De Repente, Noiva! escrita por Diéssica Nunes Sales


Capítulo 6
Não Posso me Iludir




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Eram mais de nove horas quando os outros quatro meninos desceram. Perguntaram se já tínhamos tomado café da manhã e dissemos que não. Fomos, então, para o restaurante e comemos. Depois voltamos para a piscina, e hoje todos nós entramos na água, onde passamos toda a manhã.

Depois do almoço, eu e Harry fomos jogar Mário Kart, enquanto os outros meninos ficaram na sinuca.

“O Niall passou no seu quarto que horas?” Harry perguntou assim que entramos no quarto.

“Eram oito horas.”

“Caramba! Que cedo.”

“É fomos aproveitar um pouco mais cedo sol. E ele também estava tocando violão.”

“Percebi isso quando chegamos.” Ele falou ligando o videogame. “Que música ele cantou pra você?”

“Give me Love e One Thing.”

“Só?”

“Aham. Depois ficou dedilhando ou tocando alguns trechos aleatórios.”

“E você gostou?”

“Adorei.”

“Hum.” Ele fechou, levemente, a cara.

“Ele toca muito.”

“É... O melhor da banda nisso.”

“E você, toca?”

“Toco, mas nunca tão bem quanto Niall.” Ele falou parecendo não gostar muito de admitir isso.

“Depois você podia tocar alguma coisa também.” Sugeri e ele sorriu.

“Depois de ter escutado Niall tocar, duvido que vá gostar do meu desempenho.” Eu ri.

“Duvido que não vá gostar.” Eu disse e ele sorriu.

Então, sem falar mais nada começamos a jogar. E ai, esquecemo-nos do mundo. Lembramos que existia um mundo para além daquele quarto quando ficamos com fome. Eram mais de cinco horas da tarde. Descemos e encontramos os meninos na piscina.

“Fiquem aqui.” Niall sugeriu.

“Vamos comer e voltar para o videogame. Viemos só procura-los.”

“Pra que?” Liam perguntou.

“Curiosidade.” Harry falou.

Fomos para o restaurante e comemos um sanduíche. Fui para meu quarto tomar meu banho e Harry para o dele. Combinamos que quando eu estivesse pronta, iria para lá.

Saindo do meu quarto encontrei meus pais que chagavam da rua. Perguntaram como eu estava e se já tinha comido. Disse que ia encontrar meus amigos. Eles avisaram que iam tomar banho e iam para o restaurante jantar. Segui para o quarto de Harry e ele estava já me esperando.

Jogamos até mais de nove horas da noite, quando saímos do quarto para jantar. Encontramos os outros quatro meninos também indo para o restaurante. Jantamos e subimos todos juntos para nosso andar. Fui para o quarto com Harry para jogarmos mais.

“Acho que até no final das férias zeramos este jogo.” Ele falou e eu ri.

“Verdade.” Percebi que Harry me olhava. “O que?” Perguntei encabulada.

“Nada.” Ele sorriu. Ai, aqueles covinhas! Levantei uma sobrancelha e ele levantou outra.

“Vamos jogar?”

“Vamos.” Ele concordou sem tirar o sorriso do rosto.

Depois de um tempo de jogo, ele disse: “É tão legal jogar com você.”

Eu sorri. “Obrigada.”

“Além de linda, é gente boa.”

Eu me senti corar. “Obrigada.”

“Não precisa ficar com vergonha. Estou apenas te elogiando... com a verdade.”

“Obrigada.” Estava ainda mais envergonhada.

“Não gosta de elogios?” Ele perguntou me olhando.

“Não é isso... é que fico sem graça.”

“Desnecessário.” Ele sorriu para mim e colocou meu cabelo atrás da minha orelha. Sorri e olhei para baixo, sem graça com os elogios e encabulada com seu ato. “You’re insecure, don’t know what for.” Ele cantou e eu corei ainda mais.

Meu celular tocou e vi que era minha mãe. Disse que teria que ir, ela provavelmente estava me procurando. Despedimo-nos e ele me deu um abraço daqueles bem gostosos e um beijo na bochecha. Um beijo de tirar meu folego. Combinamos de nos ver no dia seguinte.

Bati na porta dos meus pais e perguntei o que era. Eles disseram que queriam saber onde eu estava. Contei que estava com meus amigos, mas que já estava indo dormir. Perguntaram se no dia seguinte iria sair com eles ou não. Eu disse que não e fui para o meu quarto.

Cheguei, fechei a porta e suspirei. O que foi aquilo? Por mais que eu tentasse respirar, parecia que meu pulmão não recebia o ar. Lembrava-me de Harry colocando meu cabelo atrás da minha orelha, de seu sorriso e suas convinhas, de seus olhares. O que era aquilo? Sacudi a cabeça. Provavelmente nada. Então, lembrei-me de ter lido que ele disse gostar de conquistar através do contato físico, lembrando-me do beijo e do abraço. Sacudi a cabeça. Não era nada, com certeza. Eu tinha que parar de pensar tanta idiotice. Se fosse assim ele estaria tentando conquistar os outros quatro meninos do One Direction desde que a banda existe. Sempre foi notável que eles não tinham essa besteira de ‘homem não se toca’. Ele me deu apenas um beijo e um abraço. Nada mais. Os olhares e sorrisos também não foram nada demais... Eu que estava imaginando tudo.

Puxei o ar e soltei com força. Fui até o espelho e me observei. Eu não sou o tipo de garota que um cantor lindo, famoso e milionário tentaria conquistar. Não me sinto feia, mas sei que não sou o protótipo de beleza. Não sou magérrima, ao contrário, tenho bem uns quilinhos a mais. Passei a mão no meu cabelo que não tinha nada de especial: castanho escuro, liso com uma certa ondulação nas pontas. Não sou nada de especial. Harry disse que sou bonita, mas isso tampouco diz algo; talvez ele diga isso para todas as garotas que quer agradar, o que não acha que são feias. Ou talvez, sei lá. Pra ser legal.

Sentei-me na cama e peguei meu celular. Eu tinha que parar de imaginar essas coisas. Primeiro – logo pela manhã – pensei que Niall poderia ter se interessado por mim, e agora – à noite – que Harry. Em que mundo eu estou vivendo? É muita viagem para se ter no mesmo dia! Já não estou contente em estar passando férias com a minha banda preferida? Quantas não dariam tudo para ter um dia dos vários que estou tendo? Pra que me iludir querendo mais? Um mais que eu nunca vou conseguir? Um mais que nunca será real?! Eu preciso colocar essa verdade dentro da minha cabeça. Eu preciso.


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