Recomeços escrita por Vi Salvatore Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2 - ''Apenas a dois meses atrás''


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos que comentaram ;)) Espero que gostem, vamos conhecer um pouco da história de Edward.



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Estou em Nova Jérsei faz exatamente meia hora, e mesmo estando presa em um trânsito – que eu sinceramente nem imaginava que podia ser tão ruim – com um motorista mal humorado, é incrível. Estar aqui quase me faz esquecer os motivos pelos quais eu não queria vir, mas ao mesmo tempo, com meu péssimo senso de direção, me vejo perdida no meio de toda essa multidão ou então atropelada em algumas das imensas avenidas. Tento manter imagens como essas fora de minha mente e me focar em todos os lugares incríveis que posso conhecer e o leque de oportunidades que se abrirá para mim.

Quando enfim conseguimos parar em frente ao prédio de Emett, respiro aliviada. O trânsito é realmente infernal. Eu conheço o lugar, já que Emett me mandou mais de um milhão de fotos quando se mudou para cá, mas é emocionante vê-lo pessoalmente. Por um momento penso que o taxista irá nos ajudar com as malas, ou quem sabe abrir a porta? Não. Não ganhamos na verdade nem mesmo um sorriso. Repreendo-me por esperar coisas assim, até mesmo em Forks, onde todos se conheciam, era raro.

– E ai, pronta? – Emett sorri e eu assinto eufórica. Depois do mar de tristezas dos últimos dias é bom poder respirar um pouco.

Entramos e apesar de eu já ter visto todos os detalhes por fotos, tudo parece novidade. O lugar é lindo apesar de pequeno e muito bem decorado, segundo Emett um presente de Esme Cullen. É impossível não reconhecer o quanto essa família é generosa com Emett e me pergunto o que ele fez para conquistar o carinho de todos.

– Seja bem vinda – Emett sorri, aparentando uma criança mostrando seu brinquedo novo.

O lugar tem um cômodo gigantesco que é uma mistura de sala e quarto, há o banheiro que pode ser resumido em duas palavras: básico e masculino. Tomo uma nota mental sobre mudar isso em breve. Há também outro cômodo que Emett usa para trabalhar mas que se transformará em meu quarto, ‘’muito em breve’’ segundo ele. Não me sinto a vontade diante disso, por mim eu viveria tranquilamente no sofá-cama.

– Você pode ficar no meu quarto até resolvermos isso. – Reviro os olhos.

– Nós já falamos sobre isso, eu fico no sofá. Eu não sou de vidro, não vou quebrar.

– Você falou e só falou bobagem. Eu fico no sofá, vamos Bels...

– Emett, você nem cabe nesse sofá! – Ele me olha com cara feia e bufa, pega seu casaco e me estende o meu.

– Aonde nós vamos?

– Resolver isso.

************

Algumas horas depois meu ‘’quarto’’ está pronto. Tenho uma cama que é exageradamente grande para alguém como eu, uma cômoda – onde coloquei minhas roupas – e uma arara. Na parede oposta está o pequeno escritório de Emett, com uma mesa, um computador e diversas outras coisas que eu mal consigo nomear.

É incrível e mesmo estando aqui em menos de vinte e quatro horas, me sinto em casa. Trouxe de casa apenas aquilo que achei realmente necessário e dentro de uma caixa coloquei meus maiores tesouros: meu caderno de desenho, minha primeira máquina fotográfica e todas as minhas várias fotografias.

Sou uma garota simples, eu diria. Não tenho grandes paixões, na verdade á apenas duas coisas que não dispenso em minha vida: desenhos e a fotografia.

Me apaixonei pela fotografia quando tinha seis anos graças a minha vizinha e babá – Anastácia - que trabalhava com aquilo. Ela tirava e revelava fotos e eu achava o processo incrível, quase mágico. Mas, quando foi minha vez – aos oito anos, as coisas deram muito erradas e Ana preferiu me dar uma câmera naquele natal. Foi um dos melhores presentes e desde então a paixão só cresceu.

