Death Memories: Operação Marshall escrita por Nael


Capítulo 9
Conexões do Passado


Notas iniciais do capítulo

Voltei rápido!!! O/
Capítulo betado pela Moonlight
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“O campeão nacional absoluto mais jovem de todos os tempos e de todas as modalidades esportivas é um jogador de Xadrez. Trata-se do peruano Júlio Granda Zuñinga, campeão nacional aos 6 anos de idade.”

P.O.V Matt

Não vi exatamente quando Mello saiu, mas continuei enrolando Karen como podia. De repente senti um vulto se aproximar e uma bebida colorida foi posta na minha frente tapando a tela.

– Você tem que experimentar isso. – Mello parecia animado.

Depois de passar a fase me virei pra ele sem ligar pro jogo.

– O que é isso?

– É o paraíso. Experimenta. – ele praticamente estava quase enfiando o copo na minha garganta. Fomos pra uma mesa mais calma e eu bebi a porcaria. Achei doce e sem graça nenhuma, mas entrei no jogo dele.

– Caramba, temos que importar isso pra Inglaterra. – comentei. Continuamos fazendo caras e bocas pra Karen. Depois de uma hora pedimos pra voltar ao hotel. Near e Alfred ainda não tinham chegado.

– Finalmente. Achei que nunca chegaríamos nesse hotel. – Mello se jogou na sua cama.

– E então? – comecei sem dar tempo dele respirar. Mas o miserável apenas continuou com os olhos fechados. – Ei! E o plano? – pulei na cama. – Droga Mello, fala porra. – perante esse nome ele abriu os olhos.

– Vê se não mela tudo seu viciado. – ele jogou uma caixa de cigarros, que tirou da jaqueta, na minha cara.

– Caralho! – meus olhos brilharam. – Como conseguiu? – corri para dentro do banheiro sendo seguido por Mello que se deteve no batente da porta

– Dei meu jeito. Mas economize. Além disso... – ele puxou alguma coisa do bolso e colocou na pia do banheiro, pelos desenhos deviam ser balas de menta. – Vê se não dá mancada. – eu que já estava tragando o primeiro maço e quase revirando a cabeça pra trás assenti sem nem pensar direito.

Ouvimos um barulho na porta de entrada e Mello saltou pra dentro do banheiro fechando a porta. Near, provavelmente vendo a cama desarrumada, gritou de dentro do quarto.

– Arthur? Jhonny? Vocês estão aqui?

Corri pra dentro do box e liguei o chuveiro lembrando só depois que estava de roupa. Mello deu um tapa na testa indignado com a minha burrice.

– Sim. – Mello tirou a blusa e molhou na torneira. Então saiu fechando a porta. – Jhonny tomou um banho de refrigerante. Francamente essa cidade é muito cheia. Até eu fui atingido no meio da confusão e...

Parei de ouvir o que ele dizia, parei de ver o que estava ao meu redor. Nem liguei por molhar o uniforme. Apenas me distanciei um pouco do chuveiro e me deliciei com aquele cigarro. É... Eu estava viciado e ia surtar mais rápido do que previa. Obrigado Alice.

P.O.V. Mello

Sai do banheiro pro quarto inventando a primeira desculpa que me ocorreu. Near claramente não deve ter acreditado 100% nisso, mas não comentou mais nada, apenas assentiu com a cabeça e se dirigiu para um dos sofás e se pôs a ler pela milionésima vez as coisas sobre o torneio.

– Você comprou alguma coisa? – perguntei por fim me jogando na cama.

– Não. Nada. E vocês? – ri de canto, afinal eu havia ganhado os cigarros.

– Só umas bebidas estranhas. – ficamos assim em silencio. Near lendo os folhetos e regras e eu encarando o teto pensando em coisas do passado.

O jogo com aquele garoto me fez sentir vivo. Afinal jogar com o Near mesmo eu ganhando às vezes não tem graça. Mas por quê? Afinal ele deveria ser o meu maior rival. Vencer alguém fácil como aquele moleque não devia ser tão excitante assim. Ahh! Sim.. Acho que me lembrei. Como é mesmo Seidler?... A maldita aposta! É isso que torna um jogo interessante. E a vitória quando se tem algo apostado é completamente deliciosa. Eu... Eu definitivamente quero provar isso de novo. Principalmente porque a aposta não era algo terrível como antes. Então eu... eu.. eu tenho... que...

– Mello! – a voz meia sussurrada passou estridente no meio dos meus pensamentos e eu me ergui de uma vez. Near olhava para mim com uma cara desconfiada. – O que você tem?

– Hã? – eu falei num suspiro cansado.

– Estava falando com você. Poderia pelo menos fazer a cortesia de responder. – ele virou o rosto parecendo ofendido.

– Tsc! – fiz pouco caso do ocorrido e Matt saiu do banheiro só de cueca. Enxugava o cabelo enquanto levava a peruca numa das mãos e tinha a cara mais contente do mundo.

