O Despertar do Tigre escrita por B L Moraes


Capítulo 6
Revivendo


Notas iniciais do capítulo

Amanhã um novo capitulo e Me desculpem a demora !
Espero que gostem Boa leitura



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Eu estava em um sono profundo quando fui interrompida por mãos suaves.Acordei e me deparei com brilhante olhos e um sorriso gentil.

–Quem é você ?-Falei me levantando provocando uma zonzeira.

–Me chamou Nilima,é um prazer te conhecer Anik.Eu sou uma antiga amiga do seus pais e sou Tatatataraneta do Kadam e estou disposta a te ajudar em tudo o que for preciso.

–Inclusive pertubar meu sono ?

–Me desculpe mas isso foram ordens do seu pai.Ele não quer gastar seus poucos minutos entende ?

–Sim claro,eu vou me trocar a já estou descendo.

A bonita mulher se retirou e eu vesti um regata azul escuro com uma calça Jeans e botas de trila e trançei meu cabelo e o prendi com uma fita creme e entrelacei com gentileza Fanindra em meu pulso e peguei uma pequena bolsa e guardei meu livro de poemas e as armas e deixei o báu repousado em minha estante.

Ouvi vozes na sala e quando pisei o ultimo degrau todos os olhares se voltaram para mim.O grande tigre estava sentado ereto no chão e Nilima e um homem de olhos verdes discutiam em um tom baixo.

–Quem é você ?-Falei repetindo a mesma pergunta para o homem.

–Me chamou Sunil,sou marido de Nilima e Irmão de Durga e é um prazer te conhecer.

–Hora de irmos,é melhor enquanto esta cedo.

Deixei uma tigela e varias guloseimas para Kadam pois não sabia quando iriamos voltar.Saimos para fora de casa e havia um pequeno avião.

–Vamos para a india !-Exclamou Nilima batendo as palmas animada.

O jato era realmente luxoso mas ingnorei tudo e voltei a dormir na poltrona pois ainda estava meio Grog foi rapido e em menos de algumas horas chegamos ao nosso destino.

E chegando lá havia um pequeno Jeep no meio de uma mata.

Na estrada Subil parecia até gostar de ziguezaguear pela trilha de obstáculos de cepos de árvores, arbustos, pedras e buracos. Os amortecedores do Jeep eram excelentes, mas eu ainda tinha que me segurar com força na alça da porta e me firmar no painel para não bater a cabeça no teto. Por fim, nos vimos outra vez no asfalto liso, seguindo para sudoeste.

Nilima tentou puxar assunto:

— Fale-me sobre sua semana Anik.

Espiei Ren no banco de trás. Ele parecia estar cochilando, por isso resolvi começar a lhe contar sobre Lokesh. Depois voltei no tempo e falei sobre todo o resto. Nilima estava interessado em saber principalmente em eu saber da existencia de Kishan. Eu tinha ficado chocado quando soube que meu pai tinha um irmão príncipe mais jovem.

Eu lhe contei sobre o que eu achava de tudo isso . Tentei manter a voz baixa enquanto falava sobre ela, para não aborrecer meu pai .

Dava para ver que o Nilim sabia mais coisas e poderia ter preenchido algumas lacunas para mim, mas percebi que não daria informações sem necessidade. Pelo que percebi ela era o tipo de mulher que sabia guardar segredos. Esse seu traço funcionava tanto a meu favor como contra mim. Por fim, mudei o assunto para sabe rmais da infância dos irmãos.

— Ah, os garotos eram o orgulho e a alegria dos pais: príncipes reais com um dom para se meterem em encrencas e saírem delas com a ajuda de seu charme. Eles podiam ter tudo que o quisessem, mas precisavam se esforçar para merecer.

–Como sabe de tudo isso ?

–Meu Avô me contou muitas historias dos tigres antes de morrer.Tenha certeza que darei o mesmo apoio que Kadam deu a sua mão

Não pude evitar um sorriso.

— Deschen, a mãe, era pouco convencional para os padrões da Índia. Ela os levava, disfarçados, para brincar com crianças pobres. Queria que os filhos fossem abertos a todas as culturas e práticas religiosas. O casamento com o pai deles, o rei Rajaram, foi a união de duas culturas. Ele a amava e fazia suas vontades, não se importando com o que as outras pessoas pensavam. Os meninos foram criados com o melhor de ambos os mundos. Eles estudaram de tudo, de política e conflitos armados a pastoreio e colheitas. Receberam treinamento nas armas indianas e também tiveram acesso aos melhores professores de toda a Ásia.