Gosto de acreditar que tiro fotos verdadeiramente boas – apesar de ser apenas uma paixão - já que Ana realmente se esforçou para me ensinar tudo que sabia. Tenho fotografias de todos aqueles que amo e de momentos que achei merecedores de uma fotografia.

Tenho fotos de Charlie enquanto comemorava o jogo ganho ou durante uma pesca com os amigos, eram momentos em que ele estava sendo realmente ele e estava tão feliz. Meu coração aperta com a saudade e espero que ele se orgulhe de mim, onde quer que esteja. Também tenho fotos de Jacob, tomando sorvete quando era só um menino ou então pulando dos penhascos com os outros Quileut – sim, isso é um esporte na aldeia – ou então brincando e dançando com as crianças. Há Emett também, no meio de alguns jogos ou então – uma das minhas preferidas – na quermesse da cidade no meio de uma competição para ver quem conseguia comer o maior sanduíche. É uma foto que sempre me faz rir e o caracteriza tão bem. Tenho fotos de desconhecidos também, de idosos, crianças ou um casal de namorados. Parecem fotos clichês mas para mim tem um significado especial.

Acredito que através da fotografia – se soubermos capturar o momento certo – podemos realmente conhecer a alma de alguém, basta saber olhar. Trago comigo também a câmera que Charlie me deu no meu aniversário de onze anos, Renée ficou maluca: ‘’precisamos desse dinheiro para comer, Charlie. Pare de alimentar as fantasias de um pirralha mimada’’. Pirralha ou não esse foi meu melhor presente de todos os tempos e eu nunca estive tão feliz por meu pai ter me defendido.

Emett entra em meu quarto e se senta ao meu lado, observando as fotografias uma a uma.

– Não tem nenhuma sua. – Sorrio.

– Essa não é a alma do negócio, não posso posar para uma foto, ela precisa ser tirada espontaneamente.

Emett revira os olhos.

– Você merece ser fotografada, é linda.

Não me considero ‘’linda’’ e tampouco feia. Sou muito parecida com Renée na verdade – pelo menos esteticamente. Os cabelos ondulados ruivos e os olhos verdes musgo. Olho para Emett que está mexendo seus dedos sem parar e como o conheço há dezoito anos, sei que está nervoso.

– Desembucha.

– Odeio que você me conheça tão bem. É o seguinte: Edward está na casa de seus pais, avós de Tony, Esme e Carlisle Cullen. Alice – sua irmã – também está lá e todos querem te conhecer. Alice mora com Edward e é a pessoa preferida de Anthony.

Minha barriga contrai-se em nervosismo mas sei que mais hora ou menos hora terei que enfrenta-los. Sei também que é certo que os principais interessados em Anthony queiram me conhecer, já que irei passar um bom tempo com ele.

– Eles são ótimos, Bels.

– Ok, vamos. – Digo e me levanto. – O que você acha da minha roupa? – Nunca conheci pessoas ricas como os Cullen e tão influentes.

– Está ótima. – Estou com uma calça preta, uma sapatilha azul escura e um sobretudo da mesma cor. Estou apresentável mas ainda assim assustada.

******

Estamos presos no trânsito e peço para Emett um resumo da família que encontrarei em pouco tempo.

– Carlisle é um homem sério mas tem um ótimo coração, é uma das pessoas mais integras que já conheci. Esme é um doce, a considero como a mãe que nunca tive, na verdade. Ela já conhece muito de você, através de mim. – Repreendo Emett com o olhar.

– Você é minha irmã caçula, como eu poderia não falar de você. – Ele diz e meu coração amolece. – Ela já te adora.

– E quanto a Alice, a irmã que mora na casa?

– Alice é um ano e meio mais nova que Edward. Resumidamente ela é baixinha, se veste muito bem e parece um cão raivoso quando se trata daqueles que ama, principalmente Anthony. – Estremeço, pensando em como a tal Alice provavelmente vai me odiar. Emett percebe e segura minha mão. – Relaxe Bels, ela mais late do que morde, depois que te conhecer melhor vai querer ser sua melhor amiga.

