A Proposta escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 18
Loiros


Notas iniciais do capítulo

Heeeey! Sim! Isso é real! Muito real! Dois capítulos quase consecutivos, mas é que eu quero que vocês encontrem o Peeta logo! Eu já comecei o próximo capítulo, e ele tá lá, todo lindo, de óculos, e tipo... Aahhhhhh! Vai ter briga, sapato craquelando com força, coisas quebradas, e um corte na bochecha!
Vai ter chororô, vai ter pai e filho, e uma.. Proposta. Tudo no mesmo capítulo! Quero adiantar os paranauê, e ta tudo muito down, muito deprimido, chato, as coisas precisam se animar!
Estive sem falar nada do comentário da Kemily Diva, então falo agora, que estive pensando (e muito). Vai ter pov Peeta! E ainda nessa temporada, mas no último capítulo, ok? :)) Vou reler a fic, e evitar deixar passar alguma coisa, com um presente pra vocês.
Obrigada, gente! Espero que gostem! :))



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– O ideal, para você nesse momento, é ir para o Novo Arizona, o que acha? - meu pai perguntou, e só estávamos nós dois em seu escritório - Finnick vai viajar em um mês, e dessa forma, Johanna e você podem acompanhá-lo, ainda mais que você tem o Rye, e eles a Charlotte.

– Mas as empresas de lá estão bem, pai. - ele assentiu

– Sim, mas o presidente de lá é um idiota, e sua mãe notou que estão roubando nossa empresa, e só você tem capacidade para resolver isso, fora que vai assumir os negócios da família em pouco tempo... Não vou ficar como presidente disso tudo por muitos anos. Só vou esperar o pequeno crescer, e você assume. Vai aceitar? - um sorriso se abriu no meu rosto

– Por que não? - ele sorriu também

– Tudo bem, vou preparar tudo para vocês, e em pouco tempo estarão lá. - assenti e me levantei, indo para o meu escritório, vendo Johanna toda boba brincando com o meu filho

– Quem é a coisa mais liiiiinda desse mundo? - perguntou com a voz afetada e o bebê riu, com suas gengivas rosadinhas, e sem mostrar quaisquer dentes pela pouca idade - Xxxxiiiiiim! É vochêê!

– Pode parar de mimar o meu bebê! - eu disse sorrindo, pegando-o, que logo sorriu para mim, mesmo com um mês de vida apenas. Eu quem optei por voltar a trabalhar, porque quando estava em casa, tudo me lembra o pai do Rye, inclusive ele.

Sua pele bem branca, olhos azuis-turquesa e profundos, e os lábios vermelhos são o que ele puxou de Peeta, sem contar os cabelos castanhos bem claro, que no sol eram loiros, e em lugares pouco iluminados, castanho escuro. É uma criança perfeita, de duas pessoas imperfeitas.

Me sentei na cadeira giratória do meu escritório, e encostei minhas costas confortavelmente na mesma, descendo meu sutiã e Rye começou a mamar, olhando em meus olhos - Não me olha assim... - sussurrei passando a ponta dos dedos por seu rosto, e tudo nele lembrava Peeta - Por favor... Você se parece muito com o seu papai, sabia? - ele não entendia bulhufas do que eu dizia, sei disso, mas eu gosto de conversar com ele, mesmo que nem em cores ele esteja enxergando - E ainda bem por isso, porque vocês dois são lindos.

– O que você e seu pai conversaram? - ela perguntou, beijando o topo da cabeça do meu filho

– Aceita ser minha secretária no Novo Arizona? A empresa de lá precisa de uma presidente - ela sorriu largamente - E uma capacitada secretária.

– Vou fazer as malas.

...

Only know you love her when you let her go
Only know youve been high when youre feeling low
Only hate the road when youre missin home
Only know you love her when youve let her go
And you let her go

– Só pode ser sacanagem... - quando eu ia desligar o rádio da nova casa, a babá eletrônica deu sinais

– Está tudo bem, eu o socorro. - Madge disse, e saiu para ver o que aconteceu. Ela veio comigo, enquanto Cato continuou em Vegas, resolvendo tudo para ele e ela irem para o Canadá por causa do exército. Só tenho mais um mês com a minha irmã, antes que ela saia por mais dois anos - Fralda suja. - disse balançando a cabeça, com ele nos braços enquanto eu colocava algumas coisas no lugar - Gale vai vir com a Annie e o Dylan?

