Cold Wild

  "Irei até o fim para salvar, o amor."

Meu coração era de Rogers mas minha alma era de assasina, então eu tinha que raciocinar como tal. Fitei a cadeira de Steve. Calculei, especulhei. E concluir, ninguém saíria daqui em bom estado, fisicamente.

—Foi uma péssima escolha — susurrei, ouvir passos se aproximando. 

—Não acho que foi uma péssima escolha — disse Banner e se posicionou no meu lado e arredou com dificuldades a cadeira em que eu estava sendo mantida presa.

—O quê? — fiquei estática, não conseguia nem piscar.

Eu não queria estar certa, não queria mesmo. Mas sabia por que mantinham Steve preso em uma espécie de placa na parede, seus braços presos em algemas, tiraram a parte de cima do seu uniforme, deixando apenas a de baixo. O semblante de Rogers era reflexivo, como sempre. Eu sorrir, o peitoral ainda belo, me lembrou coisas explícitas.

—Não me diga que vai… — zombei, tentando perpassar calma — Arrancar a calça de Steve?

—pense o que quiser, tenho nojo de ver ele assim.

Ouvir uma risada de Rogers.

Uma mulher trouxe uma mesinha, alta, com rodinhas, sobre ela há muitas facas de diferentes tamanhos e formatos. Rogers não saíria daqui tão vivo. E isso não era bom. E medo, um sentimento que jamais senti, percorreu meu corpo. Steve, me entre olhou dado um sinal que qualquer coisa que acontecesse a ele, eu não deveria me descontrolar.

A mulher saiu, e Banner disse:

—Bem, o que vai ser hoje? — seu olhar determinante e irritante não me desequilibrou— corte pequeno, um furo, cortes nesse lindo rosto?

—Vai se ferrar — xinguei, cuspir em seu rosto. 

—Perfuração.

Voltou-se para Steve, pegou uma das facas da mesa, uma lâmina bem grande e afiada, andou até Rogers. Passou a faca pelo braço esquerdo, e um corte foi feito. E no outro braço, parou a faca e afincou no mesmo. Rogers gritou, violentamente, mas Banner não, sequer, parou. Fez cortes no rosto de Steve, do peito até o abdômen. A gritaria não parou. 

E eu não poderia fazer nada, Rogers sabe o quanto eu sou forte, tenho que ser.

A tortura continuou, imensamente brusca, ao terminar Banner gargalhou alto, foi rindo até a saída. 

Meu olhar cruzou com o do Steve. Lesionado, cada parte do seu corpo sangrava.

—me desculpe… — pedi, e uma lágrima solitária tornou-se a cair no meu rosto—eu…deveria ter evitado o Banner.

Tentei sair daquela cadeira, mas era impossível.

—vai…ficar tudo bem — ele suspirou—Romanoff, amo você, e não há nada que possa acabar com isso. Entendeu?

Acenti. O sangue pigou no chão, meu plano teria que funcionar, e rápido. Banner voltou.

—Tenho uma proposta pra você Romanoff — começou, alongou o braço —deixe Steve ir, mas você tem que ficar.

—Natasha, não escute…ele — pediu Rogers, a dor dele era imensa.

—deixarei você pensar — andou até a saída, levou consigo a mesinha— amanhã eu volto.

E saiu. 

Longos minutos de silencio. Até eu quebrar-lo.

—Rogers?

Ele se centralizou em não mostrar que sentia dor.

—eu estou…bem

—não aparenta estar bem

—Ele pode fazer o que quiser comigo, com tanto que você e nosso bebê estejam bem…

—Não preciso que me proteja

—mas nossa filha sim, vocês precisan de mim, e eu preciso de vocês.

Fechei meus olhos, segurando as lágrimas para não cair nos joguinhos de tortura de Banner.

—só…não feche os olhos — pedi, suplicante.

O olhei outra vez, e lá estava o sorriso estampado no seu rosto.

—me mantenha…acordado.

É, nós iamos ser livres outra vez, e será em grande estilo.