Verdades e Mistérios escrita por Menthal Vellasco


Capítulo 4
Conhecendo quem é preciso conhecer


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem se me atrasei. Mas tá aí! Espero que gostem! Esse promete grandes emoções!



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Tigresa não acordou pior do que dormiu, com certeza os cochilos durante a noite ajudaram. Po despertou revigorado, saindo do quarto e logo esbarrou com Erik, que dês de que se conheceram, não estava bem. Na verdade, bem antes disso, já que a jovem morta era sua amiga. Todos se reuniram para o café da manhã. Tigresa resistia bem ao sono. Nunca dormiu bem em barcos, muito menos no calor. Comia pouco, como sempre, e Po fazia o oposto.

Mey observa os guerreiros. Ficou olhando para o mestre Shifu por um bom tempo, mas decidiu desviar o olhar e observar a todos. Não saberia sua reação se Shifu percebesse. Todos conversavam entre si, exceto por Tigresa, que permanecia calada e comendo pouco. May se aproximou da mestra e perguntou:

— Cozinho tão mal assim?

— Não, senhora! Eu... apenas... tenho uma dieta um pouco mais rigorosa que os outros.

— Faz sentido. Você é a mais séria.

— Levo o que faço muito a sério.

— E a sua vida? Levar a sério e viver séria são duas coisas muito diferentes.

— Se passasse por metade do que passei para chegar aqui, também estaria desse jeito.

— Você precisa se soltar mais! Pro seu próprio bem!

— Obrigada, mas não.

— Tigresa, por favor. Peço isso por você. Procure algo para te trazer felicidade no dia-a-dia.

A felina não respondeu. Continuou sua refeição. Mey estava angustiada pela guerreira e pelo seu jeito frio e sério de agir e tratar a todos. Não conseguia dizer como alguém conseguia viver assim. A gavião fêmea nasceu em uma aldeia pobre. Foi uma camponesa por bastante tempo e, apenas na juventude, conheceu Kléber, um gavião rico que morava na Alemanha. Se casaram, tiveram Erik, mas ele se foi, deixando a esposa e o filho. Mas o importante foi o que eu quis dizer com isso: aprendeu a estar feliz em qualquer situação. Na riqueza ou na pobreza. Como uma dama ou como uma camponesa. May era do tipo que não se deixava abater, nem mesmo pela morte de seu marido!

Foi algumas horas depois que o barco chegou em terra firme. Depois disso, uma longa caminhada. Tal durou cinco horas. Não foi tão longa quanto a viagem anterior, mas pode-se dizer que foi uma longa viagem. O tempo passava, os guerreiros andavam, Po reclamava... Erik decide se afastar um pouco de sua mãe para puxar assunto com o Garça. Macaco se intrometeu e começaram a trocar piadas. Foi só aí que Po esqueceu o cansaço, mas não a fome. Quando queria, Erik era um cara engraçado, mas andava deprimido, devido a perda de sua amiga.

A vila ficava em um lugar muito isolado e afastado, por isso o nome não foi divulgado, um fato que assusta ainda mais a todos. Se a localização do vilarejo era completamente confidencial, como haviam descoberto sobre o lugar? E o que havia naquele lugar para ser tão secreto? Assim que chegaram, não avistaram nada além de um muro muito alto. Haviam dois guardas no portão, mas suas armaduras cobriam todo o corpo, não permitindo a identificação da espécie.

— Mey, eles vão permitir nossa entrada? - perguntou Shifu.

— Se estiverem comigo ou Erik, e estão, sim, eles irão permitir. - ela respondeu.

— Identifique-se, por favor. - pediu o guarda da esquerda.

— Hey, se esqueceu?! - perguntou o da direita - É Mey Shon! A missionária que veio com aquele grupo que fica falando sobre Jesus! Vem aqui todos os anos e ainda não gravou o rosto dela?!

— Ah! - falou o guarda, levantando sua máscara - Essa máscara não me deixa ver nada! Me desculpe, senhora. Pode entrar.

— Não precisa se desculpar. - falou Mey docemente - Todos temos defeitos e a memória falha as vezes. É normal!

— Aquele cara é um... - Po iria perguntar.

— Panda? - completou Erik - Os dois.

Os portões se abriram e revelaram o vilarejo, deixando todos mais chocados do que já estavam ou estiveram em suas vidas dês de a escolha do Dragão Guerreiro. O vilarejo era formado de animais da mesma espécie, o que não surpreenderia, a não ser que seja nesse caso, já que eles eram...

— Sejam bem-vindos ao Vilarejo dos Pandas! - falou Mey Shon.

— Show de bola! - falou Po.

A medida que eles entravam, todos os encaravam e eles olhavam para todos também.

