Brasil, Nave ALPHA-FIVE - 13 de maio de 2021

Aquele dia, sempre chegaria, mas foi tão rápido, 4 anos e alguns dias. Nunca imaginei que a população de um dos maiores países , em economia, chegaria tão perto à população zerada. Mas os contadores, por ora, nunca haviam mentido, e nenhum hacker havia conseguido invadir os mesmo, pelo menos é o que achamos. A frustração no rosto das pessoas, tanto brasileiras quanto estadunidenses, mais as pessoas de outros países que pagaram, era algo muito notado. No final daquele triste, e esperado, dia os contadores estavam assim:

CONTADOR POPULACIONAL: (em milhões)

BRASIL: 0

ESTADOS UNIDOS: 4,7

JAPÃO: 7,2

RÚSSIA: 26,8

ÁFRICA DO SUL: 0,9

Pouca coisa havia restado nos outros 4 melhores países, economicamente. A Rússia, provavelmente agora tinha a maior população MUNDIAL, as noticias de que os russos estavam traficando escravos, e por isso sua imensa população, logo correu na nossa mídia (que era composta pelos sobreviventes que eram nossos aliados), mas isso eram só boatos, que muita verdade tinham, mas por Vodca, nossos novos Neandertais russos fazem de tudo, talvez vendar a própria casa.

Outro boato que começou a correr nos corredores da Alpha-Five, era de que o nosso exército estava fazendo algum tipo de treinamento para sobrevivência, ou seja, uma nova ida a Terra estava mais perto do que poderíamos imaginar. Por sorte só se alista para o 1ºGMAF (Grupo militar da ALPHA-FIVE) quem quiser, nada de obrigatório, aquela obrigatoriedade que eu sempre achei ridícula do Brasil, foi totalmente extinta, se alistavam homens e mulheres, adolescentes e jovens, adultos e idosos, mesmo não tendo nenhum idoso sobre a nave ainda. E como Mauricio não era louco, e muito menos tinha força o suficiente para carregar aquelas metralhadoras .50, ele não se alistou, pelo menos os miolos dele ainda funcionam bem. O problema era que uma nova ida para a Terra poderia causar mais problemas nas latarias da nave. Uma nova doença que não tinha na nave, como alguma gripe mais forte causada pela falta de água na Terra. Um elevado numero populacional na nave, poderiam entrar novas pessoas gerando tumulto pro causa do espaço e por último, mas não menos importante: novos inimigos.

Logo após vermos os números populacionais, desapontados e no fundo bastante tristes, eu e Mauricio estávamos voltando a nosso quarto quando uma luz vermelha começou a piscar nos corredores e holografias de palavras foram postas nas paredes:

"Ataque Aéreo"

"Air Strike"

Gritos começaram a ecoar atrás de nós, vindos do corredor norte, eles se aproximavam cada vez nós, não dava para ouvir nenhuma bala ricochetear a lataria da nave, e nenhum barulho de míssil lançado, ou metralhadora atirando. Aquilo estava bem estranho.

—"Não se preocupam, não é um ataque, é uma outra nave tentando fazer contado, vamos abrir o compartimento NORTE-B5, para a entrada dos mesmos. Aqueles que gostariam de ver rosto novo se dirijam para lá, dentro de 5 minutos. Repetindo, sem ataque, apenas uma tentativa de contado!"

— Outra nave? - Mauricio disse com os olhos brilhando ao se virar para o lado e olhar aos meus - Isso parece fantástico, mas está me cheirando mal.

— O que é isso Mauricio? Pessimismo não é muito com você, não é? - eu disse rindo de volta pra ele - Vamos lá ver carne nova? - eu disse olhando fixamente para seus olhos, e ele balançou a cabeça em forma de positivo, então fomos até o tão falado Compartimento NORTE-B5

O caminho não era nada longe, logo chegamos lá, e o espaço parecia que estava fechado à vácuo, de tão pouco espaço que tínhamos lá. A nave que se referiam não era bem uma nave, e sim um antigo avião de guerra, cabiam no máximo umas 30 pessoas ali, o que era bom, quanto menos, melhor. O avião entrou no compartimento e as portas logo se fecharão, o vidro que impedia o ar atmosférico entrar na nave, fora desativado e agora nada nos distanciava dos estranhos, se eles saíssem de lá atirando com metralhadoras ou outros tipos de armas, estaríamos completamente ferrados.

