Thug Love escrita por Maria, Sarah Luiza


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora. Essa semana foi puxada para mim.
Obrigada a todos os comentários e favoritos.
Espero que gostem desse capítulo.

Ps:Perdão qualquer erro. Mesmo corrigindo, sempre fica algum.
Boa leitura... //Maria



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Desde o começo, o que eu queria realmente, era ter uma vida tranquila e sem nenhuma violência. Cresci no meio de brigas e agressões, e minha decisão de ir embora não saiu como havia planejado.

Lembro-me bem da primeira vez que roubei.

John, um garoto órfã que conheci no meio da minha "viagem", acabei entrando na dele. Naquele dia eu fui preso. E em vez de voltar para casa ou fazer qualquer outra coisa com responsabilidade, John se dedicou a me ensinar as manhas do crime.

Antes era somente alguns roubos para sobreviver. Contudo, aos poucos, fui conhecendo pessoas, tendo contatos com outras do ramo. E olha só onde eu vim parar.

Daria de tudo para voltar atrás e poder começar uma vida decente ao lado daqueles que eu amo.

Se algum dias atrás essa possibilidade tivesse vindo a minha mente, teria a descartado na hora, contudo, com a perda do meu filho e as complicações com a Violetta, já está se tornando a minha melhor opção.

Tirei esses pensamentos ao ouvir o pigarreio de Emily. A olhei, inspirando profundamente o ar.

— Vamos conversar lá em baixo? Não quero que nos interrompa — pedi, vendo a mesma ficar tensa.

— O que é tão serio que você quer conversa que não pode ser aqui? — pelo seu tom de voz, ela me parece com certo medo.

— Vamos descer, por favor — falei simplesmente.

Passei em sua frente e segui até a sala, onde encontrei Federico vendo um programa qualquer na televisão. Ele não me viu, pois passei rapidamente pela porta, vendo Emily me seguir poucos segundos depois.

Não queria ter que dar satisfações a ela. Não era justo pô-la no meus problemas. Eu comecei tudo isso, e mesmo ela sendo insuportavelmente intolerante, não merece que eu minta sobre meus sentimentos.

Ainda me lembro – mesmo que vagamente – a primeira vez que nos encontramos. Ela é a professora mais jovem do colégio, e pega praticamente todos os garotos de lá. Ela queria algo comigo, mas eu sempre desviava, até que eu descobri que precisava de notas para passar nas aulas dela – tenho certeza que a mesma fez isso por eu ter a rejeitado – e minha única opção foi aceitar.

Precisava me formar. Cumprir pelo menos esse sonho da minha mãe.

Eu só não esperava que ela iria se apaixonar, que iria começar a me perseguir e virar uma completa paranoica em relação a mim. Eu poderia muito bem ter a denunciado para o diretor do colégio, mas não poderia arriscar que isso fosse parar na policia.

Apenas desejo que a minha querida professora me deixe em paz. E, claro, sem me ferrar.

— Diga logo, León — pediu, assim que chegamos na parte de trás do prédio. Não havia ninguém naquele local, e eu não sabia se isso é bom ou ruim.

— Calma — suspirei, tomando ar e coragem para terminar isso tudo de uma vez. Meu medo é a reação dela, que não tenho duvidas que será a pior. — Emily... não da mais — soltei, rapidamente.

— O que não dá mais ? — disse meio nervosa.

— Isso — apontei para nós dois. — A relação que temos é errada e totalmente sem sentido.

— Nosso amor é sem sentido? — indagou, parecendo indignada.

— Não existe amor entre a gente — afirmei com total convicção. — Eu tenho dezenove anos; Não tenho família, mas tenho uma visão extremamente insana da vida — queria terminar logo com isso, mas não quero despertar o lado raivoso dela. — Você não me conhece, e, tenho certeza, se conhecesse não iria mais nem querer olhar na minha cara.

— Do que você está falando? — elevou um pouco a voz.

— Não importa — passei a mão pelo meu cabelo, um pouco nervoso. — Eu só estou tentado acabar com isso que temos — vi seus olhos marejarem, e ao mesmo tempo se escurecerem de raiva. — O ano já está quase no fim, eu irei me formar e vou embora daqui, você não vai mais me ver... — falava da forma mais calma possível. — Mas, enquanto isso, vamos manter apenas a convivência entre aluno e professora — pedi, temendo um pouco a sua reação.

— Juro que eu não te entendo, León — bateu as mãos em seus braços, meio que abraçando a si próprio. — Nunca entendi, na verdade — acrescentou, dando de ombros. — Você sempre esteve na defensiva, jamais me contou sobre sua vida, sobre sua família... Isso me perturbava no começo, mas depois fui esquecendo — desviei o olhar, torcendo para que ela não fizesse perguntas. — Eu pensei que você me amava.

— Sinto muito em te decepcionar — sorri sem nenhuma emoção. — Eu espero que você encontre alguém que possa ama-la e que possa ter você ao seu lado por completo.

— Eu nunca estivesse ao seu lado por completo, é isso?

— Não. — neguei. — Lamento.

