A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 27
A Gravidez _ parte 1 | Bônus Katniss


Notas iniciais do capítulo

*le eu correndo de facas, tochas e pessoas*

Oi, gente! Como vocês estão?! Prefiro ocultar as várias razões de minha ausência, seja no site, seja como escritora, seja como uma pessoa grata que responde aos comentários.
Eu estou com bastante trabalho na Igreja, do qual não abro mão, mas que bem me causando insônia (literalmente), juntamente com minha dedicação ao 4°bimestre na escola. Eu já passei com mais de 23 pontos em todas as matérias, MAS, eu sou uma pessoa muito legal, que gosta de ajudar os amigos necessitados e desesperados, e o que eu faço?! Fico ajudando eles como posso na elaboração de trabalhos, que são bem cansativos no 1° ano do Ensino Médio, e sem contar o clima aqui em casa, aí eu me esqueço de escrever, sabe... *abaixando de um copo de vidro* Peço mil perdões pela minha ausência. Respondi uns vinte comentários nesse período, ou seja, nem metade do que ainda tenho para responder, mas eu vou! Eu vou!
Um agradecimento especial a Paulinha, que me mandou uma MP perguntando a razão de minha demora, e isso foi extremamente gentil. Obrigada mesmo, Paulinha!
Leitores novos, sejam muitíssimo bem-vindos, e espero que gostem desse capítulo que dividi em duas partes para recompensar minha demora.
Leitores fantasmas, também espero que gostem, assim como os presentes, e vos agradeço por nunca me abandonarem. Vocês que comentam e favoritam são anjos iluminados para me dar alegria e... e... qual a palavra que se usa para quando uma pessoa fica muito feliz quando correspondem o trabalho dela? Esqueci agora, mas quando lembrar, coloco aqui. Agradeço a Deus por vocês existerem, e desde já peço PERDÃO pelo capítulo longo que lhes aguarda.



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– Peeta? - Chamei logo após chegar da ginecologista - Peeta? - chamei mais alto

– Papaaaaaaaaaaaiiiii! - Rye gritou. Ele ama falar isso agora, pois começou a usar o "i". Katy ensinou ele.

– PEETA, SEU IDIOTA! - Katy gritou, entrando em casa correndo, depois de deixar o sapato na porta - Vem aqui agora!

– Ele está no hospital, gente. - Taylor disse, colocando os óculos escuros na cabeça - Me dá o Bis, Kat. Não faz bem carregar esse peso todo... - Corrigiu-me com os olhos, e eu senti uma felicidade imensurável no coração - Ou coloca esse gordo no chão.

– Goooooooo! - Rye riu, jogando os braços curtos para o alto, se balançando, e as minhas costas começaram a arder - Mamãe. - beijou minha bochecha - Batauioe.

– Isso, pequeno. - o coloquei no chão, sentindo os olhos das irmãs mais novas de Peeta, que agora moram aqui definitivamente, sobre mim - Vai pra sala, gostoso. - Dei um tapinha em seu bumbum pequeno, e ele gargalhou de forma linda, saindo correndo para assistir o Show da Luna.

– Não pode se abaixarrrrr! - Katy disse me arrastando para a sala - Katniss! É sério!

– Eu estou grávida, não impossibilitada de ficar com o Rye no colooooo! - Respondi forçando raiva - Estou me sentindo muito bem.

– Mas não pode fazer isso. Olha já a protuberância dessa barriga! - puxou minha blusa pra cima e eu prendi o ar. Realmente. Já estava grande. Parecia que eu tinha comido muito, era um inchaço incomum, mas não dava para saber se eu realmente estava grávida.

– Mas o Peeta não notou - Ressaltei - Não quero que ele saiba também

– Como vai esconder que está grávida? Que coisa! Outro dia você mesma disse que o Gale, por câmera viu suas bochechas mais preenchidas e vermelhas! - Joguei a cabeça pra trás - Vamos ter que ligar para a Jane. - Katy pegou o celular - Não dá. Não dá.

– Ela vai chegar daqui a pouco do cursinho, cara. Melhor esperar - Taylor sempre sensata e calma - Kat, essa gravidez vai ser a coisa mais difícil que você já viveu. - Suspirei

– Eu desconfio... - Endireitei-me no sofá - E a minha relação com o irmão de vocês vai de mal a pior desde Nova York. - eu não escondo nada delas, que são minhas confidentes, junto a Johanna. Madge mais ou menos... Ela anda muito atarefada, assim como Cato com a filha deles e tem a carreira militar. Muita pressão.

– Sério que ainda não voltaram a ser os mesmos quando chegaram lá? - Katy ficou triste - Vocês estavam tão alegres... E o Peeta ainda tem o mesmo brilho, até mais intenso desde o casamento de vocês.

– A gente está se estranhando...coisa de gente grande. - Sorri triste para elas - Eu vou tomar um banho, e quando descer... - Pus-me de pé, recusando qualquer ajuda - Faço algo para vocês comerem, ok?

– Não precisa se preocupar - Katy disse tocando meu braço - A gente faz, vai descansar um pouco. Daqui a pouco o Bis vai dormir sozinho mesmo, já que estamos andando o dia todo.

– Ok... Obrigada, meninas - elas sorriam, e eu devolvi, realmente grata, então disparei pelas escadas acima, indo direto para o banheiro, ignorando a cama intocada por Peeta nos últimos dois meses desde que viemos de Nova York.

Peguei roupas leves, largas, que disfarçavam a protuberância da minha barriga, mas antes que eu entrasse no banheiro... Annie me liga

– Diga - Pedi me sentando na ponta da cama, suspirando

– Acabei de saber que você está grávida! Ou melhor, só pode estar! - ela estava extremamente eufórica, um tanto muito diferente de mim - Sua foto de perfil do WhatsApp, está parecidíssima de quando eu estava esperando o Dylan!

– É, uhuuuuullll! Minha irmã gêmea em outro estado sabe que eu estou grávida e meu marido nãooooo! - Comemorei ironicamente - Sim, estou grávida - dessa vez eu sorri, tocando meu ventre

– Ai meu Deus! - ela disse em voz alta - GALE! A Kat vai ter mais um bebê!

– Nessa informação, você errou - Falei rindo - Sobre um bebê

– Vish! Como assim?! - Contei o que a minha ginecologista e obstetra me disse na ultrassom - Ai... Tô chorando - o pior é que eu sabia disso, dava pra sentir a emoção, ainda mais que somos gêmeas, e meus olhos se encheram d'água por isso - Katniss, meus parabéns. Sério mesmo - ela sorria - E a gente vai te ver mês que vem no natal, né?

