Quando a Terra move escrita por Angélica Chibis


Capítulo 1
Capítulo 01




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Quando a terra move.

by Aspen Taylor/Athena- tradução por Chibis-

20/06/2015

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O sol raiou brilhante e quente naquela manhã de primavera. Pássaros cantavam suas canções alegres e iluminadas, acordando aqueles que gostariam de permanecer dormindo.

Lentamente, voltando das profundezas de um sono profundo, Kaoru se agarrou aos primeiros vestígios de consciência. Soltando um barulho semelhante a um gemido ela rolou, até deitar-se de bruços, sobre seu estômago.

Instantaneamente Kaoru se arrependeu por esse movimento, xingou em voz alta e se colocou de joelhos para aliviar a pressão sobre suas costelas doloridas. Sentada de joelhos, a morena respirou fundo.

Megumi tinha assegurado que nada foi fraturado, apenas machucado.

Porém a maneira como Kenshin a estava tratando mais parecia que Kaoru estava em estado terminal.

Eles estavam no mercado e Kaoru avistou um homem se portando de maneira rude e bruta contra um comerciante idoso. Naturalmente, ela interviu. Acontece que o homem estava bêbado, Kaoru foi capaz de domina-lo com facilidade. No entanto, ela não notou que o bêbado tinha um amigo, igualmente bruto, que a atacou.

Sanosuke escutou a algazarra e detonou, literalmente, o outro homem.

Para Kaoru, machucada, restou passar o resto da tarde sendo mimada por Kenshin. O que não foi necessariamente ruim.

Ela sorriu para si mesma. Colocou um braço sobre o peito a fim de proteger as costelas machucadas, e usou o outro para empurrar-se para cima.

Kaoru colocou um manto sobre as costas, deslizou a porta de seus aposentos e se dirigiu até aos deliciosos aromas que emanavam da cozinha.

Da janela da cozinha, Kenshin sorriu ao observar o pequeno gato preto que vivia no quintal do dojo perseguindo uma tirou o bule de chá de cima do forno a lenha e o colocou sobre o balcão.

O ruivo se virou para arrumar a mesa de refeição, podia escutar os habitantes do dojo despertando.

O espadachim questionou-se se deveria ir até o quarto de Kaoru, para ver se a shihandai precisava de alguma ajuda. Decidiu contra a ideia, sabendo que ela provavelmente ficaria brava.

Kenshin sentiu-se mal por não estar com ela durante a briga no mercado no dia anterior, e verbalizou isso diversas vezes.

Kaoru apenas balançou a cabeça e acenou com a mão, dizendo que ele estava sendo bobo e que era humanamente impossível estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

Então para fazer as pazes com ela, ou melhor consigo mesmo, Kenshin se tornou a sombra de Kaoru.

No entanto, Kenshin poderia dizer que enquanto a ajudava a se arrumar para a noite, Kaoru já estava irritada. Então hoje ele decidiu dar um pouco mais de espaço para a morena.

Seus pensamentos foram interrompidos com o som de passos na entrada. Ele se virou e encontrou Kaoru sorrindo no batente da cozinha.

"Bom dia". Ela acenou para ele ao se aproximar do balcão.

Kenshin sorriu em retorno, servindo uma xícara de chá para a morena."Bom dia, como está sentindo hoje?"

O espadachim entregou a xícara, Kaoru aceitou agradecendo.

Ela olhou para ele, inspirando o delicioso aroma."Melhor, na verdade estou um pouco dolorida, mas definitivamente melhor do que ontem!"

Ela bebeu o chá, deixando que o liquido quente escorresse por sua garganta.

Kaoru se dirigiu para a saída da cozinha, sentindo que Kenshin automaticamente a seguia.

A shihandai encostou-se em um dos postes de sustentação da varanda, e levantou o rosto para sol.

A temperatura estava um pouco fria, era um inicio de manhã de primavera, logo o sol estaria quente e o tempo perfeito.

"É uma bela manhã, você não acha?" Kaoru se virou para Kenshin, seus olhos azuis olhando diretamente para os violetas.

Kenshin olhou para o céu, depois para Kaoru."Sim, está mais quente do que ontem, o verão logo nos alcançara..."

O ruivo sorriu quando viu Yahiko adentrando a cozinha. "O café da manhã está pronto!" Ele apontou para a cozinha e se encaminhou para lá.

Kaoru acenou positivamente " Hai. Já vou entrar, quero ficar mais um pouquinho aqui fora apreciando o céu."

Não querendo perturbar o momento de Kaoru, Kenshin meneou positivamente.

Repentinamente e sem avisou algum, a terra embaixo de Kenshin balançou de forma vertiginosa.

O ruivo pode escutar os suspiros de surpresa tanto de Kaoru quanto de Yahiko.

Seu reflexo afiados por anos de lutas de espadas, o fez alcançar o balcão antes de atingir o chão.

Copos e tigelas começaram a cair das prateleiras, quebrando-se em pedaços no chão.

A tremedeira da terra parou tão rápido quanto começou.

Abraçado ao balcão, Kenshin olhou para Yahiko, que apenas acenou assegurando que estava bem. O garoto estava sentado no chão, não tinha mais para onde cair. Apenas um pequeno corte na testa por causa de um copo que tinha colidido contra sua cabeça.

"Estou bem" O garoto disse, levando a mão para a testa, verificando os vestígios de sangue que escorriam do ferimento.

Um pensamento atingiu Kenshin de forma alarmante. "KAORU DONO"

" Kaoru!" O ruivo repetiu, levantando-se rapidamente para a direção da porta que dava acesso ao quintal.

Kaoru não estava na varanda.

Ao invés disso, Kaoru estava deitada na grama.

Com um pulo, Kenshin imediatamente estava do lado dela, o ruivo sentiu um certo alivio quando percebeu que ela se levantava por conta próprio.

"Estou bem Kenshin!" Kaoru assobiou quando sua mão encostou nas costelas sensíveis.

Não satisfeito, Kenshin a pegou no colo com agilidade, depois deixou que os pé dela tocassem o chão, colocando-a em posição vertical.

Kaoru oscilou e agarrou o braço do ruivo como apoio.

"Um terremoto?" Ela perguntou tentando disfaçar a dor.

Suspeitando, Kenshin acenou positivamente. "Hai!"

"Todos estão bem? Yahiko?" Ela perguntou preocupada.

"Sim, acredito que sim. Yahiko sofreu um pequeno corte na testa. Mas é um garoto durão, não foi nada." Kenshin notou o modo como ela estava pressionando as costelas e se preocupou. .

"Tem certeza que a senhorita está bem?"

Teimosa, Kaoru meneou a cabeça. Para provar, tirou as duas mãos do tórax e as balançou no ar.

Kenshin fingiu que acreditou.

"Vamos ter certeza de que nada está danificado na casa e no dojo?" Kaoru se afastou de Kenshin e caminhou pelo engawa , analisando a estrutura da varanda procurando por rachaduras. "Esse foi um tremor pequeno não é Kenshin? Acredite se quiser, eu nunca estive em um terremoto antes."

Kenshin respondeu, ainda observando os movimentos de Kaoru "Sim foi!"

A morena entrou na cozinha e Kenshin a seguiu. "Na verdade foi um bem pequeno. Este servo testemunhou um terremoto pior muitos anos atrás... Senhorita Kaoru, vamos até a clinica do Doutor Gensai e a senhorita Megumi para ver se eles precisam de alguma ajuda?"

... E checar essas costelas... Kenshin incluiu mentalmente.

