Baseado em Fatos Reais escrita por Frandumar


Capítulo 1
Puta que o Pariu! Eu já vi esse filme!




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Tatsumi: Que merda... – Era o décimo palavrão que murmurava em menos de cinco minutos. – Só podia ser mulher mesmo... que a senhorita Saori não ouça.
Tatsumi já não era um individuo muito feliz; careca, de meia idade, trabalhando para uma pirralha com delírios de deusa... isso não iria melhorar num engarrafamento.
Seiya: E aí, Tatsumi, estamos chegando?
A pergunta foi acompanhada por um forte cutucão no ombro, exatamente como das outras TRINTA E QUATRO VEZES. A resposta foi um resmungo indecifrável.
Mu: Seiya, incomodar o Tatsumi não vai diminuir o transito.
Hyoga: Não que eu não gostaria que isso pudesse acontecer.- A paciência do loiro estava se esvaindo, como a de todas as pessoas no carro.
A verdade era que ninguém estava feliz com a situação, e era difícil imaginar uma forma de ficar. Imagine que você mora na Grécia com clima paradisíaco, fazendo o que bem entende da vida, pois sua patroa nunca está presente; agora imagine que a dita cuja simplesmente aparece no seu jatinho particular, com seu mordomo engomadinho exigindo que você, saia da vida boa e se mande para o Japão para, não um dia, não dois dias, mas três longas semanas de eventos beneficentes. Porque aparentemente a pirralha precisa de dezoito cavaleiros com poderes de estraçalhar estrelas para aparecer em fotos com ela, sem contar com Jabu e seus jaburetes.
Ikki: Porque a gente está aqui mesmo?
Shun: É pela caridade, irmão.
Kanon: Quem se importa com a caridade?! Foda-se a caridade!
Saga: Seria caridade mesmo se eu tivesse matado aquela infeliz... - Ninguém presente conseguia discordar dos gêmeos.
Afrodite: Não, Seiya, não estamos chegando ainda. - Uma voz pisciana ressoou no recinto, antes do japonês abrir a boca.
Mascara da Morte: MIRO, JÁ MANDEI PARAR, PORRA!
Apesar de pequenos conflitos, o tédio reinava na van. Tatsumi, cumprindo ordens de Saori, tinha apanhado os cavaleiros no aeroporto e estava tentando levá-los para o hotel, tarefa que estava se tornando um verdadeiro trabalho hercúleo devido ao engarrafamento encontrado. E para melhorar a situação, os guerreiros de Atena não estavam colaborando.
Ao lado do mordomo, Dohko contava histórias antigas para Aioros, que pensava se teria valido a pena ressuscitar para depois se encontrar em tal situação. De repente o submundo parecia muito mais agradável e bem menos entedioso. Seiya, de forma não muito sábia, incomodava o motorista de todas as maneiras possíveis, enquanto Aioria ao seu lado tentava engajar Ikki em uma conversa; sendo que o cavaleiro de fênix só respondia com monossílabos, extremamente irritado pois seu irmão tentava dormir com a cabeça em seu ombro.
Logo atrás, Mu observava a paisagem, que não passava. Ao seu lado, Shaka “meditava”, mesmo seu cosmo não estando muito concentrado. Na outra janela, Saga tinha aberto um livro mas havia se distraído contando quantos fuscas passavam; seu irmão gêmeo observava de canto de olho o que era tão interessante no livro que o outro estava lendo, enquanto ouvia o seu i-pod.
Na fileira de bancos seguintes, Hyoga olhava para o teto, provavelmente preferindo estar em qualquer buraco da Sibéria do que ali. Shiryu, apesar da distância, tentava prestar atenção nas histórias de seu mestre, e Shura, entre os dois, jogava algum jogo em seu celular.
