Os vizinhos dos Simpsons escrita por Dunie


Capítulo 8
Bart x Nelson




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Naquele dia Bart estava com a cabeça cheia:

Cara, porque minha vida tem que ser tão estranha e confusa?

Primeiro eu era o menino agredido, depois virei o pesadelo do diretor. Namorei e gostei de metade das garotas da cidade, e tive meu coração esmagado por quase todas elas. Garotas estúpidas.

Eu gostaria muito de poder dizer que esse mimimi não me perturba, mas eu vivo pensando nessas coisas.

Era pra ser só mais um ano complicado como os outros, eu to acostumado com isso, mas tinha mesmo que chegar uma garota nova? Pior ainda, tinha que ser minha vizinha?

Dios mio, porque ela não sai da minha cabeça?

xxx

Naquele dia Mary convidou Nelson para entrar, ainda que ele estivesse um pouco embaraçado com aquilo – até porque a casa dos Simpsons era bem ali do lado.

Acabou que Anna e Andy se deram muito bem com Nelson, e no fim do dia ele foi convidado a vir mais vezes, que aceitou com um sorriso no rosto. Ao sair, Nelson se despediu de Mary com um abraço e ganhou um beijo na testa de Anna, junto com um pote contendo a torta que a mãe de Mary havia feito naquele dia. Aquilo foi tudo o que Nelson teve pra comer no jantar ao chegar em casa.

Nelson não se importava, estava feliz por ter passado o dia com Mary.

Bart estava debruçado na janela da casa da árvore pensando cabisbaixo quando viu Nelson saindo da casa do lado.

Nelson?

xxx

No dia seguinte, Bart sentou ao lado de Mary no ônibus. Lisa olhou estranhando a cena, mas logo se sentou ao lado de um menino albino e abriu seu livro silenciosamente.

– Oi, e aí? – falou Bart como quem não queria nada.

– Oi Bart. Tudo bem? – falou Mary mantendo o mesmo tom casual, mas se perguntando o que diabos o menino de cabelo espetado queria.

– Eu vi o Nelson saindo da sua casa ontem, vocês ficaram bem amigos, ein? Ou ele foi lá pra te incomodar? – Bart soltou mal encarando Mary e olhando pra janela ao lado da menina.

– Nelson disse que queria ser meu amigo, ele nunca chegou a me incomodar realmente. Aquilo do primeiro dia não foi nada, realmente. Eu estava acostumada com coisa pior no... – Mary estava falando distraída quando percebeu que esbarrou em um assunto que não devia. Olhou pra janela, suspirou e voltou a olhar pra Bart – Você nem deve estar realmente interessado, não é? Perguntou por curiosidade, nem deve estar ouvindo o que estou dizendo.

– Eu estou ouvindo cada palavra, moça. Você disse que estava acostumada com coisa pior, como assim?

– Bart, eu não gosto de falar sobre...

– Quando eu entrei na escola também sofria bullying. Apanhava e as pessoas caçoavam de mim. Apanhava principalmente do Nelson. – Bart jogou se sentindo estranho, como se tivesse dito aquilo de propósito pra que Mary visse como ele realmente era.

– Eu acredito em você, embora ele não pareça ser mau perto de mim. Eu sei como as pessoas podem ser traiçoeiras, eu mesma inclusive. Não, nunca pratiquei bullying porque sei como é sofrer com isso. Lembrar nunca é uma tarefa fácil. Eu poderia estar morta se continuasse lá. – Mary soltou um longo suspiro ao olhar pra janela, escondendo de Bart as lágrimas que ameaçavam cair.

– De onde veio você, que é tão encantadora e triste?

O ônibus chegou à escola naquele instante, Mary deu a Bart um sorriso triste e se levantou, obrigando Bart a se levantar também. Andy estava na poltrona da frente ouvindo a conversa, e ao ver Mary passar, discretamente apertou sua mão rapidamente num gesto de apoio. “Estou com você”, seus olhos diziam. Ninguém percebeu aquela curta cena. Foram todas à aula distraidamente.


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