- Bom, acho que o local onde o Darien e a Darina estão é aqui – fala indicando uma espécie de casa desenhada no mapa, feito de improviso na areia, que estar mostrando às outras – Eu não lembro bem de como era o reino, pois minha última visita a ele faz muito tempo (SMS). Mas tenho certeza que esta é a morada do governante.

- Muito bem Rini, agora possuímos um mapa, mas como iremos passar pela vigilância? – fala Rei, pensativa.

- Sabe... Tava lembrando de algo que o Hélios havia falado, e acho que pode dar certo – fala, Serena, coçando a cabeça – Me lembro que ele falou que devia obedecer a Darina, pois ela era herdeira de Elysion – com o dedo na boca e olhar vago, pensando mais um pouco – e... possuía o sangue real. Então a Rini, como filha minha e do Darien, também tem o sangue real, e pode mandar nas criaturas de Elysion... Não é isso?

O susto é geral: Rei cai da cadeira onde se encontrava, Mina abre tanto a boca que acaba batendo o queixo na cabeça de Artemis, que estava em seu colo, Ami quase deixa o cair o seu mini computador...

- É-é exatam-mente isso – Haruka fala, recuperando o fôlego, sem acreditar – Você estar certa Princesa

- Realmente – fala, Amy, serenamente – Olhando por este ângulo, a Rini tem total poder sobre as criaturas de Elysion... Tanto a Rini, quanto o Darien e a Darina, ambos podem ordenar no reino, pois todos possuem o sangue da linhagem real, e de certa forma são aspirantes ao trono.

- Miauu... É mesmo, mas não podemos nos esquecer que a Rini, como ela própria disse anteriormente, não é a Real Rainha, esse título é o da Darina. Mas acho que ela pode sim comandar as criaturas até a irmã subir realmente no trono, ou seja, quando Tókio de Cristal se dividir e voltarmos à antiga ordem, quando a terra era protegida pelos dois reinos, o Milênio e Elysion. – Luna pondera.

- E isso vai acontecer realmente, Luna? – pergunta, Mina, intrigada – Digo, os dois reinos vão se dividirem?

- É o que tudo indica, Mina. Os dois Cristais, não foram criados para ficarem em um mesmo local. As criaturas da Lua deveriam ter ficado por lá, e as da Terra em seu lugar também, esta é a ordem que mantinha o equilíbrio e que a Princesa Serenity e o Príncipe Endymion tinham quebrado. As duas meninas são a esperança para que a antiga ordem seja estabelecida – Luna pensa mais um pouco – Miauuu... Para ser sincera, eu acho que a Rainha Selena pensou nisso quando nos reviveu aqui na Terra: que num futuro próximo, Endymion e Serenity se reencontrariam, como aconteceu, e poderiam gerar filhos que seriam a esperança para a Terra no futuro...

- Miauu... O amor de Endymion e Serenity sempre foi impossível, mas a Rainha percebeu que mais impossível seria pará-lo, por isso ela planejou isso – fala Ártemis olhando para Serena e Rini – Este amor sempre foi o que atrapalhou a velha ordem, mas será ele, que trará nova esperança à Terra do futuro, além de novos governantes, justos e sábios – senta no colo de Rini.

- Uhum, mas para que a Terra tenha um futuro digno, devemos recuperar a minha irmã – Rini olha para todas de forma decidia – iremos entrar em Elysion amanhã...

- Eu somente espero que a Serena esteja certa, que você possa comandar a estas criaturas – fala Rei, olhando para a amiga.

- Uhum, caso contrário, eu acho que a Rini não deveria ir conosco – Lita olha preocupada para a princesinha – estaremos levando a Rini para quem quer matá-la...

- Pois é, pequena Dama, será muito perigoso – Setsuna fala pela primeira vez com Rini.

- O perigo é para todas, Pluto – coloca Ártemis no chão e corre para abraçar a guardiã com os olhos marejados – Não quero ver você morrendo novamente – se desmancha em lágrimas.

O sol tinge o céu de uma coloração alaranjada e um grande abraço grupal finaliza a dia das Sailors e a certeza que no dia seguinte elas conseguiram alcançar os seus objetivos.

***

Já no casarão de Elysion, mesmo no final da tarde o dia somente está começando...

Após passar a noite e a manhã preocupada com o que fará agora que a jovem Rini reapareceu, Darina permaneceu na sua luxuosa cama, pensando em todas as possibilidades. A jovem Princesa aparenta saber mais do passado da Rainha do que ela própria, sem falar que ela crescida é uma ameaça, “cada vez mais se torna imprescindível impedi que aquele bebê cresça!”

