Meu coração pulsava mais rápido junto a respiração do grande felino. Meus pés pareciam pesar uma tonelada. Eu não conseguia me mover diante daqueles brilhantes olhos azuis. Quando o tigre passou diante de mim, tive uma vontade súbita de acariciar-lhe a cabeça e confortá-lo. Eu não sabia se tigres eram capazes de demonstrar emoções, mas tive a impressão de poder perceber seu estado de espírito. Parecia que só me queria bem.

Exatamente nesse momento, uma brisa suave me envolveu com o perfume de jasmim e de sândalo. Um cheiro tão familiar. Meu coração disparou enquanto um arrepio percorria meus braços. Mas, tão rápido quanto veio, o cheiro delicioso desapareceu e então senti um inexplicável vazio na boca do estômago. Minhas pernas ainda tremiam e voltei ao mundo real assim que senti o focinho gelado acariciar minha mão tremula.

Com a maior corajem que tive me virei de costas para o grande animal e corri o Maximo que pude para as escadas. Dei alguns tropeços mas consegui chegar ao meu quarto.Tranquei minha porta e verifiquei varias vezes se realmente estaria fechada adequadamente.Despenquei no chão e encarei alguns momentos meu tigre de pelúcia jogado no chão no meio dos meus cobertores.

–Isso não é real-Falei me dando um leve beliscão. -Senhor Kadam !-Levantei com um impulso e verifiquei que minha única compania não estava presente.

Corri para o parapeito e olhei para toda a floresta em busca do meu pai. Como aquele tigre foi parar ali ? Eu pedi um gato quando criança e não uma fera. Enchi meus pulmões de ar e comecei a grita-lo o Maximo possível.Por fim quando minhas cordas vocais estavam queimando avistei uma pelagem branca indo para o gramado.

–Pai! Pai! ...

O tigre me olhava no fundo dos olhos como se respondesse meu chamado e me deu um alto rugido em troca. Toquei em volta do meu pescoço e me lembrei que jogará o amuleto na cozinha.Chutei a porta com brutalidade por saber o quanto fui burra.

Esperei por horas apenas deixando as lagrima escorrerem. Meu pai estaria pensando que eu era fraca,talvez até soltasse aquele tigre lá para me devorar;Pois tinha feito uma filha que era um desperdício.Se mamãe não tivesse aquele grave problema eu podia ter mais irmãos bem mais fortes que eu.

Uma jovem guerreira não desisti facilmente ó grande tigre!

A jovem guerreira desisti mais fácil que pétalas desmancham com o sopro. Eu não sou guerreira eu nunca lutei em nem sequer uma batalha,e tenho certeza que poderei perder.

Senti um alto miado e corri para o parapeito novamente. Kadam estava bem próximo do tigre e suas imensas mandíbulas pingavam saliva.

–Você vai matar ele pare!

O relance de seus olhos me cortaram e senti um sorriso sarcástico em seus lábios. Peguei os cacos do recipiente do sabão e joguei com mais força que pude.Nem sequer um arranhão.O tigre girou algumas vezes em volta do gato e o atacou pela garganta.Lagrimas ainda maiores rolavam em meus rosto e eu tinha vontade de me jogar daquele parapeito e matar aquele tigre maldito.

–Chega!

Abri a porta enquanto a impulsividade tomava conta do meu corpo. Ignorei todos os riscos que tinha e corri para a sala onde meu Nunchaku estava jogado,o girei no ar e com um grito fui diante do gramado.

Senhor Kadam entrelaçou pelas minhas pernas e deu um leve miado e caminhou casa adentro. Com o coração batendo mais rápido que asas de beija-flor olhei assustada o tigre que repousava no meio das violetas.

–Você não o matou-Mordi o lábio inferior e segurei ainda mais forte a arma que parecia inútil perto daquela grande fera-Como veio parar aqui?

O tigre rugiu baixo e soou como um miado. Me levantei e fui em direção a cozinha.O amuleto não estava mais lá.

–Droga onde está?

Encarei a janela e vi que o tigre ainda me encara, pude ver um brilho em suas patas. Ele estava com o amuleto.

–Não

Comecei a roer as unhas e dar varias voltas pela cozinha procurando uma opção.

–Talvez ele seja um tigre manso, como o tigre da historia da minha mãe... Mas isso é apenas uma historia. - Fui até a cadeira e dei um leve suspiro e de repente foi como uma lâmpada acendesse no topo da minha cabeça-O livro !