– Alasca, lembra? Nossas amadinhas vão estar nos esperando. - Annie suspirou audivelmente

– Eu odeio elas

– Não mais que eeeeuuu - cantarolei - Peeta já sabe?

– Sim, sabe sim. Ele não ficou muito empolgado com a viagem, nem eu, mas é a vida, né? - Ela riu - Da minha...

– KATNISS! - Ouvi a voz dele no ar debaixo

– Vish, preciso ir, me desculpa. Ele chegou e não sabe de nada.

– Não vai esconder por muito tempo... Nem sei como conseguiu esconder os desmaios, enjoos. Manda uma foto da sua barriga - mandei - Bem, você parece estar gorda, mas em umas semanas vai pegar forma redonda ou oval. Como ele não sabe disso?!

– Uma coisa chamada sem relações - murmurei e ela gargalhou - Nova York acabou com a nossa relação, e ele tem dormido no quarto do Rye, acredita? E o pequeno ainda pegou um resfriado mês passado, agora eu e ele estamos resfriados.

Desliguei sem me despedir, e corri para o banheiro, fechando a porta.

Despi-me lentamente, de frente ao grande espelho, notando as mudanças que já aconteciam em meu corpo, e agradeço a Deus por ter nascido mulher, e poder gerar uma vida dentro de mim, e mais ainda por ter saúde para aguentar mais do que na minha última gravidez, porém, não fico triste, embora esteja morrendo de medo.

Meus seios estão doendo, e as pontas, com um simples pensamento de toque, tudo dói, e minha barriga tem uma forma redonda já, que me faz parecer gorda, como Annie disse, deixando-me ainda mais com medo, mas aquele bom, que deixa tudo mais empolgante.

Levei as duas mãos no ventre, de dois meses, e um frio veio, mas suportável. Acariciei suavemente, e entrei no banheira, esperando ela encher, vestindo ainda as roupas íntimas.

Prendi meu cabelo em um coque, e relaxei, deitando a cabeça na almofada já acoplada a minha banheira, e fechei os olhos, depois de ligar o rádio com um controle remoto pequeno e digital, para tocar qualquer música do meu pen-drive, então, entre todas elas, qual foi a primeira?

Give me love like her

'Cause lately I've been waking up alone

Pain splattered teardrops on my shirt

Told you I'd let them go...

Suspirei profundamente, e comecei a me lembrar de tudo, desde os primeiros sintomas da gravidez que me passaram despercebidos, mesmo que claros para Peeta, dores frequentes e mais intensas ao pegar Rye no colo, mas um exame de farmácia mudou tudo. Deu negativo, os dois que Peeta comprou, e foi aí que os problemas começaram, mas deixa eu pensar desde o princípio, com os primeiros sintomas.

— FlashBack On —

Rye acordou, chorando a plenos pulmões, e Peeta já ressonava baixinho em meu colo, depois de ter chorado devido sua ida agendada para Nova York, então, delicadamente deitei sua cabeça em um travesseiro macio, e desci as escadas correndo – Oi, meu Biscoitinho? – perguntei suavemente, aproximando-me de seu berço, e ele estava de pé, segurando o parapeito do mesmo – Está com a fraldinha suja? – o coloquei em meu braço, puxando sua fralda, mas estava limpo, limpo – Fome? – negou, puxando a minha blusa – Você quer mamar no peito? É isso? – olhou-me intensamente, com as mãos no meu sutiã, e eu sabia que a resposta era sim.

– Mama. – disse e eu sorri, sentindo meus olhos ficarem cheios d’água

– Sim, meu amor, mamãe. Eu sou sua mamãe, e sinto muito orgulho em dizer isso. – beijei sua bochechinha gorducha, abraçando-o apertado, sentindo seu cheiro de bebê gostoooosooo...

Sentei-me na cadeira de balanço, ligando no Discovery Kids, e desci minha peça de roupa. Nem precisei avisar. Ele já estava sugando meu peito, alisando o mesmo, como se me agradecesse por isso, e me encarava. – Você é muito gentil. – falei em um sussurro para meu pequeno, que não me mordia mais, por eu explicar que me machuca – Obrigada por ser um filho adorável.

Muitas mães, quando seus bebês chegam aos seis meses, ou quando nascem os dentinhos, optam por não dar mais leite materno, porém, pode e deve dar enquanto tiver. Eu ainda tenho, e bastante, então Rye faz a festa por isso. Ele não é muito fã da mamadeira, e eu amo essa sensação, dele ser ainda dependente de algo que eu produzo.

Ultimamente, meus seios têm estados maiores, e mais doloridos, mas não disse nada a respeito com ninguém. Percebo que está na hora de fazer isso, porque não estou aguentando meu bebê mamando por mais de dez minutos, deixando-me com dores na coluna.

Não quero interrompê-lo, então encostei minhas costas na cadeira, subindo um pouco Rye, que sorriu – Mais confortável agora? – não me respondeu, apenas fechou os olhos enormes e azuis, suspirando profundamente, enquanto eu observava sua boca ir e vir, acariciando suas costas pequenas enquanto assistíamos Peppa Pig.

...

– Katniss. – Peeta disse me balançando suavemente. Só lembro de ter feito Rye dormir e me deitar no sofá grande de seu quarto mesmo, que se tornará cama quando ele crescer – Amor, por favor, acorda.

– Hm? – falei com a voz rouca – To com chono. – falei rouca, virando o rosto para o outro lado, e pude senti-lo dar um leve sorriso quanto a isso – Que foi? Rye não está machucado, está? - A ideia já me fez sentar, esfregando meus olhos

– Não, querida. Está tudo bem com ele. Pare sempre de pensar no pior – garantiu rindo, mas parou, fechando os olhos e suspirando – As passagens são para daqui cinco horas.

– Eu não estou muito animada para isso, mas vamos. – eu disse sentindo minha cabeça pesar, forçando-me a cair no sono – Estou com saudades das meninas.

– Não, eu sei, também estou, mas precisamos... ir para Nova Iorque. – disse sério – Por causa dele. – ouvi ele murmurar um “cretino”... mas eu não falei nada a respeito, deixando-o xingar, mesmo que seja o pai dele. Já falei que é errado, mas adianta? Óbvio que não.