Ela não disse nada, ficou em silêncios por breves segundos. Eu sei bem que ela está com raiva, e que provavelmente quer me bater, mas assim como eu, ela sabe que a nossa relação desandou faz tempo. Na verdade, ela nunca andou pois nunca foi verdadeira.

— Eu não aceito essa sua decisão — disse, depois de alguns segundos. — Mas vou respeitar. Não irei me abaixar aos seus pés e implorar que fique comigo — respirou fundo, enquanto dizia. — Todavia não irei facilitar sua vida, Vargas — sorriu de uma forma estranha. — Você não deveria ter me iludido.

— Porra, Emily, você não facilita, hein? — revirei os olhos. — Estou falando numa boa contigo... Viva a sua vida e me deixe em paz — praticamente implorou.

— Vou viver a minha vida quando tive ferrado com a sua — disse, ainda sorrindo malefica.

Santo Deus!

Essa mulher me da medo.

— Tenha uma boa noite, querido — virou as costas e saiu, batendo o pé.

Senti uma imensa vontade de gritar de raiva. Ainda tinha esperanças que ela levasse isso numa boa. Mas claro que eu estava errado.

Suspirei e subi para o meu apartamento, ainda brigando com os meus próprios pensamentos.

X X

A noite já havia chegado por completo. Eu e Federico estávamos vendo televisão a praticamente duas horas direto.

Violetta e Ludmila estavam trancadas no quarto, conversando, e eu não seria louco de atrapalha-las. A Castilho ainda está furiosa comigo.

Vi a oportunidade de fazer as pazes com ela assim que vi Ludmila chegar na sala, chamando por Federico.

— Vamos dar uma volta? Quero conhecer um pouco a cidade — ela disse a ele, chamando-o com a mãos.

— E a Violetta? Não quer ir também? — perguntou, enquanto ia até ela.

— Não. Ela disse que não quer ver a cara do León — sorriu maldosa para mim, e eu apenas cocei minha nuca. — E, bom, a menos que o Vargas queira ir fazer um passeio romântico com nós dois... — olhou para mim, depois para o italiano. — Sugiro que ele pegue uma garrafa de cerveja e fique aqui na sala, vendo programas culinários. Que deve ser o único programa que esta passará agora.

— Agradeço seu apoio, Ludmila — sorri irónico. — Mas eu vou falar com a minha namorada — afirmei, soltando um suspiro.

Passei por eles e Federico deu uns tapinhas nas minhas costas, dizendo que é o certo a se fazer. Já estava na metade do corredor quando a Ludmila me chamou.

— Boa sorte — desejou, sorrindo sincera.

— Obrigada — fiz o mesmo, voltando a me virar. — Ah — interrompi meu caminho, chamando-os a me olhar. — Por favor, se forem fazer sexo, durmam em um hotel — pedi quase em uma suplica, recebendo o olhar reprovador da loira.

Ouvi a porta bater, indicando que eles já haviam saído. Balancei a cabeça, abrindo a porta do quarto, encontrando-a mexendo no notebook, sentada na cama.

Ela me olhou, revirou os olhos, e voltou a atenção para a tela do computador.

Caminhei até ela, meio incerto no que dizer ou fazer. Apenas me sentei na cama e abaixei o olhar. Abri a boca para dizer algo, mas fechei quando percebi que não havia nada para dizer.

— O que foi, vargas? — a ouvi dizer.

— A necessidade disso tudo? — perguntei o que meu interior gritava. — Você está exagerando, Violetta.

— Sua namorada já foi embora? — fechou o notebook e se virou para mim.

— Você quem é minha namorada — suspirei, cansado disso tudo. — Mas, se você está falando da Emily, sim, ela já foi, porque eu terminei tudo com ela — contei, vendo esconder um sorriso.

— Termino? — tentou parecer que não se importava.

— Sim — ri de sua atitude. — Violetta... — agarrei sua pequena mão, segurando-a com força entre as minhas, fazendo seus lindos olhos castanhos fitar os meus. — … Eu quero mudar as coisas entre a gente. Não quero mais fazer você viver nesse mundo por mim. Não quero ter que fugir mais, entende? — perguntei, e minha voz saiu rouca.

— Entendo — disse com certa dificuldade.

— Eu vou fazer o possível para que possamos ter uma vida normal, longe de tudo isso — arredei um pouco mais meu corpo, chegando mais próximo do seu. — Para que tenhamos mais paz e assim começar a criar a nossa família — passei meu dedo sobre sua bochecha pálida, vendo um lindo sorriso nascer em seus lábios.

Aproximei meu rosto, meio relutante por sua reação, e colei meus lábios com força nos dela. Como a mesma não protestou, aprofundei mais, invadindo o interior de sua boca com a minha língua.

Enquanto nos beijávamos eu apenas podia pensar em como senti falta de seus lábios doces e macios. É praticamente uma tortura ficar longe deles.

— Eu te amo — falei, com dificuldade, mordendo seu lábio inferior.

— Eu também te amo — sussurrou, me puxando para mais um beijo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então comentem. Postaremos o próximo com treze (13) comentários. Então apareçam fantasminhas ^^
Beijos e até mais.