"Sim, claro!"

Kaoru olhou para Yahiko pegando os copos e tigelas espalhados no chão e os colocando sobre a mesa, o corte na testa do garoto a deixou preocupada. "Yahiko você está bem?"

O garoto, um pouco assustado, pois também era seu primeiro terremoto, permitiu que os dedos finos de Kaoru tocassem o machucado. Mas valente não se deu por vencido.

"Claro que estou bem Busu, é um corte ridiculo de nada... Você dois deveriam ir para a clinica para ver se eles precisam de ajuda." Yahiko apontou para porta.

"Ok...ok!" Kaoru se surpreendeu com o modo como Yahiko estava prestativo, voluntariamente recolhendo os copos e pratos.

Ela saiu na direção do corredor que dava acesso aos outros cômodos da casa, verificando possíveis danos a estrutura.

O sorriso de Yahiko se apagou quando ficou sozinho com Kenshin na cozinha.

"Ela está escondendo que as costelas estão bem machucadas. Por favor Kenshin, leve a Busu até a Megumi… Eu cuido das coisas por aqui…"

"Sim, a senhorita Kaoru está disfarçando!" Kenshin colocou a mão no ombro do garoto e apertou gentilmente, surpreendendo-se pela enésima vez com a maturidade dessa criança. "Obrigado Yahiko, Este servo agradece muito."

"Sem problemas..." Yahiko foi atrás de uma vassoura e pá.

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A caminhada lhes permitiu ver a extensão dos danos à cidade. Para alivio dos japoneses, pessoas assustadas e artesanatos quebrados foram os danos dessa vez. As edificações na era Meiji eram bem mais resistentes e não sucumbiram a um abalo sísmico tão pequeno.

No entanto Kenshin se preocupou com os vilarejos e as pessoas em condição social desfavorável que poderiam passar por dificuldades. Seus pensamentos foram interrompidos ao chegar na clinica Oguni.

"Bom tarde doutor Genzai." Kaoru sorriu e se curvou.

A reverencia não durou mais que dois segundos, a jovem mordiscou o lábio para evitar ofegar por causa da dor nas costelas. A morena esperava que ninguém notasse.

Foi inútil...

"Suas costelas?" Doutor Gensai enxugou as mãos molhadas no avental.

Kaoru respondeu com um sorriso. "Ah...Tudo bem... Como estão todos? Onde está Megumi?"

O idoso sorriu. As meninas estavam na casa do vizinho junto com outras crianças, e Megumi estava com Sanosuke ajudando moradores do subúrbio

Aparentemente uma das casas, que já estava caindo aos pedaços, desmoronou, e deixou alguns feridos.

"Megumi estará de volta em breve, enquanto isso, me deixe olhar essas costelas Kaoru-chan..." O médico disse preocupado.

"Quando o terremoto começou Kaoru dono estava na varanda e foi jogada para o quintal!" Kenshin começou, mas parou quando Kaoru lhe ofereceu um olhar mortal.

Genzai sorriu para si mesmo... Esses dois são maravilhoso juntos... Se ao menos... O médico parou com suas ideias românticas, e se lembrou de que tinha uma paciente esperando.

"Por favor Kaoru..." O idoso dirigiu Kaoru para a sala de exame.

Ele expulsou Kenshin para a direção da sala de espera.

"Oro?!"

"Vamos demorar uns minutos, espere aqui." O médico sorriu para Kenshin e deslizou a porta, fechando-a.

Sem ter o que fazer, Kenshin ficou plantado no meio da sala de espera. ...Ao menos Kaoru está sendo socorrida...

Passados alguns minutos, a porta da frente se abriu revelando Sanosuke e Megumi.

"Oi, Kenshin tá tudo bem no dojo?" Sanosuke estava na frente, Megumi logo atrás.

"Megumi dono, Sanosuke..." Kenshin acenou e sorriu para os amigos. "Sim, Yahiko sofreu um pequeno corte na cabeça, mas acho que nem vai formar um calombo... Talvez Kaoru dono tenha machucado novamente as costas ao cair..."

"Ai ai Jou-chan! Essas costelas estão parecendo minha mão, machuca toda hora!"

"Uhf, a diferença é que você machuca de proposito nee? Crista de Galo!" E Megumi sempre tinha que consertar...

Kenshin já estava acostumado com a troca de carinhos entre os amigos.

"Como estão as coisas na cidade? Ouvi que houveram problemas no subúrbio?" Kenshin tirou sua espada da cintura e se sentou em um dos bancos, colocando-a ao seu lado.

Sanosuke se juntou a ele.

Megumi permaneceu em pé. "Algumas construções já estavam condenadas, o tremor pequeno foi o bastante. Sanosuke tirou várias pessoas dos escombros. Por sorte, ninguém se feriu gravemente, eu já cuidei de todos!".

A médica sorriu, e Sano correspondeu da mesma forma, por incrível que parece de forma pacífica. Eles formavam um bom time afinal das contas.

Minutos depois a porta finalmente deslizou revelando Kaoru e Doutor Genzai.

Imediatamente Kenshin começou a se levantar, mas Kaoru estendeu a mão para que ele continuasse sentado, pois ela mesma desejava se sentar.

Kenshin abriu a boca para começar com suas perguntas, mas Kaoru antecipou. "Estou bem Kenshin, Doutor Genzai acabou de confirmar." A morena olhou para o idoso implorando para que atestasse sua declaração.

O médico não seria complacente e sacudiu a cabeça. "Eu acho que os ossos da costelas ficarão bem SE você manter os movimentos no mínimo. Nada de aventuras...Sua queda colocou muita pressão nos ossos que já estavam machucados, eu acredito que dessa vez ocorreu uma fratura incompleta sim. É pequena, mas existe, portanto mantenha-se o mais quieta possível Kaoru Kamiya."

Doutor Genzai pausou, olhou para Kenshin e disse algo que faria Kaoru entrar em desespero. "Eu te coloco encarregado de cuidar disso Kenshin... As costelas de Kaoru-chan está sob sua responsabilidade"

...Desse jeito ela vai comportar...

Se tratando em vigiar a saúde da morena, ninguém poderia ser mais competente que Himura Battousai. O médico até sentiu pena da morena.

"Este servo cuidara disso..." Kenshin ofereceu um olhar firme que Kaoru ainda não conhecia.

Resignada, a jovem shihandai abaixou a cabeça. "Ah não..."

Se ontem Kenshin foi sua sombra, de agora em diante ele seria sua roupa...

...Hmmm, que pensamento... A morena pensou perversamente, talvez tanta proximidade não fosse tão ruim. Kaoru sorriu, ela provavelmente tinha o rosto ruborizado...

Uma batida forte na porta interrompeu suas agradáveis reflexões.

Kenshin rapidamente ficou em pé, mas Megumi estendeu a mão, parando-o. "Provavelmente é apenas um paciente".

Megumi chegou até a porta rapidamente, deslizando-a.

A pessoa foi interrompida no meio da próxima batida. Ele era um homem alto, quase sessenta anos. E segurava um menino pequeno em seus braços.

O homem exclamou com um forte sotaque. "Você é médica?" Exacerbado, o senhor entrou na clinica.

Megumi assentiu. "Eu sou." A médica estendeu as mãos para o menino. "Aqui, entregue-me a criança por favor."

O homem entregou-lhe a criança e o virou-se para os quartos onde estava a enfermaria.

"O que aconteceu?" Megumi olhou para o homem rapidamente que a seguia pelo corredor da clinica até a sala de atendimento.

