POV Lucy

Domingo a noite, acabei de chegar da viagem com Sting e estou entrando no apartamento.

–Erza! –largo minha mala e abro os braços.

–Lucy! –ela corre até mim e me abraça.

Dou um sorriso. Ficamos separadas por quase dois dias e não conseguimos nos comunicar pelo celular nem por redes sociais porque eu estava realmente muito ocupada.

–Eu trouxe presentes! –ela da um gritinho e os olhos dela brilham. –Mas só os entrego mais tarde, agora vou tomar um banho.

–Vai lá -ela faz um biquinho- ficar com seu chuveiro, afinal, ele tem água quentinha!

Começo a rir e vou em direção ao meu quarto para deixar minhas coisas e logo depois tomar meu tão esperado banho.

*

Me sento na cadeira e deito minha cabeça na carteira. Eu estou um caco! Erza me fez ficar a noite inteira falando com ela sobre a viagem que eu acabei nem vendo as horas passarem, e ela nem me deixou tomar banho direito porque ela insistia em conversar comigo e ela ameaçou derrubar a porta do meu banheiro.

–Não dormiu direito, Lucy? –me viro para ver quem era e me deparo com Juvia a poucos centímetros de meu rosto.

Levo um mini susto e me sento corretamente na cadeira, mas ainda morrendo de sono.

–Eu... –solto um bocejo- Eu estou ótima, não está vendo minha cara de felicidade?

Olho para ela com uma cara de “Morra!”.

–Não da pra ver direito... –ela passa o dedo no meu rosto e olha- Só vejo maquiagem.

Meus olhos se arregalam e lembro que quando eu iria tirar a maquiagem, Erza ameaçou arrombar minha porta e eu tive que sair. Droga!

–Juvia ach... –a repreendo com o olhar- Achei que você não usasse maquiagem.

–Bem, eu fui viajar e eu tive que passar... –coloca as mãos no rosto- Eu esqueci de tirar essa porcaria da cara!

Tiro as mãos do rosto e vejo que todos, todos mesmo, estão olhando para mim.

–Querida, o estrago na sua cara já esta feito, não tem volta. –quando Lisanna diz isso todos na sala, menos Juvia, Erza, Levy e Natsu, riem de mim.

Eu não vou responder a esse tipo de comentário idiota, é só ignorar.

Lisanna se levanta de sua carteira e vai até mim.

–Não tem argumentos bons o bastante? –ela ri.

Me viro para ela.

–Cala a boca.–logo após dizer isso a sala inteira faz um “Uuuuu” em coro.

E não é que a vadia ainda se ofende?

–Escuta aqui –ela coloca as mãos na cintura- ninguém me manda calar a boca, entendeu?

Me levanto da cadeira e paro na frente dela, eu teria que olhar para baixo para poder olhar diretamente para a cara dela, mas ela estava usando salto e conseguiu ficar da minha altura.

–Pode até ser, mas posso te calar sem mandar.

Dou um soco na cara dela e ela vai para traz e coloca a mão na cara. A sala inteira começa a falar ao mesmo tempo, eu não entendo o que eles estão falando, mas tenho certeza que é sobre o soco.

Lisanna tira as mãos do rosto e percebo que seu nariz esta sangrando. Ela passa o dedo no sangue e olha, e então começa a chorar ali no meio da sala.

–O que está acontecendo?! –todos nos viramos e o professor Macao estava parado na frente da sala, furioso.

Quando ele percebe o que aconteceu só faltava ele mesmo ir lá e socar a gente, mas a única coisa que ele fez foi mandar Lisanna e eu para a diretoria, mas é claro que Lisanna se fez de inocente e acabou indo a enfermaria primeiro.

*

Saio da sala do diretor Makarov e do lado de fora estavam Erza, Juvia e Levy me esperando.

–O que ele disse?-pergunta Levy, preocupada.

–Levou uma advertência? –era Juvia.

–Te expulsou? –Erza novamente sendo dramática.

Faço uma cara triste e então todos me olham preocupadas, mas depois abro um imenso sorriso e elas ficam confusas.

–Ele disse que eu deveria ter ganhado um prêmio por socar ela! –as meninas começaram a rir e eu rio junto com elas.

–Sério? –Erza parecia não acreditar.

–Sim, mas ele me disse pra tomar mais cuidado porque ela é irmã da professora Mirajane.

Depois daquilo nós fomos almoçar porque, infelizmente, eu fiquei algumas horinhas na sala do diretor e na enfermaria porque como eu havia dado um soco a minha mão acabou se machucando um pouco, mas nada que vá me matar.

*

Mais tarde quando a aula acabou eu fui direto para o treino de basquete logo depois de vestir minhas roupas de treino, e novamente olhando para o shorts e prometendo comprar um novo mesmo sabendo que esquecerei novamente.

Chego no ginásio com a mão enfaixada e todos me olham e sabem perfeitamente o porque na mão enfaixada.

Atiro minha mochila em qualquer canto e vou até o time e todos ficam me encarando.

–Meu Deus, eu só quebrei o nariz dela! –impossível ninguém ter quebrado algum nariz alheio.

–O nosso primeiro jogo será Sexta, então essa semana o treino terá o tempo dobrado e não quero ninguém reclamando. –Natsu estava feliz, até mais do que o normal. –O treinador já definiu o time titular e os reservas, então não venham reclamar comigo.

Esse treinador nunca apareceu em nenhum treino e eu nunca vi ele em lugar algum na escola, somente os professores. Quem será esse cara?

–O time titular será eu, Jellal, Gray, Gajeel e Lucy. Os outros serão os reservas.

Ai meu Deus! Eu vou poder jogar!

Nós treinamos por duas horas e eu já estava totalmente cansada, tive que tomar meu remédio mais cedo mas ocorreu tudo bem.

Erza já deve ter ido para casa e agora vou ter que ir andando. Eu poderia pegar um táxi, mas eu odeio táxis e taxistas, tenho a impressão de que eles vão me levar para uma casa no meio do mato e fazer sei la o que comigo.

–Agora lá vou eu encarar as ruas e cantadas de pedreiro... –pego minha mochila e a coloco em minhas costas.

–Quer uma carona? –era Natsu.

Natsu me oferecendo carona? Nada mal.

–Ir caminhando ou ir com você, as duas escolhas são péssimas mas aceito sua carona. –antes o Natsu do que pedreiros.

–Então vamos.

*

Ele estaciona em frente ao prédio e eu abro a porta para sair mas ele segura meu braço. Olho para ele e faço uma expressão facial de “Quer o que?”.

–Lucy, sem desculpas esfarrapadas dessa vez. –lá vem ele de novo- Você quer sair comigo hoje? Ir ao cinema.

Vejamos, eu não tenho nada para fazer essa noite a não ser ficar engordando na frente da televisão e sair com o Natsu não deve ser tão ruim assim desde que ele me leve para ver um filme realmente bom.

–Pode ser, mas saiba que eu não menti daquela vez, eu realmente fui para Tóquio. –abro a porta do carro e saio para fora.

–Então... –ele parecia um pouco envergonhado- Eu te busco as 7:00, tudo bem?

–Sim.

Fecho a porta e ele liga o carro e vai embora. Mal posso esperar para as 7:00.