A Prometida escrita por Temperana


Capítulo 3
All for you


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos docinhos azuis!
Tudo bem com vocês? Quero agradecer aos comentários (sonhando com o dia que poderei respondê-los) e à Lyssa Cullen (amei a foto de perfil semideusa), Ruiva do Potter (bate aqui potterhead), Sweet Ally, Lalah e Arollay Black por terem favoritado a fanfic. Vocês são demais!
Sobre o nome do capítulo: Imagine Dragons para vocês! Link nas notas finais. Até lá então...



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Dois anos depois...

Obviamente eu voltei a me encontrar com o Soluço no dia seguinte. E em todos os dias que sucederam aquele episódio.

Afinal, salvar alguém da morte é um bom começo para uma grande e verdadeira amizade. Principalmente se você for um viking.

Era muito difícil ver nós dois sem que estivéssemos com o outro junto. Éramos amigos inseparáveis. E é claro, protetores um do outro.

Eu defendia Soluço de seu primo a maioria das vezes que nos encontrávamos com ele. Melequento Jorgenson. Sinceramente eu não sabia qual era o problema daquele menino. Parecia que tinha prazer em irritar os outros. Em rebaixar as pessoas.

–E aí inútil? Quando você vai destruir algo hoje? – Melequento nos disse certa vez, em frente a entrada da minha casa.

–Deixe-o em paz Melequento. Ou o meu machado terá destino certo – eu disse sombriamente e apontando o meu machado para ele.

–A Hofferson é corajosa então... Mas a sua família toda tenta ser né? Qual era o nome dele mesmo? Sim, Flinn Hofferson. Seu tio, não é verdade? Quis mostrar-se tanto e morreu – pela primeira vez fiquei sem palavras quando escutei isso.

Em toda a noite em que as luzes coloriam o céu, a cada dez anos, o Pesadelo, um dragão sombrio, aparecia. E a cada década, um Hofferson ia enfrenta-lo. Foi assim durante muitos anos. E sempre que isso acontecia um Hofferson morria.

Quando eu tinha dois anos, meu tio Flinn enfrentou o dragão. Eu o vi morrer embora fosse pequena.

E a sua morte me assombrava em certas noites escuras. Meus sonhos escuros que nunca gostava de me lembrar.

Eu olhava para o Melequento muda. Soluço colocou-se em minha frente, com uma expressão de fúria.

–Cala a boca Melequento – ele murmurou.

–O que você disse Soluço? Ou melhor, Solucinho – Melequento disse e riu da sua própria piada.

–Cala a boca Melequento! – pela primeira vez, eu vi o Soluço levantar a voz para alguém de verdade.

Ele normalmente discutia com ele mesmo. Ou com pessoas imaginárias. Mas com certeza o meu espanto não foi maior do que o do Melequento.

–Você pode falar o que quiser de mim. Mas não se meta com ela. Não fale de assuntos que a sua curta inteligência não entenda – Soluço disse, daquela vez com a voz um pouco mais trêmula.

–Fora daqui Melequento! – eu disse, me recuperando.

E assim, o Melequento não se meteu conosco por muito tempo. Claro que ele retornou a fazer suas gracinhas (que só fazia com que ele risse). Mas Soluço passou a ignorar as provocações de todos.

E bom, era assim que nós vivíamos. Eu já conseguia manejar muitas armas. Embora o arco e flecha ainda fosse um grande mistério para mim.

Quanto a Soluço...

Toda vez que ele saia de casa, algo de errado acontecia. Eu não o culpava. Já que ninguém, além de mim, acreditava nele.

Ele apenas recebia críticas e palavras que não lhe apoiavam da maioria das pessoas. Inclusive do seu próprio pai.

Aquele poderia ser um dia normal. Porém, diferente de um dia normal, eu não encontrei Soluço em lugar algum. O que era realmente estranho da parte dele.

Minha mãe dizia que deveria estar tudo bem. Mas eu estava impaciente demais. Inquieta demais. Eu pressentia que algo estava muito errado com Soluço.

Meu pai centrou em casa, com o machado em mãos, que logo colocou em seu lugar de costume. Ele parecia cansado.

–Pai – eu disparei em sua direção com uma expressão desespero. – Você viu Soluço hoje? Eu o procurei em todos os lugares e não o achei.

Meu pai não precisou responder. Stoico surgiu atrás dele. E eu confirmei que havia algo errado. Que algo muito ruim estava acontecendo.

–Ele não está com você? – Stoico perguntou desanimado para mim. Eu neguei com a cabeça, incapaz de pronunciar qualquer palavra. – Eu o vi pela última vez hoje de manhã em seu quarto, antes de Arthur chegar para a nossa... Conversa, E ele então sumiu.

A palavra “conversa” ecoava em minha mente. Pude perceber o que ocorrera. Soluço escutou aquela conversa aparentemente inocente. E o que ele escutou não deve ter feito bem algum a ele.

E eu sabia onde ele estava naquele instante. Seu habitual local de fuga e isolamento.

Eu saí correndo, machado em mãos, sem me importar com os gritos dos meus pais exigindo que eu voltasse imediatamente. Eles deviam saber que os vikings de sete anos são inquietos e insolentes.