Atrás, a confusão reinava, pois Camus tentava acalmar Miro que estava cutucando Máscara da Morte com sua unha, aparentemente por alguma disputa começada por um pacote de amendoins no avião. No último banco, Afrodite estava estirado, como uma princesa mimada, relendo uma revista de moda que tinha comprado no aeroporto. Aldebaran batucava no vidro, com os pés de Afrodite em seu colo.
Seiya: Alguém conta uma Estória? – O nobre jumentinho perguntou com um olhar repentinamente animado. Toda a atenção foi direcionada a ele.
Ikki: Estória, Seiya? Você tem o que, cinco anos?
Shun: Que ótima idéia, Seiya! – Um grunhido foi ouvido ao lado de Shun.
Mu: Mas alguém conhece uma estória?
Shaka: Eu conheço uma histó-...
Shura: Porra, estória do Shaka não, a ultima foi foda de agüentar! Até agora não entendi qual foi a do monge. (1)*
Shaka: O monge ficou decepcionado com a fragilidade da mente humana e se pôs a vagar pelo horizonte, tendo em visto que todos mentiram sobre o assassinato do camponês.
Máscara da Morte: Só a Bela Adormecida aí, para estragar uma história que começa com assassinato.
Shaka: Vocês não entendem que a par tir do momento que o assassino, a esposa do camponês e a própria alma atormentada do camponês deram seus relatos, um diferente do outro, o monge pôde perceber que cada um contava o ocorrido da forma que mais lhe convia e isso o fez ver a verdadeira face da raça humana. E, além disso, se me chamar de Bela Adormecida novo, posso te arrumar um passeio para os sete mundos sem volta.
Mu: Ele só estava brincando, Shaka, todos sabemos que você estava “meditando.” – A forma sarcástica que o ariano pronunciou a última palavra, deu início a uma nova discussão, que unida ao entusiasmo de Seiya e Shun para ouvir uma estória, esgotou rapidamente o pouco de paciência de um certo russo que tentou assustar os companheiros.
Hyoga: Eu sei uma história. – o sorriso do russo era de assustar criançinhas – É verídica e aconteceu na mesma ponte em que estamos. Há uns oito anos atrás, um ônibus da companhia Green Nest sofreu um terrível acidente em que o ônibus perdeu o controle, caiu da ponte e não houve sobreviventes.
Aldebaran: Ahhhhh! Aquela companhia ali? – Perguntou o brasileiro apontando distraidamente para um ônibus verde com os dizeres ‘Green Nest’ em branco.
Hyoga: É! Aquela mesma... – Respondeu o aquariano num tom casual.
Shun: Hyoga... Aquele ônibus está completamente vazio. – Comentou com um tom temeroso.
Aioros: Gente... Eu não estou vendo nem o motorista. – Pelos minutos seguintes, um silêncio sepulcral tomou conta da van, mas logo foi interrompido pelo cavaleiro de Pegasus.
Seiya: E você Tatsumi, conhece uma história?
Tatsumi: Não.
Seiya: Ah, vai! Inventa alguma coisa aí. – Depois de alguma insistência, o mordomo se rendeu.
Shun: Geeeente, presta atenção! O Tatsumi vai contar uma estória. – Enquanto gritava para todo o universo ouvir, Shun de alguma forma em menos de um segundo, chamar a atenção de todos na van, arrancar os fones de ouvido de Kanon e dar uma tapa no livro de Saga. O que rendeu uma troca de olhares irritados entre os geminianos.
Tatsumi: Bem, era uma vez... Não. Há muito tempo atrás... – Olhando pelo retrovisor avistou a cabeça do cavaleiro de touro, – no Brasil – virou a cabeça e tirando um número qualquer de uma placa de carro – em 1548 havia cinco índios. Esses índios... Eles queriam pegar produtos para sua tribo.
Mu: Produtos? Eles iam trocar com alguém? Eles já faziam comércio nessa época, Deba?
Tatsumi: Eu quis dizer comida. – o mordomo não esperou a resposta do taurino.