Fui novamente para meu quarto e já exausta de subir as escadas tantas vezes agarrei o livro ¨Grandes felinos ¨me joguei na cama e comecei a procurar ¨Pagina 202 ¨

Tigres geralmente preferem comer presas que eles mesmos pegaram, mas não estão livres de comer carniça em tempos de escassez e pode até mesmo roubar presas de outros grandes carnívoros. Apesar de predadores tipicamente evitarem uns aos outros, se uma presa está sob disputa ou um sério concorrente é encontrado, demonstrações de agressão são comuns. Se isso não for o suficiente, os conflitos podem se tornar violentos; tigres podem matar concorrentes.

–Ok, no momento acho que não sou o concorrente e sim a presa.

Em alguns casos, ao invés de serem estritamente competitivos, os ataques de tigres em outros grandes carnívoros parecem ser predatórios na natureza.

–E eu também não estou em cima da cadeia alimentar,para falar a verdade estou na base da cadeia Dele.

a diferença comportamental com outros mamíferos como leão, leopardo e onças, é muito grande, tendo em vista que o tigre ataca quando a pessoa menos espera. Os outros animais costumam ser muito bravos, mas logo dão sinais de um possível ataque. Em compensação, o tigre passa uma sensação de tranquilidade e o humano acaba ficando mais confiante na presença dele, fator esse que pode ocasionar uma tragédia.

–Ah que ótimo !

Fechei o livro com raiva e comecei a revistar minha prateleira.

–Sociologia,Ciencias Humanas,Astrologia,Matematica Avançada,Linguas Variadas,Educação Artistica,Artes Marciais,Caderno de poemas...Nada,nada,nada.

Abri e porta e fui para a sala do pavão e vasculhei as centenas de livros. Enquanto checava alguns da floresta local ouvi um enorme estrondo e pude ver um enorme livro aberto no chão,Segurei e assoprei a poeira do antigo livro,algumas partes estavam grifadas e marcadas com papeis velhos.

–Durga... deusa Durga – também chamada de Parvati,Kali e outros nomes – que é retratada com quatros braços, seis, oito ou até dez. A ligação do mito da deusa à história se dá por ser protegida por um tigre ou leão – e mais uma vez depende da região e o povo. Devo alertar que as mudanças de nomes e forma têm relação também com a crença que os deuses reencarnavam, ou assumiam nomes e aparências diferentes todas as vezes que desciam a terra e assumiam a forma humana. A Deusa é dita como uma bela guerreira e a força e poder feminino.

Isto não pode sem verdade-Pensei.

Bom mas meus pais teriam recebido uma carta de alguém do passado, eu tinha visões sobrenaturais em meus pensamentos, minha mãe teria sumido e havia um tigre em meu gramado.

Sinceramente aquilo não significada nada.

– A Grande Deusa Durga é dita ser requintadamente bela. Sua imagem é extremamente brilhante (devi), com três olhos como lótus, dez poderosas mãos, cabelos exuberantes com formosos anelados, um vermelho-dourado brilhante de sua pele e um quarto crescente em sua testa. Ela usa um brilhante traje azul marinho que emite raios. Seus ornamentos foram lindamente esculpidos em ouro, cravejados de pérolas e pedras preciosas. Cada deus também lhe deu a sua arma mais poderosa, o tridente de Rudra, o disco de Vishnu, o raio de Indra, kamandal de Brahma, gada de Kuber, etc. Himalaia presenteou-lhe com um feroz leão dourado. Sobre o fim do 8 º e início do 9 º dia de lua, Chanda e Munda vieram para lutar contra a deusa. Ela virou azul de raiva e a deusa Chamunda saltou para fora do seu terceiro olho. Esta forma é uma das mais poderosas, com três olhos vermelhos, preenchidos de sangue, língua e pele escura, que finalmente matou os demônios gêmeos com sua espada. Esta forma da divina deusa é adorada durante o sandhikshan do festival de Durga Puja, como sandhi chandi puja. Finalmente no décimo dia da lua, a deusa Durga matou Mahishasura com o seu tridente.

Passei mais algumas paginas do livro e meus olhos pararam em um poema grifado.

Para proteção, busque seu templo.

E apodere-se da benção de Durga.

Vá para oeste e procure Kishkindha,

Onde os símios governam a terra.