No meio da manhã a nossa jovem Rainha caiu em um sono profundo, um quase delírio, sono agitado e banhado por imagens e vozes, como todos os demais sonhos que a assombra, mas em meio a esta confusão as pessoas e vozes de sua visão algo lhe parece mais claro... O belo homem de cabelos turquesa que sorrir com a jovem de longos cabelos dourados, ela o conhece...

Sim, claro que ela o conhece.

Ela esteve com ele noite passada, não somente com ele, como também com a jovem, é a última que a atacou, Sailor Moon...

 Sim, Sailor Moon é a jovem sorridente...

Mas eles parecem mais maduros, como? Como que ela os ver assim? Por quê? Por que estão felizes? Por que sente felicidade aos vê-los assim?

O despertar de Darina é abrupto, respiração cansada, cabelos em desalinho, suor em excesso, que lhe molha toda a camisola de cetim negro, já se passam das três da tarde, ela dormiu todo este tempo...

A Rainha eleva-se da cama e decide...

***

Já vestida e na sala do trono:

- Traga-me o prisioneiro, Tifon – ordena uma Rainha mais calma e pensativa.

O gigante rapidamente se retira da sala do trono para cumprir o desejo da Rainha adorada. Volta em questão de segundos com o prisioneiro Darien...

- Olá, Darien – fala sorridente, sentada em seu trono.

- Olá, menina – fala, Darien, calmamente – Que bom ter me chamado, eu queria muito ter uma audiência contigo...

- Já se rendeu aos meus encantos? Não achei que seria tão fácil– Darina fala, em tom divertido.

- Bom, digamos que eu queria falar com você sobre realeza, ser um governante – Darien desconversa um pouco tímido,

- Tinha que ser – Darina, esquecendo-se um pouco do porque de chamar Darien – mas fale...

- Darina, a Terra é um planeta tão lindo e perfeito, você como Rainha tem o dever de preservar ele e os seus habitantes – explica, Darien.

- Eu sei perfeitamente disso, Príncipe de Elysion – olha para Darien, desconfiada.

- Mas está fazendo coisas que comprometem o planeta...

- Matar aquela menina insuportável, compromete o planeta? – Darina sorri – Ela não passa de uma mestiça nojenta, uma mestiça que tem como guia a Lua, o que a morte dela faz algum mal para o nosso planeta?

- É uma vida, um governante protege vidas – fala Darien, humildemente olhando para baixo.

- Proteger vidas? – uma gostosa gargalhada – Para uns triunfarem, tem que haver sacrifícios. A pequena Dama será sacrificada para o bem de nosso planeta – eleva-se do trono e abre as janelas da sala, abaixo pode-se ver uma nova Elysion – Ver este reino? Quando aqui cheguei, ele não era nada. Estava abandonado, nas mãos de um mero guardião que nada podia fazer. Agora ele estar belo e crescerá cada vez mais, junto com a Terra, pois ela também ficará sob o meu poder.

- Realmente é um belo reino e sem dúvidas você contribuiu muito para que ele tenha crescido – Darien fala, vendo a bela Elysion – Mas me fale, por que matar Rini? Duvido que ela possa comprometer seu trono, a estrela da terra brilha em você, eu sinto isso – olhando para a bela jovem.

- Eu somente sei que ela compromete – pensando e com a cabeça começando a doer.

- Você não sabe o motivo? – Darien fala intrigado – Você me parece muito inocente, para ser o monstro que se mostrou ontem...

Darina o olha confusa, Darien se aproxima dela e uma imensa vontade de abraçá-la o invade, ela estar tão indefesa, confusa... Mas o que ele ta pensando? Ele ama a Serena, como pode senti esta atração por esta menina, ele é muito velho para ela... Mas ela aparenta tanta doçura e meiguice. Mesmo, depois de tudo o que ela fez ele não consegue odiá-la, mesmo ela falando que matará a sua filha. Seus corpos estão próximos. Icelos que observara a cena desde o início, não agüenta mais e:

- SOMBRAS DA ESCURIDÃO!!!! – uma rajada de sombras afasta o jovem Darien da Rainha – Como se atreve a tentar tocar em minha Rainha? – fala um Icelos alterado, possesso de ódio e ira.

Darina não foi atingida, somente o Darien que estar caído do outro lado da sala preparando-se para lutar.

Agora a Rainha conseguiu recobrar a consciência, o que ela estava fazendo? Falando com o inimigo daquela forma? Darien se tornará seu aliado, mas não agora. Agora ela tem que voltar a ser a Rainha de Elysion e ver os dois homens lutando por ela, “sim, por ela...” este pensamento a faz bem, eleva o seu ego...