— Eles faziam outras coisas? Como adolescentes comuns?

— Que tipo de coisas?

Eu me sufoquei com uma risada .

— Eles… namoravam?

Nilima deu uma gargalhada quando Sunil me lançou um olhar intrigado.

— Não.Não Tenho certeza para falar a verdade nunca tive a chance de perguntarv isso ao meu avô .

Descansei a cabeça no encosto do banco depois de recliná-lo um pouco. Tentei imaginar como era a vida deles. Devia ser difícil não ter escolhas, mas, por outro lado, eles eram privilegiados quando outras pessoas tinham muito menos.

Ainda assim, eu sentia um aperto no coração.

Não demorou muito para que meus pensamentos se tornassem nebulosos e meu corpo cansado me levasse a um sono profundo. Quando acordei,Nilima me entregou um sanduíche e um copo grande de suco de fruta.

— Coma alguma coisa. Vamos pernoitar em um hotel para que você tenha uma boa noite de sono em uma cama confortável, para variar.

— E quanto ao meu pai ?

— Escolhi um hotel que fica perto da selva. Podemos deixá-lo ali e apanhá-lo quando estivermos partindo.

— E as armadilhas para tigres?

Nilima sorriu.

—Não se preocupe, Srta. Anik. Não existem animais grandes nesta área, portanto a gente da cidade não vai procurar por ele. Se Ren agir com discrição, não vai ter problemas.

Uma hora depois,Sunil parou perto de um trecho denso da selva nos arredores de uma cidadezinha, para que Ren saltasse. Seguimos até um vilarejo movimentado com pessoas vestidas de tons vibrantes e casas coloridas e estacionamos na frente do hotel.

— Não é um cinco estrelas — explicou Nilima — mas tem lá os seus encantos.

Nilima e Sunil se aproximavam do balcão da recepção do hotel enquanto eu perambulava por ali, examinando os interessantes produtos à venda numa loja de conveniência. Encontrei barras de chocolate e refrigerantes americanos misturados a doces incomuns e picolés de sabores exóticos.

Ela pegou nossas chaves e comprou três refrigerantes e três picolés.

O hotel cor de menta de dois andares tinha um portão de ferro batido, um pátio de concreto e arremates rosa-flamingo. Meu quarto tinha uma cama de casal. Uma cortina colorida escondia um pequeno closet com alguns cabides de madeira. Uma bacia e um jarro de água fresca, assim como um par de canecas de cerâmica, descansavam sobre a mesa. Em vez de um aparelho de ar condicionado, um ventilador rodava preguiçosamente no teto, mal movimentando o ar quente. Não havia banheiro. Todos os hóspedes tinham que compartilhar as instalações no primeiro piso.

–Sua mãe ficou aqui neste mesmo quarto,tenho certeza que seu pai irá se lembrar daquela selva.

Depois de me ver acomodada e de me entregar a chave, Nilima disse que iria me pegar para jantarmos dali a três horas e então se retirou.

Ela mal havia passado pela porta quando uma mulher indiana, vestindo uma camisa laranja esvoaçante sobre uma saia branca, veio recolher minhas roupas sujas. Pouco depois, ela voltava com as roupas lavadas e as pendurava no varal diante da minha porta. As peças adejavam tranquilamente na brisa e eu dormi ouvindo os ruídos relaxantes do lugar.

Depois de um breve cochilo e de imaginar minha mãe naquele mesmo lugar, eu trancei o cabelo e o prendi novamente .Tinha acabado de calçar os tênis quando o Sunil bateu à porta.

Ele me levou para jantar no que disse ser o melhor restaurante da cidade: A Flor de Manga. Encontramos Nilima no caminho e ela estava linda.Tomamos um pequeno barco-táxi, atravessamos o rio e caminhamos até uma construção que parecia uma casa de fazenda, cercada por bananeiras, palmeiras e mangueiras.

Fomos conduzidos até os fundos e passamos por um caminho calçado de pedras que levava a uma impressionante vista do rio. Pesadas mesas de madeira com tampos polidos e lisos e bancos de pedra espalhavam-se por todo o pátio. Lanternas de ferro trabalhado montadas no canto de cada mesa constituíam a única fonte de luz disponível. Um arco de tijolos à direita era coberto por jasmins brancos que perfumavam o ar noturno.

— Que lugar lindo, !

