Why Try? escrita por Mims


Capítulo 2
Capítulo 2




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–Ora, PineTree, pensei que já havia se esquecido de mim. –Bill fez um biquinho fingido que, em sua nova aparência, ficava como uma mistura de estranho e fofo.

–Como poderia? – falei com desprezo - O que você quer aqui? Você sequer tem poderes nessa dimensão.

–Tenho mais que imagina criança. –por alguns segundos, sua pupila ficou cada vez mais com um aspecto felino, mas logo voltou ao normal. –Eu vim aqui, humildemente, lhe pedir um favor.

–Ah, é? O que seria dessa vez? Mais um de seus ‘’acordos’’?

–Não exatamente. Apenas um favor. – ele sorriu um tanto maroto. –Veja, por motivos menos importantes neste momento, eu tomei esta forma quase humana e preciso viver nesta infeliz dimensão por... –Bill deu uma pausa e olhou para seu pulso, como se tivesse algum tipo de relógio nele – oito meses terrestres. A única coisa que eu quero de você é ajuda.

–Ajuda em que, exatamente? –brinquei distraidamente com uma pedra qualquer. A última coisa que eu quero nesse mundo é ajudar Bill Cipher.

–Adaptação. –ele falou lentamente. -Só preciso me adaptar ao mundo mundano nesses oito depressivos meses. Apenas. Gostaria que me arranjasse um... lugar, talvez alguma coisa para eu fazer nesse tempo. Não sei. Apenas quero ajuda, por favor, criança.

Olhei bem dentro de seu olho, sua pupila estava dilatada agora e seu olhar expressava um misto de desespero e precariedade. Algo dentro de mim estava prestes a ceder. Bill realmente parecia necessitado, mas eu não poderia me entregar tão facilmente, não poderia ajudar aquele que um dia me causou tanto mal. Ou poderia? O que eu ganharia com isso? Quais as vantagens nesse acordo subtendido?

–Apenas me responda uma coisa, Bill. Por que eu te ajudaria? –perguntei enfrentando o loiro que se encontrava em minha frente.

–Tem razão, PineTree. Não existem motivos para você me ajudar. Não poderia me ajudar, logo eu que lhe causei tanto mal, correto? Ou poderia? –Ele repetiu as mesmas palavras que eu havia pensado. Maldita mania de entrar em minha mente.

–Eu te ajudo, Cipher. –falei cedendo e ele sorriu. – Com uma condição.

–Que seria? Vamos garoto, não tenho a vida inteira. Na verdade tenho oito meses, mas não os desperdiçarei neste lugar, muito menos com você, PineTree. – O triângulo fajuto falou irônico, o que me fez sentir mais raiva ainda e uma vontade absurda de desistir de tudo, mandar ele se ferrar e voltar para a Cabana do Mistério em minha paz e tranqüilidade habitual, rezando para nenhum monstro me comer vivo até lá.

–Dessa vez, eu quero fazer um acordo. – comentei, respirando e buscando a paciência que eu já não tinha. Ele me olhou interrogativo e eu resolvi explicar melhor. – Eu te ajudarei, te integrarei no mundo dos humanos, mas em troca eu apenas quero outro favor seu. Não, eu ainda não sei qual e não sei quando saberei. Mas eu quero que, quando eu souber o que quero, você faça tal coisa. Independente do que seja. Ah, e você não pode sequer tocar na Mabel!

–Desde que esse favor não tenha a ver com a minha destruição total ou parcial, por mim tudo bem. – ele falou mais desinteressado do que eu esperava.

Estendi minha mão, um pouco trêmula, mas também confiante. Bill olhou para ela por alguns segundos antes de apertá-la e dar um sorriso macabro, logo em seguida. Típico. Eu poderia dizer que, depois de tal feito, ocorreu a completa destruição do Universo da pior e mais caótica forma possível, com todos os seres torturados até a quase extinção e os que restaram, sendo dominados pelo triângulo psicótico. Mas não foi isso que aconteceu. O que estava em forma de garoto apenas me fez uma pergunta:

–Para onde vamos agora?

