Like a Rolling Stone escrita por fornarnia


Capítulo 11
Um dia muito especial.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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“ Ele estava cercado de pessoas, na verdade era uma multidão, muitos elementos que haviam naquela cena pareciam familiar e aconchegante, ele segurava uma espada até que uma voz melodiosa despertou sua atenção;
—Esse é o problema... não vamos voltar.
Nesse momento uma dor insuportável tomou conta de seu peito...”

Ben acordou de supetão, a dor ainda tomava conta de seu peito, o sonho fora curto ou pelo menos ele só se lembrava dessa pequena parte. Mais uma vez ele viu os olhos azuis tristes e sem esperança de Susana, ele não pôde distinguir totalmente, mas teve a impressão que ela vestia roupas totalmente diferentes das que se usava na Inglaterra, roupas da Idade Média talvez? Dessa vez ele conseguiu distinguir Susana e sua voz doce e melodiosa que parecia um pouco melancólica e o que ela disse foi muito mais intrigante; “ Esse é o problema... não vamos voltar.”
Voltar? Voltar para onde? Voltar de onde? Quem eram eles? Ele teve a intuição de que de alguma forma aquele sonho se relacionava a um de seus sonhos anteriores, aquele no qual algumas pessoas atravessavam uma espécie de portal em uma árvore.


Ainda era manhã e Ben havia ido à livraria, o próximo período da faculdade começará semana que vem e ele ainda não tinha comprado os livros. Enquanto examinava os títulos dos livros na prateleira ele lembrou de Susana...  Como ela estaria agora? A última vez que ele a viu foi há uma semana.
 Depois de receber alta, Susana foi passar alguns dias na casa de Anna, que havia chegado de uma pequena viagem e insistido para Susana passar alguns dias na sua casa. Anna queria compensar o fato de ter estado ausente quando Susana mais precisou e decidiu cuidar dela na sua recuperação, Susana não teve como recusar e para falar a verdade ela não queria ficar sozinha em seu quarto no alojamento, depois de tudo o que aconteceu, ainda debilitada.
John, sabendo dos sentimentos de Ben por Susana, decidiu chama-lo à uma visita na casa de Anna. Eles trocaram poucas palavras, mas foi o suficiente para deixar Ben contente por vê-la recuperada.
Perdido em seus pensamentos, Ben deu um passo para trás e esbarrou em alguém, com o choque ambos derrubaram os livros que carregavam, a confusão foi inevitável, em meio a inúmeros pedidos de desculpas Ben erguei o olhar para se desculpar mais apropriadamente e se surpreendeu quando viu de quem se tratava, suas palavras fugiram. Era Susana.
Susana não pôde conter o riso da situação. —Oi, Ben!— disse, sorrindo.
—Érr, Oi Susana...— responde Ben, visivelmente desconcertado.— Não vai perguntar se estou te perseguindo, vai? Eu juro que não estou...
—Não, não vou... Mas eu realmente preciso tomar cuidado com o que penso!— respondeu com um meio sorriso.
—Como assim?
Nesse momento Susana percebeu que havia falado demais. Ela estava pensando em Caspian, mas aí se lembrou de Ben, isso porque ele era idêntico a Caspian, mas ela não poderia falar isso a ele. A mente de Susana trabalhou rapidamente em uma desculpa sem deixar aparente a sua hesitação.
—Bom... É que eu eu estava passando pela a sessão dos livros de medicina e vi um livro sobre transfusão sanguínea, então lembrei de você.— Susana sorria satisfeita com a desculpa perfeita que havia encontrado.
—Hum, então foi isso...—Ben respondeu um pouco desapontado. Mas o que ele estava esperando? Ele sabia perfeitamente que seus sentimentos não eram correspondidos. — Mas e você está bem? Já se sente totalmente recuperada?
—Estou bem, obrigada! Minha saúde sempre foi muito boa, sabe? Acho que isso ajudou na minha recuperação, além disso a Anna cuidou muito bem de mim nos dias que fiquei em sua casa.
—Anna é uma moça ótima, não é? Não é atoa que o Jo... —Ben parou no meio da frase quando se deu conta que estava prestes a revelar o segredo de seu melhor amigo.
Mas Susana entendeu imediatamente o que ele quis dizer;
—John gosta dela, não é?
Ben não sabia o que responder, ele não podia trair a confiança de seu amigo.
—Ben, pode me dizer! Eu já venho percebendo isso a algum tempo.
—Bom... Sim, ele gosta dele. —Ben não teve mais como negar.
—Nunca falei com Mary Elizabeth nem com a Anna sobre isso, mas eu já tinha percebido e achei melhor não dizer nada, pelo menos por enquanto.
—E quanto a Anna? Você acha que ela sente algo por John?
—Sinceramente eu não sei. Desde que a conheci nunca a vi falar sobre nenhum rapaz, ela é meio fechada quando o assunto é esse, sabe?
—Entendo...
—Será que podemos a fazer algo a respeito?—Susana perguntou com um brilho travesso no olhar.
—Talvez... podemos trabalhar nisso!— falou empolgado com a ideia.
Se unir a Susana por um propósito em comum animou Ben. Ele já havia tentado convencer John a se declarar a Anna, mas ele parecia irredutível, talvez com a ajuda de Susana fosse possível fazer algo por ele.
De repente Ben se lembrou o propósito por estar naquela livraria.
—Você também está procurando livros para a universidade, não é? Já encontrou todos?
—Quase. Falta só um, mas infelizmente ele está indisponível aqui, o que é uma pena pois é uma obra importantíssima.
—Bom, eu também não encontrei dois livros que preciso e pensei em ir procurar em outro lugar. Conheço uma livraria ótima, mas fica um pouco distante daqui, uns 40 minutos de carro, talvez. Gostaria de ir comigo? Tenho certeza que encontrará o que precisa. —falou Ben, sem ter muita certeza que tinha feito certo.
—Eu adoraria, seria ótimo! Mas... Você não se incomodaria?
—De forma alguma! Uma boa companhia é sempre bem-vinda! —Disse Ben oferecendo o braço a Susana que rapidamente aceitou.




