Depois de um tempo ambos adormeceram. Mark estava tendo um sonho estranho. Novamente um cão o perseguia por um labirinto de areia, um grande portal se abria e um guerreiro egípcio estava do outro lado. O restante não se lembrava mais, tudo um borrão.

 Acordou na manhã com o sol brilhando em seu rosto que passava por entre a janela do avião. Já tinham pousado, Dylan, Prya e Minkabh estavam de pé conversando, Mark se levantou e olhou para Steven no fundo do avião, estava dormindo agarrado com a mão da múmia, Mark jogou algo nele, ao acordar e ver o braço da múmia no seu rosto levou um susto e levantou depressa.

 - Temos que nos preparar, é um longo caminho daqui até a cidade. Vamos nos reabastecer antes de partir. – Disse Minkabh entregando uma mochila para cada um. – Aqui, levem e usem somente para emergência, tem muitos civis inocentes na cidade.

 Mark abriu a mochila e tinha algumas armas dentro, na dele ainda estava preso a espada com que lutara contra Minkabh na noite passada.

 - Acho melhor colocar isso numa sacola, não é muito normal isso. – Disse Minkabh para Steven referindo-se ao braço da múmia. Steven obedeceu e colocou ela numa sacola e jogou nas costas junto com a sua mochila.

 Saíram para um grande campo onde outros aviões estavam parados, seguiram até o limite do aeroporto e logo depois já estavam na cidade. Pessoas ocupavam as ruas, comércios e bancas estavam em todos os lugares. Minkabh liderava a fileira, seguido por Mark, Prya, Dylan e Steven. Passavam por ruas e mais ruas, um labirinto. Grande homens riam e conversavam num lugar que parecia ser um bar. Ao passar por um deles, ele falou algo para Prya, ela compreendeu e fez uma careta para ele, não tinha gostado do que ouvira, Mark voltou e a pegou pela mão, olhando sério para o homem que tinha falado algo para ela. Depois de chegar numa rua principal com maior movimento de carroças e até uns dois caminhões, Minkabh chamou ele para um lugar que parecia ser uma pensão. Ao fundo podia ver pessoas se alimentando. Minkabh foi até o balcão e virou-se para os outros.

 - Vamos beber alguma coisa e nos alimentar, antes de encontrarmos um lugar para conseguir transporte até a pirâmide.

 - Não podemos ir andando? – Perguntou Steven.

 - São uns 100km daqui até lá. Boa sorte nesse calor do Cairo. – Respondeu Minkabh.

 - Ok, você venceu. Vou no banheiro. – Steven saiu até o banheiro, deixando os outros sentados numa mesa ali. Andava se movimentando tentando disfarçar o movimento da sacola provocado pelo braço da múmia que estava dentro.

 Chegou no banheiro e entrou num dos boxes e tirou a mochila junto com a bolsa. Quando começou a se aliviar, olhou para os lados e via que tinha homens de cara fechado ao seu redor. Ao terminar, olhou para o chão para pegar a mochila, mas a sacola não estava lá. Ao procurar a sacola que estava com o braço da múmia, viu que ela estava se arrastando até um dos boxes fechados, pela parte de baixo. Steven olhou para os lados e correu para pegar a sacola, bem na hora que o ocupante do boxe abre a porta e encara Steven por cima.

 - Desculpa é que ela é teimosa. – Disse sem graça.

 O homem ergue Steven até a altura dos seus olhos.

 - Calma aí cara, podemos resolver isso conversando. – Disse Steven não sentindo o chão embaixo dos seus pés.

 - Me der – Disse o homem olhando para bolsa. Um dos outros caras que estava no banheiro pegou a bolsa e ao abrir, tomou um susto quando a mão do braço saltou para fora da sacola. Ele jogou em cima do homem que segurava Steven e com o susto, largou Steven no chão. Que pegou a mochila e o braço e saiu correndo para fora. Ao chegar na mesa onde seus amigos estavam Steven estava ofegante.

 - O que foi cara? O que você fez? – Perguntou Mark.

 - Temos que sair daqui logo. – Disse Steven.

 Quando olharam para entrada do banheiro os homens saíram e viram Steven apontando para ele.

 - Peguem. – Ordenou o que tinha levantado Steven.

 - Corre. – Disse Steven se apressando para fora. Os outros seguiram ele.

 Passaram correndo por ruas e ruas, Mark jogava algumas coisas no caminho para atrasar seus perseguidores.

 - Ei você não pode dar um jeito neles, como fez com aqueles três na saída da lanchonete antes. – Gritou Steven para Minkabh enquanto corria.

 - Eles não são nossos verdadeiros inimigos. – Gritou Minkabh. – Vamos tentar despista-los.

 Steven acabou entrando numa rua sem saída seguido pelos outros. – E Agora. – Levava as mãos à cabeça.

 Dylan então percebeu uma corda caindo sobre eles. Quando olhou para cima, tinha um homem no topo de uma varanda que jogou mais outra corda para eles.

 - Subam rápido. – Gritou o homem da varanda.

 - Não temos escolhas. – Disse Steven já começando a subir numa corda. Prya subiu na outra que estava livre. Dylan seguiu eles, Minkabh estava prestes a subir uma das cordas, mas aguardava Mark que parou no início da rua procurando algo na mochila.

 - Vamos Mark. – Disse Minkabh.

 - Só mais uma coisa. – E tirou uma pequena esfera de dentro. – Está aqui. Cubra os olhos e a boca.

 Ao atirar a esfera num pequeno mutuado de lixo que estava ali perto, ela explodiu e uma grande cortina de gás se espalhou. Mark então correu para corda e começou a subir junto com Minkabh, ao conseguir escalar até a varanda, viraram e virão seus perseguidores perdidos e tossindo na nuvem de fumaça. Era uma fumaça que estava atordoando-os.

 - Vamos, ainda temos que corre andar. – Disse o homem que resgatou eles. Todos começaram a segui-lo. Passaram de um prédio para outro por escadas e pontes entre elas. Ele tinha um turbante sobre seu rosto, e roupas velhas sobre si.

 - Você pode nos dizer quem você é? – Perguntou Prya.

 - Teremos tempo para uma conversa num local seguro, minha cara dama.

 “Dama”. Essa palavra fez Mark começar a ter uma desconfiança por ele. Não ciúmes, mas sabia que conhecia aquela voz de algum lugar. O homem fez um gesto para Minkabh que foi de imediato para seu lado.

 - Sei que algo sério está acontecendo, seria demais eu falar que sei que você e a ordem dos Medjais estão preocupados com um certo comandante de muitos anos?

 - Creio que você está certo e parece que sabe demais. Mas foi bom o senhor ter ficado. – Minkabh parecia conhecer ele de algum tempo. – Mas achei um erro você ter mandando um artefato importante para longe.

 - Não tive outra alternativa, mesmo sabendo que o artefato procura sempre um jeito de voltar. – Então desceram para uma rua pouco movimentado e logo após entraram numa casa.

 - Ah sim, acho que aqui é um local seguro. – Disse ele fazendo um gesto para todos entrarem e se acomodarem.

 - Parece entender bem em se esconder e achar locais seguros né. Tio. – Disse Mark.