"Alguns cerâmica se soltaram durante o terremoto e caíram na cabeça dele. Disseram-me que esta é a clinica mais próxima."

O homem esfregou as palmas das mãos nervosamente e olhou em volta, notando pela primeira vez que ele e Megumi não estavam sozinhos dentro daquela clinica.

O senhor olhou novamente para Megumi e preocupado mordeu o lábio. "Será que ele vai ficar bem?"

Megumi colocou a criança em um futon. A médica examinou a cabeça com cuidado, e sorriu tirando o cabelo marrom arredio de frente da testa. "Sim, ele vai ficar bem. Por favor, espere com meus amigos lá fora enquanto eu faço curativo e lhe medico." Megumi falou com calma, tranquilizando o homem.

A médica apontou para a porta e mostrou-lhe a sala de espera.

O senhor caminhou nervosamente até a sala de espera, seus grandes olhos castanhos olhando para tudo. Ele se endireitou um pouco quando chegou perto de Kenshin e Kaoru, em seguida, fez uma reverência.

"Boa tarde." Ele cumprimentou, acenando com a cabeça.

Kaoru levantou-se e se curvou e Kenshin fez o mesmo. Sano não se moveu, mas ele fez um pequeno aceno com a cabeça.

O homem visivelmente relaxou.

"Boa tarde." Kaoru gentilmente gesticulou para que ele se sentasse.

O senhor obedeceu, tirou um lenço do bolso para enxugar a testa.

Kaoru ficou preocupada. "Seu filho vai ficar bem?" Seus olhos azuis escuros brilhando com receio.

Com alivio, o homem acenou com a cabeça. "Sim parece que sim, mas ele é meu sobrinho."

Kaoru ficou ligeiramente constrangida com o erro. "Oh, perdão!"

"Oh Não. Tudo bem, é uma suposição honesta na verdade." Ele cuidadosamente dobrou o lenço e guardou.

O homem estendeu a mão.

"Sou Liberman Tom."

Kenshin segurou a mão trêmula dele; o ruivo não podia deixar de sorrir com pausa que o estrangeiro tomou, obviamente ele inverteu o nome e sobrenome para soar como um japonês.

O homem olhou para Kenshin "Eu disse algo errado?"

o ruivo fechou os olhos e apenas sorriu para o estrangeiro... "Não, mas é gentil da sua parte falar assim. Este servo se chama Himura Kenshin. Esta é Kamiya Kaoru." Ele apontou para ela e shihandai sorriu.

"E Sagara Sanosuke." Sano provavelmente estava com muita fome, sua feição não era a das melhores, o lutador assentiu com a cabeça novamente.

Kenshin queria que Sanosuke dissesse alguma coisa, o pobre homem provavelmente estava preocupado que Sano fosse comê-lo vivo ou algo assim.

"Você veio da Inglaterra?" Kenshin perguntou educadamente.

O homem balançou a cabeça.

"Quase... A língua é a mesma de qualquer maneira. Eu sou americano. Minha irmã teve que fazer uma viagem distante e então eu tive que cuidar de seu filho, mas precisei me encontrar com um colega que está hospedado aqui em Tóquio. Então trouxe Steven comigo. "

Tom fez uma pausa olhando em volta como se houvesse um intruso escutando a conversa, ele não queria causar panico em ninguém. Satisfeito que não havia, ele se inclinou para frente colocando os cotovelos sobre a mesa da sala de espera, com as mãos gesticulando no ar. "Diga-me, este terremoto... Ocorreu outro como este recentemente?"

Kaoru balançou a cabeça negativamente.

"Vivi minha vida toda aqui e nunca me senti um, mas Kenshin esteve por todo Japão, então suponho que tenha alguma historia envolvendo terremotos para contar." Ela fez uma pausa olhando para Sano, tentando fazê-lo falar.

"E você Sano?"

"Não." Foi a resposta seca do ex lutador de rua.

Kaoru olhou feio para Sanosuke, Sano estava tão malcriado.

Ela se voltou para o estrangeiro.

"Por quê? O senhor sabe alguma coisa sobre terremotos?" Kaoru perguntou curiosa.

O homem acenou com a cabeça.

"Na verdade, eu estudo essas coisas. Sou um homem da ciência. Minha faculdade está realizando um estudo sobre este fenômeno. Parece que o Japão e Califórnia têm terremotos regularmente, bem como os outros países em torno do Oceano Pacífico. Estamos tentando ver se existe uma correlação. O último terremoto nesta área foi gravado há 22 anos ". O homem se inclinou para trás como se estivesse pensando.

Kenshin estava curioso para saber onde a pergunta original do homem os levaria.

Sanosuke finalmente se pronunciou. "Por que a preocupação com terremotos? Esse foi bem pequeno e já acabou, e como você diz, terremotos nesta região do mundo são frequentes!"

"A teoria é que os terremotos são causados por pressão sob o solo. Em certas partes do mundo, a pressão é maior. Nós não sabemos o motivo disso, é o que estudamos atualmente. A crença de que dois desses locais de excesso de pressão são respectivamente o Japão e a Califórnia. A Califórnia tem pequenos terremotos frequentemente, aliviando, assim uma grande pressão. A única coisa que tem me preocupado aqui no Japão, é que, se a pressão não foi aliviada como na Califórnia, um terremoto muito maior pode acontecer aqui em pouco tempo... O ideal é que aconteçam outros tremores pequenos nas próximas horas...Melhor do que acontecer um terremoto devastador de uma vez só."

Sano cruzou os braços e olhou para o homem.

"Então, isso quer dizer que esta manhã foi apenas como aquele sentimento que você tem pouco antes que seu estômago vomite toda a comida para fora?"

"Ughh! Sano..." Kaoru reclamou e fez cara de nojo.

Para a surpresa de todo, o homem gargalhou.

Sano olhou espantado, pois não tinha assustado o cientista com sua falta de modos.

"Suponho que é uma maneira de encarar a situação. Gostaria de sugerir ..."

O cientista fez uma pausa conforme Megumi adentrava no ambiente, o menino segurava a mão dela. Apesar da cabeça enfaixada, a criança tinha um sorriso no rosto.

"Steven!" Tom exclamou estendendo as mãos. O menino veio correndo e pulou para o abraço. Eles começaram a conversar em inglês.

Kenshin entendeu apenas algumas palavras, Kaoru entendeu menos, Sano não tinha a menor ideia de que "raios" eles estavam falando.

O garoto balançou a cabeça vigorosamente, mas parou quando percebeu que isso doía.

"Uma pancada na cabeça sempre requer maior atenção...Durante as próximas 24 horas vamos observar atentamente como nosso pequeno Steven vai se comportar..." Megumi declarou.

A criança sentou-se no colo do tio e adormeceu depois de um tempo.

Megumi sorriu e se inclinou contra a parede, era um bom menino.

"O analgésico que eu lhe dei vai fazê-lo um pouco sonolento, mas vai aliviar a dor. Não se preocupe! Steven vai ficar como novo em alguns dias."

"Muito obrigado doutora. Gostaria de acertar os honorários médicos antes de ir!" Ele levantou, carregando o menino em seu colo.

"Ah, claro, com o doutor Gensai...!" Megumi apontou para a outra sala onde o dono da clinica estava.

Tom inclinou-se ligeiramente para os outros.

"Foi bom conhecer todos vocês. Como eu estava dizendo tenham cuidado, apenas estejam preparados para outros tremores."