– Não sei, porque meus pais parecem que são pais do Dylan, e não acham... "Apropriado".

– Queria que eles pensassem isso do Rye, não queria? - suspirei profundamente, pegando o meu filho

– Eu amaria que eles se importassem com meu biscoitinho. - balancei o bebê de leve, dando leves tapinhas em suas costas - Mas parece que de filha só tem você e Annie. - ela não discordou - Nem apareceram depois que ele nasceu! Nem no rosto dele eles olharam! - acho que estou com depressão pós-parto, porque meus olhos ficaram cheios d'água - Nada, Madge. Nada foi o que fizeram por mim quando descobriram que eu estava grávida, ou quando ele nasceu. Nada! - olhei para ela, que me olhava sem poder fazer nada. É a minha vida. - Agora... - suspirei profundamente, colocando Rye em meu outro braço - Espero que o meu amor seja o suficiente, porque não temos o dos avós, e o pai nem sabe que ele existe. - e comecei a chorar silenciosamente, sentindo meu corpo ficar fraco. Madge pegou um Rye adormecido dos meus braços, e o levou para o quarto.

Me joguei no sofá ainda com plástico, e pude sentir o mundo sobre meus ombros. A solidão. A falta de amor fraterno. A ausência de suporte. Ao que tudo indica, meu filho terá uma família desfalcada, da mesma forma que eu tive.

...

– Você consegue. - eu disse para o pequeno - Segura meu dedo antes da mamãe tirar! - coloquei um dedo na palma de sua mão, e quando ia tirar, ele segurou, me fazendo rir - Ok, ok, de novo, meu amor! - ele abriu a mão e eu deixei meu dedo, que ele não deixou sair. Segurava com força, e eu não podia me sentir mais feliz - Isso, meu biscoooitinhooo! - falei muito empolgada, tirando-o da cadeirinha, e fingindo que ele era o meu par de dança, nos movendo de forma descompassada pela sala, mas parece que ele não gostou, e começou a chorar - Oooowwnn... Shhhh... Mamãe parou, shhhh... Tudo bem, minha vida. - sentei na cadeira e desci meu sutiã, fazendo-o logo abrir a boca pequena e eu ri, então, em poucos minutos ele estava todo derrotado e sonolento - Oi, Finn! - atendi uma ligação, sentada confortavelmente com meu bebê de dois meses no meu colo

– Katlícia, gostosa! - sorri - Johanna tem que contar uma coisa, e tá te chamando pra um jantar aqui em casa. Semana que vem.

– Tudo bem... Rye tem que mostrar uma coisa para vocês também. - eu disse sorrindo e senti ele sorrir também - E a Lotte, como vai?

– Como se tivesse sido ligada no 220... - ri, por saber que ele ama tal euforia - Estamos bem, e faz uma semana que eu não vejo você, gata. Eu já estou cansadão, com uma semana trabalhando, e nem pude me despedir do recesso.

– Quem diria, hm? Doutor Finnick Odair, pediatra, o cara que vai mandar em todos os outros, vindo de outro estado.

– Porque eu sou desses, né, améga. - disse com uma voz nasal e eu ri, fazendo Rye me olhar confuso - Que foi?

– Tem uma criança gostosa olhando pra mim. - respondi sorrindo para o meu bebê - E parece que quer falar com você! - coloquei o celular no ouvido pequeno do meu filho, que tinha as sobrancelhas juntas, meio preocupado e sem entender, a mesma expressão que Peeta faz quando preocupado. Eles dois são tão parecidos...

Fechei os olhos, ainda segurando meu filho para ele não cair, e me encostei no sofá, depois de cobrir meus seios com o sutiã novamente, já que ele estava sentado no meu colo, e escutei a risada de Peeta ecoando meus ouvidos, depois os seus gemidos de puro prazer, os seus beijos, e eu comecei a chorar silenciosamente, em busca de respostas, sem formular as perguntas.