Um golpe da gada no reino de Hanuman;

E procurem o galho que está confinado.

Perigos espinhentos estendem-se acima;

Perigos deslumbrantes acham-se abaixo,

Estrangulam, capturam aqueles que você ama...

E os aprisionam em correntes salobras.

Lúgubres fantasmas frustram seu caminho

E guardiões aguardam para barrar sua passagem.

Cuidado quando eles começam a perseguir

Ou aceitar seu estado de determinação.

Mas tudo isso pode ser repelido

Se serpentes encontrarem o fruto proibido

E a fome da Índia satisfizerem...

A fim de não ver todo o seu povo perecer.

Comecei a tremer incontrolavelmente. Aquilo era demais para absorver de uma só vez. Aquilo realmente era verdade, meus pais tinham feito um favor há uma deusa indiana e partiam em uma aventura? Eu me sentia assoberbada. Minha mente gritava: Não é possível! Não é possível! Como foi que fiquei presa nessa situação bizarra?

Kadam entrelaçou entre minhas pernas e ajolhei perto de seu rosto e acariciei seus bigodes.

–Parece que vou ter que enfrentar o gatão lá fora não é?-Falei com um sorriso fraco fincando as unhas em meu nunchaku.

Minha respiração estava ofegante. O suor escorria do meu rosto.Caminhei em direção ao tigre e gritei.

–Isto me pertence Tigre!

Ele se levantou preguiçosamente e ficou dando voltas em torno de mim. Eu me sentia como um cervo. Parecia que meu coração pulsava na garganta

–Uma jovem guerreira não desisti facilmente ó grande tigre!

Ele soltou um rugido alto e mostrou as presas em posição de ataque. Tentei mentalizar o rosto do meu pai dando gargalhadas.

E com um movimento mortal pulei em cima do tigre, Finquei minhas unhas em sua pelagem branca enquanto ele grunhia de dor rodei meu nunchaku e o prendi em volta de sua garganta o impulso me jogou para perto de alguns arbustos me levantei novamente e cuspi no chão. Ele se virou e com uma patada rápida em minhas costelas o tigre se chacoalhou e me jogou para as flores. As pedras de cascalho afundaram em minha pele e a terra grudou no sangue fresco.Tentei levantar novamente mas já não sentia minhas pernas.Fechei os olhos recheado de lagrimas enquanto ele cheirava meu cabelo procurando algum sinal vital.

–Vai lá me mata... Ainda estou viva...

Fiquei encarando a velha fita rosa jogado no gramado e com os dedos trêmulos a segurei e aproximei do meu rosto.

–Desculpe pai e mãe, eu fui uma guerreira fraca, eu vou morrer confusa sem saber o que ao certo é aquela carta, onde minha mãe esta, quem é Durga, Meu talismã, Se minhas visões dão realmente algum sentindo, O que este tigre esta fazendo no gramado; enfim. -Fiz uma pausa engolindo um pouco de ar- queria que me contassem a verdade, será que sou uma filha tão ruim para me esconderem tanta coisa.

Senti uma respiração ofegante perto do meu cabelo e ouvi um leve miado. A língua quente do tigre passou sobre meu rosto molhado e ele se deitou ao meu lado.

–o tigre passa uma sensação de tranquilidade e o humano acaba ficando mais confiante, eu sei dos seus truques grande tigre, me mate logo.

Minha visão foi ficando embasada e minha respiração foi diminuindo e uma frase com uma voz familiar foi a ultima coisa que ouvi.

–Me desculpe minha Chittaharini, A coisa que menos quero é machucar você.

E mergulhei em um sono profundo.

Estava em um quarto todo enfeitado. Andei pelo espaço até ouvir uma voz conhecida.

–Anik? Anik? A graças a Durga!

–Mãe?

A encarei por um momento, ela estava com um vestido prata com decote de coração, ele era incrustado com vários diamantes em sua cintura e em sua barra ele abria em forma de cascata. Seu cabelo estava solto e um grande adereço em forma de joias preciosas junto a sua maquiagem extremamente delicada com pequenas rubis nos cílios.

–Mãe!-A abracei o mais forte que tudo e depois arregalei os olhos e a empurrei levemente-O que você esta fazendo aqui? Mãe onde você esta? Tem um tigre no jardim!