— Achei que estavam extintos! - falou Víbora, com um enorme sorriso.

— Eu também. - respondeu Macaco, como se visse fantasmas.

— Mey! - todos ouviram um grito.

— Deve ser Li Sheng! - falou Mey Shon sorrindo.

Um panda com uma túnica verde e dourada se aproxima e logo encara o outro panda, na qual reconheceu, mesmo depois de anos. O grande líder se aproximou e perguntou:

— Mey, você... o trouxe aqui?

— Surpresa! - ela respondeu - Para os dois, Li e Po.

O panda mais velho olha para o mais novo e o mais novo para o mais velho. Ambos perplexos. Po pensava na possibilidade do panda a sua frente, apresentado como Li Sheng, fosse alguém que ele conhecesse... de memórias mais do que antigas.

— Filho?

— Mas eu achei que...

— Que eu estava morto? Que Shen havia me matado? Eu lutei enquanto sua mãe fugia. Depois fui te procurar para fugirmos, mas não encontrei você... apenas o corpo de sua mãe. Não acredito que está aqui! - ele falou com tristeza.

— Pai? - perguntou o Dragão Guerreiro.

— Filho! - respondeu Li Sheng, o abraçando enquanto todos comemoravam.

— Isso é impressionante! - falou Louve-Deus, enquanto os outros se quer sabiam como reagir.

— Hoje é um dia de grande comemoração! - falou Li Sheng, segurando a mão de seu filho e a erguendo - Meu filho está aqui e essa tarde ainda uma festa para ele e os guerreiros, que nos ajudarão a achar o Arqueiro Misterioso!

Todos ao redor bradaram e aplaudiram, comemorando o possível fim para toda a angústia. A festa seria a tarde, já que com a onda de assassinatos, um toque de recolher entrou em vigor, e ninguém poderia estar nas ruas depois do por do sol.

Li Sheng era uma espécie de líder lá dentro. Sua casa era a maior e ficava no topo de uma pequena montanha. De sua varanda, poderia ser vista a horta, onde eram cultivados todo o alimento do vilarejo. Não havia um camponês se quer que usasse roupas ruins, ou passasse fome. Todos tinham tudo o que precisavam. Todos foram convidados para comer na casa dele e descansar lá até a hora da festa. Também seria o lugar onde os guerreiros ficariam hospedados durante o tempo. Ao se sentarem a mesa do enorme e lindo salão, Li (como insistiu em ser chamado e Mey já sempre o chamava) sentiu a falta de alguém:

— Esperem! Onde está...

— Li! - uma jovem panda de vestido rosa corre - Me perdoe pelo atraso.

— Não faz mal, jovem.

— São eles? -questionou a bela jovem.

— Esses são os Cinco Furiosos, o Dragão guerreiro e o Mestre Shifu. São do Palácio de Jade. Vieram nos ajudar. - falou Mey.

— Mey, deixe-me apresentá-la. - pediu Li - Sari, esses são os mestres do Palácio de Jade. Mestres, essa é Sari, uma jovem órfã que adotei há pouco tempo.

Sari caminhou até Po, que era mais alto que ela. A panda ergueu a cabeça e o encarou com uma expressão curiosa: - Você é panda, mas veio de fora? Existem outros?

— Na verdade, até hoje, achei que eu fosse o último. - explicou Po sem graça.

— É o filho do Li? O Dragão Guerreiro? - ela questionou.

— Vocês sabiam? - questionou Po.

— Quando soubemos que o Dragão Guerreiro era um urso panda, eu tive certeza de que era você. - falou o pai de Po.

— É uma enorme honra conhecer o grande Dragão Guerreiro. - falou Sari, sorrindo de lado. Era muito bela.

— Tá brincando? Eu é quem me sinto honrado! - falou Po.

Tigresa revirou os olhos. Po tinha um dedo podre para mulheres. Logo a ruiva se lembrou de Song, uma mulher por quem Po se apaixonou, mas por fim, ela era uma ladra. E isso só para não falar da vez em que ele quase se casou em uma armadilha de um de seus inimigos! Agora, sabendo que se ele se casasse, perderia o título de Dragão Guerreiro, ao menos iria parar de se interessar por garotas erradas. Só de pensar nisso, Tigresa sentia um enorme alívio... e um peso ao mesmo tempo. E se ela e Po tivessem um futuro juntos? Ele deixaria tudo? Outra razão para Tigresa reprimir seus sentimentos por ele.

A tarde foi ótima. Todos se alimentaram, descansaram, tomaram banho, se trocaram (Li os ofereceu roupas melhores) e aproveitaram a festa que aconteceria naquela tarde.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Eu achei pequeno. Comentem!



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