P.O.V Belle

Depois do que falei pro Jackson, senti que nunca mais poderia mostrar minha cara pra ele, e sabe uma das piores coisas no mundo? O amor não ser correspondido. Jackson gosta da Chelsey, e a Chelsey parece gostar dele também. Quando será que alguém vai se importar de verdade comigo? Quando será que alguém vai me amar? Meu pai nunca ligou pra mim, Jackson nunca me viu além de uma melhor amiga, a minha mãe, que era a única pessoa que me amava, morreu. Qual é o meu sentido aqui nesse mundo? Porque eu nasci? As lágrimas não paravam de escorrer. Procurei a garrafa de vodka do meu pai, ele normalmente esconde em um azulejo solto do banheiro, e lá estava ela. Kovak é uma marca nacional de vodka, meu pai deve ter gastado uma parte do meu dinheiro com isso. Fui no banheiro e peguei no armário, o remédio do meu pai, Rivotril, é assim que ele dorme. Sim, eu estava prestes a cometer suicídio. Coloquei a vodka em um copo e logo depois tomei o remédio.

Fim do P.O.V

P.O.V Paul

Hoje, tirei o dia de folga, tia Kelly estava em casa e queria ficar junto com Anne e ela.

–Tia Kelly, eu fiz um desenho pra você, o meu irmão também está aqui, olha!

Vi o desenho que Anne fez pra nós:

–E quem são esses aqui, Anne? -apontei para os anjos que estavam segurando nossas mãos no desenho.

–Mamãe e papai!

Dei um sorriso e fiz um cafuné na cabeça de Anne. De repente, escutei um barulho de algo quebrando no apartamento do lado:

–Escutou isso? -perguntou minha tia.

–Vou lá checar se está tudo bem.

Sai do meu apartamento e bati na porta do 501, meu vizinho bêbado que tem uma filha que estuda na mesma escola que eu:

–Está tudo bem? Escutei o barulho de algo quebrando. -bati na porta. Nenhuma resposta. -Olá? -bati na porta novamente. Mas aí, ouvi uma pessoa tossindo e também ouvi o barulho de quando ela caiu:

–Eu vou entrar!

Mas a porta estava trancada, então, tive que arrombar. Entrei no apartamento e vi uma menina caída no chão, me aproximei rapidamente dela:

–Eu vou chamar uma ambulância! -segurei ela pelos braços e a coloquei encostada em meus ombros. Peguei meu telefone e imediatamente, liguei para ambulância. Quando terminei de falar com eles, ela ainda estava acordada, e murmura algo em meio de lágrimas:

–Jackson.

Ela repetiu esse nome várias vezes:

–Vai ficar tudo bem.

Acariciei de leve os cabelos dela, e aí, ela desmaiou. A ambulância chegou bem rápido, logo depois, a polícia, os paramédicos chegaram e já a colocaram lá, avisei tia Kelly e Anne sobre o que tinha acontecido, e um policial veio falar comigo:

–O que aconteceu? -ele perguntou com um caderno e uma caneta na mão. -Eu escutei o barulho de algo se quebrando, e fui ver se estava tudo bem, bati várias vezes na porta e ninguém respondeu, mas aí, ouvi alguém tossindo e percebi que ela havia caído, arrombei a porta e entrei, olhei para a pia, e lá tinha vodka e um remédio. Ela tentou se matar.

–Você conhece ela? Precisamos de alguém para acompanha-lá, e onde estão os responsáveis dela?

Eu tinha que mentir, não podia deixar ela sozinha agora, o pai dela não deve nem estar sabendo da história, e eu não faço a menor ideia de onde a mãe dela esteja.

–Eu sou primo dela, posso ficar com ela. O pai dela deve estar em algum bar, como sempre.

–Vá com ela, a ambulância já está saindo. Entrei na ambulância e segurei a mão dela.

–Eu estou aqui. -murmurei.

Fim do P.O.V