POV Lucy

Abro os olhos e logo me espreguiço. Natsu ainda estava dormindo, e estava babando. Ele ficava tão fofo desse jeito. Me levanto da cama e vou em direção ao guarda-roupa de Natsu. Pego uma camiseta dos Lakers, um shorts de basquete e eu iria usar a mesma calcinha e sutiã. Vou para o banheiro, tomar um belo banho.

A festa havia sido maravilhosa e tudo ficou melhor ainda depois que Natsu e eu chegamos em seu apartamento. Ele me carregou em seus braços até seu quarto enquanto me beijava e... bem, o resto você já deve saber.

*

Saio do banho já usando as roupas de Natsu. Abro a porta do banheiro para o quarto e me deparo com ele deitado na cama, já acordado. Ele vira o rosto para mim e logo sorri.

–Bom dia, amor.

–Não me chame de amor, por favor.

–Esqueci que você é a Lucy. -ele diz e faz uma cara mau humorada.

Vou até ele e ele se senta na cama. Me sento em seu colo, coloco meus braços ao redor de seu pescoço e dou um beijo em sua bochecha.

–O que você vai fazer pro café? -pergunto o mais sincera possível.

Ele solta uma risada sarcástica.

–Só se você me chamar de amor.

Faço uma cara como a do Gato de Botas do Shrek e olho nos olhos dele.

–Não sou obrigada a isso. -falo e mudo minha expressão facial para uma cara de não muitos amigos.

–Ok, eu faço. -ele solta um suspiro- O que eu não faço por você?

Dou um beijo em sua bochecha.

–Agora você vai tomar banho, -chego mais perto de seu ouvido- amor.

*

Arrumo a mesa da sala de jantar. Coloco uma toalha branca com alguns desenhos de coisas de cozinha, coloco também um prato, uma xicara e talheres para cada um.

Nao recebi nenhuma noticia de Erza nem de nenhuma outra amiga minha, provavelmente estavam dormindo. Sou a única louca que acorda as sete e meia da manha num Sábado.

Me sento na cadeira e tamborilo os dedos na mesa enquanto espero por Natsu.

Se passam cinco minutos.

Se passam mais cinco minutos.

Me levanto rapidamente e corro até o banheiro no quarto de Natsu. Chego na porta e bato três vezes.

–Natsu? -pergunto preocupada.

Não recebo nada em resposta, somente escuto o barulho do chuveiro.

Pra minha sorte a porta estava destrancada e então logo entro. O vapor da agua estava demais. Vou ate o box do banheiro e o abro e logo solto um grito.

Natsu estava caído de bruços no chão, desacordado.

–Natsu!

Começo a entrar em desespero e a primeira coisa que penso é em ligar para Erza.

Pego meu celular no bolso do shorts e disco o numero de Erza.

–Vamos...

Ela atende com uma voz de sono.

–Erza! -grito e acabo caindo no choro.

–Lucy, o que aconteceu? -agora ela estava preocupada.

Começo a chorar mais ainda. Entre o choro e os soluços eu explico a ela o que aconteceu e ela começa a se preocupar. Ela diz que vai ligar para a emergência e chamar uma ambulância o mais rápido possível.

Atiro meu celular em algum lugar no chao e desligo o chuveiro. Me sento no chão e coloco a cabeça de Natsu sob minhas pernas.

–Por favor... não morra. -digo com os olhos cheios de lagrimas- Você é meu primeiro amor... Nunca amei ninguém como amei você, você foi o único nesses dois anos que me fez ver que a vida era boa... Eu te amo, Natsu.

Cinco anos depois

Recebo uma mensagem durante a reunião. Ela dizia para mim ir ate um estádio onde aconteceria um grande jogo de basquete e que para mim entrar era so eu dizer meu nome. Nem pesquisei sobre quem iria jogar, não estava tão interessada.

Depois que eu assumi a empresa dos Heartfilia eu não tive mais tempo de fazer quase nada que não fosse relacionado a empresa.

–Lucy. -Zeref me chama assim que todos os sócios saem da sala de reunião.

Ajeito as papeladas em cima da mesa.

–Sim? -pergunto ainda olhando os papeis.

–Você esta muito concentrada em trabalho depois daquilo. -ele diz seriamente- Você deveria se divertir mais.

Solto um suspiro.

–Se eu não me concentrar no trabalho, -guardo os papeis numa pasta e logo depois olho nos olhos dele- o que vai ser da empresa?

–Eu cuido muito bem dos negócios Dragneel e ainda tenho tempo para outras coisas, principalmente para Mavis.

