Tentadora escrita por Ina Oliveira


Capítulo 5
Uma visita inesperada


Notas iniciais do capítulo

Finalmente um personagem twilight aparece...
Jesse PDV!



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Uma visita inesperada

 

Ótimo! Agora eu tinha uma fantasma de estimação.

 

Eu deitei na minha cama e olhei para o teto.

Eu só podia ter perdido o juízo. Como foi que diabos eu deixei uma fantasma morar no meu quarto? Isso tinha que ser muito provisoriamente.

Olhei para o lado e avaliei a figura fantasmagórica a minha frente.

Suzannah estava de costas para mim, e adivinha?, ainda estava olhando a estante de livros. Agora ela tinha um livro sobre fantasmas na mão.

- Está tentando conhecer um pouco mais do seu estado atual? – eu falei enquanto me apoiava nos cotovelos e olhava para ela.

Eu sei que deveria estar cortando qualquer tipo de comunicação aqui, mas o que posso dizer? Estou curioso a respeito dela.

Inesperadamente ela virou-se para mim, sorrindo.

- Não. Acho que já conheço bem esse assunto. – ela recolocou o livro na estante e sentou-se na bay window. – Mas e você?

- Eu o que? – perguntei totalmente desinteressado enquanto me levantava num pulo e pegava a minha mochila.

Suzannah revirou os olhos.

- Você conhece bem o assunto, roqueiro? – eu fiz uma careta para ela e decidi não responder a pergunta.

- Falo de fantasmas. – ela complementou.

- Eu entendi a pergunta. – disse simplesmente. Eu abri a minha mochila e joguei as roupas em cima da cama.

- Então? – ela me olhou e levantou a sobrancelha. – Porque não me responde, roqueiro?

- Pelo simples fato, amiga, de que não sou roqueiro. – Suzannah riu e se aproximou de mim.

- Vamos fazer um trato? – ela disse me estendendo a mão. – Eu não te chamo mais de roqueiro e você não me chama mais de amiga. Tudo bem?

Eu olhei para a sua mão e depois encarei seu rosto.

Deus! Eu só posso ter perdido o juízo. Porque quando eu vi que ela estava sorrindo pra mim, um sorriso lindo por sinal, eu apertei ma sua mão automaticamente. Ao contrário do que poderia parecer, eu não transpassei a sua mão. Sua mão era bem sólida e real pra mim. Isso se deve ao fato de eu ser um mediador. Surpreendi-me ao perceber que sua mão não era fria, mas sim quente e macia embaixo da minha.

- Tudo bem. – ela acenou satisfeita enquanto eu me perguntava o que deu em mim. Há alguns dias eu a estaria expulsando a pontapés daqui, agora eu estou fazendo um trato com ela. Nombre de dios!

- Sim. – ela me olhou interrogativamente e eu completei. – Eu entendo bem de fantasmas. Pode-se dizer que eles me perseguem a vida inteira.

Ela sorriu e sentou na cama.

- Precisa de ajuda? – ela disse esticando as minhas roupas em cima da cama. Eu olhei para as roupas e olhei para ela. No que ela poderia me ajudar?

- No que você poderia me ajudar? – eu perguntei desconfiado. – Por um acaso você vai sumir com as minhas roupas ou jogar uma praga pra eu ir embora?

- Quem sabe? – ela deu de ombros. – Talvez funcione.

- Suzannah...

- Ou talvez... eu só queira agradecer a você por não tentar me expulsar daqui. – ela disse piscando seus enormes olhos verdes pra mim.

Oh, o que será que ela faria se descobrisse que eu queria sim expulsá-la, mas que simplesmente não conseguia por causa do seu charme e da minha falta de coragem?

- Ok. Repito, no que você poderia me ajudar?

- Você disse pra sua mãe que estava com fome e pelo que entendi o... Andy vai fazer um churrasco ali em baixo. – ela disse se aproximando da janela e cheirando o ar. – Já está com um cheiro ótimo.