Aldebaran: Ahhhhh, ele quis dizer suprimentos.
Tatsumi: Isso suprimentos! Cada um desses índios tinha um sexto sentido diferente.
Shiryu: Como assim sexto sentido?
Tatsumi: Isso será explicado ao longo da estória. Esses cinco índios tinham um mesmo pai...
Saga: Puta que o pariu! Já vi esse filme...
Kanon: Que foi?
Saga: Você já vai entender.
Tatsumi: Como eu ia dizendo... – continuou, irritado – eles tinham um mesmo pai-
Miro: E quais eram os nomes deles?
Tatsumi: Nomes? Eram Alê, Alex, Alexei, Alexan e Alexia.
Shura: Alexia não é nome de mulher?
Kanon: Ahhhh, já entendi Saga! E acho que já sei quem é a Alexia – Comentou com um tom maldoso, batendo de leve na cabeça de Shun.
Tatsumi: Alê, Alex, Alexei, Alexen e Alexia-
Shiryu: Não era Alexan?
Tatsumi: Alê, Alex, Alexei, AlexAn e Alexia! E cada um tinha uma pedra na cabeça de uma cor diferente com poderes especiais. Ao mando do chefe da tribo, eles saíram em busca de seu objetivo e assim caminharam para dentro da floresta. Depois de muito caminhar, encontraram cinco canoas.
Afrodite: Peraí, as canoas brotaram do nada? – O pisciano fingia prestar atenção na revista, mesmo estando mais interessado na estória do que na reportagem de como conseguir o cabelo perfeito (que ele já tinha).
Tatsumi: É que a floresta era mágica e a madeira das árvores vendo que os índios precisaram de ajuda, se transformou em lindas canoas. Mas isso foi em 1598, quando o homem ainda não tinha depredado a natureza.
Shaka: Mas a estória não era em 1548?
Tatsumi: Eles demoraram cinqüenta anos andando! – Respondeu com um olhar irado. – Então, eles subiram nas canoas de pedra.
Aioros: Mas não eram de madeira?
Camus: Canoa de pedra flutua?
Tatsumi: Continuando... Eles pegaram as canoas de madeira decoradas com pedras e seguiram viagem até chegar em uma ilha. Nessa ilha tinha um guardião muito gentil mas poderoso que vendo que os índios precisavam passar, aplicou um teste de resistência para torná-los mais fortes e prepará-los para as próximas ilhas.
Saga: Vão ser doze ilhas? – O tom zombeteiro do ex-mestre do santuário era evidente.
MdM: Ahhhhh! Agora eu entendi! – Vários cavaleiros pareceram ter a mesma reação nesse momento. Tatsumi respondeu muito irritado.
Tatsumi: Não...- O mordomo parecia muito puto. – vão ser treze...

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Notas finais do capítulo

Nota das autoras: Gente! =D
Essa fic brotou realmente dentro de um engarrafamento numa van, a única diferença é que o motorista não foi a pessoa que contou a estória. Mas tendo em vista que ficou tão esdrúxula, resolvemos postar aqui. Vamos tentar nos manter bem fiéis a estória que foi contada num momento hiperativo depois de muitas horas dentro de uma piscina com chuva. E não se enganem pela linguagem aparentemente chique. Estamos escrevendo difícil mas a estória é foda de ruim! XD
Nos sentimos na obrigação de dedicar essa fic a nossa musa inspiradora Talita Sagittarius, uma das escritoras mais hilárias do fanfiction.
(1)*: A história do monge realmente existe. E acreditem, é uma das histórias mais sofríveis de se ouvir em uma viagem. Ela foi encurtada para diminuir o sofrimento de vocês e nada supera a dor de ouvir essa história depois de conhecer o dublador do Seiya no Friends.
DETALHE:
Frandumar é uma parte dos nomes das autoras unidos. Não somos um cara com nome digno de fazer parte de uma dupla sertaneja estilo Frandumar e Fredeninho. XD