POV Lucy

Abro os olhos e não consigo ver direito mas tudo está embaraçado, tento mexer minha cabeça mas meu corpo inteiro dói. Tento me lembrar do que aconteceu mas tudo está confuso dentro de meus pensamentos.

Visões começam a passar pela minha cabeça e me lembro de um mensagem do qual o remetente era Natsu, logo depois vejo dois homens e um deles com um taco de baseball e a visão para por aí.

Mexo minhas mãos e sinto algo preso na ponta de um de meus dedos e então a levanto. Era algo como aqueles que se tem em hospitais para medir os batimentos cardíacos, mas porque eu estava usando aquilo eu não sabia.

–Lucy, você está acordada? –aquela voz me era familiar, mas não estava a processando direito em minha cabeça.

–Quem...? –quero dizer algo mais, mas só consigo pronunciar essa palavra.

Alguém anda até mim e segura minha mão, tento ver o rosto mas está embaçado. Começo a piscar freneticamente para tentar ver quem é e minha visão começa a desembaçar.

–N-natsu? –digo.

Começo a sentir uma dor no peito e então uma grande falta de ar e então começo a me desesperar. A pessoa que creio ser Natsu começou a correr e a gritar algo como “Ajuda!”.

Um som agudo é a ultima coisa que escuto antes de...

POV Natsu

O médico e alguns enfermeiros estão trancados dentro do quarto de Lucy, tentando fazer seu coração voltar a bater.

No momento estou sendo carregado por um guarda até a sala de espera do hospital, logo depois de eu ter feito um escândalo por querer ficar no quarto com Lucy. O guarda me coloca sentado numa das poltronas e sai de perto mas sem tirar os olhos de mim.

–Natsu, o que aconteceu?! –Erza se senta ao meu lado, ofegante.

–Ela... Ela... –lágrimas involuntárias começam a escorrer de meus olhos.

No momento em que Lucy teve a parada cardíaca, Erza havia ido comer alguma coisa e disse para mim ficar ao lado de Lucy. Erza, que sempre se mostrou forte desde que eu a conheci assim como Lucy, agora estava me abraçando e chorando.

–Ela... –Erza me aperta mais forte ainda- Ela me salvou tantas vezes, e agora... Não posso fazer nada por ela!

Lucy estava em coma a três dias, as pancadas que ela recebeu em todo corpo foram muito fortes e ela ficou gravemente ferida. A policia pegou Lisanna e agora estão atrás dos caras que fizeram aquilo a Lucy.

–Foi tudo culpa minha. – digo e Erza desgruda de mim e se senta novamente na poltrona ao meu lado.

–Não Natsu, não foi. –ela enxuga as lágrimas em seu casaco. Ao olhar para seus olhos podia se perceber as enormes olheiras por causa das três noites em claro que ela passou no hospital.- A culpa foi de Lisanna, e agora ela vai pagar pelo que ela fez de acordo com a lei.

–Eu quero... –serro os pulsos- Espero que Lucy fique bem.

Erza coloca uma de suas mãos em meu ombro.

–Ela ficará, afinal, ela tem que viver o bastante para se declarar para você.

Se declarar para mim... Do que Erza está falando? Será que ela quer dizer que Lucy gosta de mim? Mas, não é possível... Não, ela não teria ido até Spirit porque não tinha nada para fazer, teria de ser outro motivo.

–Erza, -Jellal acaba de chegar, ele havia levado Levy e Juvia para suas casas já que elas estavam muito cansadas.- vamos que eu te levo para casa. Aconteceu alguma coisa?

Logo após a pergunta de jellal, Erza desaba novamente no choro e cobre o rosto com as mãos. Jellal percebe o que aconteceu e levanta Erza pelos braços.

–Vá com ele Erza, eu te ligo caso aconteça algo.

Ela concorda com a cabeça e mesmo com seu ódio irracional por Jellal, ela o acompanha abraçada a ele até a saída do hospital.

Eu havia matado esses últimos três dias de aula para ficar com Lucy e prestar depoimento na delegacia, as amigas dela vem todos os dias depois da aula junto com Jellal, menos Erza porque ela não saiu nenhum desses três dias do hospital. Meu pai sabe o que sinto por ela, então não deu a mínima sobre matar aula.

Os pais dela não vieram nenhuma vez para vê-la, Erza me disse que os pais dela disseram que não aguentariam ver a filha naquele estado, mas eles ligavam sempre a cada duas horas para saber como ela estava. Sua prima Mavis vinha sempre que recebia folga de meu irmão, Zeref. O tal de Sting apareceu todas as manhãs antes do horário escolar.

–Você é amigo de Lucy Heartfilia? –o médico que estava cuidando de Lucy havia chegado.

Me levanto bruscamente da poltrona.

–Ela está bem?

–Conseguimos estabiliza-la, mas ela precisará repousar.

Aquilo era a melhor noticia que eu poderia receber. É um tanto idiota eu ter me apaixonado por ela em tão pouco tempo, mas não me importo nem um pouco, ela é muito melhor do que todas aquelas vadias que já foram pra cama comigo.

POV Erza

Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto com a noticia que Natsu havia me dado.

–E aí, ela está bem? –Jellal tinha um tom de voz preocupado.

Me viro para ele e o abraço.

–Sim!

Me solto dele e ele me olha sem entender nada, a começar por eu tê-lo convidado para entrar em meu apartamento para aguardar alguma noticia junto comigo.

–Bem, agora acho que já vou. –ele pega sua jaqueta do sofá- Tenho que ir jantar, já são sete horas.

–Jellal, -ele se vira- não quer ficar e jantar comigo?

Ele parece não compreender minha palavras e eu até entendo porque. Eu comecei a odiá-lo quando o vi beijando uma garota da qual eu queria arrancar a cabeça, mas nunca tive coragem de dizer isso a ninguém.

–Por que?

–Não quero ficar sozinha.

Ele sorri e atira a jaqueta no sofá.

–Prefere a pizza de qual sabor?