– BÁÁÁÁÁÁÁÁ! - disse Rye bem alto e eu levei um susto, e o celular estava do outro lado da sala

– O que foi, Biscoitinho? - perguntei ficando de pé, com ele em meus braços

– BÁÁÁÁÁÁ! - puxou o meu cabelo

– Não pode, meu bem. Não pode puxar o cabelo da mamãe. - eu disse suavemente, tirando suas mãozinhas espertas do meu cabelo, e lhe dei um mordedor. Em questão de milésimos, meu cabelo não tinha valor algum, e eu sorri. - Cadê o sono de segundos atrás, hein, bebê Rye? - perguntei colocando-o no berço, e na cabeceira sua babá eletrônica. Ele ainda é muito pequeno, então não fica sentado e sim deitado, embora eu veja que aos três meses ele já quer se movimentar para toda e qualquer direção.

Quando estava terminando de jantar, a campainha tocou três vezes. 22:49 da noite, cara! Quem é?! - To indo! - exclamei depois de ver que meu pequeno dormia serenamente, com sua chupeta e com um ursinho na mão. Apenas o cobri e fui ver quem é. "Só pode ser aqui, Tay!" "Se não for, eu vou socar a cara de vocês, suas vagabundas." "Olhem os modos!"

Olhei pelo olho mágico, e tinha três adolescentes loiras na minha porta. Quem são? - Olá, posso ajudar? - perguntei abrindo a porta, e a maior deu um passo a frente, e seus olhos são iguais a um rio transparente, e os cabelos como se o sol tivesse pingado sobre o seus fios.

– Você por acaso se chama Katniss... - olhou em um papel - Cresta Everdeen? - assenti, tentando descobrir de onde as conheço, mas nada veio em minha mente

– Então somos nós quem vamos te ajudar. - uma menina de olhos cinzas mais intensos que eu já vi, com fios azuis-turquesa, e ela tem síndrome de down - Somos as irmãs de um cara que você com certeza conhece.

– Peeta Mellark. - a do meio disse, e agora posso notar a semelhança entre os quatro. Mesmos olhos em cores raras, pele branca como papel e os fios loiros com cachos, exceto a menor, que tem os cabelos tão lisos que duvido que alguma pregadeira fique por muito tempo. Os lábios vermelhos e sardas são características apenas dele, como os olhos azuis-turquesa, mas elas são perfeitas também. Parecem bonecas.

– O que querem falar sobre ele? - cruzei os braços, mas não para passar superioridade - Ele não está morto está? - um desespero me bateu de imediato

– Ah, se ele se mata, eu ressuscito ele, e o mato de novo! - Katy, pelo o que me lembro da carta com clareza, disse, e ela realmente é linda, como todas as crianças que tem essa falha cromossômica - Cretino! Idiota! - e entrou na minha casa, sem mais nem menos, acompanhada das irmãs, e eu dei de ombros, fechando a porta e as seguindo.

##

– Então quer dizer que... - Taylor tinha aquela cara de "processando..." - Ele te escreveu essa carta e foi embora? Sem mais nem menos? - assenti, com algumas lágrimas escorrendo pelo meu rosto

– Eu vou fazê-lo virar gay... Ah se vou! - Katy disse ficando vermelha de raiva - Vou cortar o pinto dele! - se levantou irritada, e eu nunca lidei com uma criança assim, muito menos adolescente

– Katy, não faça isso! Katy! Katy! Não jogue isso no... - Jane se levantou, suplicando para a caçula, mas tarde demais. Ela jogou tudo o que estava na mesinha no chão, e depois empurrou a mesa - Ai meu Deus, me perdoe, Katniss. - ela disse envergonhada, mas sinalizei que estava tranquilo, mesmo que alguns porta-retratos estivessem quebrados, assim como um enfeite de cristal antigo, mas apenas me preocupei se ela estava machucada.

– Hey, KatKat, está tudo bem? - perguntei segurando as mãos da mais nova, que estava furiosa, mas com os olhos cheios d'água

– Me desculpa, eu vou mandar ele pagar. É que as vezes eu tenho acesso a ataques de... - fomos interrompidas por um choro estridente vindo do quarto - Isso... Isso... É um bebê? - me olhou nos olhos, e eu senti um arrepio na espinha, de tão profundos que são seus olhos. Rye não deixa nada espalhado pela casa, ainda não. Um ou outro brinquedo, e mamadeiras na pia da cozinha.