Eu concordei com a cabeça.

- Então você pode ir comer enquanto eu guardo as suas roupas no armário. Prometo que nada de pó de mico ou qualquer feitiço.

Eu sorri par ela. Parecia uma boa escolha, mas eu não sabia se devia aceitá-la. Meu estomago revirou e Suzannah sorriu.

- Acho que é um sim.

Então eu peguei as minhas roupas, que estavam todas emboladas, e começou a dobrá-las e guardá-las no armário.

- Obrigado. Você leva jeito pra isso. – eu disse sorrindo pra ela.

- Não se acostume Jesse. É somente um favor. – eu gargalhei.

- Sabia que é bem melhor quando você me chama de Jesse do que de roqueiro. Mas eu ainda prefiro te chamar de amiga. – Suzannah me olhou brava e o espelho começou a sacudir.

- Hey! Brincadeira. Relaxa, Suzannah.

- Vai comer antes que eu quebre o espelho na sua cabeça. – ela disse se concentrando em dobrar as roupas.

Eu sai do quarto antes que tivesse que sair dele direto para o hospital.

Estava descendo as escadas normalmente quando o David me chamou no corredor.

- Jesse! – eu parei em frente à porta do seu quarto. – Você quer entrar?

Dei uma olhada no interior. Havia milhões de maquetes ali. Alguns desenhos do sistema solar e, aquilo era uma bateria de carro?

- David, aquilo é uma bateria de carro? – eu perguntei de repente. David riu e abriu mais a porta pra mim. Eu entrei e me sentei na sua cama.

Apesar dele ser super estudioso, o seu quarto é extremamente organizado. Todos os livros estão no lugar, numa estante branca no canto do quarto e não espalhados na cama ou dispersos pelo chão como seria de se imaginar.

- Sim. É um trabalho pra escola. Eu tenho que analisar os circuitos dessa bateria e explicar como eles funcionam.

Eu olhei pra garoto ruivo e nerd a minha frente.

- Tem certeza que você tem doze anos? – ao invés de sorrir, David ficou sério e me respondeu solenemente.

- Na verdade, de acordo com o meu QI eu tenho 49 anos. – ele deu de ombros. – E você? Tem mesmo dezenove?

- Sim. – eu respondi enquanto sorria e bagunçava os seus cabelos. Eu não sei por que mais me deu vontade de fazer isso. Acho que me lembrei do meu irmão. – Nem todo mundo tem a sorte de ter um QI tão elevado quanto o seu. – David sorriu e por um momento o seu sorriso me lembrou alguém, mas foi somente por um momento.

- Você gostou do quarto? – A sua pergunta me pegou de surpresa, por isso só fiquei ali, olhando pra ele.

- Sim. Acho que sim. Por quê?

- Gostou de verdade? – eu acenei. – Que bom. Eu ajudei a decorá-lo.

Ele disse de uma forma triste e eu tive a súbita impressão que ele queria me dizer alguma coisa. Esperei até que ele começasse, mas David se calou.

- Então, no que você ajudou? Digo, na decoração?

Eu perguntei tentando puxar um assunto. Aparentemente David se animou.

- Eu ajudei a pintar o quarto de azul. É a cor preferida... – ele se interrompeu e me olhou. – Bom, é cor preferida do pessoal por aqui. Acho que é influencia do mar.

Eu sorri e acenei.

- Obrigado David. Eu adorei. O azul é ótimo.

Ele sorriu e eu me levantei da cama.

- Mas então? Você vai ou não comer comigo agora? – David empertigou-se todo e levantou rapidamente. Ele andou lado a lado comigo.

Quando alcançamos o corredor, eu encontrei Suzannah sentada no corrimão da escada. Ela estava olhando para dentro do quarto de David.

Seu olhar estava meio perdido e ela tinha um sorriso meio bobo no rosto.