Kenshin e Kaoru se levantaram e curvaram Kaoru com certa dificuldade.

Sano acenou com a cabeça, e franziu os lábios antes de um sorriso convencido.

O cientista se dirigiu para a sala do doutor Gensai, e podiam-se ouvir as bordas da conversa sobre pagamento.

Assim que o senhor Tom partiu, Kaoru atravessou a sala em passos rápidos e puxou com força os cabelos de Sanosuke.

"Oi, Jou-Chan que foi isso ?!"

"Baka! Você foi tão mau com ele!" Kaoru reclamou com Sanosuke, arrancando a badana vermelha da cabeça do ex lutador. "Ele está em um país estrangeiro, com um ente querido ferido, em uma sala cheia de estranhos, a última coisa que ele precisava era você olhando para ele como quem soca-lo! Você é tão mau Sano!"

Kaoru olhou para Sanosuke, indignada.

Sano se inclinou sobre Kaoru, usando sua altura como vantagem. O ex lutador estava prestes a reclamar de volta quando Megumi resolveu intervir e alcançou uma pequena caixa negra e brilhante. "Duas crianças..."

"Sano está mal-humorado desde esta cedo... acalma-se." Megumi falou como se estivesse conversando com uma criança chorona.

O que fez Sano ainda mais furioso.

"Eu tenho o direito de estar mal-humorado! Estou passando fome aqui..." Sanosuke bateu o pé e olhou para Megumi.

Kaoru balançou a cabeça. "Ele acordou do lado errado da cama hoje de manhã."

A shihandai se virou para Kenshin que sorriu e balançou a cabeça positivamente.

Sanosuke continuou com suas reclamações.

"Eu acordei com a casa caindo em minha cabeça! Estou sem comer, e ainda sou chamado de grosseiro e mal-humorado!"

Sanosuke cruzou os braços e fez bico magoado. 'humph'

Todos caíram na gargalhada.

Bravo, Sanosuke pulou para fora da clínica.

"Ah Cabeça de Galo, volta aqui... Espera! Eu tenho comida..." Megumi sorriu e começou a segui-lo, mas o ex lutador já estava longe.

A médica parou e voltou-se para Kenshin e Kaoru.

"Por que vocês dois não voltam para o dojo? Eu vou falar com ele e, em seguida, nos encontramos lá. Eu vou passar no mercado e pegar os ingredientes para fazer uma refeição deliciosa. Que tal?" Megumi sorriu e partiu atrás de Sano.

Kaoru sorriu.

"Eles são tão engraçados juntos, sempre brigando. Mas eu acho que eles se gostam..." Ela piscou para o ruivo e Kenshin riu, gentilmente o espadachim a tomou pelo cotovelo e a guiou para fora da clinica.

"Isso seria interessante, não seria?" Kenshin perguntou.

Kaoru assentiu com a cabeça. "Muito interessante..."

...Exatamente como você e eu...

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Lado a lado, os dois caminharam pelas ruas de Tóquio, observando a agitação dos negócios reabrindo após o terremoto, bem como os agitados vendedores ambulantes oferecendo todos os tipos de bens úteis.

Kenshin se surpreendeu ao escutar um ruído peculiar. O ruivo olhou para Kaoru que corou.

"Desculpe Kenshin, estou sem café da manhã ou almoço. Foi o meu estômago que fez esse barulho." Ela confessou baixinho.

"Este servo acha melhor passar no Akabeko, até Megumi dono preparar a refeição vai demorar... A senhorita não deveria ficar tanto tempo sem comer..." Kenshin sorriu calorosamente e conduziu-a em direção do restaurante.

Derrotada Kaoru concordou.

"Melhor, antes que meu estômago assuste alguém... Podemos levar algum aperitivo para Yahiko, o garoto provavelmente também está sem comer..."

Eles entraram no Akabeko agitado e foram sentando.

Kenshin solicitou um pouco de sopa e chá, os olhos do ruivo observaram atentamente enquanto Kaoru dedilhava suas costelas.

...Agora está doendo bastante... Não que ela vá admitir em voz alta...

Kaoru agora lembrava que nunca chegou a perguntar a Sanosuke o que tinha acontecido com o homem que a machucou em primeiro lugar. ... O que será que Sano fez com eles?...

Kenshin notou que agora Kaoru segurava suas costelas com a palma da mão e sentiu-se culpado novamente.

Yahiko foi a pessoa que o avisou sobre a confusão. Kenshin estava poucos quarteirões a frente comprando Tofu, quando Yahiko colidiu com ele, ofegante.O garoto avisou que Kaoru estava metida em uma briga e precisava de ajuda.

No momento que Kenshin chegou, Kaoru estava no chão, agarrando a lateral do corpo com força.

Kenshin não queria pensar sobre o que poderia ter acontecido se Sanosuke não tivesse por perto. O homem bêbado tinha perdido a noção.

O ruivo estava tão absorto nas memorias do dia anterior que nem sequer percebeu Kaoru chamando seu nome. "Kenshin? Está me ouvindo?"

"Oro! Oh sim? Perdoe-me Kaoru dono...O que disse?" O ruivo olhou para ela, pronto para lhe dar toda sua atenção.

"Eu estava pensando sobre o que o Senhor Liberman disse. Você acha que um terremoto maior vai acontecer se a pressão debaixo da terra não for liberada?" Kaoru se inclinou para frente colocando os cotovelos sobre a pequena mesa esperando que Kenshin respondesse.

O ruivo encostou-se à parede do restaurante. Ele olhou para ela por um tempo, antes de responder.

"Este servo não vê razão para não acreditar no senhor Liberman. Devemos levar sua advertência a sério Kaoru dono. Talvez devêssemos ter alguns suprimentos armazenados, e água também...no caso de um grande terremoto acontecer." Kenshin se inclinou para a frente quando Tae veio com sua refeição. "Obrigado Tae-dono. Ainda bem que o Akabeko não foi afetado pelo terremoto!"

A jovem escutou parte dos conselhos de Kenshin "Ahh sim, apenas algumas tigelas fora do lugar...Mas sabe que eu já estava pensando nisso! E se acontecer outro maior? Talvez nós devêssemos guardar o estoque do restaurante em lugar mais seguro!"

"Tae...Precisamos de mais arroz..."

"Oh, um minuto por favor!" Tae sorriu para o cliente, e disse rapidamente para Kaoru. "Eu vou deixar outra sopa preparada antes de vocês partirem, por Yahiko fazer uma refeição quente." Ela correu para atender os pedidos.

"Itadakimasu!" Kaoru atacou a refeição com seus voracidade de costume, terremotos e costelas esquecidas.

Kenshin sorriu, feliz por ter sua Kaoru de volta ao seu modo habitual.

Ele tomou um gole de sopa, comparativamente silencioso se comparado com o sugar faminto de Kaoru. Mas Kenshin não se importava com o barulho, pelo contrario, foram tantos anos comendo sozinho, que agora qualquer som durante uma refeição era apreciado.

Quando Kenshin e Kaoru terminaram a sopa, Tae trouxe mais uma tigela fumegante com uma tampa por cima.

"Não se preocupe Kaoru-chan. Você pode trazer de volta a tigela da próxima vez que vier para o centro."

Kaoru lhe pagou e Tae inclinou a cabeça agradecida.

"Obrigado Tae-san, trarei de volta com certeza." Kaoru sorriu para a mulher e acenou sorridente.

Kaoru e Kenshin deixaram o restaurante. O ruivo carregando cuidadosamente a tigela de sopa de Yahiko envolta em um pano de prato. "Melhor voltarmos rápido para casa!"

