha no quarto - Eles me ajudaram com isso, principalmente o Rye. - me olhava e escutava com atenção - Ele me ensinou que a gente não pode fugir de si mesmo e precisar passar por muitas situações até finalmente olhar para dentro de nós mesmos e encontrarmos a paz.

— Katy me fez amadurecer mais. - confessou - Ela exigia de todo mundo, lembra quando ela nasceu? - assenti, rindo, andando para frente e para trás sem sair do lugar por estar ninando Candy, e a ajudando com a mamadeira, já que ela acariciava minha bochecha, fazendo um carinho gostoso e reconfortante.

— Eram quantos remédios? Lembro de não conseguir jr para a escola muitas vezes de tanto sono e vezes que acordava na madrugava e ir cuidar dela.

— Eu nem me lembro, porém, é bom, e a gente deixa de ser tão egoísta, repare só. Até às vezes que vai no abrigo é durante mais tempo, para poder dar valor e atenção que outros pais não tiveram daquelas crianças.

— Eu amo ser pai, e não sei como alguém consegue passar a bola pra frente, ignorando isso. Eles são um verdadeiro milagre. - ela sorriu, pegando e segurando a mamadeira vazia de Candy, que suspirou fundo, fechando os olhos que a cada dia ficavam mais cinzas, ronronando ao meu carinho na sua nuca, pois eu tinha esse ponto fraco, assim como ela.

Eu e minha mãe não trocávamos muitas palavras, nem eu e meu pai, mas nós sabíamos que nos importávamos uns com com os outros. A presença deles era como uma brisa depois de um dia bem quente: conforto, alívio, paz.

Coloquei a loira no berço dela, depois de ver que não há nenhum problema com Blue, que já dorme, com o mordedor ao lado. Peguei Cory no colo, pois tinha feito uma expressão de que iria começar a chorar, por ter acordado e não visto ninguém, mas quando me viu, logo esticou com braços pequenos, para pegá-lo e assim o fiz, sorrindo, vendo que só queria um pouco de carinho para voltar a dormir.

— Acho que Candy se parece mais com você, é a sua forma feminina, até no jeito que dorme. - minha mãe disse, arrumando o macacãozinho da loira, depois ficou me olhando escorada na porta com um sorriso - Parece que eles tomam um chá de crescimento, não é? - ri, assentindo, colocando uma chupeta na boca do Cory, que riu baixinho, esfregando os olhos azuis como os meus

— Eles já comem coisas que não são o leite materno. É desesperador. - ela riu, jogando a cabeça pra trás - E Rye come sozinho. Com garfo.

— Ouvi faia de mim. - um loiro rebolante entrou no quarto, com seu pijama listrado e os cabelos molhados. - Vovó! - esticou os braços, e eu não contive um sorriso torto com a visão desta imagem, da minha mãe sorrindo abertamente a ver o neto, e colocá-lo em seu colo com alegria, e ele sorriu para ela, destacando sua covinha como a minha, no lado esquerdo do rosto - Bigado. - beijou a bochecha dela, e a abraçou pelo pescoço, fechando os olhos.

— Hmmmm... - Cory disse, se mexendo no meu colo, então o coloquei em meu peito, sustentando-o com um braço debaixo de seu bumbum, e com a outra mão eu fazia carinho em suas costas macias, ouvindo-o suspirar profundamente uma vez, então, sua respiração diminuiu, fazendo um carinho suave com suas mãozinhas pequenas no meu pescoço.

— Lana, vem, vamos dormir logo. Katy está bem no quarto do Peeta, Jane no celular com o Paul e Taylor dormindo já. - meu pai chamou, depois de bagunçar os cabelos de Rye, que sorriu - Boa noite, Peeta.

— Boa noite, pai. - respondi, e quando minha mãe colocou Biscoito no chão, ele correu para a cadeira de balanço que tinha lá, e fechou os olhos depois de se encolher. Minha mãe fechou a porta, depois de me dar um beijo na minha bochecha e um na cabeça do Cory e Rye, respectivamente.

Coloquei o loiro menor no berço, com cuidado, e ele na mesma hora se virou para o outro lado, depois de empinar o bumbumzinho e dormir de vez.

