Reinos em Guerra escrita por sweetdreams


Capítulo 3
Capítulo 2: A vingança


Notas iniciais do capítulo

Espero que se divirtam com um pouco da Rainha Eleanor.
Beijoos



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Levantei da cama com o sangue fervendo nas veias. Necessitava de vingança. Dispensei meu café, e a música, não quero ficar calma. Otto apreciava-me enquanto eu pensava em que sapatos escolher, pois também tinha dispensado as criadas hoje.

—Majestade? —Chamou Otto.

—Diga Otto. —Respondi.

—Como à senhora tem tanta certeza que foram eles?

—Eu sinto. Quem mais faria isso?

—É... Você tem razão, senhorita. Se fossem outras pessoas, colocariam fogo no palácio inteiro, e não na estátua dos seus pais. —conformou-se.

—Eu vou até lá tirar algumas satisfações. E você Otto, pense em uma vingança para eles. Eu volto logo. —Avisei saindo do palácio, e subindo na minha carruagem real.

Ao chegar lá, tomo-me por completa nostalgia, vim aqui quando tinha seis anos, e ainda consigo me lembrar. Eles não mudaram a decoração. Continuava aquele palácio com piso de madeira, e soldados na entrada, mais próximo da porta está à bandeira da Inglaterra, e algumas estátuas de lobos.

Fui recebida pelo seu mordomo, cujo tinha o nome de Oliver. Era um pouco mais jovem que Otto, mas suas aparências coincidem —tirando o fato de que Oliver era ruivo — e ele disse calmamente, após fazer a reverencia.

—Rainha Rosalie. —cumprimentou.

—Olá, Oliver. —ele sorriu após perceber que tinha citado seu nome. —A rainha Eleanor está?

—Sim, está no seu quarto. Eu levo a majestade até lá.

—Obrigada. —disse sorrindo.

Ao chegar lá, Oliver entra primeiro no quarto avisando que eu estava, e ouço gritinhos histéricos.

—Eu deixei você fazer isso? —gritava Eleanor.

—Mas eu achei que... —o pobre Oliver tentou se explicar, mas ela cortou suas palavras dizendo:

—Cale a boca. Deixe-a entrar. —ordenou, todavia eu já estava lá, mal esperei pelo chamado de seu mordomo.

—Ficou com medo? Ah, é mesmo... Esqueci que você é daquelas que foge depois de começar a briga. —falei com ironia. —majestade. —completei me curvando.

Oliver saiu do quarto percebendo o clima pesado entre nós. Mas quem não perceberia? Parece até que estava saindo faíscas de fogo dos olhos de Eleanor a qual me recuso a chamar de Rainha.

—Quem é você para entrar falando mal de mim em meu palácio?

—Quem é você para entrar colocando fogo nas estátuas dos meus pais? —retruquei. —Sabe... Meus pais sempre foram muito admirados pelo seu reino, sempre elogiavam o fato de vocês serem tão reservados. Mas sinceramente, e eles que me perdoem: estavam enganados. Você é uma cobra, quietinha, apenas esperando para dar o bote.

—Tem razão —pausou —queimamos as estátuas. —então pausou de novo para sorrir. —Seus pais não merecem tanta vergonha. Aliás, você só inventou de fazer esse baile de máscaras porque meu filho vai se casar, sua ladroazinha de ideias.

Por mais que ela espairecesse raiva, ela não deixava de demonstrar o quanto estava feliz com a minha infelicidade, seus cabelos loiros, e pele pálida demonstravam uma mulher que ela realmente não era. Por fora uma dama, mas por dentro não passava de uma caixa completamente oca.

—Seus pais nunca teriam orgulho de você! —continuou ela, aquelas palavras me afetaram de certa forma, porque por mais que tenham vindo dessa pobre criatura, eu percebia que era verdade, mesmo antes de assumir o lugar dos meus pais no trono, eu já sabia que nunca seria o exemplo de rainha perfeita.

—Sabe de uma coisa Eleanor: você é tão suja que tenta brigar com uma garota de 19 anos... Já que você se nomeia tão importante e poderosa por que não assume o poder? Por que ainda divide o trono comigo?

De alguma forma, aticei o lado negro da “Rainha Eleanor” fazendo-a virar-se contra mim, em questão de segundos, ela deu uma tapa na minha cara e antes que ela pudesse tirar sua mão, eu já tinha revidado.

O Príncipe Henrique tivera sido comunicado de que eu estava no palácio, e nos separou um pouco surpreso. Quer dizer, até eu estava surpresa. Não com a Eleanor, mas comigo.

—Parem com isso! —ordenou o Príncipe. —As duas.

—Você não pode me dá ordens. Veja se a sua mãe lhe obedece, mas não espere nada de mim! —disse correndo em direção a minha carruagem.

************************************************

Otto estava sentado na minha cama, me ouvindo desabafar. Ele era como minha caixinha de segredos.

—Ela me disse que meus pais nunca teriam orgulho de mim!

—Ela só está tentando te provocar. —ele tentava me acalmar com suas palavras doces, mas eu sabia que aquilo não era possível.

—Mas é verdade, Otto. Meus pais nunca governariam como eu, eu que sou sempre tão mimada, fora de si. Não consigo nem governar meu reino, quanto mais a Inglaterra inteira. Acho melhor desistir de vez.

—Não. —ele firmou seu tom de voz, como se fosse uma ordem. —Você não fará isso! Veja a Rainha Eleanor, veja como ela lidera seu reino, veja se isso é o que o nosso país precisa.

—Mas...

—Se não fará isso por você, ou por seus pais, faça pelo seu povo.

Respirei fundo absorvendo aquelas palavras.

—E a vingança? —Otto perguntou.

—Deixe pra lá. Já me vinguei o suficiente. Precisamos achar aliados.

Saindo do quarto, dei-me de cara com Henrique. Parecia cansado, mas não por ter andado muito, ou coisas assim, mas por ter que lutar tanto emocionalmente.

—Oi. —falou.

—Oi. —disse fria. —Não quero falar com você. Venha outro dia, o que acha?

—Não! Para de fazer isso! —reclamou.

—De fazer o quê?

—De me olhar com esses olhos castanhos como se a culpa fosse minha! Não é justo.

—Eu não fiz nada, Príncipe. Não estou com raiva de você. Apenas decepcionada. —Falei isso porque sabia que doía muito mais.

—Mas eu não fiz nada.

—Agora é você quem está me olhando com esses olhos. Olha... O dia mal começou, porque não senta e tenta me convencer de que a culpa não é sua.

—Sério? —disse incrédulo.

—Sim, afinal, já providenciei novas estátuas.

Ele coçou a cabeça, mordeu os lábios, e se sentou. Essa sequencia de atos só me fazia perder mais a cabeça.

—Fale alguma coisa. —pedi.

—É tão incrível o que fazemos.

—O que fazemos? —perguntei.

—É como um piscar de olhos: num instante uma guerra, mas nem vemos o outro piscar: já estamos bem de novo.

Eu iria retrucar algo, porém as palavras dele calaram as minhas.


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