Eu lhe dei um olhar interrogativo e ela me respondeu com um aceno de cabeça e um singelo sorriso.

- Você é um bom irmão... – ela me disse antes de desaparecer.

A minha vontade foi de perguntar por que ela tinha dito isso, mas ela já tinha ido embora. Além do mais, se por um acaso eu falasse com ela, David pensaria que eu sou completamente louco.

Enquanto eu estava descendo as escadas é que eu me toquei sobre o sentido das suas palavras. Você é um bom irmão... não significava nada. Ela mesma já tinha dito isso. Ela achava que se preocupar com a família era besteira. Então ela provavelmente me achava um idiota por tratar tão bem um garoto que nem ao menos meu irmão de sangue era.

Suspirei resignado e entrei na cozinha acompanhado do David. Ele tomou seu lugar na enorme mesa de jantar e indicou para eu sentar ao seu lado.

Olhei ao redor e percebi que era isso ou sentar ao lado do Brad. Puxei a cadeira e me sentei rapidamente.

- Então David? – eu sussurrei pra ele. – O que você queria realmente me falar lá em cima?

David me olhou surpreso por um segundo, mas depois sorriu. Um sorriso tímido e sem graça, mas era um sorriso.

- Bom, eu queria saber... – David começou a se enrolar e eu acenei para que ele prosseguisse. – Você acredita em fantasmas, Jesse?

Eu fiquei uns bons minutos encarando o garoto a minha frente e me perguntando o porquê dessa história toda. Será que ele sabia de alguma coisa? Será que ele também era um mediador? Oh céus! Será que depois de todos esses anos eu finalmente encontrei um mediador? Seria muita sorte ou muito azar encontrar um mediador bem debaixo do meu teto. Eu respirei fundo e tentei ser o mais imparcial possível na minha resposta e principalmente, não parecer nervoso nem culpado.

- Porque você esta me perguntando isso?

- Porque dizem que essa casa é mal assombrada. – David falou se aproximando de mim e sussurrando bem baixinho.

É, você não sabe o quanto, amigo. Eu acenei pra ele e decidi deixar o assunto morrer, mas aparentemente David não queria fazer isso.

- Então, Jesse? Você acredita?

Eu suspirei e mais uma vez o respondi com outra pergunta.

- Você acredita? – David acenou. – Bom, então eu também acredito.

David sorriu. Um sorriso genuíno e pareceu satisfeito e até mesmo reconfortado por eu compartilhar da mesma opinião que ele.

Não tocamos mais no assunto.

O jantar ocorreu sem nenhum problema. Andy fazendo piadinhas sem graças, Jake dormindo (só que dessa vez quase babando no ombro do Brad) e Brad falando sobre quantos quilos ele levanta e que garota da sua sala esta a fim dele. Um dia normal na casa do Ackerman. Exceto por uma coisa, David continuava calado. Depois daquela estranha conversa sobre fantasmas, ele estava mais calado do que o de costume.

Eu decidi que conversaria com ele uma outra hora, afinal de contas, seria muito estranho abordá-lo na mesa de jantar enquanto toda a família poderia ouvir nossa conversa.

Não demorou muito até que o jantar fosse servido e não demorou nem um segundo para toda a carne sumir da mesa. Sério! Esses filhos do Andy não são nada normais. Eles comem que nem uns mortos de fome. Eu fiquei tão assustado que quase perdi o apetite. Eu disse quase. Mas apesar de tudo isso, eu consegui comer. Andy fez um prato especialmente pra mim e tenho que dizer, a comida estava deliciosa.

Andy pode ser um péssimo piadista, mas de cozinha ele entende.

Eu ajudei a minha mãe a levar os pratos para a cozinha e ela me explicou a regra da casa. Cada dia da semana um membro da família lavava a louça. Hoje era o dia do Brad, o que ela fez questão de lembrar e ele fez questão de fingir que não ouviu.

