O meio entre o começo e o fim escrita por Miss Addams


Capítulo 2
Dois




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629236/chapter/2

Dulce

:- Ora Dulce está com medo de se casar? – Anahí riu de mim.

:- Não, eu... – Não sabia o que dizer para justificar o meu medo. – Ok, eu estou com medo. – falei derrotada.

:- Medo do que eu posso saber? – ela tirou a bolsa do seu lugar no sofá da sala de provadores, enquanto esperávamos.

:- Eu também quero saber o porquê desse medo todo? – Maite gritou de dentro do provador.

:- Ora medo de não dar certo, casamento é algo muito sério e não sei se Poncho e eu estamos prontos para um compromisso assim, vivemos brigando e nos separando e voltando, que casamento seria esse? - Anahí começou rir e muito, gargalhar, e olhei para ela achando e praticamente chamando-a de louca sem dizer as palavras.

:- Que foi Anahí? – escutamos a voz de Maite.

:- Nada é que passei por um momento de deja-vu, me vi conversando com Dulce sobre eu e Christopher, quando eu engravidei enfim Dulce, por favor, uma mulher feita como você com medo de algo que já existe? – Ela me deixou confusa confesso. – Você e Poncho moram juntos, tem a rotina de um casamento, você aceitando o pedido dele é como colocar uma aliança diferente no dedo e assinar um papel oficializando algo que todos já sabem, além da igreja e da sociedade.

:- Quem escuta você falando assim até parece que se casou com Christopher, depois de todos esses anos juntos.

Ela tirou o sorriso do rosto e balançou a cabeça levantando as mãos em sinal de redenção.

:- Ok, ok gosta de pegar pesado, garota. Posso não ter me casado com Chris, mas já me casei duas vezes para saber como é um casamento e saber que se fosse para dar certo, seria apenas com Christopher. Já conversamos sobre o assunto e isso não é uma necessidade nossa, estamos deixando para o futuro.

:- É como minha mamá me diz, que mundo perdido é esse em que os homens querem se casar e as mulheres querem sexo, ainda bem que eu tenho os dois, sexo e casamento. – Ela abriu a porta do provador rindo. – Anahí, não está vendo que Dulce só quer sexo? - escutei sua risada de puro divertimento, no caso, com a minha cara.

:- Só pode ser Maite e ainda dispensa quando não quer mais, acredita, quanto tempo faz que ele está na casa dele? – Anahí me perguntou.

:- Uma semana. – Comentei com pesar, foi uma semana terrível sem Poncho para mim.

:- E você não deu o braço a torcer, Dulce? – ela abriu mais os olhos azuis para meu lado.

:- Dulce você está mal acostumada, sempre que vocês brigam é ele que vai atrás e pede desculpa primeiro, Poncho deve está esperando você se desculpar dessa vez. Mas, agora Anahí manda parar tudo para os dois bebês mais lindos do mundo mundial. – ela saiu totalmente do provador de mãos dadas com Henry e depois a vendedora saiu com Valentina e Maite pegou a mão dela, fazendo eles ficar de cada lado dela.

A vendedora que ajudou Valentina a se vestir ficou no canto, vendo nossa reação.

:- ONNNNW! – Anahí exclamou juntando as mãos e se levantando ao ver os dois.

Estávamos fazendo a última prova de roupas antes do casamento, e eles estavam lindos e perfeitos.

Valentina apesar do tamanho pequeno, por conta de seu um ano e alguns meses de idade, ela levaria as alianças e Henry com seus dois anos, seria seu acompanhante e eles estavam simplesmente lindos.

Henry estava todo de social, terno, sapatos, colete e tão elegante homenzinho com tudo feito sob medida ao seu tamanho e o cabelo estava penteado como se estivesse no casamento mesmo, sem o gel, ele parecia não se importar por está vestido assim até com a mão no bolso ele estava. Um cavalheiro.

Valentina acompanhava a elegância de seu acompanhante, um vestido branco que não deixava por menos, parecia feita para ela, o cabelo liso e os olhinhos azuis que herdou da mãe, tinha um sorriso na boca pequena por ver a mãe tão encantada com ela, Valentina não chegou a engatinhar foi logo andando.

:- Dói, mamá. – ela levantou o pé com o sapato social branco, mesmo assim ela sorria, por que Anahí praticamente precisava de vários baldes para conter a baba que escorria, mas me fixei em seus olhos que brilhavam pelas lágrimas.

:- Oh filha, como você está linda. – ela se aproximou dela tocando o seu rosto, ignorando a reclamação da pequena. – Olha uma princesa.

:- Os dois estão lindos, vão fazer um casal e tanto na igreja. – me levantei para olhá-los de perto.

:- E você Henry, como está lindo também. – Anahí olhou por um momento para o menino que sorriu agradecido, como ele era oposto de Lisa. – Claro é meu filho, Anahí. – Maite sorriu e tirou o celular do bolso. – Agora sai um pouco que eu vou tirar foto dos dois, para eu mostrar para o Mane.

E ficamos nós três babando nos dois um tempo até a vendedora voltar e elas confirmarem está tudo certo, Maite foi com a vendedora ajudar os meninos a se trocarem.

:- Necessidade é o problema. – Eu soltei a frase depois de um tempo que ficamos caladas.

:- Como? – Anahí deixou de olhar as fotos que Maite tirou e me olhou confusa.

:- Poncho fez do nosso casamento, uma necessidade e é isso que me causa mais medo. Essa pressão para me decidir.

:- Por que uma necessidade? – ela deixou o celular de lado.

:- Ele viajou para El Salvador para seu último filme, e lá conheceu um garoto que tem uma história muito difícil, para uma criança, Poncho voltou fascinado por esse garoto só falava dele e tudo mais, e quando ele falou em adoção me assustei. Não sei se dou conta do recado, ser mãe dessa forma. – olhei para ela, tentando fazer com que ela entendesse. – O que sinto agora é medo, eu estou completamente apavorada, Anahí.

E pelo olhar que ela me lançou e vi que ela entendia meu lado.

:- Num momento estou curtindo meu namoro com Poncho, estamos bem na medida do possível para gente, estamos lidando bem conosco, estamos morando juntos e ele se dar super bem com Dominique. No outro momento ele me pede em casamento alegando que temos que dar uma família para um garoto, eu sequer pensava em filhos há três anos.

:- A causa dele é nobre, ele quer dar uma família a um menino que não teve uma.

:- Perdeu uma. – eu a corrigi.

:- Certo, perdeu uma, eu não imagino como é uma dor como essa e nem sei se é totalmente superável. Mas, você pode ser mãe desse menino, amor para isso você tem dentro de si, de sobra.

:- Você acha? – perguntei receosa. – É uma responsabilidade e tanto.

:- Sim é, mas eu sei que vai tomar a melhor decisão para você, para sua relação com Poncho e para o menino.

Escutamos os provadores serem abertos de novo e a vendedora sair com Valentina, e Maite com Henry.

:- Vem meu amor. – Anahí abriu os braços para a menina que veio correndo, querendo colo.

:- Eu escutei a história toda, Dulce. – Maite se aproximou com o filho a acompanhando, já com suas roupas. – O conselho que lhe dou é, que além de fazer as pazes com Poncho, por que brigaram por uma bobagem. Conheça o garoto, e depois coloque tudo numa balança para se decidir.

:- Será?

:- Claro, se Poncho se encantou por esse garoto, algo de muito especial ele deve ter e tenho certeza que vai tomar a decisão correta quando conhecê-lo.

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O meio entre o começo e o fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.