Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan


Capítulo 21
Explicando o crime




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- AHN!? Não fui eu não! Não vem me meter nisso não! - se defendeu a cozinheira.

“Acalme-se, Marta-chan.”, interrompeu-a. “Vou explicar o que aconteceu. Na lista de pedidos de comida, Paula havia pedido ‘suco com adoçante’, mas reparei que em seu segundo pedido, escolheu ‘laranjada com um torrão de açúcar’. Por que mudaria? Oras, quem escreveu adoçante foi o Thiago. Um crime muito sutil e ardiloso, não nego. No primeiro assassinato sua participação se limitou a derrubar o saquinho de adoçante com veneno no chão de dentro do balcão de Dona Marta.”

UÉ? Mas como ele podia ter tanta certeza?

“Quem sugeriu pra jogarem vôlei? Foi o Pedro, mas sob orientação de Thiago, que sinto dizer, o fez de gato e sapato e quase até cúmplice do crime! Thiago é do tipo que sabe manipular pessoas ingênuas.”, é, o L não era gentil só comigo...

Pedro estava pálido. Primeiro um amigo morto, depois um preso, e ainda por cima depois descobrir que sem saber colaborou com o crime!

“No decorrer do jogo de vôlei, Thiago arremessa propositalmente a bola sobre o Rogério, pois sabia que este revidaria. Mas então, desvia da bola pra que ela bata no armário de Dona Marta, derrubando muitas coisas, pra que ela tivesse de pegá-las e junto delas pegar o saquinho de adoçante envenenado. Em seguida, Thiago põe no pedido de Paula o adoçante. Mas sua vítima sempre foi o Rafael. O que ele faz depois? Pede pra que o Pedro troque os sucos.

Mas isso tem um outro precedente. Thiago faz com que Rafael, logo de manhã, pegue uma bolacha que ele mesmo derrubou e ofereça a Pedro, que cai na armação. Em seguida, mais tarde, diz para o Pedro se vingar, fazendo com que o Rafael beba o suco de ervas que tanto odeia. Então, Pedro vai para o refeitório antes de todos, motivando brincadeiras sobre sua gula, mas na verdade, sem saber, ia executar o plano de seu amigo.”

Era difícil de acreditar o quão desumano e calculista Thiago era. E ele nada dizia pra se defender.

“Pedro troca os sucos. Depois, Thiago o orienta a não contar sobre a brincadeira, pois isso poderia fazer com que ele fosse advertido. Pedro segue o conselho.

Mais tarde, sabemos o que Thiago fez com a alça da bolsa da Cibele que ele achou. Provavelmente fez isso pra incriminar o Rogério. Ele buscava sempre ter um álibi e também incriminar alguém, fosse quem fosse, e tentou isso várias vezes no decorrer da investigação.

E mesmo na ocasião de colocar a corda, ele tinha um álibi, e aí que eu não compreendia. O Marcelo e a Cibele disseram que estavam com ele quando foram buscar as provas, e não haveriam de mentir sem motivo nenhum, e duvidei que ambos fossem facilmente obedecer a alguma ordem do Thiago. Foi então que pouco antes do desfecho do caso, eu achei a chave para descobrir o verdadeiro assassino. Não nego que cheguei a julgar Tornelli-san culpado também.”

Ahá! Então nossos raciocínios eram quase os mesmos. Eu não era tão tola assim então.Eheh.

“Sabiam que as pessoas raramente reparam o erro dos outros quando estão fazendo algo errado também? Foi o que aconteceu. Assim que vi o Marcelo e a Cibele se consolando demasiadamente pela morte da Paula, a Carla me disse que ele já tinha namorada. Foi então que percebi porque nenhum deles delatou que o Thiago não esteve o tempo todo com eles.

Assim que percebeu uma afinidade entre os dois, Thiago sugeriu que poderiam ficar namorando escondidos numa sala qualquer, enquanto ele vigiava. Isso foi quando subiram pra pegar suas provas nos armários. Então os dois aceitaram de bom grado e ficaram namorando enquanto ele saia pra colocar a corda no pescoço do Rafael. Depois ele voltou, bateu na porta avisando que deviam ir, e assim, conseguiu um álibi.”

Impressionante. Nessa hora tive que admitir que L era tudo aquilo mesmo que ele dizia ser. Acho que eu jamais pensaria nessa hipótese!

A Cibele e o Marcelo se sentiram bastante envergonhados com os olhares dos demais. Além de que, acho que foi uma insensibilidade de L ter dito o ocorrido deste modo. Ficou parecendo que eles foram coniventes com o crime...coitados.