- Jake, que tal jogar um pouco de vídeo game com o Jesse? – Andy sugeriu animadamente.

- Não obrigado. Eu não sei jogar. – Jake e Brad caíram na gargalhada.

- Fala sério! Cara, tem alguma coisa que você saiba fazer? – disse Brad se espreguiçando no sofá.

A minha vontade foi de mostrar pra ele que eu podia facilmente quebrar a cara dele, mas ao invés disso eu me controlei e respirei fundo.

- Brad, louça. Agora! – Andy gritou para ele. Brad bufou e se arrastou para a cozinha. Eu contive uma risada, Jake não.

- Idiota! – ele murmurou para o irmão.

- Jake! – Andy apertou os olhos para ele. – Pare de perturbar seu irmão. Anda. Vai ensinar o Jesse a jogar vídeo game.

- Mas pai...

- Andy, sério. Não tem necessidade. Eu estou cansado e quero mesmo descansar. Eu agradeço, mas fica pra próxima. Ok?

Eu dei o meu melhor sorriso e Jake balançou a cabeça concordando. Andy se deu por vencido e voltou para a varanda, onde a minha mãe estava.

Eu percebi que David já tinha subido e resolvi ir atrás dele.

- David? – eu bati na porta. Nenhuma resposta. – David?

- Entra. A porta esta aberta. – ele respondeu.

Eu abri a porta e David estava sentado em frente ao computador e aparentemente ele estava vendo alguma coisa sobre química.

- Estudando isótopos. – ele me respondeu quando eu perguntei.

Mas essa é a matéria que eu estou dando agora, eu tive vontade de responder. Preferi acenar com a cabeça.

- David. Porque você estava tão quieto no jantar?

David me olhou por meio segundo e depois suspirou.

- Você não vai entender.

- Espera. Você está falando isso pro cara pra quem perguntou se acredita em fantasma? Ah, qual é. Eu vou entender.

David negou com a cabeça, mas acabou falando.

- Bom, é que às vezes, eu... Acho que estou sendo observado. Parece maluquice, mas e se essa casa for mesmo assombrada?

Eu sorri pra ele. Esse garoto nem sabia o quanto tinha razão.

- Não se preocupe, David. Eu também sinto que estou sendo observado ás vezes. Mas não é nada demais. Relaxa. Isso não significa que existem fantasmas aqui.

- Certeza? – David me perguntou.

- Certeza. – afinal de contas eu não poderia dizer para o garoto que ele tinha razão. Que tínhamos um monte de fantasmas à solta por ai. Ele iria surtar ou sabe-se deus lá o que.

- Bom, qualquer coisa eu estou no quarto ao lado. Tudo bem?

David acenou e eu saí. Eu sabia que não era a melhor coisa a se dizer, mas não tinha nada mais que eu pudesse fazer para tranqüilizá-lo. Isso me pareceu o certo.

Entrei no meu quarto e para variar, encontrei Suzannah deitada na minha cama. Ela estava ficando muito folgada.

- Será que teria como você sair da minha cama? Só pra você saber, eu pretendo dormir nela.

Suzannah sorriu, mas não se moveu.

- Suzannah, isso é sério. Eu quero...

- Jesse! – eu olhei pra ela. – Temos visita.

- Quem? – eu perguntei de repente. Suzannah apontou para a janela. Eu me virei lentamente e identifiquei automaticamente aquela silhueta à luz da lua.

- Oi irmãozinho! – ele disse abrindo o seu enorme sorriso.

- Emmett?!

 


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Notas finais do capítulo

[N/A]: Eu amei o capitulo. E vocês?
Então, estão curiosas pra saber como o Emmett se encaixa na história?
Rrsrsrs.
Deixem as suas opiniões nas minhas reviews!
Beijos&Mordidas!
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Sou uma autora carente!
Necessito de reviews!