— Vem aqui, vamos dormir. - falei para Bis - Você cuidou muito bem dos seus irmãos hoje, e eu estou muito feliz. - ele sorriu, mas ficou com os olhos cheios d'água - O que foi, meu amor? - tirei alguns fios de seu rosto, os que lhe cobriam os olhos.

— Muito, muito, muito chono. - disse, e eu assenti, guiando-o para seu quarto, que estava com Lauriel, filha de Madge e Cato, Jessie, Charlotte e Dylan em camas improvisadas, porque a minha casa é a única com piscina, e com um calor de quase 44º, é aceitável que eles venham até nós com várias comidas e presentes.

— Boa noite, meu bem. - beijei sua bochecha - Papai te ama.

— Também te amo, papai. - respondeu, baixo, e eu dei a ele sua chupeta do Mickey favorita, fazendo-o dormir ainda mais rápido. O cobri, dando mais um olhada nas outras crianças para ver se estava tudo bem e certo, então deixei a porta entreaberta, com luzes especiais ligadas na tomada para não ficarem com medo caso acordem.

— Opa! E aí, Pepe! - Katy disse, sorrindo - Legal, né? A família reunida? - sorri

— A casa tá cheia, muita louça para lavar, muita gente para conversar e dar atenção, porém, está sendo demais. - a abracei apertado, levantando-a um pouco do chão, e ela riu, cobrindo o rosto - Como está se sentindo na nova escola lá em Nova York? Quase não nos falamos desde que voltou para passar esse final de semana comigo, vida. - ela sorriu.

— Tem muitas pessoas legais lá, e ninguém me olha feio. Tem um menino que tem Síndrome de Down também, sabe? - assenti, guiando ela para o meu quarto, onde dormiria com minhas outras irmãs e Katniss, mas só que ela e Taylor que ficariam na minha cama.

— Não quero você namorandooo! - eu disse, bagunçando seu cabelo curto que batia em seus ombros, lisos de dar inveja, e nenhuma presilha conseguia ficar presa porque são lisos de ficar escorridos.

— Eu quero. Um dia. Não agora. Só tenho 15 anos! - meu peito se encheu de orgulho ao ouvir isso - Tipo, ano que vem, aos 16. - na mesma hora o sorriso sumiu do meu rosto, fazendo ela rir.

— Depois dos 18, quando estiver na faculdade!

— Mas e se me acusarem na faculdade? - perguntou, abaixando a cabeça - Eu tenho Down.

— E não uma doença contagiosa. - lembrei - Você é super sexy, discreta, tem postura forte e decidida. Cara, eu me casava com você se não fosse seu irmão! Duvida disso?

— Hã...não! - sorriu, com os dentinhos ainda um pouco tortos, mesmo com aparelho dentário, mas ela era linda, perfeita.

— Deus não comete erros, Katherine. - usei o nome todo dela, e beijei sua testa, antes de entramos no quarto para dormirmos - Ter síndrome de down é apenas uma falha, mas isso não a torna feia, e sim mais linda, importante e inteligente. Você ganha tudo na vida pelo seu esforço, conquista as pessoas pelo o que é, e não pelo que tem. - seus olhos brilharam - E fora que é uma princesa sem coroa.

— Eu quero uma coroa. Meu presente de aniversário. - disse, apalpando os cabelos para dar mais volume aos mesmos, empinando o nariz

Entrando na brincadeira, me afastei um pouco, curvando-me - Mas eu pedido é uma ordem, princesa Katy!

— Assim seja, pobre plebeu. E escolha para mim um bom partido, de preferência com sua forma de pensar e de agir, porém quero um homem alto, não muito forte, mas forte, de olhos castanhos escuros e cabelo preto, está bem? - assenti, abrindo a porta do quarto, permitindo que ela entrasse na minha frente - Obrigada.

— Serei seu crush até você arrumar um depois da faculdade, e pode dizer que sou seu namorado para suas amigas, está bem? - assentiu, séria, assim como eu - Só me avisar quem te menosprezar que eu sei usar uma arma. E um bisturi.