Retoma ao trono e tenta visualizar o que estava acontecendo, mas antes chama Morrigan, que já chega dando gargalhadas.

A luta entre os dois está bem desequilibrada... Darien não deseja ferir Icelos, bem diferente dos desejos do guardião, que o quer morto a qualquer custo, nem o feitiço o prende ao rei consegue pará-lo, os ciúmes que o invade, são mais fortes.

- Sem poderes, Sekmet. Vamos lutar de forma justa – Darien fala se afastando e preparando para dar um soco no guardião.

- Está com medo, rei? – zoa Icelos – Teme que um mero guardião te humilhe na frente de nossa bela Rainha?

- Não é medo, simplesmente não vejo motivos para esta briga e não desejo maiores ferimentos – Darien fala limpando um pouco de sangue no canto da boca

- Não há motivos? – olhando para Darina que se diverte do trono, um ódio enorme invade Icelos, que ataca Darien com um soco – OLHA PARA ELA... ELA NÃO É MOTIVO SUFICIENTE PARA VOCÊ?

Tentando desviar-se do soco, Darien avista a face de Darina, que esta totalmente mudada, a menina de um minuto atrás se escondeu por detrás da risonha Rainha, que se diverte com a dor e o sofrimento de uma luta...

– Esta... mulher... não... é... motivos para BRIGAS – dando um soco mais forte em Icelos, que cai no chão inconsciente – Ela nem real é, a Real Rainha de Elysion deve ser doce e meiga, não este monstro que estar a se diverti com nossa luta . – vira-se e segue para a cela, mas antes fala com uma longa reverência:

– Majestade, por que finge ser o que não é?

Sai, fazendo com que o sorriso que estava esboçado na face da Rainha se perdesse e a deixando sem saber o que fazer ou falar. Morrigan, que também se divertia com a luta, simplesmente vai até onde o pobre Icelos e sussurra risonha:

- Qual o motivo da briga?

- Ele ia abraçá-la – eleva-se e sai meio cambaleante, ainda por efeito do soco...

Morrigan sorri do ex-amante, mas ver que a situação pode sair de seu controle, o Darien abraçando a Darina não é um bom sinal, sem falar de o Icelos ter este ataque de ciúmes... As coisas estão definitivamente saindo do controle...

Morrigan se aproxima de Darina:

- Minha sobrinha, tem um assunto que a muito preciso lhe falar...

- Fale, Morrigan – fala Darina secamente, pois ainda recordava-se das palavras de Darien, “quem é ele para falar que ela finge algo?” pensa...

- Darina, você sabe que os lunares virão a este reino para resgatar o Príncipe, não sabe?

- Claro, titia – fala ,Darina, meio entediada com o assunto – Se elas se aproximarem de meu reino irei repeti o que fiz ontem, é simples – um sorriso brota na face da Rainha ao lembrar o que fizera às Sailors.

- Ai, minha ingênua sobrinha – Morrigan com face de total reprovação – Uma Rainha não deve sujar as mãos com batalhas.

- Mas os servos que possuo são todos inúteis... Eu tenho que fazer com minhas próprias mãos, pois o povo deste reino é pacífico – olhando para Morrigan com um certo rancor – Para ser sincera, não sei como vocês conseguiram manter este reino no passado grandioso que tiveram, nem como não foram invadidos ou tomados...

- Minha cara sobrinha, vim-lhe falar sobre isso – aproximando- se de Darina e abraçando-a por trás – Os antigos reis possuíam servos especiais, servos que cuidavam da proteção do Reino e dos governantes, igual às Sailors que protegem tanto aquela que chamam de Rainha.

- Entendo – olhando para Morrigan – Mas o que houve com estes servos, pensei que Icelos era um deles, não o é?

- Icelos e Hélios são meros guardiões dos templos que eram apoiados pelas médades, não possuem poder para proteger o reino. Os reais guerreiros de Elysion se chamavam Shitennous e eram: Jadeite, Nephrite, Zoisite e Kunzite, ótimos guerreiros. Não tenho certeza quanto ao fim deles, somente sei que aqui não estão e que necessitamos de uma proteção semelhante à deles.

– Entendo, tia – pensando – mas como conseguiremos estes servos?

- Devemos invocá-los...– fala Morrigan colocando seu plano em prática – Para chamar semelhantes criaturas... precisamos de muito poder e da escolha correta. Escolherei para você as criaturas ideais...

- Pode ser, titia – nem imaginando o que estaria por vir – Mas como faremos?

- Deixe comigo, minha querida sobrinha... – fala Morrigan com uma expressão de loucura na face.

           ...