—Essa livraria é realmente incrível! Aqui está o livro que estava faltando! Vejo que você também encontrou os seus.
—Sim, agora minha lista está completa, o que não está completo é meu estômago...—disse ele rindo, arrancando em seguida uma risada de Susana.
—Bom, já é meio dia... Eu também estou com fome.
A situação que se apresentou para Ben o deixou um pouco desconcertado. Era óbvio que agora ele teria que chama-la para almoçar. Mas a conotação que aquilo teria o deixou ainda mais nervoso... chamar Susana para almoçar soava como...um encontro! Mas não... naquela situação não soaria como um encontro. Ou soaria? “Oh, Deus porque sou tão tolo?”— pensou.
—Tem um restaurante muito bom a duas quadras daqui...—Ele começou hesitante, ainda inseguro.—Você... aceita almoçar comigo?
Susana sorriu docemente para Ben, ela notou toda a sua insegurança, mas atribuiu o nervosismo ao fato dela tê-lo tratado muito mal antes... Pobre Ben...
—É claro que eu aceito, Ben, será um prazer!
Durante o almoço Ben e Susana conversavam sobre os mais variados assuntos. Desde travessuras da infância até as dificuldades da Universidade, Susana acabara de contar sobre a viagem que ela fez no ano entre o término do colégio e o início da faculdade.
—Eu tive uma experiência bastante parecida, só que no meu caso foram dois anos entre o término do colégio e o início da faculdade. Assim que terminei o colégio, fiquei um ano acompanhando os negócios da família. Eu passava os dias com meu pai na sede da empresa, visitávamos as fábricas, aprendi muita coisa... —contava Ben.
Enquanto Ben falava Susana olhava atentamente para ele. Era tão parecido com Caspian... Como aquilo era possível? Ela se sentia um pouco atraída por ele, mas como ela poderia evitar? Ela sabia que a origem da atração era a incrível semelhança que ele tinha com Caspian, ela olhava para Ben e enxergava Caspian...Não tinha como ser diferente.
Ela até pensou sobre a possibilidade louca de Ben ser Caspian, mas isso era logicamente impossível...
—Meu pai queria que eu me inteirasse de tudo e também que eu tivesse a certeza que era realmente isso o que eu queria... Queria ter certeza que eu queria realmente me envolver com a empresa da família ou se tinha alguma coisa em mente.—Continuou Ben.
—É uma preocupação natural...
—Sim, ele coloca em mim as esperanças de dirigir a empresa no futuro.
—Você é filho único?
—Não, mas sou o único que sobrou!—Ben riu. —Tenho duas irmãs mais velhas: Marion e Hilda, ambas são casadas e moram no exterior com seus respectivos maridos. Marion está na França e Hilda na Itália, elas nos visitam uma ou duas vezes por ano.
—Entendo... então seu pai aposta todas as fichas em você, não é?
—Sim, é mais ou menos isso... Mas eu não o culpo e nem reclamo. Eu sempre me interessei pelos negócios da família, sempre adorei o mar, navios, embarcações em geral... Então decidi cursar engenharia naval para me especializar no ramo. Depois desse ano de “estágio” passei um ano viajando, conhecendo novos lugares, assim como você, foi uma experiência valiosa.
—Seus pais devem ter muito orgulho de você...—disse Susana, sorrindo.
—Eu faço o possível para não decepcioná-los... Espero poder corresponder as expectativas deles... — respondeu Ben com um  leve rubor na face.
—Tenho certeza que você já corresponde...
Ben sorriu sem jeito e olhou Susana nos olhos, quase se perdendo naquele mar azul... “Controle-se Benjamin! Ela quer apenas a sua amizade...”— pensou.
—E então, como você descobriu que queria cursar Psicologia?
—Bom... foi difícil, eu nunca soube exatamente o que queria fazer, apenas quando eu era adolescente tive o desejo de ser escritora, mas acabei deixando isso de lado. Enfim eu nunca soube exatamente o que fazer, meu pai sempre dizia que mulher não tinha que estudar... mas sabe? Eu nunca me vi sendo dependente de ninguém. Para mim, homens e mulheres devem ter as mesmas oportunidades e deveres. Eu sempre gostei de observar as pessoas, o modo como todas se comportam, sempre gostei de ajudar as pessoas e para mim a psicologia é um meio de promover mudanças significativas, mudanças que vem do interior de cada um, mudanças que são capazes de ajudar alguém doente, ajudar alguém a se sentir melhor.
—É um propósito muito bonito...— Ben a olhava admirado.
—Eu só não sei se irei conseguir cumpri-lo .
—Porque?
—Ora, Ben...Eu não consegui nem lhe dar com meus próprios problemas...
—É diferente, Susana você está passando por um momento muito difícil em sua vida, sei que estando sozinha é difícil de superar, mas olhe pra você... Está muito melhor. — A vontade de Ben era simplesmente abraça-la e mostrar a ela que ela não está sozinha, que ele iria sempre estar ali para protege-la de tudo e de todos...
—Obrigada, estou tentando ficar...
—Você disse que queria ser escritora, porque também não se torna uma?
—Ah Ben... Eu não tenho talento para essas coisas.
—Tenho certeza que tem.
—Além do mais, sobre o que eu escreveria?
—Escreva sobre nós...
Nesse momento, o azul dos olhos dela invadiu as orbes negras dele e então ele se perdeu naquele mar azul o qual ele gostaria de navegar pelo resto da sua vida.
“Caspian...”— ela pensou. Enquanto ele  estava completamente admirado. E então Ben se deu conta da situação em que se encontravam, ele percebeu que deixara  Susana um pouco desconcertada e que ambos já haviam terminado seus pratos.
—Bom, acho que já terminamos, você quer voltar agora?
— Você tem algo em mente?
—Érr, já que estamos aqui... Faz muito tempo que não venho por esses lados, existe muitos lugares bonitos por aqui, poderíamos passear um pouco, o que acha??
—Claro que sim, é uma ótima ideia!