— Aviso que é neurocirurgião e tem uma arma. - olhei para Taylor e Jane, que dormiam serenamente, ocupando pouco espaço, de tão cansadas que estão, por terem passado o dia na piscina.

— E sou seu namorado. - assentiu, pulando na cama, e logo fui para onde estava forrado para mim, me deitando ao lado de Katniss, que estava toda encolhida, quase dormindo. A abracei, beijando a ponta de seu nariz, fazendo-a sorrir, com os olhos fechados.

Quando penso em minha esposa linda, que é Katniss, sempre penso na cabeça dela. Me imagino abrindo seu lindo crânio, e desenrolando seu lindo cérebro, tentando obter respostas para suas atitudes e reações. SEMPRE pensei em abrir sua cabeça nessa intenção para poder ser uma pessoa melhor, desde que ela apareceu no meu apartamento.

— Oi, amor. - disse, abrindo os olhos - Ouvi eles chorarem, mas estava muito cansada para poder me mexer. - assenti, passando os dedos por seu rosto depois que nos cobri - Eles estão pesados e crescidos. - sorri, olhando em seus olhos

— Só se passaram seis meses.

— Mas já comem coisas pastosas, e estão criando dentinhos! Dentinhos! - colocou as mãos na bochecha, balançando o rosto em negativa com seus olhos fechados, desesperada - Daqui a pouco estão andando, principalmente a sem vergonha da Candy, que ama engatinhar e faz a festa quando está no andador, Cory ama jogar as coisas e se arrastar até elas, enquanto Blue só gosta de colo, dormir e peito, mas tenho mais medo dela, de dar uma reviravolta na situação e ser a primeira a sair correndo e dizendo "mamãe" ou "papai". Então vão namorar aos 18 anos, enquanto Rye vai para a faculdades aos 20, aí nós ficamos velhos, e dependentes de alguém e... - ela ia começar a soluçar, pois algumas lágrimas já desciam silenciosamente por seu rosto, então calei sua boca com a minha, e aprofundei o beijo por saber que minhas irmãs estavam focadas demais para poder se importarem comigo e Katniss nos beijando, ainda mais com um cobertor nos cobrindo, impossibilitando descobrirem o que fazíamos.

Desci uma mão para suas costas, acariciando a base da mesma, mas outra segurando seu rosto, e ela gostou da minha atitude.

Nossas línguas batalhavam uma com a outra, mas ninguém estava interessado em coroar um vencedor. Pensei em ficar por cima dela, descendo nossas calças, e nos juntando como um só, porém não deu. Tinha mais gente ali.

— Eu nunca mais vou te abandonar. Nunca mais, ouviu? Eu te amo, eu te amo, e vai ser assim até o meu último suspiro, até minha última pulsação. Eu sou apaixonado por você e por nossos filhos, também me assustando pela velocidade da qual crescem, e não param mais, mas ao invés de se preocupar com isso, pensa em aproveitar o tempo que temos com eles, aproveitar para tirar muitas fotos, aproveitar os momentos, beijá-los, abraçá-los, dizer que ama e provar isso ao invés de se esquivar. Nada vai fazer o tempo parar de passar. Nada mesmo. - passei os polegares por suas lágrimas, e ela fungou - Eu amo você. - a abracei, fechando meu olhos quando fiz isso, e ela me abraçou de volta.

— Você está certo, e saiba que quando acordo agradeço a Deus todos os dias por sua existência, todos os dias mesmo, pelo amor que você me dá, pela forma que trata nossos filhos, e não recebe muito em troca. - sussurrou

— Ter vocês é um pagamento diário, onde meu 13º é como o dia de hoje, toda nossa família e pessoas que temos em comum reunida em pleno mês de março, e recebo extra quando vocês sorriem ou dizem que me amam. Eu recebo mais do que o suficiente para todos os dias continuar seguindo em frente e meu amor é gratuito.

— Mas muita gente vende o amor, e você poderia fazer isso, mas não o faz.

— Porque meu amor é totalmente sincero e verdadeiro. - senti ela sorrir, e me abraçar mais forte, colocando as pernas ao meu redor já que só dorme assim.