A morena concordou.

"Ahh... estou satisfeita agora! E pensar que Megumi prometeu preparar mais alguma coisa..."

"Hai!" Kenshin estendeu sua mão livre para Kaoru, a fim de apoia-la durante a caminhada de volta para casa.

Foram poucos passos, e imediatamente os dois foram arrebatados por uma voz frenética de criança, o garoto corria tanto que quase os derrubou.

O menino correu pela rua mais um pouco, até parar na frente de um estabelecimento vizinho ao Akabeko, uma cozinheira idosa saiu para ver o que o garoto queria.

Kenshin e Kaoru caminharam na direção da criança para ver o que estava errado.

A cozinheira ajoelhou-se, colocou as mãos nos ombros do menino, e tentou acalmar o suficiente para entender o que ele estava dizendo.

O menino, por volta de sete ou oito anos, estava coberto de sujeira; suas roupas estavam esfarrapadas e rasgadas. Suas mãos e joelhos estavam cobertos de arranhões e ele estava respirando com dificuldade.

"Vovó, por favor, você tem que ajudar!" O menino gritou, sua respiração irregular. "Por favor Bachan!"

Ele estava praticamente pulando para cima e para baixo sem conseguir exteriorar sua agonia.

A senhora assentiu com a cabeça. "Shh, apenas me diga o que está errado." Ela esfregou as mãos enrugadas para cima e para baixo nos braços do menino tentando acalmá-lo.

O garoto respirou fundo e explicou.

"Mamãe e eu estávamos nas colinas está manhã, em uma cavernas à procura de cogumelos, quando a terra começou a tremer. Rochas começaram a cair e mamãe ficou presa. Ela me disse para vir até a cidade e obter ajuda, mas a velha ponte se rompeu. Eu tive que vir pelo caminho mais longo."

O garoto voltou a implorar saltando para cima e para baixo novamente.

"Por favor, você tem que ajudar!" Os olhos do menino lacrimejando.

A cozinheira se levantou freneticamente, mas antes que ela pudesse dizer uma palavra uma mão em seu ombro a impediu.

A senhora se surpreendeu com o homem ruivo, baixinho e com uma cicatriz em forma de x em seu rosto ao seu lado.

"Não se preocupe, este servo vai ajudar." Kenshin olhou para Tae, que ao escutar toda a comoção na rua saiu do Akabeko e parou ao lado de Kaoru.

"Por favor Tae dono. Alerte Megumi e Sanosuke, peça para eles venham para... " Kenshin olhou para o menino. "Onde está sua mãe, você se lembra onde fica essa caverna?"

Incerto, o garoto balançou a cabeça . Então seu rosto se iluminou com a lembrança

"A caverna que brilha!" O menino encolheu os ombros, e exclamou como se isso explicasse tudo."É uma caverna nas colinas que...brilha!"

"Oro!"

Kenshin falou bem baixinho... Isso será mais difícil do que pensei...

De repente, uma mão feminina agarrou sua mão.

Era Kaoru. "Vamos Kenshin!"

Antes que Kenshin pudesse dizer qualquer coisa, Kaoru o puxou pela rua com rapidez.

"Kaoru dono... Espere, este servo ainda não sabe exatamente onde a mãe do garoto está!"

"Eu sei. Agora ande mais depressa Kenshin, ela pode estar machucada!" A voz da shihandai era decidida, insistente e urgente.

Kenshin notou o olhar de Kaoru. Aquele olhar determinado que o ruivo admirava tanto.

Mas Kenshin tinha feito uma promessa para o doutor Gensai, e deixar Kaoru correr na floresta e salvar pessoas de deslizamentos em cavernas, provavelmente era a coisa exata que o médico disse sobre "aventuras".

"Kaoru dono, espere! Apenas me diga, não vou deixar você se envolver nisso com essas costelas. Este servo disse ao médico que .." Ele foi interrompido ser um ruído estranho vindo dos lábios da mulher, e os olhos azuis brilhando com determinação.

Aquilo soou quase como um rosnado.

"Droga, não temos tempo para isso Kenshin! Aquela mulher pode estar morrendo e você está protestando por causa de duas costelas estúpidos? Eu acho que você deveria rever suas prioridades!"

"Kaoru dono..."

"Kenshin eu conheço essa colina brilhante desde os seis anos de idade. Provavelmente eu sou a única pessoa que sabe exatamente do que esse garotinho está falando... Agora você vem ou não? " Kaoru olhou para Kenshin, seus olhos azuis brilhavam tanto com determinada quanto com suplicante.

Kenshin suspirou, quando Kaoru lhe dava aquele olhar, o ruivo sabia que não tinha escolha a não ser se render.

"Tudo bem, mas uma vez que você mostrar para este servo onde fica, a senhorita devera ficar para trás! De acordo?" Kenshin tinha que fazer parecer que ele ainda era o dono da situação.

Ou então Sano continuaria zombando eternamente. Algo como Kaoru ser a chefe e dominar o Battousai. Mais do que isso, Kenshin precisava saber que Kaoru estaria segura acima de qualquer coisa.

"Tudo bem Kenshin, é justo, agora vamos."

Ela partiu em corrida rápida, na medida do possível, consciente da distância que teriam que atravessar.

Kenshin acompanhava seu ritmo, não perguntando, provavelmente, entendendo que ela estava sentindo dor nas costelas, mas não queria admitir.

A corrida levou quase uma hora. Realmente a ponte que teria feito a viagem durar apenas quinze minutos tinha desmoronado no rio e os dois foram obrigados a tomar o caminho mais longo como disse o garotinho.

Esse caminho não tinha sido utilizado em um tempo e mato estava alto e cheio de perigos como aranhas e cobras.

O lado cortante da sakabattou de Kenshin provou ser útil como elemento dissuasor de arbustos.

Eles correram em silêncio na maior parte do tempo; preocupados com a mulher presa na caverna. Eventualmente, a curiosidade de Kenshin foi mais forte.

O ruivo virou-se para ela. "Como a senhorita sabe sobre a caverna?"

Kaoru sorriu enquanto entrava pelo buraco que Kenshin tinha acabado de fazer na mata, ao se abaixar a morena sentiu dor no tórax, mas disfarçou. O menino teve sorte; ele era tão pequeno que foi capaz de correr por debaixo da maior parte das folhagens.

A morena não costumava compartilhar suas memorias com Kenshin. Ele nunca pareceu interessado em se aprofundar na infância da shihandai, talvez temesse que Kaoru se entristecesse com as lembranças.

"Quando eu era uma garotinha, eu e a mamãe íamos até a caverna pegar cogumelos. A mesma coisa que esse menino e sua mãe. Uma das cavernas, a maior delas, foi sempre minha favorita. Ela tem um diferencial ".

"A caverna brilha?" Kenshin perguntou, tirando várias folhas secas presas no cabelo dela.

O rabo de cavalo alto de Kaoru balançou quando ela acelerou o passo. Felizmente não vestia um quimono naquele dia. Com gi e hakama foi capaz de se mover tão facilmente quanto Kenshin, apesar do machucado.

"Sim a caverna brilha. No lado oposto da caverna onde é muito escuro, alguns cogumelos brilham, o que faz parecer que toda a caverna está brilhando. Para uma criança, é uma experiência interessante. Minha mãe sempre ria da minha admiração por uma coisa tão simples. Eu nunca vou esquecer do riso da mamãe.. "

A voz de Kaoru foi sumindo, perdida em suas memorias.