Parei para pensar, já que tudo estava lento na minha cabeça, pelo sono excessivo que tenho tido ultimamente – Olha, sabe o que eu acho de seu pai, a raiva que eu tinha dele, por ter colocado em risco a vida do nosso filho, e etc, etc, etc, mas ele é o seu pai. Nada vai mudar, e sem essa de “pai é quem a gente considera”. Você tem que ir porque ele pediu e disse que as meninas só virão se você for, então, sua obrigação é ir, e é minha obrigação te seguir, pois sei que não vai conseguir sozinho. – As palavras deslizavam da minha boca, com meus olhos quase fechando, e nem sei se ele chegou a escutar alguma coisa. Acho que é melhor que não tenha, estou com tanto sono... – Ok, vamos para Nova Iorque, mas quando é isso?

– Hoje à noite. – Meus olhos se arregalaram, olhando para seu rosto lindo – É sério. Tem um voo para daqui à... – olhou no celular, ajeitando o óculos, como aqueles nerds desajeitados, mas que lhe cai muito bem – Seis horas.

– Quantos dias vamos ficar? Tem nossos trabalhos e Rye, com consultas marcadas com a Delly e Finnick. – Ele assentiu

– Só dois dias. Por favor. Eu mesmo faço as minhas malas. – assenti, ainda cambaleante

– Tudo bem... daqui a pouco faço a do R... – e tudo ficou escuro.

...

“... e nós somos seeeeeuuuus amiguinhos. os Backyardigaaaannnnnnnssss...” Ao ouvir essa música, da série favorita do Rye, abri meus olhos devagar, vendo dois pares de olhos azuis olhando dentro dos meus olhos

– Oi, mama. – Rye disse sorrindo, acenando

– Você está bem? – Peeta perguntou e eu assenti, sentindo meu corpo pesado – Desmaiou no meu colo antes de terminar uma frase. Te trouxe para a nossa cama. Está sentindo o que? – perguntou novamente, com nosso filho em seu colo, e tocou minha testa

– Estou cansada e enjoada. – falei cobrindo o rosto com uma mão – Ontem comi comida japonesa.

– Você sempre fica assim quando come, então, por quê comeu? – Sua voz estava em um tom acusatório e eu suspirei - Vou ter que conversar com Johanna para ficar te vigiando!

– Eu amo comida japonesa.

– Não é justificativa.

– Nã jucaniva. – Rye tentou copiar, falando em um tom sério, mas como disse errado, tirou uma risada de mim e Peeta – Buuuuuuuu! – disse colocando as mãos na testa e fechando os olhinhos, balançando a cabeça em negativa

– Que foi, menino? – perguntei me sentando, depois de esfregar os olhos, pegando-o no colo

– A bubu, babá, caco, cativa. – disse e começou a balbuciar aquelas palavras de bebê que ninguém nunca entende, mas sorri para ele, feliz por ele estar tentando se comunicar.

– Ainda quer ir? - Seus olhos me olhavam como "diga não, diga não! Por favor!"

– Nós vamos, está bem? – Toquei seu rosto – E por mais que não seja nem um pouco simpática com seu pai, amo sua mãe e irmãs. – beijei sua bochecha – Se é importante para você, é importante para mim. Qualquer coisa. E suas irmãs e mãe são. – Pude senti-lo sorrir fraco – Por quanto tempo fiquei apagada? – Ele riu quando dei um puxão na parte de trás da blusa do Rye, que estava quase caindo, por ainda gostar de engatinhar, mas nem deu bola para minha atitude – Rye! – fiquei de joelhos na cama, pegando-o e pondo em meu colo, guardando para mim um gemido de dor nas costas – Não pode ficar na beira da cama, meu bem! – olhei em seus olhos – Não pode, está bem? Senão você pode cair e fazer um dodói.

– Ói? – assenti e ele puxou ar, assustado – Ói nã!

– É, dodói não. – o deitei ao meu lado – Só pode brincar no meio da cama da mamãe e do papai, ok? – assentiu, e eu sorri, vendo-o ir para o centro da minha cama, com suas roupas de frio, e bonecos da Marvel.

Peeta tinha um sorriso bobo no rosto, por causa da cena que acabara de presenciar, e disse – Nosso voo é em duas horas agora, ninguém mandou apagar aí. Temos que ir agora.

– Mas nem arrumei minha mala! – exclamei, ficando de pé, e ele revirou os olhos

– EU sou o melhor marido que esse mundo já viu, e é claro que já arrumei sua mala.

– Mas e a do Rye? – olhei para ele, que se jogou no meu lugar na cama, fazendo Rye “voar” por um instante, dando um gritinho esganiçado e infantil, batendo palmas por isso. Sorri. Não tem como ficar triste com um bebê dentro de casa.

– Prontinha, para o final de semana, e as passagens compradas de volta também estão aqui. – assenti – Só preciso saber se realmente está disposta a ir, sabendo que lá é onde várias coisas aconteceram, e que eu provavelmente vou ficar em silêncio. Depende da intensidade das coisas, mas como Rye está lá... - seu tom era sério - De verdade, eu não me sinto confortável te levando pra lá... - mexeu nervosamente as mãos, olhando para as mesmas - Mas mesmo assim, vou fazer o possível para ficar tudo bem entre a gente, ok?

– Peeta... - segurei seu rosto entre minhas mãos - Por favor, não me diga uma coisa dessas... Eu te amo, e nada pode me fazer te amar menos. - coloquei as pernas pendendo para um lado de sua cintura - Talvez eu possa sentir vontade de te socar, ou matar, mas nada, nada... - beijei sua boca - Pode me fazer ficar com raiva de você, ou afetar nossa relação.

– Mas não é uma coisa simples... - suspirou, fechando os olhos - É Prim, e todas as lembranças mais intensas. Namoro, noivado e casamento. Eu não sou tão forte assim para enfrentar isso.

– Não sabemos o quanto somos fortes até que seja nossa única opção. - o abracei pelo pescoço, bem apertado, como se fosse nosso relacionamento, e quanto mais apertado, mais difícil de desfazer - Você é forte. Você é incrível, e sei de uma parte de quem era. - ele me abraçou de volta, e fechei meus olhos.

Prim é sua ex-esposa, da qual ele amou tanto quanto a própria vida, e estariam juntos até hoje, com uma filha chamada Sugar, de quatro anos, porém, na gravidez de Prim, ela foi diagnosticada com câncer de mama.