–Bem, acho que devemos voltar para a Cabana do Mistério. – Respondi pouco entusiasmado com minha nova companhia. Menos de dois minutos e eu já me arrependi do acordo que eu havia feito. Eu vou ter que aturar o Bill por oito malditos e infelizes meses. Eu sou um otário completo!

Começamos a andar pela floresta de volta a Cabana. Claro que eu caí umas duas ou três vezes no caminho, arrancando alguns mínimos sorrisos do garoto ao meu lado. De alguma maneira, ele ficava um pouco menos repugnante e odioso quando sorria. Assim que atravessamos a porta principal, Mabel pulou em cima de mim me bombardeando de perguntas.

–Bro bro, onde você esteve? Por que demorou tanto? E quem é esse cara super sinistraço e bonitão? –A garota falou com inicial entusiasmo. Não pude me segurar e gargalhei. Mais pela parte do bonitão.

–Mabel, esse, bem... É o Bill. Em sua versão humana, claro. –falei meio receoso da futura atitude da garota. E com razão.

Bill, que já estava parecendo um tanto desconfortável com aquela situação, ficou mais ainda quando a de cabelos castanhos começou a gritar coisas como: ‘’Ai meu santo porco alado! É o fim do mundo!’’ e ‘’Como raios você fez um acordo com ele?’’. Depois de passar quase meia hora tentando explicar para a garota que ele não iria lhe fazer nenhum mal ou destruir o Universo, ela finalmente aceitou a situação. O mais difícil e engraçado foi encarar o Stan.

–Garoto, você é uma anta com problemas mentais ou o que? Como você ousa trazer esse ser desalmado e menos ameaçador ainda a nossa casa? –O mais velho falou olhando incrédulo.

–Ti-vô Stan ele fez um... –comecei a falar, mas logo fui interrompido por Bill.

–Espera, como assim menos ameaçador ainda? –O recente humano perguntou com total indignação que chegava até a ser hilária.

–Ora, vejamos os fatos. Antes você era um triângulo. Um maldito triângulo. Poderia ser poderoso, mas era patético. Agora olhe para você, enfiado nessas calças coladas e blusas do século passado, parecendo mais um cantor de pop, misturado com um maldito patife covarde da década de 60. Em outras palavras, cara, você está muito mais gay do que antes. –Stan falou e eu ri como nunca na minha vida.

Bill fez uma cara que poderia arrancar fora o coração do mais velho da pior maneira possível. Percebi que seu olho estava voltando a mesma forma felina e começara a bilhar da pior maneira. Isso só podia significar que ia dar em uma grande furada. Respirei, inspirei e suspirei.

–Bill, não. –olhei para ele receoso e um tanto autoritário.

Ele cedeu um pouco, mas ainda continuou com raiva. Stan ainda estava gargalhando, nem se dando conta do que estava acontecendo a sua volta, mais especificamente, a sua frente.

–Isto é o pior, com certeza! Primeiro, aquele maldito ser inferior me envia para a Terra e agora eu estou submisso a um garoto de quinze anos e a sua família de babacas. Que, ainda por cima, não possuem o mínimo estilo de moda para este século precário! O que restou de meu coração está partido e eu ainda fui trouxiano para me meter nesse maldito acordo. –o loiro falou essa última parte quase em sussurro, mas alto o suficiente para que eu pudesse ouvir de soslaio.

Ele levantou-se abruptamente, parecendo meio irritado e completamente acabado. Apenas falou:

–Onde fica o meu quarto, PineTree?


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Notas finais do capítulo

Depois de um longo hiatus, eu estou de volta! Saudades, amizades? Três meses sem atualizar, me desculpa mesmo! Bloqueio criativo incrivelmente forte. Porém este tempo me deixou bastante feliz. Muuuuuuito obrigada por todos que estão acompanhando, comentando e favoritando a história. Amo vocês, bae's. Não sei se esse capítulos ficou muito bom, mas aqui estamos! Peço, por favor, que deixem suas opiniões sobre o que estão achando da história. Em outras palavras, comentem. Não importa se seu comentário tem uma palavra ou umas quinhentas. Eu vou ler. E vou responder.
Obrigada por lerem, amo vocês