Esse era o motivo de Kenshin não perguntar sobre o passado...

"Senhorita Kaoru..."

Kaoru quebrou um galho, estalando-o entre seus dedos.

Decidindo que era a hora e lugar errados para conversar, Kenshin decidiu não dizer mais nada.

De repente eles entraram em uma clareira sem árvores e o sol se intensificou.

Kaoru suspirou de alívio.

"Chegamos. Esta é a parte de trás das colinas onde as cavernas estão. Nós precisamos descer a colina... A ponte teria que nós deixar do lado contrario, bem na entrada da caverna, mas como contornamos o rio, acabamos na parte traseira. Um lado é muito íngreme, mas do outro lado é possível caminhar, vamos para lá. "

Mesmo do lado menos íngreme era possível escorregar e se machucar pra valer. Durante o trajeto o coração de Kenshin saltou para a garganta várias vezes, pois Kaoru perdeu o equilíbrio e quase tropeçou ribanceira abaixo.

"Se este é o lado bom, este servo não quer ver o lado íngreme".

"Nem me fale Kenshin, eu tenho pavor de altura, mas a vida de uma pessoa está em risco, não é hora de pensar na altura agora..."

Para o alívio de ambos, eles finalmente chegaram a entrada da caverna sem incidentes graves, apenas pequenos escorregões.

Sem uma palavra, Kaoru se moveu para a extremidade das muitas entradas das cavernas. Era uma grande abertura, obscurecida por uma grande pedra que escondia o caminho de entrada.

Kaoru começou a entrar na caverna dentro, mas Kenshin colocou a mão no ombro dela.

"Nós fizemos um acordo, a senhorita Kaoru está cansada e ainda pode haver alguma rocha solta lá dentro." Kenshin olhou para Kaoru seriamente, o rosto da morena ficou um pouco cabisbaixo, mas ela balançou a cabeça obedecendo ao acordo.

"Tudo bem Kenshin, apressasse e veja onde esta essa senhora, me chame se precisar. Vou ficar aqui fora e esperar por Sano e Megumi, eles devem estar vindo atrás de nós, ainda mais com a trilha que você fez na floresta."

Estranhamente obediente Kaoru sentou-se em uma rocha recuperando o fôlego, a dor nas costelas vinha crescendo desde o começo do trajeto, ela já não podia mais ignorar.

Preocupado, Kenshin desapareceu rapidamente para dentro da caverna, o ruivo queria resolver logo isso e levar Kaoru de volta para casa.

Recostando-se contra a pedra, Kaoru fechou os olhos e suspirou. Ela realmente precisava de um remédio para dor, mas tudo que restava a fazer agora era esperar.

Os olhos de Kenshin se ajustaram aos níveis mais baixos de iluminação. O ruivo só agora percebeu que em toda sua pressa para chegar lá, nunca perguntou o nome da mulher.

"Olá? Senhora!" Kenshin gritou, olhando em sua volta para qualquer grande amontoado de pedras caídas.

Fez um grande esforço, colocando toda sua audição em busca de uma resposta, Kenshin quase sorriu quando ouviu um som.

Era fraco, no entanto parecia perto.

"Por aqui!" A voz feminina o chamou e Kenshin seguiu-o para um pequeno canto da caverna principal.

A mulher, na casa dos trinta anos, tinha as pernas presas sob uma grande rocha.

O ruivo ajoelhou-se ao lado dela e examinou a situação. Balançando a cabeça, em seguida Kenshin ficou de pé.

"Este servo vai tirar a senhora dai, mas preciso que você fique tranquila e parada, tudo bem?" O ruivo olhou para mulher com firmeza e ela balançou a cabeça positivamente.

Kenshin sabia que poderia cortar a rocha com a sakabattou, se acertasse a pedra no ângulo certo. A sua espada nunca tinha cortado uma rocha com essa antes.

O espadachim desembainhou a espada, ele começou a levantá-lo sobre sua cabeça... Foi quando a terra tremeu sob os pés de Kenshin tirando-lhe o equilíbrio, derrubando-o no chão.

...Este deve ser o tremor que o senhor Liberman estava falando!...

O tremor seguinte foi muito mais violento e rochas tinham começaram a despencar cair novamente. "Oh Deus!"

Em seguida, uma realização bateu em Kenshin. Kaoru entraria na caverna procurando por ele, e a caverna estava desmoronando!

Kenshin gritou, na esperança de mantê-la fora da caverna. "Kaoru Dono! Não ent .." Kenshin parou no meio da palavra pois uma rocha enorme partir tinha sido desalojado do teto e caia sobre ele e a mulher presa.

Antes de perder a consciência Kenshin percebeu seu erro.

Kaoru está vindo!

Tudo o que ela ouviu foi Kenshin chamando por ela.

Kaoru havia sido jogado para longe da rocha onde estava sentada 'de novo' quando o tremor começou.

A morena aterrissando com força de costas, ouviu a costela quebrar completamente desta vez.

...OHH...Será que os deuses me odeiam?...

Ofegando de dor que Kaoru tentou ficar de pé, apesar da dor horrível e da terra chacoalhando embaixo dos seus pés. "Oh isso sim é um terremoto!"

...Dessa vez Kenshin vai ficar uma fera!...

Em seguida, imediatamente Kaoru se lembrou, Kenshin estava dentro da caverna, o lugar mais perigoso possível para se estar durante um terremoto.

"Kenshin!" A morena gritou.

"Kaoru dono...!"

A voz masculina flutuou para fora da caverna, fraca e suave, quase inaudível com todo o barulho do mundo chacoalhando ao redor deles.

Esquecendo-se de tudo, e usando o equilíbrio que não tinha, Kaoru correu para dentro da caverna.

Rochas foram caindo e pedaços afiados de pedra choviam da parte de superior da caverna machucando sua pele, mas ela não se importava.

De repente, Kaoru o viu. "KENSHIN!"

O cabelo vermelho amontoado ao redor de Kenshin, seu corpo jazia imóvel, inconsciente.

O peso horrível de uma rocha a enviou ao chão, bem como, o som de "crack" que explodiu em seus ouvidos.

O mundo de Kaoru agora não era nada além de rochas e pedras caindo e agitação horrível da terra se movendo embaixo do seu corpo.

Não, ela se corrigiu, seu mundo eram rochas caindo, agitação da terra e Kenshin inconsciente...

Kaoru olhou para cima, para o teto da caverna, uma rocha grande estava prestes a se deslocar e cair sobre o ruivo e a morena sabia que havia apenas uma chance.

Ela não podia movê-lo, Kenshin era muito pesado e as costelas quebradas não permitiriam o movimento. "Kenshin! KENSHIN!"

Orando a qualquer Deus que pudesse ouvir, Kaoru jogou seu corpo em cima de Kenshin, na esperança de fornecer qualquer proteção a ele.

O mundo de Kaoru finalmente desapareceu em uma nuvem de pura de dor.

^^x

...dor...

As ondas de sofrimento em sua cabeça latejante foram as primeiras coisas que ele sentiu.

Uma dor aguda que parecia permear todo o seu crânio foi o suficiente para trazê-lo de volta a consciência.

Para acompanhar a cabeça, seu peito enviou uma dor aguda quando ele se moveu.

Kenshin mexeu os dedos, primeiro um, depois o outro, e assim por diante. Verificando-os.

Em seguida, mudou para as pernas, primeiro à direita, e depois à esquerda. Novamente dor.

O ruivo testou novamente, procurando a fonte da dor.