—Você tinha razão, Ben, esse parque é muito lindo!
Eles estavam sentados a sombra de uma enorme árvore de frente para um lago.
—Eu costumava vir aqui sempre quando eu era criança, é um dos meus lugares favoritos.
—Você  parece conhecer tão bem o local,  já morou aqui?
—Não, mas adoraria ter morado.  Meus avós moravam aqui e quando eu era criança costumava passar as férias com eles.
—A melhor coisa do mundo é a casa dos avós, os meus moravam lá no interior, meus irmãos e eu adorávamos passar alguns dias lá.
Quando se deram conta, os dois tinham passado o dia inteiro juntos e agora Ben a deixava em frente ao seu alojamento.
—Muito obrigado pelo passeio, Ben! Foi um dia muito agradável.
— eu que agradeço pela sua companhia, Susana! Eu já estava mal humorado de ir até lá sozinho...— riu ele e Susana também. —Por mais que eu goste de lá, uma boa companhia é sempre bem-vinda!
—Obrigada pelo o “boa companhia”...
”Para mim você é muito mais que uma boa companhia, Susana.” —Pensou Ben,  incapaz de desviar os olhos dos de Susana.
—Bom, eu preciso entrar agora... Até outro dia, Ben!
—Até outro dia...— respondeu Ben, vendo Susana se afastar e logo em seguida entrar em seu alojamento.
 Bem ficou alguns instantes encarando fixamente a porta do alojamento, antes de voltar para seu carro e voltar para casa. Seu coração estava transbordando de tanta alegria, mesmo se tratando de apenas uma amizade. Não importava se ela não sentia o mesmo que ele sente por ela, o que importa agora é que são amigos e que ele aproveitaria cada segundo dessa amizade.

