Memórias de uma vida escrita por AnmyChan


Capítulo 9
Ídolo e Fã




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Eram 3h da manhã, e ainda estava naquela boate acompanhado por ela, Rose.  Aquela mulher que aprendeu a caminhar por si só, que saiu de Nevada em busca de seus sonhos e que por mais que sentisse falta de casa, nunca cogitou a ideia de voltar. Tudo que ela quer é se garantir em um país que era profundamente apaixonada, Londres era sua nova casa, apesar de ter sido roubada no segundo dia que desembarcou, ela ainda amava essa cidade. Mas ainda não trabalhava com o que gostava, e isso a deixava mais forte. Pelo menos foi o que ela disse.

— Bom Ed. – Ela me despertou dos meus pensamentos. – Acho melhor eu ir, hoje ainda trabalho e preciso dormir.

— Ah, mais ainda é cedo. – Olhei para o meu relógio, e ri. Não por ser 3h da manhã e sim por estar de cabeça para baixo.

— Do que esta rindo? – Perguntou me olhando encarar o relógio.

— Olha que horas que é. – Mostrei o relógio e ela riu. – Pietra colocou de cabeça para baixo.

— Essa sua menina. – Ela riu.

— Realmente. – Levantei. – Vamos? Eu te deixo em casa.

— Não precisa Ed, ainda tem táxi – Ela abriu a bolsa - Acho que é melhor pegar um ônibus. –Ela riu olhando para a carteira.  

— Para Rose, eu te levo em casa, não é nenhum sacrifício.

— Tudo bem. – Ela sorriu e fomos em direção à porta. – Eu nem acredito que estou aqui com você. – Era a terceira vez que ela repetia isso.

— Com perdão da palavra “Grande merda”. – Sorri e chegamos e entramos no carro.

— Para Ed, esqueceu que sou sua fã?

— Wow, é verdade. – Bati a mão na testa. – Havia me esquecido, querida eu não saio com fãs. Vou te deixar na próxima esquina. – Falei sério.

— Como? – Ela me olhou com espanto.

— Calma. – Comecei a rir. – Estou brincando. – Ela suspirou. – Mas realmente eu não saio com fãs, e creio que isso foi meio que um encontro. – Ela começou a rir.

— Seu idiota. – Ela rapidamente se virou para mim com a mão na boca e com cara de espanto. – Me desculpa, eu não queria te chamar de idiota.

— Relaxa Rose, para de besteira. Desde que seja brincadeira esta tudo bem. – Ela sorriu.

Fomos o trajeto todo rindo, ela tinha uma alegria e falava tudo com certo amor que eu não sei explicar. Quando chegamos a sua rua, ela foi me guiando e então paramos em um prédio modesto, não tinha pintura já que era feito de tijolos mostrando o quanto era antiga e continha milhões de histórias.

— Então Ed, muito obrigada por me trazer e por me permitir passar uma noite conversando com meu ídolo. – Ela sorriu.

— Não moça, eu que agradeço. – Ela me olhou com um sorriso tímido. – Fazia algum tempo que eu não me divertia sem ter alguma responsabilidade e poder curtir a noite ao lado de uma boa companhia. – Sorri.

— Então. – Ela me olhou ainda sorrindo e foi então que percebi, ela tinha covinhas. – Eu vou indo.

— Ok, nos vemos por aí. Só não tenta me perseguir de novo. Tudo bem? – Ela riu.

— Sim, eu já falei a ideia de ir trabalhar lá como barman foi só para olhar para você, eu não sabia que acabaria me trazendo aqui hoje. – Eu me aproximei do rosto dela e depositei um beijo em sua bochecha, eu a vi corar. – Tchau Ed Sheeran.

— Tchau Rose.  – Esperei ela ir até a porta e acenar, em seguida parti para a minha casa.

No caminho, pensei em como realmente foi bom sair de casa, não que eu quisesse sair de perto da minha filha, mas cuidar de uma criança causa certo desgaste e por mais que eu ainda seja jovem, me canso. Aquela menina é elétrica, estava ansioso para chegar a casa e ver o estado daquela casa sem mim. Viajando em pensamentos, eu finalmente cheguei a minha casa e ao abrir a porta, fui tirando meu paletó o pendurando ao lado da porta. Notei que a casa estava limpa e que Pietra estava deitada no sofá-cama, onde estava aberto e arrumado para eu dormir. Ela estava abraçada ao gato de pelúcia e a um travessei que me pertencia.

— Ei pequena. – Disse me abaixando perto do sofá. – Você tem quarto sabia?

— Huh? – Esfregou os olhos com as mãos fechadas. – Papai?

— Sim querida, papai chegou. O que faz deitada aqui?

— Estava. – bocejo. – Te esperando, e você. – Ela pegou meu pulso que estava com relógio e viu a hora. – Chegou às 4h, esta tarde e cedo Senhor Edward Christopher Sheeran. – Agora ela continuava deitada, mas com as os braços cruzados.

— Desculpa amor, eu juro que não será sempre. –Eu comecei a me desculpar, quando ela me chamava pelo nome completo eu sabia que o bicho ia pegar.

— Calma papai. – Ela riu. – Estou brincando. - Se sentou e me abraçou. – Se divertu?

— Sim, estava bem legal. – Ela soltou o abraço e se deitou, batendo a mãozinha na cama ao seu lado me convidando para deitar, e foi o que eu fiz. A abracei pela cintura.

— Papai? – Eu arregalei os olhos. – Você bebeu? – Pronto, fui descoberto.

— Bebi. – Olhei sério para ela. –Vai me bater?

— Humm. – Pensou. – Vou. – Me deu um tapa no braço.

— Aí. – Sorri, por que ao lado dela eu sempre sorria, não importa o que acontecia com meu dia, eu sempre fazia de tudo para parecer bem. – Eu conheci uma fã hoje.

— Sério papai? Ela pediu autografo?

— Ta aí, eu não me lembro.

— Como assim papai? – Ela falou alto.

— Shiuu Dona Pietra, seus avós estão dormindo. – Sussurrei e a vi levantar os ombros e fez careta do tipo “fiz mancada” e eu ri.

— Papai, tem história hoje?

— Esta meio tarde para história pequeninha.

— Aaah papai.

— Não filhota, esta tarde e amanhã quero levar seus avós para passear.

— Mas e eu? Vai me deixar em casa?

— Não, isso te inclui. – Bati com a ponta do dedo indicador no nariz dela.

— Oba então vamos dormir. – Ela levantou e olhou para os meus pés. – Papai, ainda esta de sapatos.

— Deixa que amanhã eu tiro meus sapatos.

— Não. – Ela tirou meus sapatos fazendo muita força. – Pronto. – Disse ao colocar um dos sapatos no chão, pegou o lençol e nos cobriu. – Boa noite Papai.

— Boa noite meu amor.


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