Antes que qualquer um falasse qualquer coisa peguei uma toalha e corri pro banho também. Tranquei a porta e liguei a agua fria. Mal terminei de tirar o uniforme e a peruca e entrei com tudo debaixo do chuveiro. Parecia que eu tinha corrido uma maratona pela forma como eu respirava. Eu... Eu havia mesmo pensado daquela forma? Eu estava mesmo cogitando achar aquilo divertido? Será... Será que mesmo depois de três anos Seidler ainda está me controlando?

Só senti o impacto muitos minutos depois de ter socado os azulejos do banheiro. Mesmo o cabelo grudando no meu rosto e embaçando minha visão tudo parecia se desenrolar claramente na minha frente. Aquele terrível ano. Será que havia alguma possibilidade deste caso estar relacionado com o Unter?

– Arthur? – ouvi batidas na porta seguidas pela voz de Matt. – Você está bem?

Fechei meus olhos e me acalmei pra responder.

– Estou.

– Precisa de alguma coisa?

– Não. – respondi prontamente.

– Tá bom. – pude ouvir os passos se afastando. Decidi que o melhor a fazer era sair logo dali e contar tudo ao Matt para que ele pudesse no mínimo me manter longe de encrenca. Mas por alguma razão quando desliguei o chuveiro e o fervor do momento passou a ideia me soou ridícula, eu não podia acreditar que estava a ponto de admitir fraqueza ou derrota. A ponto de clamar por ajuda, mesmo que para o Matt. Era inaceitável eu estar tão dependente assim.

– Se você vai lutar por ela não há espaço para falhas. – a voz suave, mas firme ressoou em minha mente. – Você não pode depender de sorte ou dos outros. Ninguém aqui neste lugar é seu amigo. – o homem falava com a seringa na mão. – Não espere gentileza, misericórdia ou qualquer outra virtude. Se quer ganhar qualquer jogo pense apenas em uma única coisa, adversários existem para serem eliminados. Porque a parti do momento em que você perde, eles apenas acharão outra peça pra colocar no seu lugar. Então se quer a sua irmã a salvo torne-se uma peça importante.

– Aaron... – falei encarando minha imagem no espelho. Eu estava um caco. – Mellody... – comecei a pentear os cabelos ensopados. – O que diabos eu devo fazer afinal? Qual o seu plano L?

P.O.V. Lawliet

Passei pelo pequeno portão graças a chave que eu tinha. Podia ouvir a musica ao longe. Subi o pequeno declive até achar o grande prédio. O primeiro prédio, o primeiro dormitório, o lugar que deu inicio à Wammy’s House. Subi pela estava lateral de incêndio. E como esperado, no terraço, bem no parapeito quase para despencar lá de cima estava Alice.

– Você ainda está aqui? – ela falou sem se virar. Eu coloquei as mãos no bolso e caminhei até ela.

– Sim. Só por sua causa.

– Fico lisonjeada. – ela disse se voltando com um sorriso pra mim. – Ou será que devo ficar ofendida? – sua expressão mudou em um instante e ela levou um cigarro aos lábios.

– Pensei que tínhamos um acordo quanto a isso. – apontei para o maço. Ela não revidou. Me sentei ao seu lado, mas com as pernas para o lado de dentro da construção. Não era a posição mais confortável para mim. – Está preocupada com os três, não é?

– Vendo o pouco caso que faz, sim estou começando a me preocupar. – ela soltou um pouco de fumaça pelo nariz.

– Me desculpe. Mas eu asseguro que estão bem.

– Tsc! – ela se irritou. – Estar dentro de um cofre blindado não é segurança. Você... Você é um idiota, Ryuuzaki. – Alice voltou a tragar rapidamente e eu não consegui evitar de rir. – Qual a graça? – ela estava bem seria e brava.

– Sabe quantas pessoas neste mundo me chamaram de idiota em toda minha vida?

– Tsc! – a moça voltou a fazer seu tique nervoso com a língua. – Elas apenas não veem essa sua cara de tapado então não podem ver logo de primeira sua idiotice. – ela pareceu se acalmar um pouco. Me ofender parecia sempre relaxá-la.

– Me deixe terminar. Das pessoas que me chamaram de idiota você é provavelmente a única que pode dizer isso e com razão Alice.

– Ryuuzaki... Por que você os mandou pra lá?

– Você recusou o meu convite.

– Se eu soubesse que mandaria o Mello... – ela desviou o olhar. – Eu também não queria me envolver nisso. Mas... Mandar o Mello pra um torneio depois de saber de onde ele veio? Além disso, há possibilidades da Razdor estar no Japão. Se acharem o Near...

Sorri satisfeito.

– Como sempre você é um poço de informações. Parece até que consegue ler a mente das pessoas. – ela cerrou as sobrancelhas e virou para o outro lado me ignorando. – Talvez se vier comigo para Tóquio a segurança deles seja absoluta.

– Que golpe baixo. Essa era sua ideia? Me chantagear assim?

– Não, claro que não. É apenas um pedido.

– Eu recuso. Eu já disse, não foi? Eu não quero seu titulo.