A fonte era seu tornozelo, parecia uma entorse.

Kenshin sentiu-se aliviado de certa forma; ele já teve dores muito piores.

O ruivo tentou se acalmar, lembrando exatamente o que tinha acontecido. Onde estava e o que estava fazendo...

Seu cérebro atordoado começou a enviar-lhe algumas respostas.

* Caverna, resgatar a mãe do garotinho, um outro terremoto, desmoronamento, e Kaoru dono! *

A calma se foi, e ele entrou em pânico, lembrando-se de sua última ação. Acidentalmente Kenshin a chamou para dentro da caverna. Onde era mais provável que sua linda shihandai terminasse esmagada.

"Kaoru!"

Agitado, Kenshin começou a se mover, tornando-se mais consciente do peso em cima de seu corpo.

Kenshin fez uma pausa, com medo de que poderia causar novamente algum tipo de avalanche de rochas que ainda estavam na parte superior da caverna.

Conforme a inteligência começou a ultrapassar o instinto, Kenshin começou a perceber que o peso em cima dele era macio demais para ser uma rocha.

O ruivo sentiu horror puro quando compreendeu sua situação. Puxando-o a si mesmo para sair debaixo desse peso, Kenshin confirmou suas suspeitas.

"Kaoru!"

Ele gritou freneticamente, suas mãos rapidamente percorreram o braço sanguinolento da shihandai para avaliar o pulso dela.

Seu coração quase parou quando Kenshin não pode encontrar a pulsação devido sua fraqueza.

Seus olhos estavam implorando por um ajuste aos novos níveis de escuro e poeira.

Foi então que Kenshin percebeu os cogumelos incandescentes iluminado a caverna. Ele e Kaoru estavam em um espaço pequeno, rodeados por rochas e mais rochas.

Com os olhos ajustado ao escuro, o olhar de Kenshin procurou encontrar a razão pela qual Kaoru estava tão pesada.

Diversas rochas estavam empilhadas em suas costas. As pernas da Shihandai estavam enterradas embaixo de uma pilha de pedras que bloqueavam a entrada da caverna. "Oh meu Deus... Kaoru..."

O registro horrível ainda não tinha terminado. Kenshin descobriu que uma lasca de pedra comprida como uma estalactite estava empalada no ombro de Kaoru.

Pela primeira vez em sua vida Kenshin se sentiu verdadeiramente e absolutamente impotente.

Kenshin percebeu conforme começou a remover as pedras das pernas de Kaoru, que a estalactite estava no lugar exato de onde sua cabeça esteve momentos atrás.

Kaoru tinha salvado sua vida.

Essa mulher incrível. Brava e corajosa tinha salvado sua vida arriscando a própria.

Milhares de pensamentos invadiram sua mente enquanto Kenshin freneticamente levantava as pedras ao longo das pernas de Kaoru.

Um pensamento era predominante.

Kenshin não deixaria Kaoru morrer.

Um som fraco chegou aos seus ouvidos.

Imediatamente Kenshin chicoteou o corpo na direção da dona do som.

"Kaoru!" Kenshin exclamou, em êxtase, pois ela estava acordada.

Como Kenshin saiu da posição, Kaoru ainda estava presa, com seu estômago para baixo, agora sendo pressionada contra o chão com dificuldade para respirar.

Na verdade a respiração superficial de Kaoru eram suspiros lamentáveis.

Ignorando sua própria dor ao fazer isso Kenshin deitou ao lado de Kaoru, ficando cara a cara com ela.

Seus lindos olhos azuis estavam nublados de dor, mas surpreendentemente ela conseguiu esboçar um sorriso ao vê-lo.

"Kenshin."

Apesar da dor e das forças se esvaindo, Kaoru sentiu-se feliz, ela conseguiu. Ela salvou a vida de Kenshin.

O ruivo sorriu e tirou uma mecha de cabelo do rosto ensanguentado dela.

O sorriso então desapareceu e Kenshin ficou muito sério. "Este servo vai tirar você daqui!"

"Ken...shin" Ela estava tão fraca...

"Kaoru dono... Não posso arriscar tirar essa lasca do seu ombro ainda, é a única coisa que está te impedindo de perder muito sangue. No entanto preciso tirar você de bruços, essa posição está dificultando sua respiração não está? " O ruivo perguntou preocupado.

Kaoru assentiu com a cabeça e tossiu, rosto contorcendo de dor.

"Vai ser horrível... Eu realmente quebrei costelas desta vez. Espero que os ossos não tenham perfurado o pulmão" Kaoru disse ofegante enquanto Kenshin levantava as pedras pesadas de suas costas e pernas.

Seu ombro era pura agonia. Ao menos Kaoru estava feliz, pois não podia ver exatamente o que estava causando-lhe a dor, o que os olhos não veem o coração não sente... mas ela tinha uma noção do estrago.

"Gomen" Kenshin se seguida, perguntou. "Tem certeza que os ossos se quebraram?"

Kaoru tentou se levantar um pouco usando seu braço bom, e estabeleceu-se em seu cotovelo livre.

Não fazia diferença, pelo menos ela estava um pouco mais livre.

"Eu ouvi. " Kaoru não obteve uma resposta de Kenshin e esticou o pescoço para ver o que estava errado.

"Kenshin qual é o problema?" Kaoru perguntou tossindo um pouco.

O ruivo olhou para Kaoru com um olhar de grande tristeza brilhando em seus olhos cor de violeta.

"Kaoru dono, suas pernas .." Kenshin parou, como se ele não poderia encontrar palavras para dizer.

A jovem ficou assustada.

"Oh Kenshin as pernas são de menos... Não há nada de errado com elas, realmente não doem nada." Assim que Kaoru disse aquelas palavras veio a perceber que elas não se doíam porque na verdade ela não podia senti-las.

Além do ombro e das costelas, Kaoru não podia sentir qualquer outra dor da cintura para baixo.

Horror absoluto infiltrou-se em sua mente. "Kenshin, eu não consigo sentir minhas pernas!" A voz de Kaoru soou tremula e desesperada.

"Calma... Tenha calma Kaoru dono...Não quer dizer nada!" O tom de Kenshin era calmante, o ruivo nem sabia sequer quais palavras ele estava falando, tudo que ele precisava no momento era mantê-la calma, antes que a situação fugisse ainda mais de controle. A respiração pânico de Kaoru desacelerou um pouco.

No entanto Kenshin queria se sentir tão calmo quanto sua voz e suas palavras.

Conforme Kenshin retirava as pedras de cima dela, foi possível visualizar o hakama de Kaoru. A roupa estava emaranhada até o joelho, revelando suas pernas ensanguentadas.

Estava difícil de ver no escuro, mas uma perna de Kaoru estava torcido num ângulo quase impossível e a outro estava inchada e dificilmente reconhecível como um membro.

Kenshin se virou para Kaoru que havia ficado silenciosa, de repente.

"Kaoru?"

O ruivo perguntou se movendo em direção a parte superior do corpo da shihandai.

Kenshin tomou novamente o pulso da morena, aliviando-se ao encontrar pulsação.

Kaoru deslizou para a inconsciência.

... Agora...

O ruivo fechou os olhos e respirou fundo.

... Ainda bem que ela não está acordada para isso...

...Essa estalactite tem que sair de seu ombro, sem causar uma hemorragia no processo...

O ex hitokiri tirou seu gi magenta e colocou em seu colo.

Ele encontrou a linha de uma das costuras e começou a rasgar o forro branco para usar como ataduras.