Peeta não queria, mas ela sim, levando a gravidez até o fim, embora todos tivessem mandado ela abortar, pois é de grande risco mesmo, ainda mais no estágio 3. Ela levou, com todo o suporte e ajuda de todos, é claro, em seu quinto período em medicina, mas no parto... Ela entrou em coma, e o bebê morreu.

Cinco meses foi o período que ela ficou em coma, e quando acordou, não foi por muito tempo. Os médicos deixaram que Peeta fosse o último a vê-la. Eles conversaram, por pouco tempo, mas os aparelhos começaram a ficar imóveis, o cardiograma parando lentamente, então ela disse "eu te amo", e morreu nos braços dele.

O pai dele batia nele desde os nove anos, mas começou a maltratá-lo aos sete, quando Jane nasceu, depois Taylor, quando ele tinha nove, e Katy, quando ele tinha dez. Até hoje ele carrega marcas nas costas, marcas dolorosas, mas pior são as da mente. Ele era deixado, algumas vezes, por uma semana no porão, sem água ou comida, em silêncio.

Peeta às vezes fica dias sem falar comigo, e nesses 11 meses que temos de casados, o máximo de tempo que ele ficou "longe" de mim, dormindo na sala, evitando ao máximo a mim e Rye, foram cinco dias, por se lembrar do passado, de Prim, de Sugar, das maldades de seu pai, que inclusive já jogou nosso filho no chão, por pura maldade.

Batia na mãe, nas meninas... Seu pai era um verdadeiro pesadelo, vamos dizer assim, e quando começou a namorar Prim, levou-a em sua casa, para apresentar aos seus pais, por insistência dela. Peter Mellark disse que o "filho dele" não poderia namorar uma garota feminista, que apoia essas causas, aí ele respondeu "seu filho? Não parece que eu tenho sido da sua família há uns anos." Aí os pais dele ficaram sem se falar com ele até Peeta ir para a faculdade "não precisa voltar mais", seu pai disse, quando ele colocou a última mala no carro "ótimo, quem te disse que eu vou querer voltar?" Entrou no carro e dirigiu para Princeton.

– Você é incrível. - disse no meu ouvido, baixinho, e eu olhei para Rye, que estava todo sonolento, esfregando os olhinhos, bocejando

– Acha que ainda temos tempo de namorar antes de pegarmos o avião? - sussurrei, querendo tirar suas roupas, com um fogo inexplicável em meu ventre

– Sempre temos tempo pra isso. - me colocou de lado, e pegou Rye, quase caindo de sono, segurando o Hulk - Eu já volto. - assenti, vendo-o sair, virando-se diversas vezes para trás, para ver a minha reação, e eu ria, tirando a blusa, fazendo-o rir também.

##

– Nossa, você está incrível... - ele disse, beijando a curva do meu quadril, lentamente, subindo a boca pela lateral do meu corpo, e quando chegou nos seios, os beijou lentamente, me fazendo arrepiar toda, e ele sorriu - Está com o corpo mais preenchido. - notou, beijando meu pescoço

– Isso é ruim? - perguntei preocupada

– De forma alguma. Você está perfeita. - e tirou meu sutiã - Nossa... - murmurou em um tom prazeroso - Que corpo... - e prefiro poupar mais detalhes.

##

Nossos corpos iam fundo, cada vez mais união, mais prazer, mais preenchimento, como se essa fosse nossa primeira e última vez, querendo terminar e responder perguntas pessoais, perguntas das quais não contamos a ninguém, e última por fazermos isso de forma intensa, todas as vezes que nos amamos. - Peeta... - gemi, tentando manter a respiração, mas é impossível com o que ele faz

– Ahhhh... - gemeu baixo, no meu ouvido, com seu peso sobre meu corpo, estocando fundo e rápido - Katniss... - e no instante seguinte, inverti nossas posições, com brutalidade, e cavalguei em seu corpo, sentindo-me totalmente preenchida e satisfeita, mas ainda faltava algo: o clímax dele em mim.

A cama batia fortemente na parede, assim como rangia, mas ainda eu não tinha alcançado meu objetivo. Faço questão que ele sinta o que ele me causa.

Ainda sentada em seu colo, inclinei-me para a frente, deitando-me sobre ele e disse ofegante em seu ouvido - Eu te amo... Você me ama? - minha voz saiu em um sussurro, mas parece que ele gostou, pelo sussurro, e apertou com força minha cintura, nos rodando, e ficando por cima novamente

– Eu amo você como a lua é iluminada pelo sol, e será eternamente assim. - devolveu, beijando meu pescoço, depois minha boca, e depois de alguns movimentos, lentos de vai e vem, sentindo nossos corpos suados como um só, pude sentir seu orgasmo, assim como o meu. - Agora a gente precisa ir... Para... O... Aeroporto... - falou devagar, por estar recuperando o fôlego, assim como eu, ao meu lado, e assenti, sorrindo, como ele.

...

– Como foi a viagem, gente? Ficamos preocupados com a nevasca vindo, e não sabíamos se viriam para cá hoje ou amanhã. - Taylor disse, pegando a bolsa de minha mão mesmo com meus protestos, logo depois que saímos do aeroporto, pegamos um táxi, ela logo veio nos receber na porta, onde estava sentada na escada que precedia a casa e a varanda - E aí, neném Rye! - beijou a bochecha de Biscoito, que riu alto, escondendo o rosto no pescoço de Peeta, fazendo graça - É muito bobo esse rapazinho, não? - nós quatro rimos

– Foi tranquilo, exceto pelo fato que a Katniss comeu minha comida e só faltou colocar os pés no meu colo. - Peeta tinha que reclamar de mim, mas sabia que era brincadeira - Né, Katniss?

– Eu não. - ergui as mãos em rendição - Culpa do Rye.

– Ata, acredito. - disse irônico, fechando os olhos para mim - Ô mãe! - ele foi para a cozinha, acho, conversar com sua mãe, deixando-me com Rye, mas não reclamei. Taylor o seguiu, mas pediu para eu me sentir à vontade.

– Mamãe. - Meu pequeno disse, caindo de sono

– Vou ver um lugar para você dormir, acalme-se, chuchu. - Beijei sua cabeça, preocupada com seu sono - Fique aqui, está bem? - o coloquei deitado no sofá - Por favor, não sai daqui. - assentiu, com os olhos percorrendo todo o ambiente e sai em busca de Peeta, encontrando-o sentado, balançando as pernas na bancada da cozinha, conversando com a mãe, ao lado de Taylor, que ria alto de algo que acabaram de dizer.