– Eu sei. É por isso que erra deliberadamente nas provas, esconde seu potencial e veste tantas e tantas mascaras. É mesmo uma pena que não aproveite seu talento em nada. Afinal, você sempre foi a minha favorita e no presente momento a mais capacitada para me suceder. – ela voltou a me encarar.

– Não. Sou uma reserva. Uma reserva que não quer jogar. – ela disse e se voltou para o céu com poucas estrelas. – Por falar nisso... Como ele está?

– Bem. Não quis terminar as plásticas e reposição de pele além de estar sempre assustando os detentos e guardas. – comecei a roer a unha do polegar, esse assunto sempre provocava isso. – Não ache que você é uma reserva, você não é uma segunda opção porque B não é mais viável. Você é a minha única sucessora e ironicamente a única que recusa o cargo.

– Beyond... Ele... Era pra ser ele... – ela abaixou a cabeça, será que ia começar a chorar?

– Desculpe, eu não quis trazer esses assuntos.

– Ele não é uma má pessoa L. – ela disse por fim.

– Ele matou dezenas de inocentes, Alice.

– Não. Ele jogou contra você, é diferente. – eeu olhar ganhou aquele tom ameaçador. – Ele só queria se provar pra si mesmo, assim como o Mello faz muitas vezes, mas também queria seu reconhecimento assim como o Near e no final das contas ele acabou se dando conta de que não poderia alcança-lo, assim como Matt.

– Então você quer dizer que os três são o Beyond fracionado?

– Não sei. Isso eu não sei, mas eu posso prever como vai acabar. Sei exatamente o que cada um deles pode fazer, sei as consequências que as suas escolhas trarão para eles L. Como você bem disse eu posso descobrir, posso saber tudo, ler cada mínimo movimento e como isso pode afetar tudo. A única coisa que eu não vejo é a minha vida, o que há a minha frente. Eu posso apontar dez possibilidades de futuro de qualquer pessoa sem nem mesmo trocar uma palavra com ela, mas não sou capaz de ver nada para mim. – ela sorriu de canto. – Acho que sei como os oráculos se sentem. Por mais que eu tente, por mais que planeje eu não monto um futuro para mim. Porque eu... Sou mais vazia que o Near.

– Você... – aquela era uma frase arriscada, mas Alice merecia mais do que qualquer um essas palavras. – Você gostaria de ver o Beyond? Antes eu pedi que esperasse porque a situação dele era critica e sua aparência deformada, mas agora não resta mais nada a se fazer.

– Eu agradeço Ryuuzaki, mas não. Acho que será melhor para nós dois que fique como está.

– Entendo... – voltei as mãos pros bolsos e comecei a caminhar. – Me avise caso mude de decisão... Sobre qualquer coisa.

– Certo. – já estava quase na escada quando ela me chamou novamente. – Ryuuzaki... Você contou a ele sobre a Rize? E sobre o bebê? Afinal já faz 5 anos.

– Não. Estou me decidindo quanto a isso.

– Sei... Como melhor amiga dele acho que seria melhor manter tudo isso em segredo. Aliás, seria melhor que nem mesmo o garoto descubra sobre isso no futuro.

– Bom, levarei isso em consideração e apagarei todos os dados. Afinal você já descobriu não é?

– Sim... – ela falou no automático. – Ele está na França e recebeu o nome de Adam Monrel.

Alice... Uma garota surreal, sem passado e sem futuro. A única amiga de um assassino, a única capaz de me entender e ao meu brilhantemente perigoso primo. Mello, Near, a verdade é que ela é... A única que eu sempre quis que me sucedesse.


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Notas finais do capítulo

MasComoAssimFani? O.o
Tá, essa parte da Alice foi meio estranha mesmo. Acontece que é um pequeno gancho para uma pergunta que me fizeram muito com relação a Sophie da fic de Death Note:Os Sucessores. Se você leu até o final é bem simples: lembra do nome verdadeiro do Novo L? Poisé.
E se você não leu, mas mesmo assim tá curioso (ou mesmo não entendeu) com essa historia do Beyond e do tal Adam e não se importa de receber spoiler é só avisar no comentário que eu explico na resposta. ;)

Ah! Sim, uma pequena charada pra vocês. Esse finalzinho tem uma sutil referência ao spinoff Another Note: O Caso dos Assassinatos BB de Los Angeles. E não, não é o Beyond Birthday nem o Ryuzaki. hehe
Pensando bem, vamos fazer uma brincadeira parecida com da outra fic.

Quem descobrir basta me mandar a resposta por MENSAGEM PRIVADA com o assunto Charada Resolvida e com exceção de Alice, Julie, Watari, L, Matt, Mello e Near o ganhador (quem mandar a resposta correta primeiro) pode matar UM personagem.
(Mas Fani você proibiu praticamente todos que já apareceram)
Poisé, por isso mesmo o ganhador pode esperar até o capítulo 16 (que é até onde já tenho escrito) ou mais, eu irei informando para se decidir e com isso conhecer outros personagens. Dependendo da vontade do ganhador e de quando a história for rumando para o fim eu avisarei a hora de decidir. Não se preocupem e participem.



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