Eu não senti medo enquanto adentrava a escuridão da Floresta. Eu estava com o meu machado, e isso me dava coragem para continuar. E também o desejo de encontrar Soluço me permitia andar cada vez mais rápido.

Finalmente eu cheguei até o local. Uma pequena clareira, com um lago em seu centro e uma pequena caverna. E sentado em frente à escuridão da caverna, estava um pequeno Soluço.

Sorri abertamente e corri até ele, chegando rapidamente ao seu lado. Ao me sentar, um abraço espontâneo foi dado por nós. Sem perguntas. Sem motivos aparentes para tal gesto.

–O que houve? – eu perguntei, encarando os seus olhos. – Foi a conversa entre o meu pai e o seu não foi? Você me deixou preocupada. Não faça isso de novo.

–Desculpa – ele pronunciou sua primeira palavra dirigida a mim.

–Conte o que houve. Acho que pode te ajudar – incentivei-o a desabafar. Ele suspirou.

–Eu não sei o que o senhor Hofferson foi falar com o meu pai. Mas eu escutei o final da conversa. Eu não devia ter escutado – ele lamentou. – O senhor Hofferson disse que eu era o pior viking que ele já havia visto nascer. Disse que era uma vergonha para os Strondus. E que eu não era uma boa companhia para você. O pior viking que ele já conheceu.

Eu fiquei muda. Eu não acreditava nas palavras que o meu pai havia proferido. Me envergonhava. Me magoava. Soluço era o meu melhor amigo. Eu não podia permitir isso.

–Soluço – eu comecei a dizer, mas ele me interrompeu.

–Não se preocupe. Eu sempre soube o que o Senhor Hofferson pensava de mim. Esse não é o problema. O grande problema foi que o meu pai concordou com tudo. Sem pensar duas vezes. Eu pensei que ele iria me defender. Afinal, eu sou o filho dele. Mas não foi isso que ele fez.

Olhei solidária para ele. Queria proferir as piores coisas sobre Stoico, o Imenso. Que tipo de pai fala isso do seu próprio filho? Nenhum.

Mas ele ainda era o pai de Soluço, então eu me contive. E, além disso, ele era o líder da Tribo Hooligan. Eu devia ser pelo menos um pouco sensata quanto as minhas palavras.

–Ninguém me escuta, ninguém me vê Astrid. Além de você é claro. E agora eu estou te atrapalhando também. Eu faço tudo por ele, eu tento ser o viking que ele é. Mas é só isso o que eu recebo. A concordância dele ao me criticar – ele permite que algumas lágrimas caiam, mas ele logo as seca.

–Eu estou vendo você. E você é o meu amigo para sempre, nunca me atrapalharia. Eu me orgulho de você – eu digo.

E então, de repente, uma grande ideia percorre a minha mente.

–E o seu pai também concordará comigo. Você será o melhor viking que Berk já viu – eu sorri marotamente para ele.

–O que você está tramando? – ele pergunta rindo para mim.

–Eu vou te ensinar a ser como você quer ser – eu sorrio desafiadoramente para ele. – Pegue a sua espada viking. Nós vamos lutar.

Aquela foi uma ideia brilhante realmente. Ensinar Soluço a lutar. Ensiná-lo a manejar uma arma. A ser um viking como os outros.

Mas além de ser uma ideia brilhante, era uma ideia muito louca.

Eu fui treinadora dele. E ele foi um péssimo aluno nos três primeiros anos, eu tenho que dizer. Foi uma missão complicada.

Mas naquele dia eu fiz uma promessa para mim mesma. Não importava como, eu iria cumpri-la um dia.

Nunca mais ele derramaria uma lágrima por se achar um grito no deserto. Incompreendido. Mudo. Ele seria feliz. Era uma promessa.

E eu faria tudo pelo meu amigo Soluço.

Is anyone listening?

Is anyone around to see

That I'm doing it all for you

Alguém está escutando?

Tem alguém em volta para ver

Que eu estou fazendo tudo isso por você


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Notas finais do capítulo

Sete aninhos esses dois... Tão fofos.
Demorei para postar hoje porque, embora eu esteja de férias, não estou totalmente livre. Estou fazendo um curso para Futuros Engenheiros (nem pergunta, meu sonho e fazer Engenharia Química) e isso me custa energia. Muita. E por isso estou meio dormindo enquanto posto.
No próximo capítulo se passaram três anos. O que acharam da ideia da pequena Astrid? Imagine que amizade forte desses dois? Mas esperem para ver no que isso vai se tornar...
Link da música para vocês: https://www.youtube.com/watch?v=IvR9iRwKgl4&spfreload=10 (música de Transformers!!)
E é isso pessoal. Qualquer dúvida comentem e se eu não responder me incomodem com MP. Eu vou tentar fazer um perfil para a Temp (afinal meu nome não é Temperana), mas quem quiser me adicionar no facebook, me fala que eu mando o link do meu perfil "pessoal", assim por dizer.
Beijos amores, até o próximo capítulo...
Temp