Elas em momento algum notaram que ali mora um bebê.

– Sim, é sim. - corri até o quarto, e ele se contorcia todo, e eu me preocupei. Tem sofrido de fortes cólicas ultimamente, e isso tem me preocupado muito. - Calma, meu amorzinho... Shhhh... Mamãe está aqui, e ela ama você perdidamente! - eu disse andando com ele no colo, balançando-o - Calma... Shhhh... Shhhh... - eu quis chorar por vê-lo chorar

– Posso entrar? - Taylor, que pouco disse nas últimas duas horas, bateu na porta e eu disse para ela entrar - Quem é ele? - perguntou delicadamente e eu sorri

– Esse é o Rye. - respondi e ela se aproximou - Meu filho.

– Ai meu Deus... - murmurou - É idêntico ao Peeta. - assenti - É o meu sobrinho?

– Sim, quer pegá-lo? - com a presença dela, ele aquietou-se, e só tinha a boca aberta e o nariz escorrendo, que logo tratei de limpar

– Claro... - e o pegou com toda a delicadeza do mundo, então ele se afagou em seus braços, fazendo-a rir - Ele gostou de você.

– Peeta gosta de abraços e carinho constantemente, assim como conhecer novas pessoas, e foi dele que o bebê de vocês puxou. - sorri mais ainda, e ele enrolava na mão o cabelo dela, fascinado com a cor, eu acho - Me desculpe pela Katy, ela tem acessos de raiva, por conta da doença, e as palavras do nosso pai a deixaram ainda mais compulsiva... - seus olhos ficaram cheios d'água - Aqui, toma ele.... - me devolveu Rye com o mesmo carinho que pegou, e ele a olhava de cima a baixo, com a chupeta de volta a sua boca pequena - Nós fugimos de casa quando vimos a sua foto na internet por acaso, e Peeta tinha nos mandado muitas fotos suas com ele e de suas fugidas... - a observei com atenção, que olhava o quarto do bebê em tons pastéis - E quando descobri que estava no Novo Arizona, muitos quilômetros longe de Vegas, imediatamente Jane ligou para o Peeta, perguntando o paradeiro dele, e descobrimos que vocês estão no mesmo estado, mas em lugares diferentes. O mundo dá muitas voltas, não é mesmo? - assenti, suspirando profundamente - Pegamos o número, e conseguimos falar com sua secretária, Johanna, certo? - assenti mais uma vez - Ela nos deu seu endereço quando contamos brevemente a história, e pedimos para ser mantido absoluto sigilo, e foi o que aconteceu, então... Cá estamos nós. - Rye estava choramingando, fazendo biquinho - Pode amamentar ele, está tudo bem... - sentei-me na cadeira de balanço e desci meu sutiã, tirando a chupeta de sua boca e ele logo encontrou meu seio, e ela se sentou ao meu lado - Você é uma mulher muito forte, sabia?

– Eu tento, apenas. - respondi olhando para ele - Ser eu não sou, mas eu tento. Desde que o seu irmão se foi, eu fiquei me perguntando o que faria da vida depois que descobri estar grávida... - assentiu - Sempre quis ter filhos, mas imaginava isso depois de estar casada, com a certeza de um amor recíproco, não depois da... - corei

– Depois da...

– Minha primeira vez. - eu disse corando, mas disse tudo de uma vez - E ser deixada com uma carta, isso não é fácil.

– O Peeta te ama muito. - ela disse - Eu e as meninas somos muito próximas a ele, na verdade, as mais próximas, mas a que mais tem intimidade, quem ele conta tudo mesmo é para a Katy. Eles sempre foram cúmplices, e se você quer entender as razões dele ter ido embora, deve conversar com ela, depois de nós obrigarmos-a a tomar seus remédios.

