Rosa e amarelo escrita por Sauara
Notas iniciais do capítulo
Capitulo novo o/
Caminhamos pela cidade, voltamos para escola e paramos em frente ao portão, que estava fechado.
— Você sabe voltar para casa daqui?
Olhei para trás. Vejo as ruas iluminadas pelos postes e tento me lembrar em que rua eu deveria ir para chegar a estação.
— Sei... - Digo pouco confiante.
— Então até amanha. - Ele diz sorrindo.
— Até. - Respondo.
Seguro a alça da minha bolsa com força e decido entrar em uma rua mais próxima de onde eu estava. Ando calmamente, mas sem reconhecer nada. O silêncio se torna assustador e começo a me preocupar com o fato de que estou perdida, a rua termina e viro a esquerda. Nada da estação.
Escuto um barulho e me volto para trás, vejo um gato saindo de uma lata de lixo e em seguida pulando no chão, ele olha para mim e penso: "calma, é só um gatinho". Porém pensar dessa forma não me ajuda em nada, continuo nervosa e com medo. "Por que eu fui dizer que sabia?".
Então escuto outro som, parecido com o primeiro, e me mantenho no percurso, já que deve ser aquele gato de novo. E como já esperava o som parou, mas um frio percorreu minha espinha quando alguém pôs a mão no meu ombro. Não consegui dar mais nenhum passo, fiquei paralisada de medo, essa pessoa fez com que eu me virasse em sua direção.
— O que uma jovem faz na rua até tão tarde? - O homem me pergunta e em seguida seus lábios formam sorriso frio e irônico.
Tento sair de perto dele, mas ele segura meu pulso, assim como Len faz, só que eu preferia quinhentas vezes que fosse ele.
— O que foi, Luka. Está com medo? - Ele pergunta.
Não respondo. Puxo meu braço, mas ele segura firmemente, começo a me desesperar.
— Calma Luka. - Ele diz.
— Seu desgraçado! Me solta. - Falo elevando o tom de voz.
— Você não devia falar assim. - Ele diz, me puxa pelo braço para mais perto dele e levanta a mão para tocar no meu rosto.
Fecho os olhos e sinto ele soltando meu pulso bruscamente, como impulso abro os olhos, vejo ele jogado no chão e ao seu lado, em pé, Len, com os cabelos no rosto. O cara tenta se levantar e o puxa para o chão, Len cai ao seu lado. O homem fica por cima dele e começa a esmurar seu rosto, minha raiva supera o limite, jogo a bolsa no chão e corro para cima deles.
Derrubo o cara de cima do Len e seguro firmemente sua cabeça pelos cabelos, bato a cabeça dele no chão uma vez e ele me empurra para as latas de lixo. Elas caem, tampadas, por cima de mim, com exceção de uma, que era aonde o gato havia estado. Me apoio com o antebraço e arrisco levantar, mas sem efeito, o cara chega perto de mim com uma faca a mostra, Len pula em cima dele. Só penso em como meti o Len nisso e que a culpa é minha. Absolutamente minha.
Eles começam a se esmurrar, o homem segura a faca na mão direita e tenta com todas as forçar golpear a bariga ou o rosto do seu oponente. Por sorte ele consegue desviar. Me levanto, mas nessa hora ele consegue acertar o braço de Len, mesmo com o braço machucado ele continua e não parece querer desistir.
Len pega a faca da mão dele e joga para o lado, me apresso e a recolho, ele continua batendo no rosto dele e em seguida se levanta. O cara parece estar inconsciente ou talvez morto, não sei dizer. Pego minha bolsa e saímos de lá correndo. Jogo a faca em uma lixeira longe de onde estávamos e juntos nos dirigimos a estação.
Sentamos num banco de madeira e esperamos pelo trem. Só então, com a boa iluminação da estação é que pude ver os ferimentos dele, eram muitos, principalmente no rosto e quando mais eu reparava neles mais me sentia culpada.
— Me desculpe. - Digo.
— Pelo que? - Ele pergunta.
— Como pelo que!? A culpa é minha por você ter se envolvido e estar assim. - Digo e no fim olho para o seu braço e vejo o sangue escorrendo. - Desculpa. - Sussurro.
— Luka. - Ele começa. - Nunca mais minta para mim.
— Mentir para.... ah. - Digo e então me lembro do "Você sabe voltar para casa daqui?". - Desculpa.
— Prometa. - Ele continua como se eu não o tivesse interrompido.
— Por que? - Questiono.
— Se eu não tivesse desconfiado e seguido você, provavelmente teria te perdido. - Ele diz de uma forma que me doí e acho que a ele também.
— Me perder? Isso não vai acontecer, eu não vou a lugar nenhum. - Digo e sorrio.
Ele não corresponde ao meu sorriso, pelo contrario, parece mais sério que antes e até seu olhar mudou, não é mais aquele receptivo, é um olhar assustado e triste. Ele me envolve em seus braços e percebo que está tremendo, talvez de medo. E então sussurra em meu ouvido suavemente:
— Quase perdi você... - E em seguida me abraça mais forte, faço o mesmo.
— Len, vou ficar do seu lado, não se preocupe, você não vai me perder, nunca. - Digo tentando acalma-lo e dando enfase no "nunca".
— Acho bom. - Ele lentamente me solta do abraço, segura meu rosto entre suas mãos, me olha um pouco, se inclina e me beija. Seus lábios estão frios, mas o beijo é aquecedor e aconchegante. Fico totalmente sem reação, por fim fecho os olhos e é o máximo que faço. Depois de uns segundos ele fasta e diz: - Luka, eu sempre vou proteger você.
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Espero que tenham gostado.
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E obrigada por acompanharem.