Senti-me intrusa, mas quando a gente se torna mãe, perde a vergonha de muitas coisas. - Ah, claro! - Lana, mãe de Peeta disse sorrindo para mim - Vem, vou te levar para o antigo quarto do Peeta, e vocês dois, fiquem de olho na panela de pressão. - os loiros assentiram, e ela veio até mim - Me desculpa, acabei me esquecendo de levar vocês para o quarto.

– Está tudo bem, dona Lana. Eu quem peço desculpas. - Peguei Rye, que reclamou quando o peguei no colo

– Mas vocês são os convidados, e forçados. - balançou a cabeça, envergonhada - Vem, é por aqui. - segui ela na casa pequena, porém muito bem arrumada. Não tinha muita coisa, mas era confortável, e o corredor era composto por cinco portas. - A primeira é a do banheiro, no lado esquerdo, e a segunda é meu quarto. A terceira, no lado direito, é da Jane, por causa da idade, o quarto da Katy e Taylor, e o último, do Peeta. - ela abriu a última porta, e não pude deixar de ficar boquiaberta - É lindo, não é? - perguntou baixo, e assenti.

As paredes são azuis marinho, mas uma delas é marrom, e essa de cor diferente ficava de frente para a cama, com um mural com fotos engraçadas, boletins com notas azuis do último ano do Ensino Médio e datas até o dia 28 de junho de 2007. - Foi o dia que ele saiu de casa para a faculdade. - explicou a mãe, ao notar meus olhos sobre aquele pequeno pedaço de papel

– Ele ganhou tudo isso? - perguntei sorrindo, ainda com Rye em meu colo, olhando os troféus e medalhas nas prateleiras presas na parede, mas o foco era uma blusa de basquete, com o número 01 e MELLARK escrito bem grande

– Sim. Tem algumas outras, mas ele levou para Vegas, outras no sótão. Tudo muito merecido.

– Se a senhora diz, eu acredito. - ela sorriu

– Como não tem uma cama extra para o Rye, nem um colchão, vou mandar o Peeta dormir na sala e...

– Oh, não! - ri, balançando a cabeça - Esse aqui vire e mexe está dormindo com a gente, e essa cama dá para nós três. Ele quase não se mexe.

– O problema não é o bebê, é o Peeta mesmo. - sussurrou alto, e eu ri, concordando. Peeta se mexe muito quando dorme - Mas qualquer coisa, pode me chamar. - deitei meu pequeno na cama, e logo peguei sua bolsa para trocar a fralda - Eu posso brincar com ele? - perguntou baixo, quase não permitindo que eu ouvisse.

– Claro! - me virei para trás, fazendo um aceno com a cabeça - Não precisa perguntar, é o seu neto! - ela abriu um sorriso tão radiante, tão brilhante, que me deixou raivosa por eu não ter notado o brilho em seus olhos desde que viu Rye.

Ela correu para o meu lado, sentando-se no chão - Essa é a vovó, Bis. - falei no ouvido dele, que olhava curiosamente para a mãe de seu pai, franzindo o cenho

– Óó? - balbuciou e os olhos dela se encheram d'água

– Sim, a vovó! - incentivei, limpando rapidamente seu bumbum pequeno - Fala com ela, assim como o papai e a mamãe ensinaram.

– Oi, oó. - disse rindo, quando ela começou a brincar de achar e procurá-lo, e a risada se tornou gargalhada, de fazê-lo se contorcer

– Ai meu Deus! Esse menino ri de tudo! - ela disse rindo como ele, que batia palminhas animadamente - É como Peeta.

– Sim, é sim. - eu disse, apaixonada pela cena - Encantador.

Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, ouvimos um barulho muito alto, e dois berros assustados, então passos apressados. - Ai caramba! - ela se levantou correndo, mas assim que chegou na porta do quarto, ouvimos protestos

– SAI DAI AGORA, TAYLOR! EU VOU CONTAR DO CAL! SAI DAI AGORA! TA QUEIMANDO ESSA DROGA!

– SAI VOCÊ, SEU IDIOTA! SAAAAAAIIIII!

– OOOO MÃÃÃÃÃEEEEEEEEE! - eles gritaram juntos

Coloquei Rye no chão, apenas de fralda, com seus brinquedos, encima de um tapete que tinha no chão do quarto, na cor bege, bem Peeta, e fui atrás da minha sogra. Quando cheguei no banheiro, precisei me apoiar na porta para não cair de tanto rir.

– O QUE RAIOS ACONTECEU AQUI?! - Lana perguntou, assustada, ao ver Peeta e Taylor todos com feijão da cabeça aos pés

– A panela explodiu. - Taylor disse, no chuveiro, ainda de roupas - Peeta foi pegar uma coisa no armário, ai eu coloquei mais alto o fogo. A panela quase imediatamente voou, batendo no teto, e caindo, aos pedaços. A gente se assustou, berrou, e nos jogamos no chão pensando que era tiro. Sabe como é o Brooklin... Então... Vimos que estávamos ardendo e pretos.

– Ai a gente veio correndo pro banheiro porque essa droga queima, mas ela entrou primeiro. - Peeta disse encostado na parede, bem sério, de braços cruzados, e eu só ria da cena - Poxa, mãe. Fala pra ela sair do chuveiro. Eu estou ardendo todo aqui.

– Gente... - ela abaixou a cabeça, cruzando um braço e fechando os olhos - Cabe os dois ai. Pode dar espaço, Taylor. Vou limpar a cozinha, ok? Quantas vezes eu disse para não aumentar o fogo?

– Muitas... - a loira respondeu, e ficou ainda mais vermelha por causa da quentura do feijão que bateu em seu rosto - É que a gente gosta de feijão.

– Só ore para que eu termine de limpar tudo antes do seu pai chegar, porque senão esse final de semana vai ser um problema. - eu já não ria mais, desde que Peeta me olhou com os olhos semicerrados e mexeu os lábios em "vou postar aquela foto". E essa foto consiste em eu deitada de cabeça pra baixo no sofá, de boca aberta. Vai ser o fim da minha vida social, vida da qual nunca foi muita coisa.

– Eu ajudo. - falei sincera - Rye vai ficar bem no quarto.