– Muito obrigada. - eu disse sinceramente - Eu também... - fechei os olhos, suspirando profundamente - Amo muito o seu irmão. Só menos que esse garotinho aqui. - ela riu e eu a acompanhei. A risada bonita é a marca registrada dos Mellark's, pelo visto - Ele me magoou muito.

– É, entendo... Ele também nos magoou quando foi para Princeton, e continuou sem falar com nossos pais, mas nós o entendemos. Peeta sofreu muito, Katniss, e sempre se considerou um fardo pesado. Prim não sabia nem da metade das coisas que você sabe dele, só soube porque nós contamos, quando ela se irritou por ele não falar nada durante três dias inteiros.

– Por que ele ficou sem falar nada esse tempo todo? - eu estava curiosa. Queria saber o máximo possível do Peeta, e ao mesmo tempo não.

– Porque ele teve um pesadelo ruim, um muito ruim. Sabia que ele já ficou uma semana trancado no porão da nossa casa, sem comida e água? - neguei lentamente - Pois é, porque ele se colocou a frente da Jane, que tinha quebrado sem querer minha boneca. Quando se lembra de momentos assim, ou quando nosso pai agredia nossa mãe, ou eu, ou as meninas. - mexeu nas mãos nervosamente - Não quero que fique com pena dele, ok? É sério, não tenha pena dele, porque você não fez esse bebê sozinha, e por mais que todas as vezes que ele se lembre de Prim ou da família fique com os olhos cheios d'água, não o dá o direito de ir embora. Vocês se amam, e muito. Amor assim só se tem uma vez na vida.

– Mas ele amava a Prim assim. - ela sorriu

– Sim, amava, mas Deus sabe que ele merece outro amor, porque esse é o nosso direto Divino. Sermos amados. Nunca ouviu Jason Mraz não, querida? - ri - Ele é um cara bom, inteligente e legal, e como sofreu muito, Deus abriu uma exceção, eu acho. - deu de ombros - O que importa é que: o lance entre vocês é bem recíproco, e esse brilho nos seus olhos, eu via nos de Prim, mas os seus são mais intensos, assim como os olhos dele. Vocês se conquistaram em um acordo secreto, sem dizer para o outro, sem querer chamar a atenção, então acho que essa seja a razão. Alguns amores são maiores que outros.

– Vocês tem aonde dormir? - corou violentamente, e abaixou o rosto

– Iremos para a casa do Peeta.

– A essa hora?! De jeito nenhum! - coloquei Rye no berço com muito cuidado para não acordá-lo - Vem, ele não gosta de barulhos. - saímos do quarto, e Jane estava ajoelhada, catando os vidros ao lado de Katy - Parem já com isso! Agora mesmo! - eu disse levantando-as - São minhas visitas, e vão dormir aqui essa noite, então deixem que isso eu mesma limpo.

– O que? - Katy perguntou colocando uma mecha loira atrás da orelha - Nós viemos aqui apenas para dizer para encontrar o Peeta, dar um tapa na cara dele e mandá-lo parar de ser medroso. Vamos para a casa dele, Katniss. Muito obrigada. - neguei

– De maneira alguma saíram a essa hora. Está muito perigoso. Vocês vão sentar ai, e esperar eu terminar de varrer isso. Tem comida na geladeira, e edredons naquele armário ao lado da porta.

##

– Mas o que... - eu disse esfregando os olhos e arrastando os pés no chão, encontrando as três com pijamas curtos, os cabelos bagunçados, e gargalhando com o meu filho no meio

– Bom dia, Katniss! - Taylor disse, seguida por Jane e Katy

– Ótimo! - eu disse vendo a mesa posta - Gente... - estava sem saber quando foi a última vez que tinha tanta coisa maravilhosa posta para eu comer. Madge e Cato são do exército, então eu tinha que comer frutas e muita massa logo de manhã, e nada de iogurte ou bolo. - Quem fez isso?

– Tenho dotes culinários excelentes. - Katy disse sorrindo com seu aparelho e eu sorri de volta - Você é muito gentil, meu irmão estava certo ao ficar um tempão te exaltando pra gente. Sabe, Prim era bem legal, muito transparente e extrovertida, parecida demais com o Pepe, então era de se esperar as reações, etc. Você não. Nunca se sabe como vai agir.

