Dividida escrita por Garota Fantasma


Capítulo 2
1- Em meu Coração


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo Anna , já deprimida, acaba descobrindo que sua irmã não esta tão longe quanto ela imaginava. Esperam que gostem, boa leitura :3



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2 de Janeiro de 2014

Era frio, observava a neve cair lentamente, caindo delicadamente no chão, tão leve como a pétala da rosa mais delicada. Não pude olhar muito a paisagem pois teria de me aprontar logo, peguei uma calça preta, uma blusa preta com alguns tons cinza escuros, encovei meus cabelos ruivos, coloquei minha bota e peguei meu casaco. Meus pais estavam em completo silêncio sentados no sofá, o clima não era nada agradável, quase mais frio que a neve lá de fora.

–Está pronta filha? - Disse minha mãe, com os olhos inchados de tanto chorar.

–Sim mãe, vamos. - Falei, com um baixo tom de voz.

Nos dirigimos para o carro, sentei no banco de trás e coloquei meus fones de ouvido na tentativa de me isolar do mundo exterior. A tristeza tomou meu corpo e minha alma, não sei o que seria de mim sem Elsa.

Chegamos no cemitério, a neve tinha diminuído mas ainda não dava para ver o chão, caminhamos um pouco até chegarmos no velório. Ela estava linda, usando seu vestido favorito, pálida como a neve. Seus cabelos presos, do jeito que ela gostava. Minha mãe teve que se retirar pois não aguentava ver sua filha deitada em um caixão, particularmente nem eu, mas queria me despedir pela ultima vez. Segurei a mão dela e consegui sentir o frio de estar morta, aquilo era assustador. Não passou muito até que minhas lágrimas começaram a sair. -Era para eu estar no lugar dela esse dia, eu que deveria estar nesse caixão– Se eu pudesse trocar de lugar com ela, Elsa ainda tinha muito oque viver, ela era inteligente, bonita, não tinha que acabar assim.

Passou um tempo e o enterro foi feito, sobre o caixão, tinham muitas rosas, azuis e brancas, as cores preferidas de Elsa. Ao colocar a minha rosa, ela tinha tons de azul e branco, era linda, e nela, fiz questão de colocar uma pequena cartinha.

" Minha irmã, você era tudo pra mim e nem a morte pode nos separar, você sempre estará em meu coração!
–Anna K. "

Uma ultima lágrima escorreu de meus olhos, mas não uma lágrima comum, era leve, deslizava sobre minha bochecha até terminar em meu queixo e cair lentamente sobre a neve. Aquela lágrima foi como um adeus, doloroso e marcante. Todos já haviam se retirado , até que meu pai chama por meu nome.

–Anna! Venha, temos que ir!.

–Está bem, só um segundo! - Eu disse, olhando o tumulo de Elsa. - Adeus Elsa, eu te amo... - De repente, algo parou dentro de mim, eu não conseguia respirar. -

–..so...socorro!..

Eu cai sobre o tumulo de Elsa, a ultima coisa que me lembrava era a sensação fria da neve tocando meu rosto descoberto, tudo foi ficando escuro..e escuro..

–Vai ficar tudo bem irmã..- Uma voz ofuscada ecoou em meu consciente, me deixando aliviada e apavorada ao mesmo tempo.

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Abri meus olhos de novo e notei meus pais correndo ao lado da maca em que eu estava, minha mãe chorava muito e meu pai tentava não chorar, tudo estava muito nublado, quase não dava para reconhece los.

–Calma filha, vai ficar tudo bem! - Disse ele.

–Nós te amamos filha! - Minha mãe disse, sendo impedida de me acompanhar, estavam me levando a uma sala de cirurgia. Tudo foi ficando escuro novamente.

Meus olhos se abriam com dificuldade, eu estava no que parecia ser um quarto de hospital - Mas oque eu estava fazendo ali?–.

– ..Anna! Ela acordou! - Escutei oque parecia ser minha mãe no fundo da sala.

–Graças a Deus, filha, você matou a gente de susto! - Disse meu pai, morrendo de felicidade.

–Oque...Oque aconteceu? - Eu disse, confusa e dormente.

–Você teve que fazer um transplante filha, mas agora vai ficar tudo bem, apenas descanse.

Um transplante!?- Bem, isso não é impossível já que meu coração sempre foi muito fraco, mas... Eu não imaginei que teria que fazer isso tão cedo.

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2 mês depois

Já faz dois meses que fiz o meu transplante e só depois descobri que minha doadora foi a Elsa, meus pais conseguiram as presas colocar o coração da Elsa em mim. Isso parece meio estranho mas graças a ele salvaram minha vida. Os médicos disseram que se eu esperasse mais algumas horas, já teria morrido. Eu estou seguindo minha vida agora, voltando a ter 17 anos e tentando parar de pensar na Elsa.

Agora ando pela rua para ir até a cafeteria, onde vou encontrar meu amigo Kristoff. A rua estava normal, a neve parecia ter parado de cair. Chegando na cafeteria avisto Kristoff sentado em uma mesa, parecia pensativo, olhando para a janela sem demonstrar muita emoção.

– Hey Kris! - Falei, em pé ao lado dele.

–Nossa, você me assustou haha, oi Anna! - Disse ele, levantando para me dar um grande abraço. - Como você esta?

– Aah, ta tudo bem, eu reagi bem ao transplante.. - Eu falei, sentando do outro lado da mesa.

– Ainda bem, sei que esta passando por maus momentos ultimamente..

–Sim, mas vai passar, então, me conte de você...

As horas passavam e nós riamos e contávamos muitas piadas e bobagens, oque fez com que eu me distraísse e esquecesse um pouco toda essa fase ruim. Kristoff é um dos melhores amigos que já tive, filho de operário, não tem muito dinheiro, mas apesar disso é um homem trabalhador e honesto. Ele é muito especial pra mim.

–Nossa, olha a hora! - Falei, vendo o relógio do celular. - Acho melhor eu ir.

– Espera, eu te levo, estou com a caminhonete do meu pai.

–Ah esta bem, obrigado. - Falei, agradecida.

Ele então me levou até em casa, dei um beijo em sua bochecha em sinal de "Tchau" e cada um seguiu seu caminho. Entrei em casa, meus pais já haviam dormido. Subi as escadas e fui até meu quarto. Tirei a roupa e entrei na banheira. A água estava morna, repleta de espuma. Esfregava meu corpo quando notei que minha mão estava muito fria.

Na tentativa de esquenta-la, afundei-a na água quente da banheira, mas de nada adiantou. - Que estranho!– Isso nunca havia acontecido antes, ela estava fria como...

Uma visão apareceu em minha mente, e nela, a cena de mim segurando a mão fria de Elsa, no velório. - Meu Deus!– Ela estava igual, na mesma temperatura, entrei em desespero, sai da banheira e liguei a pia na água bem quente, era tão quente que cheguei a queimar as mãos. Logo, o banheiro fechado começou a formar muito vapor, o espelho estava embaçado.

Passei a mão no espelho e levei o maior susto de minha vida...A menina refletida não era eu...Era Elsa..

Continua.


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