Minha Gotinha de Amor escrita por Miss Vanderwaal


Capítulo 7
Nada aconteceu, certo?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pequenino só pra dizer que eu estou viva e que não tenho planos de abandonar a fic :)



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Por mais incrível que pudesse parecer, Aria estava de fato animada para voltar à escola naquela quarta-feira. Acordara para a manhã ensolarada com a quase palpável sensação de ter sonhado com Spencer novamente, como no dia anterior. Mas desta vez havia sido bem diferente. Ela não reprimira as memórias esparsas do sonho como fizera anteriormente. Desta vez, ela praticamente deixara-se sonhar com Spencer. Deixara-se pensar nela e admitir que estava com saudade.

Será que três dias eram mesmo tempo suficiente para fazer alguém se apaixonar? Porque era mais do que óbvio que aquele sentimento não estivera dentro dela até antes do último domingo. E, Deus, estava se desenvolvendo tão rápido! Certo, Aria soubera que estivera apaixonada por Ezra desde aquele primeiro beijo naquele bar, quando ele a erguera e fizera-a sentar sobre a pia daquele banheiro masculino. Alguns diriam que havia sido apenas fogo de palha mas, na verdade, assim que Ezra contara-a que havia acabado de se formar em literatura inglesa, Aria soubera que o cupido havia a acertado em cheio.

Ainda assim, eram situações completamente diferentes. Ela conhecia Spencer há o que parecia ser séculos e... por que só agora? Aria suspirou. Não pergunte-se isso pela enésima vez!, disse a si mesma, lutando contra a vontade de pescar o celular da bolsa e perguntar ao Google quanto tempo era considerado saudável uma pessoa levar para se apaixonar. Faltavam três minutos para as nove de qualquer jeito e ela iria se atrasar se parasse para bancar sua própria guru sentimental.

A primeira coisa que Aria avistou ao passar pelo corredor comprido dos armários foi as costas de uma garota loira, que em seguida distinguiu ser Hanna, pois quem estava de frente para ela, recostada de lado à parede, era Mona. Aria então diminuiu a velocidade dos passos para observar melhor aquilo. E se lembrou da conversa que tivera com a amiga na tarde anterior. Suas previsões estavam certas, afinal, pois de acordo com Hanna, ela não falava sobre a amizade especial que nutria com Mona porque tinha medo de que Alison ainda continuasse não dando a mínima para a morena, o que, consequentemente, talvez fizesse o resto do grupo pensar do mesmo jeito.

Aria não pudera deixar de se sentir um tanto ofendida ao ouvir a justifivatica de Hanna, afinal, não havia jeito de elas – pelo menos as quatro – não aceitarem Mona se soubessem, em primeiro lugar, o quanto ela significava para Hanna. Mas era um medo compreendível, de fato.

As duas meninas que ainda estavam sob a mira de Aria riram entre si, e Aria não pôde evitar se sentir feliz por elas. Mona parecia estar nova em folha, com a autoestima em um nível saudável, alto. A morena então parou de rir, percebendo estar sendo obsevada e, à julgar por sua expressão, achou estranho. Hanna virou-se e seguiu o olhar da amiga ao seu lado, sorrindo para Aria em seguida, que acenou e se sentiu melhor ao ver Mona sorrir timidamente também.

Com certa sensação de dever cumprido, Aria seguiu caminhando em direção à sua sala. Se sentia leve, na verdade, até que uma alta e esguia surpresa de longos cabelos castanhos materializou-se diante de seus olhos como pura mágica. Aria definitivamente não contava com encontrar-se com Spencer tão depressa e de repente se sentiu um tanto sem ar.

A garota trancava novamente seu armário e fazia menção de seguir o caminho para sua sala quando o olhar vidrado de Aria conseguiu pregar o seu. Céus, Spencer estava... casualmente deslumbrante! Um paletó branco acentuava perfeitamente suas curvas e deixava seus ombros eretos, exatamente como uma futura advogada, mas os jeans e uma fina blusa de um leve cor-de-laranja quebravam a tão formal postura de uma Hastings.

Aria sentiu seus próprios lábios sutilmente entreabertos enquanto a observava, como se quisesse sorrir mas não tivesse forças para isso pois a vista que ela estava contemplando a deixava abalada demais. E então Spencer resolveu sorrir; um meio sorriso esperto, típico dela, mas com uma ponta do que Aria arriscou classificar novamente como malícia. Ela parecia saber o que aquilo provocava em Aria e era isso o que tornava o gesto tão sacana.

Enquanto Spencer se aproximava, inabalavelmente confiante, Aria só conseguia perguntar-se novamente por que não notara aquela garota antes. Como não notara aquela garota antes? Principiou uma reza interna para que ela não resolvesse perguntar por que Aria faltara aula no dia anterior, e o cheiro doce do creme para pentear de Spencer invadiu as narinas da morena, deixando-a levemente zonza, assim que o primeiro oi foi dito.

Spencer não perguntara coisa alguma a não ser qual era a primeira aula de Aria.

– Contabilidade – respondeu ela, surpresa por estar conseguindo juntar sílabas. Ninguém nunca dizia o prefixo “iniciação à”, pois sem ele parecia que o bando de terceiranistas já estava na faculdade.

Spencer grunhiu adolescentemente e desejou-lhe boa sorte antes de dizer que estava animada por ter prova de filosofia. Deixou Aria à porta de sua sala após mais alguns metros de uma conversa levemente superficial, durante a qual Spencer menteve o olhar no chão, de vez em quando espiando a morena de canto. E os batimentos de Aria foram se normalizando.

– Vejo você depois? – perguntou ela, sendo impossível soar mais casual, enquanto a mão esquerda de Aria já estava agarrada à maçaneta prateada. Seus dedos ainda suavam um pouco em volta do metal frio.

– É claro – Aria tentou sorrir, mas sentiu o rubor esquentar suas bochechas e, devido à isso, seus lábios mal se curvaram.

Spencer pareceu satisfazer-se com a resposta e correu para longe em seus saltos baixos.

Aria sentia-se exausta. Mal podia esperar para desabar em sua carteira e enterrar a cabeça nos braços pelos próximos cinquenta minutos. O burburinho dos jovens à sua volta camuflou os gemidos de frustração que sua alma pareceria querer colocar para fora. Deus, ela precisava aprender a ser tão boa quanto Spencer a respeito de fingir que nada havia acontecido.


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