– Katy! - ralhou Jane

– Que foi?! Ela é gentil mesmo! Quem mais deixaria nós dormirmos sem nem mesmo consultar nosso segundo nome, apenas remoendo o passado que, por mais que ela tente esquecer, é impossível? Olha pra essa criança! - passou a ponta dos dedos com delicadeza na bochecha de Rye, que se contorceu todo em uma risada - Até tem cócegas aonde Peeta tem! É claro que ela quer esquecer ele, quer que ele desapareça, mas será impossível por causa dessa criaturinha gostosa aqui, com tudo o que ele gosta.

– BUBUUUUUUU! - ele disse apertando as mãozinhas e olhando para o copo, ficando com as bochechas brancas como um papel ficarem bem vermelhas - UUUUUUUU!

– O que ele tá fazendo? - Taylor perguntou e Jane torceu o nariz, pegando uma fralda, lenço umedecido e talco

– 2. - nós rimos - Cinco anos como babá tiveram que servir para alguma coisa... Vem, sobrinho maaais lindo de tia! - ele ainda estava focado, e fazendo notável esforço, mesmo no colo dela, e era engraçada a cena - TAYLOOOOR! - chamou e a outra loira foi correndo, bufando, deixando-me a sós com a Katy

– É o seguinte: - sua fala era meio enrolada por conta do aparelho, mas não reduzia sua beleza, e o corte de cabelo, até seus ombros, lisos, lisos, a transformavam em um anjo com uma coisa que era para deixa-la indesejada, de acordo com a sociedade, mas não... Apenas faz ela se destacar. - Peeta te ama. Ele encheeeu a memória do meu telefone só dizendo o quanto estava infeliz por ter te deixado, contando sobre a carta, e que abriu o coração. Ele foi embora porque jurou amor eterno para a Prim, e que nunca mais, nunca mais amaria outra pessoa como amou ela, mas, dois anos de puro luto depois, você apareceu e acendeu alguma coisa no coração dele. - pegou uma maçã - Quem diz que há razão para as coisas do coração está mentindo... É indecifrável, assim como a mente.

– O amor machuca. - eu disse de cabeça baixa, mexendo em meu prato com coisas deliciosas e coloridas

– Não... - disse rindo - O ser humano é o ser mais estúpido que existe. Querida, o amor é só um sentimento, uma metáfora para explicar as pernas bambas, fragilidade e vontade de morrer por outra pessoa e explicar os assassinatos. "Foooi por amooor!" - disse em uma voz grossa - O amor não machuca, é apenas uma palavra, um sentimento... O que machuca são as pessoas que não sabem usá-lo, e Peeta é uma dessas. Ele não sabe se expressar. - olhei para ela, e Peeta não exagerou nem um pouco com a inteligência dela - Ele não é um coitado. É uma vítima das circunstâncias, mas às vezes se torna um criminoso, como no seu caso ai. Ele é um idiota criminoso. Eu disse para ele não ser tão medroso! Eu disse! - bateu a mão na mesa com força - O passado só interfere nosso futuro se permitirmos, não é?

– Sim, é sim... - suspirei profundamente

– Sabe, acho que isso é errado, é algo muito pessoal, mas... - suspirou profundamente - Ele te ama mais do que a Prim, e com certeza vai pirar quando ver o Rye. Ele e ela era um amor adolescente que crescia, mas morreu, foi cortado pela raiz, mas não aceitou isso. Abriu o coração sem querer, e você entrou. Ele tem medo disso, tem medo de te perder, de você se cansar dele como nosso pai se cansou da gente. - passei o polegar para tirar algumas lágrimas que escorriam de seus olhos lindos - Essa é a única razão. Medo. - olhou dentro dos meus olhos - Vou esperar mais um tempo para te dar o endereço do trabalho dele, pois entendo que é muita coisa na sua cabeça, mas não tenha medo ou vergonha de dizer o que sente, está bem? - assenti

...