“Quanto a Paula, Thiago colocou as câmeras pra reprisar enquanto estavam todos na sala do diretor. Em seguida, conseguiu mais um álibi, estando com Tornelli-san e Pedro. Nessa hora, de novo ordenou que Pedro saísse, e derramou água em si mesmo, pra ter uma desculpa pra sair. Assim, foi até uma janela, avistou Paula, que talvez já tivesse dito a ele que investigaria por ali, pega um peso de papel e arremessa nela. E assim a matou.

MAS, um detalhe importante, o motivo pelo qual ele a matou não foi porque ela disse que iria investigar o criminoso.”

Eu estava me surpreendendo cada vez mais, se possível!

“Pra saber o motivo, primeiramente tive de descobrir: por que o Thiago matou o Rafael?

Sabem por quê? Porque o Thiago hackeia muitas contas de empresas pra conseguir dinheiro. E ele chegou a fazer isso até mesmo com a empresa de Tornelli-san. Porém, Rafael-san acabou descobrindo, mas não levou o negócio muito a sério. Levou na brincadeira como sempre fazia.

Descobri isso quando soube de uma brincadeira aparentemente inofensiva do Rafael. Ele disse que o Thiago ‘poderia até desviar dinheiro de um banco do jeito que ele sabe hackear’. Thiago desviou de assunto na hora, mas de maneira tão sutil que ninguém percebeu seu incômodo. Certamente o Rafael vinha fazendo muitas indiretas a ele, dizendo inclusive que ia dizer ao seu pai que ele roubara dinheiro da empresa, então Thiago vivia sob medo constante. E resolveu dar um jeito nisso.”

Senti um desprezo enorme pelo Thiago. Eu o achava tão legal...mas ser corrompido a tal ponto por dinheiro! Que vil...ignóbil...matou o amigo pra isso. Imperdoável.

“Foi o Thiago quem pegou o livro que o Rafael pediu pelo celular. Ele fez a chantagem dizendo que ia contar a todos sobre sua ‘hackeação’. Provavelmente Thiago disse pelo celular algo que dava a entender que ele hackeava pra roubar. Rafael se aproveita disso e diz que o celular estava no viva-voz, e que a ‘Cití’, havia ouvido. No caso, era Carla-chan, mas na verdade ela não ouviu a conversa. Ai é que entra a questão da Paula. Thiago não sabia quem era ‘Citi’.

Avançando no tempo, quando Rafael já havia morrido, Carla vai conversar com a Paula e se despede dela chamando-a de Citi, pois Paula havia tirado sarro desse apelido da Carla, que resolveu chamá-la de Cití por isso mesmo. Thiago ouve, mas pra ter certeza, pergunta o que a Carla tinha falado, e ela confirma que dissera ‘Citi’. Agora ele achava que sabia quem era Citi. Logo após, ele disfarça perguntando outra coisa. Muito sagaz ele.”, muito sensível é o L, fez-me sentir culpada pela morte dela.

“Desde a ligação ele já tinha intenção de matar a ‘Citi’, e o fez quando teve oportunidade.

Mas agora Thiago precisava se desvencilhar dessa suspeita de que ele mesmo que pegara o livro. Então convence Pedro a confessar ter sido ele quem buscou o livro pro Rafael por um motivo de chantagem qualquer. Por quê Pedro aceitou fazer isso? Oras, o Thiago diz que ambos precisam descobrir quem matou seu amigo, mas pra isso era necessário que nenhum deles fosse tido como suspeito. Ele já tinha um álibi através do Marcelo e da Cibele, mas Pedro tinha um armário num corredor onde ninguém mais tinha, logo, ninguém podia provar que ele estivera lá. Mas Thiago lhe fornece um álibi. Pra isso, ele mesmo devolve o livro quando as câmeras não haviam sido ligadas ainda, desse modo ninguém poderia afirmar quem devolveu livro. Pedro diz foi pegar o livro, logo, também fora devolver, então quando a corda foi posta no pescoço do Rafael, ele supostamente estava na biblioteca, o livro estava lá pra comprovar. Pedi pra Carla verificar e lá estava mesmo.

Mas, essa farsa caiu quando pedi pra Carla verificar todos os armários. O do Pedro tinha folhas de prova sobre os cadernos, isso queria dizer que ele mesmo havia mexido em seu material. Logo, não foi à biblioteca. Juntando a todos os outros fatos, deduzi que o Thiago era o assassino, não Tornelli-san.”, e virando-se para os policiais: “Podem levar o assassino.”

O caso estava solucionado.


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