Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
— Então é assim que faz queijo.
— Eca que nojo, queijo estragado. – Pietra fazia careta imaginando a minha explicação, estávamos no Starbucks em uma manhã de sábado.
— Não é queijo estragado e sim leite estragado.
— Queria ter aquela coisa que as pessoas têm que não pode comer nada que tenha leite e que se comerem tem dor de barriga e vai ao banheiro fazer... – Eu a interrompi.
— Filha! – A repreendi. – Não fala isso aqui e também se você tivesse isso, você não poderia comer seu cereal do coelho com leite.
— É verdade, então não quero mais. – Ela começou a dar pulinhos mesmo estando sentada.
— Aí! – Senti um chute no meu joelho dado por ela. – Sossega menina. – Eu ri e tomei meu café enquanto via as mensagens do meu celular, então depois de um tempo olhei para Pietra que ria olhando um canto, então eu acompanhei o seu olhar e vi uma moça fazendo careta para ela. – Filha, coma seu cookie. – A mulher olhou para mim e eu comprimente com um balançar de cabeça.
— Ela é engraçada Papai e é ruiva também. – Virou novamente para o prato e mordeu seu cookie. Eu dava algumas olhadas para a mulher discretamente.
— Terminou? – Perguntei me levantando.
— Sim. – Então a ajudei levantar, me virei pegando minhas chaves sobre a mesa e quando eu percebi Pietra havia sumido, entrei em desespero, porém foi passageiro por que logo a mulher ruiva veio ao meu encontro com ela.
— Acho que essa pequena pertence a você. – Ela sorriu olhando para mim e depois para a fugitiva.
— Sim. – Estiquei a mão para a pequena. – Eu já tinha te falado para não incomodar os outros filha.
— Filha? – Ela perguntou. – Desculpe, mas você não parece ter filhos.
— Tudo bem, e não tenho filhos e sim só uma filha. – Sorri.
— Ei moça ruiva, quer ir ver filme com a gente? – Pietra perguntou.
— Pietra! – A repreendi.
— Bom. – Ela me olhou. – Pietra, eu não posso.
— Por favor, se você for eu te conto como o Queijo é feito. – Eu a olhei e segurei o riso.
— Então tudo bem, mas não faz mais esses olhos de gato de botas. –Ela sorriu e se curvou tocando a ponta do nariz da Pietra com o indicador, igual ao meu costume. Ela se endireitou. – A propósito meu nome é Allison.
— Prazer Allison, essa é a Pietra e eu me chamo Christopher.
— Você tem um rosto familiar, eu não sei da onde. – Ela colocou a mão no queixo pensando.
— Papai é cantor. – Pietra falou subitamente.
— Ah cantor? – Eu assenti. – Eu não me lembro de nenhum Christopher cantor.
— Ed Sheeran na verdade. – Sorri.
— Ah sim, eu não estava ligando a sua voz no rádio com você, desculpe.
— Tudo bem, bom, vamos? – Ela assentiu e sorriu e então Pietra foi abrindo a porta.
— Então seu nome é Christopher Sheeran? – Perguntou curiosa enquanto andávamos até o estacionamento.
— Sim, na verdade é Edward Christopher Sheeran, mas ficou apenas Ed e o Sheeran. – A pequena chegou ao carro.
— É melhor de se lembrar. – Ela sorriu.
— Você veio de carro? – Perguntei assim que chegamos ao carro.
— Não, eu vim de me metro.
— Então é mais fácil, entra aí depois do filme te deixo em casa.
Ela entrou e partimos para o cinema, e assim com a minha filha havia dito ela contou toda a história do queijo e depois começou a falar sobre a escola. Então o filme começou e as duas ficaram quietas, eu estava meio incomodado por que não era comum Pietra fazer isso, convidar estranhos e coisa do tipo. O filme acabou e então a pequena quis ir ao pequeno cinema 4D que tinha ao lado, então eu a deixei entrar sozinha por que dizia ser forte o suficiente, e também por que havia uma tela do lado de fora onde eu poderia ficar de olho nela.