– Ele está beeeem. - Finnick disse sorrindo, pegando Rye no colo - Não está, biscoito? - beijou o pescocinho do meu bebê, que riu, dando um gritinho fofo, gerando risadas de nós dois - Johanna está passando mal toda hora. - ele disse me devolvendo Rye - Essa coisa de gravidez está acabando com ela. - sorri, por no jantar ela ter anunciado sua gravidez, na semana passada, e as irmãs de Peeta não estão lá em casa a muito tempo, infelizmente. Foram de tarde no dia seguinte que chegaram, mas mantenho contato com elas. São muito educadas, engraçadas e boas companhias.

– Bom, manda ela parar de comer amendoim toda hora. Eu vi na lixeira um monte de pacotinhos. - ele bufou irritado

– Eu falei pra ela! Eu falei! Toda hora é alguma coisa com amendoim ou amêndoas, ai fica botando os órgãos pra fora e desmaiando pelos lugares, assustando eu e a Charlotte.

– É, mas isso daí é problema de vocês. - dei um soco em seu ombro e ele cambaleou, me fazendo rir - Vão lá em casa amanhã, né? Mêsário do biscoitinho. - sorriu

– Um ano passou voando, não? - suspirei profundamente, assentindo

– Espero que seja uma coisa positiva. - ele me deu um beijo na bochecha, e eu o abracei - Vê se manda a Johanna sossegar, e durma um pouco.

– Charlotte me jogou na cama e me trancou no quarto sozinho, sabia?! - ri - Ela disse "o meu papai precisa dormir, senão não vamos no parque brincar o dia todo". E a Johanna disse que vai se divorciar se eu não sossegar também.

– Viu? Você está trabalhando muito.

– Eu sei... - colocou as mãos no bolso do jaleco - Mas é só uma fase. Os médicos voltaram de férias essa semana, então vou descansar. Prometo. - sorri - Agora vou aproveitar para ligar para a minha filha e esposa lindas.

– Faça isso. To indo pra empresa agora, tchau. - nos despedimos e eu sai pela porta da frente, onde quase fui atropelada - OOOOU! - eu disse quase gritando um palavrão - PRESTA ATENÇÃO!

– Me desculpa, sério. - colocou a cabeça para fora do carro - Ressaca das férias. Se machucou? Podemos entrar agora, que eu peço para o meu amigo ver vocês, a propósito, eu me chamo Delly.

– Estamos bem. - olhei para Rye, que estava absorto ao momento - Obrigada. - ela sorriu

– Seu filho? - perguntou e eu assenti, já desassustada - É lindo, até se parece com uma pessoa que conheço. Bem vou nessa. Tchau, e mais uma vez me desculpe. - dei de ombros, forçando um sorriso e caminhei até meu carro, prendendo Rye na cadeirinha

##

– Oi, Kat! - Jane disse entrando no meu escritório, no final do meu expediente - Vim ver como estão... Fui no mercado comprar algumas coisas. - sorri. Ela é a mais reservada, mas basta dizer que gosta de Miley Cyrus e Demi Lovato que a conquista

– Estamos bem. Obrigada. - eu disse suavemente, indo até o sofá onde Rye estava de barriga para baixo dormindo - Ele está com muita cólica e eu não sei que fazer.

– Oh... - mordeu o lábio inferior - Eu não sei o que pode dar para ele nessas situações. - havia sinceridade em seus olhos, então suspirou profundamente - Eu e as meninas resolvemos uma coisa.

– E qual seria? Vão voltar para Nova Iorque?

– De jeito nenhum! - a possibilidade de voltar a assustou, e estava estampado em seus olhos - Nunca mais volto para lá, a não ser quando tiver dinheiro e tirar minha mãe do meu pai. - tirou do bolso da calça um papel bonito - Bem... Eu cuido do Rye. Johanna ajuda também. Você precisa ir a um lugar. - e me estendeu o papel, com um endereço - Onde ele trabalha... E está lá agora com a Taylor e Katy. - nem olhei para meu filho, e nem para seu rosto. Peguei a carta que tranquei na gaveta, calcei meus saltos e saí quase que voando pelas portas do escritório. Ah, agora você me paga, Peeta Mellark!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? :)) vou amar ler seus comentários, e já respondi alguns. Beijos, gente! Espero que tenham gostado! :)) e no próximo tem Peeta! Como acham que eles devam reagir? Amo sugestões *~*