Marta Dellaidt, nossa protetora bélica, foi caminhando lentamente até a nave, observando tudo, cada barulho, cada movimento, cada piscar de olhos, ela prestava atenção em tudo, com a mão esquerda pronta para puxar um revolver que ela tinha em um coldre, na qual ela levava amarrado na cintura. Um barulho estranho começou e aquele antigo avião começou a tremer, uma leve fumaça branca começou a sair da parte de trás do avião, e logo uma porta começou a abrir, lentamente e fazendo um alto barulho. As pessoas que estavam olhando a cena não sabiam se ficavam com medo ou com ansiedade por depois de tanto tempo ver uma pessoa nova.

Quando a porta ficou totalmente aberta, passos de botas começaram a ecoar pelo bloco NORTE-B5, Dellaidt logo tirou a proteção para puxar a arma. Um cheiro muito forte começou sair do avião, tinha um grande cheiro de carniça.

O avião parecia bem precário mesmo, o verde-musgo que dominava o resto de cor nele, era dividido por um grande "C" desenhado de vermelho, que tinha uma faca atravessando-o, aquilo era perturbador e bizarro.

As botas pareciam cada vez mais perto, e como a porta do avião estava atrás dele, era difícil conseguir visualizar a pessoa, não conseguia saber se era homem, se era mulher, se era uma criança ou um adulto.

— Coloca a mão sobre a cabeça, e encosta o peito na lataria do avião! - ordenou Dellaidt, com uma voz forte - Agora! - ela continuou quando viu que o mesmo não estava obedecendo as ordens

— Atira! - alguém gritou atrás de mim e Mauricio - Atira antes que ele infecte nosso ar!

Dellaidt pegou a arma e apontou para o indivíduo, suas mãos tremiam e dava para ver que ela suava frio, gotas escorriam do seu cabelo até seu queixo. As pessoas que estavam mais atrás começaram a sair correndo, com medo de acabarem sendo infectadas com alguma doença, por causa do cheiro forte. Eu e Mauricio estávamos bem na frente, ou seja, seria impossível sair dali, e se tivesse algo que nos infectasse, nós seríamos um dos primeiros a passar na enfermaria logo depois.

— É sério, é melhor você encostar o peito no avião, eu realmente sei como usar uma arma! - Dellaidt tentou novamente, sem sucesso obviamente - Para logo, Neandertal! - ela berrou

O rosto o indivíduo finalmente tinha aparecido, bom parte dele, o homem usava uma mascara de Hóquei rachada bem na parte do olho esquerdo, deixando a mostra os olhos avermelhados, a máscara tinha o mesmo estilo que a do Jason, e era bem assustadora, na parte da boca havia sangue seco e a roupa dele estava toda vermelha de sangue.

O homem não portava arma alguma, ele tinha só alguma coisa na mão direita, que pingava muito, de longe parecia um rim.

— Tome é para você! - ele disse atirando aquela coisa no rosto da Dellaidt - Esse coração costumava ficar no peito do meu copiloto, mas sabe a vida na Terra esta difícil, a comida é escassa, e o mais forte sobrevive. E você não tem noção de como o braço dele ficou gostoso frito!

Ela nem estava mais em pé quando ele terminou a frase, desmaiou na parte em que ele jogou o coração na cara dela. Eu estava abismada, Mauricio estava de olhos fechados chorando e orando. Eu estava olhando fixamente para aquele homem, o mesmo me olhava freneticamente.

— Não consigo entender como conseguiu sobreviver e entrar na nave! - ele disse olhando diretamente nos meus olhos - Pena que terei que tirar o lugar de você.. Julia!