Ao terminar, Kenshin sorriu brevemente.

Ele realmente estava feliz que Kaoru não estava acordado para essa parte. A shihandai teria tido um ataque com o que veio a seguir.

Pondo-se de joelhos, Kenshin praticamente montou em cima da morena. Colocando uma mão nas costas dela, e outra por baixo, na base da lasca.

Imediatamente sua mão escorregou com tanto sangue.

Kenshin sentiu que a lança tinha felizmente perdido a clavícula de Kaoru, caso contrario o osso teria espatifado.

Respirando fundo, ele puxou a lasca rapidamente não querendo prolongar o sofrimento.

Kaoru fez um som baixo. Um gemido dolorido, mas permaneceu inconsciente.

Ele imediatamente empurrou várias ataduras improvisadas sobre a ferida parando o fluxo de sangue tão rapidamente quanto podia.

Alcançando algumas tiras longas de pano que ele havia rasgado, Kenshin levantou Kaoru do chão, para deslizar as tiras em torno de seu peito. Feito isso o ruivo amarrou as ataduras com firmeza no lugar.

Kenshin passou as pernas de Kaoru para o lado, e deslizou as mãos sob sua cintura da morena, a puxando para cima, o mais suavemente possível, virando-a de costas.

O ruivo se arrastou para a parede mais próxima da caverna, trazendo Kaoru junto para deita-la entre suas pernas.

O longo cabelo de Kaoru, ensanguentado, espalhou-se contra seu peito.

Ele podia ouvi-la começar a tremer e percebeu que estava ficando bastante frio na caverna.

Alcançando para os restos de seu gi, Kenshin puxou-o sobre ambos.

...Por favor, Deus, que não aconteça mais nenhum terremoto...

O casal provavelmente não sobreviveria a um novo abalo.

Ele passou os braços em torno de Kaoru, esperando que o calor de seu corpo começasse a aquecê-la.

Kenshin inclinou sua cabeça contra a pedra lisa; e começou a perceber o quão cansado e sonolento ele estava ficando.

...Deve ser o ferimento na cabeça...

O ruivo raciocinou cautelosamente enquanto sentia o peso em cima de suas pálpebras se tornando muito insistente. Ele tentou lutar contra isso, mas percebeu que era inútil.

Seu corpo estava determinado a fazê-lo dormir um pouco se ele fora. Segurando seu pacote precioso um pouco mais apertado, Kenshin cedeu às demandas de seu corpo. Antes de cair no sono Kenshin só podia rezar para que a ajuda estivesse mesmo a caminho.

^^x

"Que merda! Qual delas?" Sanosuke exclamou olhando para todos os caminhos que levavam as cavernas.

Ele se virou e fez um gesto para o resto da equipe de resgate, devagar e atrapalhada demais, descer o morro.

"Isso não é uma festa", Sano resmungou para si mesmo a respeito dos voluntários que estavam mais curiosos do que qualquer coisa.

Tae correu para a clínica dizendo-lhes que Kenshin e Kaoru tinham ido para a floresta para socorrer uma mulher presa em uma caverna.

Sanosuke sabia que não era realmente a sua ajuda que a mulher soterrada precisava, mas sim da doutora Megumi, já que provavelmente Kenshin já a tinha tirado dos escombros.

Mas Sano não podia deixar Megumi vir até aqui sozinha, e também não ia ficar longe da ação.

Yahiko, que estava se perguntando o que estava mantendo Kaoru e Kenshin tanto tempo fora de casa, encontrou Sano e Megumi no caminho que os levava para fora da cidade.

Os três estavam na trilha da mata recém limpa pela espada Kenshin quando o grande terremoto os atingiu.

Com exceção de alguns arranhões e contusões ninguém se machucou seriamente. Não demorou muito tempo para que os amigos chegassem a uma mesma conclusão.

Se o pequeno tremor que de manhã tinha causado um deslizamento de rochas nas cavernas, o que esse tinha feito, e pior, com Kaoru e Kenshin estado lá dentro?

Rapidamente, Sano não perdeu tempo e correu, mesmo com inclinação na colina que dava acesso as cavernas.

O ex lutador olhou para trás; Yahiko estava ajudando Megumi descer a encosta. As outras pessoas que vinham para ajudar no resgate estavam muito longe.

Sano praticamente pulou para a pequena clareira e ficando frente a frente com a entrada da caverna.

Nem Kaoru de Kenshin estavam fora.

O que provavelmente significava que eles estavam dentro de uma das cavernas. O problema agora era qual delas? Existiam sete aberturas, algumas pequenas e outras grandes.

A maior delas tinha uma enorme rocha impedindo a entrada.

...Não deve ser essa! Não tem como passar por aí...

Os olhos de Sanosuke de repente capturaram algo.

Prensado contra uma rocha clara existia um tufo de fios escuros. Eram fios de cabelo negros, longos e ensanguentados.

Sano se ajoelhou e puxou o tufo de cabelo com as mãos.

Imediatamente o ex lutador reconheceu a cor de cabelo.

...Jou chan?! Ela deve ter caído na hora do tremor e seu cabelo pode ter ficado preso nas rochas , por isso, quando ela se levantou ...

Sanosuke olhou para as cavernas mais próximas de maneira meticulosa, não existia outra pista sobre o paradeiro de seus amigos.

Sano se levantou, Yahiko e Megumi finalmente chegaram ao seu lado.

"Onde eles estão?" Yahiko perguntou, seus grandes olhos castanhos arregalados de preocupação.

Megumi assentiu silenciosamente, a mesma pergunta em seu olhar.

Sano, empalidecido, acenou com a cabeça na direção da entrada da grande caverna e das pedras recém-deslocadas.

"Você quer dizer sob isso?" Yahiko perguntou com a voz abalada.

"Esperamos que eles estejam atrás disso, não embaixo disso." Sano assentiu vigorosamente, expondo o tufo de cabelo que havia encontrado.

Megumi pegou algo na mão e examinou.

"Esse cabelo é da Kaoru." Megumi entendeu o olhar desesperado de Sanosuke.

O lutador já tinha começado a puxar as rochas, e joga-las para longe da pilha.

Megumi virou-se para Yahiko e exclamou com seriedade.

"Yahiko, nós vamos precisar de muito mais ajuda! Volte o mais rápido que puder para o centro da cidade! Converse com Doutor Gensai conte o que aconteceu aqui e ele vai lhe dar os suprimentos necessários. Eu não sei o quão ruim foram os danos à cidade. Provavelmente as pessoas vão estar ocupadas com seus próprios problemas mas você precisa tentar trazer mais gente pra cá. Entendeu?"

O garoto balançou a cabeça positivamente e voltou para o mesmo caminho que eles tinham vindo. Encontrando os rapazes que se ofereceram para ajudar no primeiro resgate. "Rápido... Ajudem o Sano!" O garoto disse.

Megumi observou Yahiko, antes de se virar para a entrada da caverna e começar a ajudar Sano com as pedras.

A médica tinha um grande respeito para com o menino. Com certeza Yahiko conseguiria a melhor ajuda que pudesse obter. Apesar da pouca idade, e se comportar como um garoto mal criado, Yahiko faria de tudo para salvar Kaoru e Kenshin.

Ela só esperava que isso fosse suficiente.

Se ao menos Megumi soubesse que ela e Sanosuke estavam cavando a entrada errada.

E que o tempo lá dentro da caverna estava se esgotando para Kenshin e Kaoru.


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Notas finais do capítulo

^^Xcontinua



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