No dia seguinte Mary foi à escola ainda um pouco fraca, mas de bom humor. Sentou ao lado de Lisa no ônibus escolar e perguntou da moça de pele escura que Lisa explicou que se chamava Janine, mas todos chamavam de Janey. Lisa disse que eram colegas e que brincavam juntas às vezes, mas não eram amigas.

– Eu converso com muitas garotas na escola, mas nenhuma realmente se importa comigo. Sei que elas riem de mim pelas costas, mas é meio ruim ficar sem companhia – disse Lisa a Mary.

– Sei como se sente... – respondeu Mary.

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Na classe houve trabalho em grupo.

– Sério? Mas é a segunda semana de aula. – disse uma moça de franja e cabelos escuros e lisos com um arco rosa e roupas de mesma cor.

– Não é como se você se importasse, senhorita Lovejoy – disse professora Krabappel se referindo ao modo como a menina seduzia os meninos pra que eles fizessem tudo.

A maioria tinha grupos pré formados, então Krabappel pôs Mary num grupo de garotas com Taffy, uma moça de cabelos castanhos curtos encaracolados e com as gêmeas Sherri e Terri com seus cabelos arrocheados. Enquanto as meninas batiam papo e faziam bagunça, Mary tentava concluir o trabalho.

– Gente, me ajuda! Eu não vi essa matéria, vocês viram – pediu Mary às garotas que rolaram os olhos, mas ajudaram porque não queriam ficar sem nota, mas ainda com risinhos e brincadeiras.

Acabou que Mary não conseguiu não se envolver nos papos das meninas, e no fim haviam concluído o trabalho 20 minutos antes de o sinal do recreio tocar e ficaram conversando sobre os garotos da classe. O resultado era unânime: Bart era o mais legal, mas Bori (um menino de aspectos de surfista) era mais bonitinho.

No recreio Mary lanchou com Lisa e as garotas do grupo e brincaram juntas. Seu dia estava sendo ótimo embora soubesse que nenhuma delas era realmente sua amiga, mas tudo bem, ao menos estava interagindo.

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Bartholomew Jay Simpson estava encarando a folha do trabalho. Todos os seus colegas estavam zoando e brincando, mas ele estava encafifado com algo. Ele não tinha ideia do que era, mas estava incomodando. Olhou de rabo de olho pro lado e viu as meninas conversando e rindo enquanto Mary tentava fazer o trabalho. Sentiu a coisa estranha de novo. Voltou a encarar o papel.

No fim da aula Millhouse havia feito o trabalho por todos sem levar um obrigado.

Pra Millhouse não importava, contanto que tivesse ao seu lado aqueles que considerava seus amigos, ainda que lhe custasse muito, como costumava acontecer...

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Depois da escola, algumas crianças entraram no ônibus escolar e algumas resolveram ir a pé. Bart foi uma das crianças que não entrou no ônibus e Mary foi até ele depois que o ônibus partiu.

– Olá garotos – disse Mary sorridente pra Bart, Milhouse e Les, um garoto negro de cabelo afro.

– Que que tá pegando, Mary? – disse Bart, os garotos olharam pra Bart interrogativamente.

– O quê? Ela é minha vizinha. – falou Bart, levantando as mãos.

– Onde vocês estão indo? – perguntou Mary.

– Por que quer saber? Não vamos a nenhum lugar pra garotas - falou Les.

– Falando assim parece que vocês não decidiram onde ir – falou Mary rindo – podemos ir comprar alguns doces e sorvete e depois passar numa loja de quadrinhos.

– Por que você tá se incluindo? Nós não te convidamos pra nada, cara. – Bart falou.

– Mais uma vez seu lado rude ataca – falou Mary – eu tinha meus motivos pra querer passar um tempo com vocês, mas deixa pra lá. Vou pra casa. – concluiu desanimada pensando em quanto queria enrolar na rua pra não ter que voltar em casa e ter que lidar com Anna e Andy.

Ela se virou e saiu andando, deixando um Bart confuso e irritado consigo mesmo pra trás.

Na primeira dobra de esquina Nelson a alcançou.

– Hey! – disse Nelson – Tudo bem com você? Parece mais feliz hoje.

– Nelson? Oh, olá. Por que tenho a impressão que você me segue?

– Ah... Eu... O que houve com você ontem? – perguntou Nelson mudando de assunto – Você não veio à escola, aconteceu algo?

– Eu estava doente. É fofo da sua parte se preocupar. – falou Mary sorrindo adoravelmente, fazendo Nelson desviar os olhos.

– Eu não estava exatamente preocupado. É que... É que...

– Meu irmão viu quando eu vim com você da escola anteontem e ficou zoando, até minha mãe viu – falou Mary rindo sem graça – parece que eles gostaram de você. Talvez queira ser meu amigo? – disse Mary esperançosamente.

– Bem... Se você insiste... – Nelson falou coçando a nuca embaraçado.

– Eu não estou insistindo, bobão! – falou Mary dando um leve soco no Nelson.

– Que é isso? Você bate que nem mulher.

– Bem, dã. – falou Mary e os dois riram.