– Não, não, pode ficar tranquila! Não é a primeira vez que Taylor comete uma dessas proezas na cozinha. Fica à vontade lá no quarto do Peeta, que em uma hora vou estar terminando. Esse garoto aí - olhou divertida para Peeta, e eu sabia que ela queria rir do mais velho

– Ha. Ha. Ha. Eu pensei que era tiro. - disse revoltado e revirando os olhos. Fiquei feliz pela forma da qual tem tratado a mãe, e conversado tranquilamente com a mesma. Sempre é bom ver alguém esquecendo o passado para se ter um bom futuro. Só quero ver com o pai dele agora.

– Disse que você faz ótimos biscoitos. - sorri gentil

– Acho que é a única coisa além da mamadeira que sei fazer. - ela riu, saindo do banheiro

– Kat, pode pegar por favor uma toalha no meu quarto? - perguntou Taylor, com o corpo quase todo sem feijão, dando espaço para Peeta embaixo do chuveiro, e os dois com roupa

– Claroooo. - saí, deixando a porta aberta, dei uma olhada em meu filho, que estava quase adormecido no tapete, então o coloquei na cama, cercado por travesseiros - Daqui a pouco a mamãe te dá leite, ok? - assentiu, gostando do meu afago em seus cabelos - Eu amo você.

– Mamãe. - disse arrastado, e eu sorri, deixando a porta fechada, assim como a janela, mas com uma fresta na cortina para ele não levar um susto com a escuridão.

Busquei a toalha no quarto de Taylor, e sorri ao ver as paredes cobertas por revistas, postêrs e fotos, muitas incluindo Peeta, todos fazendo caretas no casamento, com Rye, e quando se falam pelo skype. A cama das duas é pequena, uma pra cada, mas bem arrumada, em um quarto confortavelmente bagunçado. - NÃOOOOO! LARGA ESSE SHAMPOO, SEU FILHO DA...

– Heeeeyyyy! - quando cheguei no banheiro, Peeta tentava jogar shampoo na Taylor, mas quando me viu, largou, deixando a cena ainda mais engraçada - Sem palavrões.

– Mas ela passou sabonete no meu cabelo! - apontou para irmã - Ela é uma filha da...

– Se você xingar, eu peço divórcio e alego que é uma má influência para o Rye. - ele bufou, desligando o chuveiro - Obrigada por não estar xingando mentalmente também.

– Vocês são engraçados. - Taylor disse rindo, pegando a toalha rosa na minha mão - Vai ser legal tê-los por aqui durante um final de semana.

##

– Você não vai poder ficar sem entrar naquele quarto para sempre, Peeta. - eu disse enquanto nos balançávamos devagar em um balanço para duas pessoas no jardim, depois que ele trocou de roupa, e já estávamos agasalhados pela frente fria que logo alcançou Nova York. Cara, como ele é sexy com essa touca vermelha.

– Não quero conversar sobre isso, ok? - olhou para mim - Me desculpe, mas não quero mesmo entrar lá ainda. Minha mãe disse que as fotos no mural continuam as mesmas, e eu não quero vê-las agora.

– Prim está lá? - suspirou, assentindo - Tudo bem. - cruzei os braços, chateada

– Por isso eu não queria vir pra cá! - falou irritado - Você já está com raiva de mim!

– Não vou discutir com você. - eu disse de olhos fechados, com o rosto nas mãos - Não vou. Mas saiba que eu nem pensei em Prim até agora.

– Vamos conversar como se ela nunca tivesse existido. - disse baixo, mas aí eu respondi, rápido demais

– Não posso, porque sabe mais do que ninguém aqui que ela existiu e foi importante para sua vida. - e ainda olhei para ele, vendo seus olhos ficarem mais intensos, pelas lágrimas que se aproximavam, mas fomos interrompidos por Jane

– Peeta! Katniss! - ela atravessou correndo, ao lado de Katy, mas a caçula correu ainda mais rápido, e passou chorando por nós, sem dar oi. Peeta e Jane se entreolharam, e trocaram um olhar que apenas irmãos possuem e cada um tem um, então ele se levantou rapidamente, entrando correndo dentro de casa, atrás de Katy.

O que foi que aconteceu aqui?

Jane passou voando atrás dele também, e acho que o mais "certo" a se fazer é ver o que aconteceu. - Gente? - ouvi soluços altos, e procurei minha sogra, para saber o que tinha acontecido, mas ela cantava alto, com fones de ouvido, alheia ao mundo.

Taylor saiu do quarto, e me viu - Chamaram Katy de nomes feios na escola porque ela tem síndrome de down - explicou, com os olhos marejados - Temos que ficar de olho, para ela não se machucar. Me desculpe... - neguei, indicando que estava tudo bem - Quer entrar?

– Não sei se é o certo - eu na verdade estava com medo, de ver Katy sofrendo, assim como os irmãos, e não ser boa o suficiente para fazer ela ficar melhor.

– Vem, ela gosta muito de você, e Rye está dormindo. - assenti, vendo-a pegar um cobertor no quarto de Jane, e depois entrar no próprio quarto, fazendo eu ficar comovida, pois isso nunca tinha acontecido comigo. Sou próxima de Annie e Madge, mas elas são completos opostos, e nunca se abraçariam ou se suportariam assim, a não ser que eu esteja em meu leito de morte, talvez.

Peeta estava sentado no chão, com Katy abraçada a ele pelo pescoço, soluçando, com meu marido fazendo um suave afago nas costas dela, com Jane falando coisas positivas, sobre o quanto ela é especial e que não é uma falha cromossômica que impede a beleza dela florecer.

– Você, Katy, é a garota mais gata que eu conheço, e te pegaria se não fosse seu irmão. - Peeta disse calmo, mas sabia o quanto aquilo estava acabando com ele pelo olhar cheio d'água que trocou comigo. Há coisas que não podemos mudar, infelizmente.

– Katy, eles não sabem o que é beleza e amor se falam isso para você. - surpreendi com minha própria voz, assim como eles - Você deveria acreditar em nós quando dizemos o quanto é linda, como todos que tem down, que é apenas uma falha cromossômica, porque é um detalhe que te dá ainda mais valor para mim, para sua mãe, e seus irmãos. - caminhei para seu lado, segurando sua mão pequena - Você é linda, não importa o que o mundo diga. Deus não comete erros. Coisas assim servem para nós descobrirmos o que é o verdadeiro amor, e beleza. Não estou falando apenas por fora, também tem isso - toquei seu coração - Isso vale mais que o rosto de alguém.