— Eu não quero ser chata mas este restaurante foi onde sua mãe e meu avô jantaram e eu gostaria de reviver todos os momentos bons antes que os ruins começem a aparecer;

Deixei que Nilima fizesse o meu pedido, pois eu não tinha a menor ideia do que dizia o cardápio. Saboreamos um jantar de arroz basmati, legumes grelhados, saag de frango – que vinha a ser frango cozido com creme de espinafre um peixe branco com chutney de manga, bolinhos pakora de legumes, camarões ao coco, pão naan e uma espécie de limonada que levava uma pitada de cominho e de hortelã chamada jal jeera. Beberiquei a limonada, achei que era um pouquinho temperada demais para o meu gosto e terminei bebendo bastante água.

Quando começamos a comer, perguntei a Nilima o que mais ela aprendera sobre a profecia.

Ela limpou a boca com o guardanapo, tomou um gole de água e disse:

— Creio que Durga irá te encontrar para exclarecer tudo.Infelizmente não sou sabia como meu avô –Ela disse com uma pequena risada.

Esfreguei minha mão distraidamente em meu amuleto. E ele iluminava fraco formigava. Bebi minha água.

— Nilima acha mesmo que vamos encontrar alguma coisa? Quer dizer, acredita mesmo nessas coisas?

— Não sei. Espero que seja verdade, para que os tigres novamente sejam libertos. Tento manter a mente aberta. Sei que existem poderes que não sou capaz de compreender e coisas que nos moldam e que não podemos ver.Queria que meu avô estivesse vivo tenho certeza que ele iria te esclarecer muito melhor as coisas. Ren e Kishan estão aprisionados em uma espécie de magia e é meu dever ajudá-los novamente.

Devo ter demonstrado minha angústia, porque Sunil deu tapinhas em minha mão e disse:

— Não se preocupe. Tenho um forte pressentimento de que tudo vai dar certo no fim. É a fé que me mantém concentrado em nosso objetivo. Tenho grande confiança em você e em Ren, e acredito, que há esperança novamente.Eu tenho em mente que se saira melhor que sua mãe.

Ele bateu as mãos e esfregou uma palma na outra.

— Então, vamos voltar nossa atenção para a sobremesa?

Nilima pediu kulfi para nós três e explicou que se tratava de um sorvete feito com creme de leite fresco e nozes. Era refrescante em uma noite quente, embora não tão doce nem tão cremoso quanto o sorvete americano.

Após o jantar, caminhamos até o barco, conversando sobre Kadam. Sunil sugeriu que visitássemos um templo local dedicado a Durga antes de nos aventurarmos nas ruínas à procura do portão para o templo.

Passeávamos lentamente, atravessando a cidade na direção do mercado, quando Sunil,Nilima e eu avistamos nosso hotel verde menta. Nilima se voltou para mim com uma expressão acanhada e disse:

— Espero que me perdoe por escolher esse hotel um tanto humilde. Eu queria que eu e você tivessemos a mesma sensação do meu avô e Kelsey.Eu só quero ser uma boa mentora como meu Avô foi.

— Imagine, Nilima. Eu adoraria saber do passado de minha mãe e tenho certeza que será como seu avô.

Ela riu e voltou o olhar para Sunil. Passamos por diferentes quiosques e Nilima comprou frutas para o café da manhã e um tipo de bolo de arroz envolto em folhas de bananeira. Depois de me aprontar para dormir, afofei o travesseiro, puxei um lençol branco sobre o colo e pensei em meu pai sozinho na selva antes de dormir abri minha bolsa de viajens e agarrei meu caderno e comecei a escrever um breve poema .

Nada alcança o vazio que me consome
Nada supre toda essa minha fome
Nada completa esse espaço vago
Nada nem ninguém é o suficiente.
Eu quero tudo. Tudo o que não sou.
Tudo o que não tenho. Quero além do nada que por todo sou.
Busco o que não conheço, desejo o que não posso ter.
Espero o que nunca vai vir e lamento.
Lamento a falta de noção alheia sobre o infinito que sou.
Eu sou o tudo, se quiser não sou nada.
Eu sou o sol, mas se quiser sou inverno.
Sou paraíso, mas se insistir sou inferno.
Eu sou o caos.
Uma mente já sem consciência
Um cerne partido e sem mais potência.
Não sei qual é a parte de mim que me sustenta.
Hoje celebro minha insanidade.
Pois me divirto com todo isso,
Observo como se não fosse comigo.
Quebre, queime, congele. Não se quebra o que está partido.
Não se queima o que vive em chamas. Não se congela o zero absoluto.
Eu sou o caos. A face da anarquia criada e alimentada todos os dias.
Nada, nenhuma agonia é demais ou suficiente.