Tantas palavras vinham em minha boca eu tentava fazer com que tudo aquilo se processasse o mais rápido em sua mente. Com um movimento delicado ela colocou suas mãos levementes frias em meu ombro e me olhou com seus olhos castanhos com pouco brilho e lagrimas.

–Anik não se preocupe, tudo ira se esclarecer com o tempo, me desculpe por esconder isso de vocês por tanto tempo, mas eu só fiz isso para proteger você.

–Me proteger!-As lagrimas de saudade transformavam em lagrimas de raiva-Vocês são pais normais até meus dezesseis anos e de repente um tigre branco aparece em meu jardim, eu encontro uma carta do passado e isso é o que para me proteger?

–Anik mantenha a calma, eu não tenho muito tempo, avise o seu pai que eu estou bem e que Lokesh esta cuidando bem de mim até agora, vocês precisam pegar a corda de fogo em um templo de durga e usa-la para voltar no passado, seu pai vai te proteger e ira te responder tudo o que deseja, mas por enquanto me prometa que vai ser corajosa.

–Mamãe... -Agarrei seus braços e chorei em seu peito enquanto ela acariciava meus cabelos.

–O meu maior medo é que você sofra como eu sofri só que admito que a recompensa que ganhei foi a melhor de todas que uma mulher podia ganhar, eu ganhei seu pai e acima de tudo ganhei você minha querida, o destino nos testa no limite, mas também é algo mais necessário em nossa vida, você tem um grande poder a descobrir pela frente e eu estou muito orgulhosa de ter uma filha como você. -Ela beijou o topo da minha cabeça como sempre fazia e a imagem começou a ficar embaçada.

–Mãe! Mãe! Por favor, não me deixe, eu estou com medo me ajude!

–Seja corajosa minha filha, procure o templo de durga e leve suas oferendas pegue a corda de fogo e volte novamente ao passado...

A sala começou a girar ainda mais rápido e acordei ofegante no meu quarto. Forcei para levantar mas ataduras cobriam minhas costelas.Com um grito agudo me joguei de volta para a cama me saciando com aquelas dor intensa.

Ouvi a porta ranger e um cheiro de Sândalo penetrou no ar. Uma mão quente tocou meu rosto e tentei falar algo mas eu não tinha força suficiente.

–Me desculpe Me desculpe, Me desculpe... -Meu pai se jogou ao meus pés e começou a chorar como uma criança.

–O-O que?-Tossi algumas vezes e consegui sentar.

Os olhos dele estavam mais brilhantes e inchados parecia que fazia tempo que estava chorando. Um roxo cobria seu pescoço e havia algumas marcas em seu rosto.

–Pai eu te perdo-o por ter me deixado com um tigre, mas eu só queria que você soubesse a diferença entre gato e tigre.

–Anik-Ele abaixou a cabeça e apertou meu cobertor, seu osso do maxilar forçou para trás e ele começou a gaguejar e a respirar forte-Anik, eu sou o tigre.

Ele não parecia assustador afinal era o meu pai, mas mesmo assim meu corpo se retesou apreensivo. Confusa, estendi a mão à frente, numa tentativa inútil de me levantar.

— O quê? O que foi que você disse?

Ele chegou mais perto, pôs a mão no peito e falou devagar:

–Eu odeio ter que repetir isso de novo, mas, Anik, me desculpe. Eu sou o tigre. O tigre que estava no gramado.

Ele virou a mão para me mostrar o amuleto e o Nunchaku. Olhei para o parapeito e, de fato, o felino branco havia desaparecido. Tentei recuar alguns passos para pôr mais distância entre nós. Ele viu meu movimento e imediatamente imobilizou-se. Minhas costelas arderam como brasa.

Parei e pisquei várias vezes, sem entender o que ele estava me dizendo.

— Onde está o tigre? Eu não compreendo. Você fez alguma coisa com ele?

— Não. Eu sou ele.

Ele voltou a vir em minha direção, enquanto eu sacudia a cabeça.

— Não. Não pode ser.

Tentei dar chegar para trás e quase caí da cama. Ele me alcançou num piscar de olhos e segurou-me pela cintura, me equilibrando.

— Você está bem filha? — perguntou ele, cortês.

— Não!

Ele ainda segurava minha mão. Fitei a mão dele, imaginando as patas do tigre fincando em minhas costelas.

— Anik? — Ergui o olhar para seus surpreendentes olhos azuis. — Eu sou o tigre.