– Obri-bri-brigada. - disse fungando. Apenas sorri.

– Não precisa me agradecer por ser sincera, moça! - baguncei seu cabelo curto e totalmente loiro, fazendo-a rir - É um prazer te ver de novo. - admiti quando ela me abraçou, mas ainda com as pernas as redor da cintura de Peeta

– Digo o mesmo. - sorri sincera - Agora, vamos nos separar, saiam do quarto, que eu preciso me arrumar para ver o Biscoito e não assusta-lo com minha cara vermelha de choro. - rimos, vendo-a se levantar toda animada, quase na mesma hora - Saiam! Depois agradeço com alguma coisa.

– Obrigada, Katniss. - Jane disse me abraçando apertado - Sentimos sua falta.

– Eu quem senti de vocês! - sorri para ela - E Rye também.

– O pedaço de gente veio balbuciando coisas das quais pode-se considerar positivas sobre vocês. - Peeta disse sorrindo torto

– Vou ver ele ago... - antes que terminasse de falar, a babá eletrônica deu sinais - Vish.

– É fome - tranquilizei Peeta - Pode ir para a cozinha ajudar sua mãe, daqui a pouco levo ele lá. - assentiu, grato por não precisar entrar lá agora.

Meu pequeno tinha aquelas lágrimas falsas no olhos, mas gritos bem sinceros, dos quais eu estava careca de tanto ouvir, sabendo que era fome. Sentei-me na janela, onde o pôr-do-sol entrava lentamente pela mesma, mostrando que estamos aqui a duas horas apenas, me lembrando que ainda temos dois dias e muita coisa para acontecer. - Aqui. - Jane me deu meu pequeno, que se acalmou ao vê-la

– Obrigada - disse grata - Minhas costas estão arrasadas.

– Imagino, estar com esse mini Peeta todo dia não é fácil. - ri, balançando a cabeça, mas logo parei pela tontura que senti - O que houve? - arrumei Rye no colo, enquanto o mesmo mamava como se fosse a primeira vez.

– Fiquei tonta... - acho que ela ouviu - Não estou me sentindo muito bem.

– Vou chamar o Peeta. Você ficou pálida de repente! - pegou Biscoitinho nos braços, e ajeitei meio desgovernada a minha blusa - Katniss, vem aqui. - disse séria, dando o braço para eu me apoiar - Senta aí, já volto. - assenti, mas fez as coisas ficarem mais turvas, e fui tomada por uma dor de cabeça tão grande, que desmaiei, ouvindo o choro alto de Rye e Jane chamar por Peeta urgentemente.

— Flashback of por enquanto —

– Posso entrar? - Peeta interrompeu minhas lembranças ao bater na porta do banheiro, então me lembrei do que ouvi no médico hoje, e que, se ele visse meus peitos mesmo que embaixo d'água, notaria minha gravidez claramente. Todo passam por um semestre ou bimestre estudando obstetrícia, lembro-me dos livros grossos de Annie. Eu ainda estava de biquíni, mas tinha receio de ele desconfiar.

– Pode! - virei-me na banheira, prensando os peitos na lateral da mesma - Chegou cedo.

– É, Delly aceitou me cobrir no hospital hoje à noite, porque cobri ela na última semana todinha de manhã. - assenti - Trouxe aquele seu biscoito favorito - sorri, fazendo-o sorrir também

– Por que veio até aqui? - perguntei mexendo na água, que estava em uma altura boa agora, e perfeita com espuma

– Só queria falar que cheguei, ué. - ergueu as mãos em rendição - Posso entrar ai?

– Estou tomando um banho de "piscina", ou seja, estou de biquíni. Só entra aqui de sunga e camisa. - assentiu

– Espera aí. - voltei a posição inicial, colocando mais espuma para ele não notar nada, até que senti outro corpo ocupar a banheira para duas pessoas mesmo - A gente precisa conversar, sabia? - abri os olhos, vendo-o sentado como eu, mas com o cabelo molhado já e alguns vestígios de espuma - O que está acontecendo? - ele estava altamente beijável com esse jeito preocupado, deixando-me estressada com meus hormônios

– Eu estou precisando descansar, e você também. - suspirei, sentindo nossas pernas estarem se encostando debaixo d'água - Peeta, não faz isso.

– Isso o que? - perguntou rindo, mas então parou e colocou a mão na minha coxa, passando devagar - Isso?

– É! Para! - negou, sabendo que eu queria que ele continuasse - Suas irmãs estão em casa agora, não faça isso... - e quando vi, minhas pernas estavam abertas e ele entre as mesmas, mas ainda com nossas roupas de banho, e sua boca estava sobre a minha.

Seus beijos foram para meu queixo, depois pescoço, mas não eram beijos rápidos. Eram beijos demorados - Elas estão preocupadas fazendo o lanche, vamos ficar aqui... Na banheira... Rye está dormindo... - disse lentamente, baixo, como se fosse um segredo.

Uma raiva sem precedentes me consumiu, e o empurrei um pouco - Nada disso! Você está sem me procurar a dois meses, quase não fala comigo e fica aí me beijando? - me olhou assustado

– Você nunca negou isso!

– Sai! Que ódio! Sai daqui! Sai! - ele começou a rir do meu ataque repentino - Se você não sair, eu saio, e vou ficar pelada sem deixar você me tocar!

– Qual foi, desculpa... - pediu sério - Eu estava mal.

– Eu também! - coloquei um braço na frente do busto, e puxei meu roupão, senão ele veria minha barriga, inchada. Parecia que eu tinha acabado de comer muita coisa, e não me agrada nada isso. Me cobri, saindo da banheira, e ele veio logo atrás, pedindo desculpas - Saaaaaaiiii! - eu disse quando senti suas mãos na minha cintura, puxando-me para a cama - Peeta... - ele me colocou em seu colo, com nossos rostos na mesma altura, quase - O que foi?

– Eu amo você, e quero pedir desculpas. - tirou alguns fios do meu rosto - Eu amo mesmo você.

– Eu também amo você, mas não quero agora. - disse séria - Você não me fala isso fazem dois meses. - seu rosto ficou triste

– Vou comprar Nutella e brigadeiro, com muitas flores, pode ser? E também coloco Rye para dormir durante um mês. Apenas eu.