Da janela de seu quarto, Susana viu o  carro de Bem seguir a rua e dobrar na primeira esquina, um sorriso se desenhou em seus lábios, há muito tempo ela não se sentia assim com ninguém.
Como ela pode ser tão rude com Ben? Ele era tão doce e gentil...Mas o que importa é que agora são amigos e que ela aproveitaria cada segundo dessa amizade.

“ Estava tudo escuro, o medo e a aflição que ela estava sentindo  chegava a doer em seu peito, ela parecia estar presa em algum tipo de corrente em um quarto escuro e seu único pensamento era em seu irmão, Edmundo. Ela sabia o que Ele seria capaz de fazer com Ed.
Naquele momento a porta se abre revelando uma figura masculina que lhe causava arrepios.
—Como vai minha querida?
Ela não respondeu.
—Parece que o gato comeu sua língua...
O silêncio permaneceu.
—Ah, Susana, não adianta fazer isso, você sabe que assim torna as coisas mais difíceis.
Ele  a segurou e a beijou a força, em seguida ela cuspiu em sua face, ele lhe deu um soco no rosto, segurou em seu queixo, forçando ela a olhar em seus olhos.
Aqueles olhos negros causavam Pânico.
—Você vai ser minha e se não quer por bem será por mal, falta dois dias para o nosso casamento, meu amor e acho bom...
—Você é um doente...
—Cala a sua boca, mulher bárbara, quando um homem está falando a mulher cala a boca, você está me entendendo? Como eu ia continuando, acho bom você se acostumar com a ideia, ou seu irmão Edmundo irá pagar muito caro... Não só Edmundo, mas toda Nárnia sentirá a ira de Tash”

Susana acordou em um salto, o medo ainda percorria todo o seu corpo, ela estava ofegante e por mais que tentasse não conseguia compreender aquele sonho que fora tão realista...
Aqueles olhos negros... tão diferentes dos de Caspian.  Porque ele falava de Nárnia? Quem era Tash?















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Notas finais do capítulo

Gostaram??? Beijos e até o próximo
FELIZ NATAL ♥



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