Zeref tinha se casado com Mavis no ano passado, pouco antes de ele assumir o controle dos negócios dos Dragneel.

Eu assumi os negócios da minha família ha dois anos, um ano antes de completar a faculdade.

–Eu entendo sua situação, -olho seriamente para ele- mas nossos deveres são diferentes.

–Você sempre fica tão arrogante nessa época do ano. -ele diz, mas não rudemente.

Pego minha pasta e me levanto.

–Você sabe muito bem o motivo.

*

Depois de guardar minhas coisas e trancar minha sala, saio do prédio e vou em direção de um carro branco. Abro a porta e entro.

–Onde esta Rogue? -pergunto para Sting.

–Ele foi buscar a Marry em casa.

Depois de algum tempo eu acabei me reconciliando com Rogue e agora ele é um dos advogados da minha empresa. Ele se casou com Marry, um ser humano adorável e que virou minha amiga.

–Sabe quem te enviou a mensagem?

–Não. -digo e ele me olha com uma cara de "Serio isso?".

Ele não diz nada e liga o carro para me levar ao estádio.

O numero era restrito. Não podia ser Juvia ou Gray ja que eles estavam no Ártico porque eles viraram biólogos. Sinceramente eu não sabia que eles tinham talento para isso, mas até que estão indo bem.

Erza virou juíza e não tem mais tempo para brincadeiras, pelo menos quando é de dia porque a noite ela parecia uma adolescente.

Jellal virou promotor publico e também não tem tempo, e ate porque ele nunca foi de passar trote.

Gajeel virou um famoso jogador de basquete dos Lakers, e agora ele esta fora da cidade porque esta numa temporada de jogos, e ele tem Levy como sua empresaria.

–Pelo menos sabe quem vai jogar?

Não respondo.

–Você esta trabalhando demais.

–Que saco! -grito- Me deixe trabalhar em paz! Só quero que me leve a porcaria do estádio.

*

Sting me acompanha estádio adentro, me ajudando a passar pela multidão. As pessoas vestiam camisetas dos Lakers ou do Cleveland Cavaliers.

Acho que ja sei quem jogara hoje e logo começo a sorrir.

–Ainda pensando no trabalho? -ele pergunta maliciosamente.

–Vou te acertar com minha pasta, Eucliffe.

*

Nos sentamos nos assentos mais próximos a quadra. Eles estavam reservados para mim, para Sting e para mais alguém que ainda não tinha chegado.

–Quanto tempo você não o vê? -ele pergunta.

–Já fazem três semanas. -digo apertando os lábios.

Ele da leves tapinhas em minhas costas.

–Se acalme e você logo o verá. -Sting começa a rir- Vai ser engraçado ele jogando contra o Redfox.

Alguém limpa a garganta.

–O que estão fofocando sobre meu marido? -Levy perguntava, sorrindo.

–Levy! -fazia semanas que eu nao a via.

Ela vem ate mim e me abraça, logo se senta no assento ao meu lado.

–O jogo ja vai começar. -ela diz- Gajeel esta bem animado para jogar contra...

Ela para de falar assim que alguém apita um apito e os jogadores entram.

A multidão de torcedores vai a loucura.

Vejo ele e logo grito seu nome.

–Natsu!

Ele vira o olhar para mim e abre um imenso sorriso. Ele agora joga pela Claveland e por conta dos jogos fazia algumas semanas que nao o via.

Ele faz um coração com as mãos para mim e eu lhe mando um beijo.

*

O jogo termina e o time de Natsu perdeu por dois pontos, mas ele não desanimou. Natsu corre ate o juiz e lhe pede o microfone e depois de obtê-lo, vai ate o meio da quadra.

–Senhoras e senhores! -ele anuncia- Hoje, o nosso time perdeu, mas eu espero conseguir uma vitória agora!

Tudo que ele falava não fazia sentido algum para mim, mas para seus amigos fazia completo sentido.

Gajeel, mesmo sendo do time adversário, atira para Natsu uma caixinha e o mesmo a pega.

–Lucy Heartfilia! -ele tenta se ajoelhar mas esta tão exausto do jogo que não consegue dobrar as pernas- Concede a mim a honra de ser minha esposa?

O publico faz um "Awwnn" em coro, enquanto eu fico parada.

–Corre, Lucy. -Levy diz em um sussurro.

Tiro os saltos e começo a correr em direção a quadra para chegar em Natsu. Desvio de alguns cabos e pessoas ate finalmente chegar em meu destino.

Pulo nele e lhe beijo.

Quando o beijo termina, só uma palavra sai de minha boca.

–Aceito.