Eu sou o tigre que esta em sua mente.

.

Suspirando profundamente, desfiz minha trança,guardei o caderno novamente e coloquei Fanindra em cima da estante me deitei e mergulhei em um sono leve.

— O que está fazendo aqui? É perigoso Anik!

Encarei a imagem de minha mãe.Ela estava com os cabelos sem vida e seu olhar era preenchido por leves rugas

— Mãe,Senti saudade de você.

Seus olhos encheram de agua .

— Eu também.

Ela abriu os braços e me aconchegou.

— Mãe isso significa que Lokesh vai te matar? Eu não quero isso por favor não se vá-Soltei um soluço profundo.

— Ele não vai me machucar querida,Ele não pode me machucar até conseguir o amuleto.A única pessoa que ele deseja matar é seu pai.

— Eu não quero ver ninguem sofrer mamãe-Estremeci como uma criança assustada e apertei seus pulsos.

Ela me deu um sorriso fraco e tentou falar sem soluçar.

—Você é meu presente minha pequena.Eu sofro todo dia em pensar que você podera estar em pergio.-Seus olhos encontraram os meus e eu apertei sua mão.

—Eu vou conseguir mãe,vou te salvar.Vou salvar todos.

Ela sorriu.

— Tenho certeza que vai.

Algo em meu bolsos chamou sua atenção. Inclinando-se por trás de mim, ela estendeu a mão e pegou uma folha solta.O poema .Minha mãe ficou encarando o poema enquanto minhas bochechas mudavam de cor.Ela sorriu e então sussurrou:

—É lindo.

— Eu não sabia que eu podia trazer poemas para sonhos-Falei dando uma leve risada.

—Tudo o que desejar pode aparecer em seus sonhos querida,este sonho é seu.E isto é apenas um fruto da sua imaginação.

—Inclusive você ?

—Isto é como se nós duas estivessemos conectadas e quando você dorme eu começo a sonhor acordada e ai nos encontramos.

Deixando a folha se estilhassar no ar ela virou-se para mim com uma expressão intensa e disse:

— Não quero que você sofra Anik,mas por favor seja corajosa e não faça escolhas erradas Estendendo a mão, ela passou os dedos em meus cabelos—Eu sei que é muita pressão para uma jovem de dezesseis anos mas entenda que sua familia é especial

Assenti enquanto ela apertava minhas mãos e dizia bem baixinho:

—Boa sorte Anik

— Mãe — falei com delicadeza. Ergui a mão e acariciei seu rosto. — eu tenho tanto medo…

Cai em lagrimas enquanto ela beijou minha testa.O local beijado formigava. Seus olhos castanhos esquadrinhavam meu rosto desesperadamente, querendo, precisando que eu não decepcionasse.

Eu queria dizer algo que a tranquilizasse. Queria lhe oferecer conforto. Mas não conseguia reunir as palavras. Sua súplica me comoveu. Senti uma ligação profunda com ela, uma forte conexão. Queria ajudá-la, queria ser seu clone e queria… talvez me sair bem. Tentei identificar minhas reações. O que eu sentia naquele parecia complicado demais para definir, mas logo se tornou óbvio para mim que a emoção mais forte que eu sentia, a que estava agitando meu coração, era… medo.

Eu havia construído uma barreira em torno do meu coração depois que ganhei o amuleto. Não me permitira entender porque temia que eu fracasasse. Intencionalmente, evitava laços coisas arriscadas. Eu não gostava de me aventurar e não tinha coragem o suficiente.Minha coragem recém nascida me permitiu baixar a guarda e, de maneira delicada e metódica, ele derrubou minha bem construída barragem. Ondas de saudade batiam nas bordas do muro e se introduziam furtivamente nas rachaduras. Os sentimentos transbordaram e caíram sobre mim.

Era assustador me abrir . Meu coração batia com força e lagrimas roavam inutilmente. Eu tinha certeza de que ela esperava o maximo de mim.

A expressão de minha mae mudou enquanto ela observava meu rosto. Sua expressão de saudade foi substituída por uma de preocupação comigo.

Qual era o próximo passo? O que eu devia fazer? O que dizer? Como partilho o que estou sentindo?

Assim, reuni coragem e, antes que mudasse de ideia, a contei tudo o que eu estava guardando todos estes anos.

Ela ficou paralisada. Não correspondeu as minhas ideias. Não me repeliu. Ela simplesmente parou… de se mover. Eu me afastei, vi o choque em seu rosto e imediatamente me arrependi de ter contado. Então me levantei e me afastei, constrangida. Eu queria pôr alguma distância entre nós enquanto tentava freneticamente reconstruir os muros em torno do meu coração.