– E quanto ao Edward? – Estamos novamente parados e Emett volta a me encarar. – Como vocês se conheceram mesmo?

– Conheci Edward logo que cheguei na faculdade, ele era um ano mais velho mas um de meus amigos do time é seu primo. Na época Edward já namorava Tânia a um ano e pouco, inclusive os dois já moravam juntos. Ele sempre foi apaixonado pela vaca loira, Bels. Já chegou até a ficar sem falar com Alice por causa dela e dos apelidos que ela inventava. – Emett sorri com a lembrança. – Ninguém gostava dela, mas ele a amava demais, ela era o eixo de seu mundo. No fim do primeiro semestre já éramos melhores amigos e quando ela descobriu a gravidez, já com dois meses, fui o primeiro a saber. Foi um inferno e eu prefiro não falar sobre isso, mas no fim eles venderam o apê e foram morar com a família de Edward, a gravides era difícil e Tony nasceu prematuro, no início do ano. Tony era o mundo para Edward e os Cullen, mas era um fardo para Tânia, que foi obrigada a deixar a faculdade e morar com a família de Edward, com quem ela nunca se deu bem. Eles seguiram da melhor maneira que puderam e um ano depois foram pra própria casa, um presente de Carlisle. Edward acreditava que aquilo melhoraria o relacionamento dele com Tânia mas principalmente o dela com o bebê, mas tudo só piorou. Hoje eles desconfiam que Tânia maltratava Tony. – Um arrepio percorre meu corpo e dentro de mim nasce uma completa aversão a essa mulher. – Todos estavam contra a loira, menos Edward, ele não podia acreditar que uma mãe faria isso com o próprio filho.

‘’Edward e a família descobriram os problemas de Tony, mas não a origem e novamente todos os olhares voltaram-se para Tânia, ela passava todos os dias com o garoto, todo o tempo – até porque Edward trabalhava o dobro para pagar suas próprias contas. Nessa época até mesmo Edward acordou e foi quando começou a se fechar, parecia que sua única alegria era Anthony, entende? Foi uma época horrível e longa, de uma maneira que eu nem posso começar a explicar... Até que a dois meses atrás, Tânia simplesmente sumiu e sinceramente ninguém se preocupou em ir atrás, foi quando Alice foi morar com Edward. No início era pra ser só durante um mês, já que ela estava de férias, mas desde então se passou mais um e eles ainda não conseguiram encontrar ninguém, até agora’’

Dois meses, é pouco tempo. Com certeza a ferida ainda está aberta e penso em como Edward deve estar agora.

– E o Edward, como se sente com tudo isso?

– Ele mudou muito Bels. – E pelo seu tom de voz, sei que Emett se chateia com isso. – mas não é de agora, faz um cinco meses que ele simplesmente se fechou para tudo e agora só piorou. Às vezes vejo alguns vislumbres e sei que o velho Edward está lá, sorrateado de problemas e tristeza.

Assim como a aversão por Tânia, compaixão cresce por Edward e seu filho de apenas três anos.

– Ele não é ruim, Bella. É apenas... Intocável. Lembre-se que seu trabalho ali é Anthony e muito provavelmente seu único contato será com Alice, Edward é... uma pessoa difícil, por assim dizer.

Suspiro e concordo, prometendo a mim mesma que farei o melhor possível dentro daquilo que me compete.

– Estamos chegando, pronta? - Emett diz e faço o meu melhor pra sorrir.

– Vamos conhecer os Cullen!


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Notas finais do capítulo

E então? Durante a fic conheceremos um pouco mais a fundo sobre a família Cullen e tudo que aconteceu com Edward, esse ''resumo'' é pra vocês conseguirem entender o porque de Edward ser como é, e ai, prontas para conhecê-lo? No próximo capítulo!!

Obs: Sobre o loft do Emett, foi a melhor imagem que encontrei para caracteriza-lo :)

Beijoss, até o próximo :*