— Não — sussurrei. — Não! Não é possível. Como poderia ser o tigre me atacou e isso não é possível, você nunca me machucaria...

Sua voz baixa era tranquilizadora.

–Por favor, diga o que você viu em seu sonho, você disse algumas palavras enquanto dormia.

–Era a minha mãe ela disse algo sobre Lokesh, Corda de fogo e templos de Durga e irmos ao passado. Ela disse que Lokesh estava a tratando bem e que por enquanto não havia nenhum problema,ela disse que eu tinha que ser corajosa e que talvez passaria o mesmo sofrimento que ela passou.

As suas pupilas se dilataram e ele se jogou no chão surpreso e deu um forte soco no chão.

–Droga eu sabia. -Ele me encarou novamente e percebeu que eu estava mais assustada que o normal.-Anik por favor relaxe,você esta realmente muito machucada e eu vou tentar explicar tudo.

— Então, o que você é? Um homem que se tornou tigre ou um tigre que se transformou em homem? Ou você é como um lobisomem? Se me morder, eu também vou virar tigre?Mamãe sabe disso?

–Pode parecer incrível, mas eu já ouvi quase as mesmas palavras... Da boca de sua mãe.

–Ela foi doida por casar com você sabendo disso então, mas tudo que quero agora é explicações.

Deixando a mão cair no colo, ele me olhou, pensativo, sob os cílios espessos.

— Ah, Anik. Por onde começar? São tantas coisas para lhe contar, parece que tudo começou de novo…

–Você teve dezesseis anos para isso não é?

–Certo vou dizer a mesma coisa que disse a sua mãe; Preciso ser breve. Posso assumir a forma humana durante apenas alguns minutos por dia… para ser exato por 24 minutos a cada 24 horas. Portanto, como vou me transformar em tigre de novo logo, quero aproveitar ao máximo meu tempo com você. Tudo bem?

–Mas por que nunca te vi como tigre?

–Anik não tenho certeza, mas acho que tudo esta começando novamente, eu tenho muito a lhe contar, mas acho que a maldição não foi acabada em vão, a maldição passou para a nova escolhida de Durga, precisamos passar por quase tudo aquilo que passamos e com o tempo vou ficando cada vez mais tempo como humano e em alguns lugares mágicos posso ficar como humano. Eu não acredito que vou ter que passar por tudo isso novamente mas se for para te fazer feliz eu faço tudo isso por você Iadala.

–Você me machucou...

–Por favor, não me faça lembrar isso, eu estava dando um passeio quando senti uma dor familiar como se todos meus ossos fossem triturados eu sabia que a maldição teria voltado, eu fingi atacar Kadam para chamar sua atenção, eu te vi assustada e me gritando, quando você subiu eu entrei na cozinha e vi que teria deixado o amuleto no chão e tentei ao Maximo te explicar, mas quando vi você com o nunchaku eu sabia que aquilo poderia me machucar profundamente então eu...

–Então você fincou as garras em minhas costelas.

–Anik me desculpe.

Respirei fundo.

— Sim eu te desculpo. Quero ouvir sua explicação. Por favor, prossiga.

–Droga... Você esta falando exatamente como sua mãe,até seu olhar,é como seu eu estivesse lá de novo.

–Pai-Falei beliscando um pouco acima do meu nariz-Apenas prossiga.

— Você se lembra da história do príncipe e da garota da floresta que sua mãe lhe contava quando criança?

— Lembro. Espere aí. Você está dizendo…

— Aquela história era verdadeira, pelo menos a maior parte dela. Eu sou o príncipe de quem ela falou. Eu era o príncipe do Império. Meu irmão e eu fomos amaldiçoados e transformados em tigres. O Sr. Kadam um homem muito bondoso antigamente foi fielmente mantendo nosso segredo por séculos. Por favor, não a culpe por estar passando por isso. Foi culpa minha. Sabe, eu estou me torturando por repetir disso, mas eu... preciso de você Anik.

Minha boca ficou seca de repente e eu me inclinei para frente, mal me mantendo sentada na beira da cama. E quase caí. Limpei a garganta rapidamente e reajustei minha posição, esperando que ele não tivesse notado. Embora eu estivesse com uma bruta raiva do meu pai eu estava com um pouco de doe extremamente confusa, eu não sabia realmente o que aquilo queria dizer, mas ele precisava de mim.

Meu Pai precisava de mim.