– Se pensou que podia me bajular com doce e sono... Acertou. - sorriu - Mas quero também que mais tarde você... - sussurrei coisas em seu ouvido, deixando-o arrepiado - Então, eu posso pensar sobre os últimos dois meses, ok?

– Pode ter certeza que vou melhorar - ergueu as mãos em rendição - Mas... - ia dizer algo, porém seu olhar se perdeu em um ponto atrás de mim

– Peeta? Peeta! - o balancei levemente, então foi como se ele voltasse para mim novamente

– O que? - olhou para mim confuso - Sobre o que eu estava dizendo?

– Vai tomar seu banho, ok? - beijei sua boca demoradamente, com uma mão em seu rosto, e a dele sobre a minha, então acabamos aprofundando o beijo, tornando-o quente e intenso - Acho melhor eu ir tomar com você. - sugeri quando senti sua ereção na minha coxa, e aquilo fez eu ficar muito ofegante, ansiando esse toque, nos juntar como um só.

– Concordo 100% com você. - e fomos para o chuveiro, onde passamos belos 40 minutos matando a falta um do outro, sem saber aonde terminava ou começava, cada vez mais fundo, mais rápido, pois estamos sedentos um do outro.

Iríamos fazer na cama, mas Katy bateu na porta do quarto e quase entrou no banheiro, e por pouco não me vê sentada no mármore e seu irmão mais velho fazendo coisas das quais não posso dizer. - Posso entrar?! - perguntou alto, e, sentindo o coração dele acompanhar meu desespero, gritamos um alto e sonoro "NÃO!"

– O que houve, Katy?! - Peeta perguntou alto, mas sem se separar de mim, muito pelo contrário. Beijava meu pescoço e apalpava um dos meus seios ainda por cima da roupa porque só deixei ele tirar a debaixo

– O bolo está pronto, vem comer com a gente. Até Rye já acordou!

– A gente já vai! - avisou, ela concordou, e só ouvimos os passos dela se distanciarem - Dessa vez foi quase, hein? - sorri, cansada

– É, mas vamos terminar o que começamos. - e o puxei para me beijar mais uma vez.

##

– É por isso que eu sinto raiva de você e te disse não mais cedo! - falei com Peeta, ao vê-lo cozinha às duas da manhã

– Eu não estou conseguindo dormir! - levantou as mãos em rendição - Só cozinhar que me acalma!

– Se você estivesse no NOSSO quarto agora, isso não estaria acontecendo! QUE DROGA! - eu falei alto, mas dei um berro no final, fazendo ele jogar a faca na pia com raiva

– Para! - gritou - Que droga também, Katniss!

– NÃO GRITA COMIGO PORQUE NÃO ESTOU GRITANDO COM VOCÊ! - gritei, empurrando-o - OLHA PRA MIM!

– Eu queria pensar um pouco, só preciso disso. Não grite comigo, ok?

– EU GRITO COM QUEM EU QUISER! COM QUALQUER UM! QUALQUER HORA!

– CALA A BOCA, DROGA! - devolveu o grito, me deixando com a mão formigando para dar na cara dele!

– VOCÊ ESTÁ PENSANDO QUE FALA COM QUEM?! CHEGA TARDE EM CASA, VAI EMBORA CEDO, HOJE CHEGA E QUER FAZER AMOR COMIGO, DEPOIS SOME! SOME! - Eu ia dar na cara dele.

– EU ESTAVA PRECISANDO ESPAIRECER! DÁ PARA ME DEIXAR EM PAZ, MULHER?! - quando eu ia acertar seu rosto, dei um passo para trás, pensando na gravidez da qual ele não sabia.

– Você estava me traindo? - sua reação não demorou dois segundos para acontecer, de raiva foi para totalmente desarmado

– Você ficou maluca?

– Não! Você vem, fala que fez amor comigo, fala que me ama, ama nosso filho, e vai dormir na nossa cama de novo, porque tem dormido na sala!

– EU ESTAVA INDO EM UM PSICÓLOGO, SUA MALUCA! - foi a minha vez de desarmar totalmente

– O que...? - coloquei uma mão no peito

– Por causa daquela maldita coisa que me disse lá na casa dos meus pais quando fez os dois testes de gravidez e deram negativos! - minha respiração falhou. Droga. - Katniss? - chamou-me com cautela - Está aí? Katniss! - o ar não queria entrar nos meus pulmões de forma alguma

– Gente que gritaria é...

– A bombinha! Pega a bombinha! - senti meu corpo ser suspenso, mas não colocado como noiva, e sim como saco de batatas, até porque senão eu ficaria mais desesperadas - Rápido, Jane! Me dá essa droga! - Peeta me colocou deitada no sofá, e me deu as medidas certas, só que somado as tonteiras da gravidez, acabei desmaiando.

— Continuando o Flashback que tive no início do capítulo! —


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Notas finais do capítulo

Vou postar a segunda parte do bônus (nem sei se isso existe) ainda hoje,até às 15:00 pois vou terminar pelo celular, e peço mil desculpas por ainda não ter respondido vocês no capítulo anterior, mas saibam que antes desse ano de 2015 acabar, eu vou responder todos vocês.
*Hoje fazem um mês exato que não atualizo AP!
**A fic Simplesmente Acontece não foi esquecida por mim, na verdade, estou me dedicando para concluí-la antes do dia 19, que é quando eu vou assistir A Esperança o final, mas não posso dar certeza, infelizmente
***Em A Seleção da Herdeira, eu já enviei os capítulos para a beta, e só estou aguardando o e-mail dela com os mesmos, e assim que isso acontecer, eu vou postar.

Espero que vocês tenha gostado, e que não me abandonem :(

—|||_ para a frança, para o Japão, para o Brasil, e para o mundo. Só Jesus na causa para todos esses problemas,hein, pessoal? Vamos orar pelo mundo. Gostaria que quem tem o livro A Esperança, desse um pulo na página 405 e leia o que a Katniss diz a respeito do nosso mundo atual, e é exatamente o que eu sinto e penso. Uma frase marcante? Quando ela pensa "A verdade é que viver em um mundo onde esse tipo de coisa acontece não traz benefícios a ninguém.", mas tem algo ainda mais intenso poucas linhas acima, mas infelizmente não cabe aqui, mas espero que fiquem na paz do Senhor, um abraço e boas pessoas ao redor de vocês, para melhorar a nossa estadia na terra. E isso é tudo, pessoal.