— Olha desculpa pela minha filha, e o modo como ela te arrastou para cá. – A olhei.
— Tudo bem, ela é um amor de pessoa e também eu não tinha nada para fazer hoje.
— Você é da onde?
— Sou de Londres mesmo, nascida e criada. Na verdade acabo de voltar da Grécia, estive estudando por lá.
— Estudando? Desculpe mas quantos anos você tem?
— Tenho 27, e não fique surpreso, nunca é tarde para se aprender.
— Não, não é isso. – Coloquei minha mão na nuca a coçando. – Eu só fiquei admirado.
— Você tem quantos anos? – Ela deu um pulinho e sorriu.
— Eu tenho 29. – Sorri colocando as mãos no bolso e encarando a tela, a pequena ria dos solavancos que a poltrona fazia.
— Aii meu Deus! – Apareceu uma menina ao meu lado. – Ed Sheeran aqui, não acredito. – Ela me abraçou, e eu tirei minhas mãos dos bolsos e a abracei.
— Olá, Tudo bem? – Disse ainda a abraçando.
— Sim, sim, ótimo. Me dá seu autografo? – Ela me estendeu um papel e uma caneta.
— Claro. – Autografei.
— Uma foto, meu deus eu preciso de uma foto! – Ela pegou o celular e entregou para Allison. – Tira uma foto nossa?
— Claro. – Ela tirou.
— Obrigada, muito obrigada. – Ela me beijou na bochecha e eu retribuí e então ela deu tchau e saiu.
— Uau, é sempre assim?
— Às vezes, teve uma diminuída depois que peguei férias. – Voltei rapidamente meus olhos para conferir se a Pieta estava bem e confirmei.
— Deve ser muito legal, o agito o amor de pessoas que você nem conhece. – Ela tinha um largo sorriso. Eu fiquei encarando aquele olhar distante.
— Allison, você trabalha no que?
— Ah, trabalho com marketing.
— Posso pedir seu número? – Ela voltou seu olhar rapidamente para mim. – É para possíveis trabalhos, é que como estou voltando agora preciso de ajuda de todos os lados. Sabe só opiniões. - Ela sorriu.
— Aqui, pegue. – Ela me entregou o cartão e eu sorri. – Olha quem vem ali.
— Papai! – Veio correndo e pulou me fazendo pegar ela no colo.
— E aí, como foi?
— Legal demais, a cadeira mexia e parecia que eu estava nadando. – Ela agarrou meu pescoço.
— Bom Pietra, Ed chegou minha hora, preciso mesmo ir.
— Nós te levamos em casa Ali. – Olhamos rindo para a Pequena.
—Ali? – Perguntei.
— Sim, é um lindo apelido. – Sorriu arteira.
— Eu gostei. – Allison se pronunciou.
— Ok, então. Vamos? – Ela assentiu e seguimos para o carro.
Eu a deixei em um ponto perto de sua casa, por que ela tinha que ir a algum lugar antes e então eu e a pequena seguiram. Chegando a casa Pietra se sentou na sala e eu ao seu lado.
— Se divertiu? – Perguntei.
— Sim, e eu gostei da Ali. – Ela sorriu. – Você também?
— Sim.
— Ela é linda né? – E então eu comecei a entender.
— Filha, o que você pensa que pode acontecer entre mim e a Allison?
— Ela pode te amar Papai. – Eu fiquei sério e encarei a parede.
— Por que você acha isso?
— Por que você precisa, e eu ouvi a vovó falar isso.
— Filha, eu já te disse que é feio ouvir a conversa dos outros.
— Eu sei Papai, mas você precisa ser feliz.
— Amor, eu sou feliz enquanto você estiver aqui. – Eu sorri e beijei o topo de sua cabeça.
— E eu vou ficar aqui sempre, sabe por quê?
— Por quê?
— Porque eu amo você.
— Eu também te amo sua arteira. – Ela sorriu e saiu para o quarto e eu fiquei na sala envolto em pensamentos.
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