— Eu sei que é, e isso me faz ter a certeza que mesmo que toda a nossa beleza passe um dia, nossos filhos cresçam e tenham filhos... Você vai continuar sendo meu amor. - não a beijei, não a abracei, e não disse mais nada. Apenas olhei em seus olhos, e sorri.

Eu havia feito minha escolha quando fui bater na porta dela depois que me contaram da existência de Rye. Eu a havia escolhido, eu havia escolhido meu filho, eu havia escolhido o certo, porque eu havia escolhido minha família.

Cometi inúmeros erros, mas o maior e pior foi pensar que me afastando dela seria o correto, porém, graças à Deus, nós nos reencontramos e nos encontramos, sendo duas peças de um coração quebrado, tivemos total encaixe.

E será assim que a morte nos separe.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Esses seis meses firam muito confusos? Eu acrescentei para ficar maior, e recompensar minha ausência no último mês... Espero que tenham gostado, porque foi um capítulo muito difícil de escrever, pois é o penúltimo, e a próxima atualização será a última de A Proposta :( Nem posso acreditar... Vocês foram companheiros e sinceros e meus amigos em todos os capítulos, e é muito difícil me despedir de algo assim, mas é chegada a hora.
Mais uma vez, muito obrigada pela recomendação, Nickney. Você é um amor, e uma escritora que merece mais atenção das pessoas no Nyah! que leem fics originais.
Desejo a vocês um 2016 ma-ra-vi-lho-so, com muitas vitórias, muito aprendizado, muita paz, muita saúde, muita inspiração, muitos momentos em família, muitas alegrias, muito amor, muitas coisas boas, e que seja muito melhor do que 2015, e que 2017 seja muito melhor que 2016!
Oh... Para 2016, eu decidi que não vou escrever mais fics de Jogos Vorazes. Assim que eu concluir A Seleção da Herdeira, vai ser provavelmente a última vez que escrevo para postar, pois eu vou fazer mesmo Jornalismo, porém, eu preciso começar a escrever outras coisas, voltar para alguns de meus poemas, cordéis, redações e talvez fics originais, mas estou sem planos em mente. Foi uma decisão muito complicada, porque uma pessoa tomou esta decisão, e era o sinal que eu precisava para poder mudar o que escrevia, etc. Quando peço sinais assim para Deus, é MUITO sinistro porque Ele manda na hora, maluco. Era isso o que eu tinha para dizer em ASDH mas esqueci.
Ah, pessoal, estamos em 465 comentários, faltando apenas 35 para chegarmos a 500... Eu vou postar o próximo capítulo assim que terminar, se eu tiver todos os que acompanham comentando ou não, mesmo que apenas um comente, não faz diferença, eu vou postar, é minha obrigação. Só que tem muita gente acompanhando, e 35 não é nem um quarto da quantidade de pessoas que acompanham. Eu ficaria muito feliz se AP chegasse aos 500, mas se não chegar, eu tô MUITO bem também porque vocês são incríveis, e eu amo, amo, amo os comentários que fazem. O máximo de comentários em um capítulo foram 22 e o mínimo 9, mas em todos eles eu pulei de alegria, apenas disse porque é uma loucura eu chegar tão alto assim. Pensei que ninguém fosse ler! E olha só, tenho 169 pessoas acompanhando, cinco recomendações perfeitas e 40 favoritos. Para quem começou escrevendo poemas no guardanapo, é sensacional, e tem as mensagens... Nem sei o que dizer! ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️
Virei em 2016 para a última atualização de AP, no aniversário da Katniss de 35 anos, ao invés de 10 do nosso eterno Biscoitinho (esqueçam essa palha assada de bolacha para biscoito recheado), o que acham? Vai ser narrado por ela, e haverão momentos bem mais "pessoais" entre ela e o Peeta, só que o foco será na família toda depois de tanto tempo. Será um espaço de oito anos, mas não houve espaço que separou Peeta de seu amor incondicional pela família, nem separou o Finnick das brincadeiras ou de seu amor para com Johanna, mas qual o segredo disso? Eu ainda não sei



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