Então ouvi que ela se movia. Ela pôs a mão sob meu cotovelo e me fez virar. Eu não conseguia olhar para ela. Fiquei olhando seus pés. Ela colocou a mão sobre meu rosto tentou me fazer erguer a cabeça, mas ainda assim eu me recusava a olhá-la nos olhos.

— Anik, olhe para mim. — Levantando os olhos, eles seguiram dos seus pés para um botão branco no meio de sua camisa. — Olhe para mim.

Meus olhos continuaram sua jornada. Deslizaram pelo, seu pescoço e então pousaram em seu rosto. Os olhos castanhos perscrutaram os meus, questionadores. Ela deu um passo à frente, aproximando-se mais. Minha respiração ficou presa na garganta. Ela me abraçou delicadamente,como se a brisa estivesse me abraço. Sua outra mão passou entre meus cabelos.

Ela suspirou e tentou amenizar os soluços e me abraçou ainda mais forte. Eu me dissolvi em seus braços.

Agarrei seus braços com ternura e chorei mais alto que pude , Não tenho a menor ideia de quanto tempo ficamos abraçados. Parecia um mero segundo, ao mesmo tempo que parecia uma eternidade. Meus pés descalços pendiam vários centímetros acima do chão.Todos os neurônios disparavam em meu cérebro simultaneamente. Eu não tinha a menor ideia de que ela reagiria asism—Ela me entendeu.

Em algum momento,Ela se distanciu. .Com a mão em minha face, ela correu um polegar pela minha bochecha e me fez dar um sorriso.Então a outra mão se dirigiu ao meu cabelo e a seus olhos e com as costas das mãos ela enchugou suas lagrimas .Precisei piscar várias vezes para clarear minha visão.

Ela suspirou baixinho.

— Eu te amo, Anik.

Ela exibia um sorriso alegre , o que, por alguma razão, acendeu minha coragem.

— Eu vou conseguir mãe

— Eu sei que vai .

Sorrindo afetadamente de volta para ela, eu disse:

— Bem, não vai me desejar boa sorte ?

—Você não precisa de boa sorte,você é uma Hayes e uma Rajaram.

Com um risada ela chegou ainda mais perto.

— Boa sorte Anik.Estarei aqui te protegendo o maximo que posso.

Um arrepio percorreu meus braços e eu estremeci.

Assenti com a cabeça, debilmente.A abrecei novamente e me deu um beijo na testa novamente .

A imagem ficou turva e tudo o que sonhei em diante foi absolutamente nada.

Na manhã seguinte me vesti e bati na porta do quarto de Nilima e Sunil.

A porta se abriu e ela sorriu para mim.

— Srta.Anik! Dormiu bem?

— Sim, dormi muito bem. Um pouco demais, eu acho. Desculpe.

Ela fez um gesto dispensando as desculpas e me entregou um bolo de arroz embrulhado em folha de bananeira, algumas frutas e uma garrafa de água.

— Não se preocupe. Vamos buscar Ren e seguir para o templo de Durga. Não há razão para pressa.

Voltei ao meu quarto e tomei o café da manhã. Depois comecei a reunir alguns itens pessoais e colocá-los em minha pequena bolsa de viagem verificava se todos os itens estavam certos e as vezes acariciava Fanindra que sibilava em meu pulso. Por várias vezes me peguei sonhando acordada. Eu olhava pelo quarto e imaginava o que minha mãe teria passado.Tive que me sacudir constantemente e fazer força para me concentrar. O que eu deveria ter levado 10 minutos para fazer me tomou uma hora e meia.

Por cima de tudo na bolsa, coloquei o caderno . Fechei o zíper e saí em busca de Nilima. Ela estava à minha espera no Jeep, examinando alguns mapas. Sorriu para mim, parecendo de bom humor, embora eu a tivesse feito esperar tanto tempo.

Apanhamos meu Pai, que surgiu saltitando do meio das árvores como um filhote brincalhão. Quando alcançou o Jeep, eu me inclinei para acariciá-lo e ele se ergueu nas patas traseiras, focinhando minha mão e lambendo meu braço pela janela aberta. Então saltou para o banco de trás Sunil deu a partida.

Seguindo cuidadosamente as rotas indicadas no mapa, pegamos uma estrada de terra que nos conduziu através da selva, até pararmos por fim no templo de pedra de Durga.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem ! Por favor deixem comentarios isso é muito importante para o desenvolvimento da historia :)



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