Never Alone escrita por Arizona


Capítulo 10
Lhe dando com as consequências


Notas iniciais do capítulo

Oi gente.

Capitulo novo.

Divirtam-se :) Beijos!



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Parecia que eu tinha cinco anos novamente. Quando cheguei em casa minha mãe conferiu cada sentimento do meu corpo, sem contar nos beijos alvoroçados que ela pôs na minha cabeça.

Depois de quase duas semanas na Europa, eu estava de volta a Illéa, mas trazendo comigo uma surpresa inesperada. América ainda estava morta de vergonha na entrada do castelo, ela não sabia o que fazer diante dos meus pais. Pediu para que eu fosse na frente preparar o terreno para ela e Alice.

Mas eu também não sabia como isso iria proceder. Respirei fundo e entrei. Minha mãe já veio correndo me abraçar, eu também estava morrendo de saudades dela. Clarkson veio logo em seguida, pôs as mãos para trás, e apenas observou esperando que eu dissesse algo.

— Eu a encontrei mãe, ela está aqui. – digo com um sorriso no rosto.

— Ah, meu filho. E onde ela está?

— Bom, ficou com vergonha da senhora. – a minha mãe riu-se.

— Ora, diga para deixar de besteira. Vá busca-la, vamos.

Obedeci indo atrás de América que arrumava a saia de Alice. Ela não só estava insegura consigo mesma, mas com nossa filha, não sabia como reagiriam com ela, no entanto eu não permitiria que nem uma das duas fossem magoadas.

Dei um beijo no rosto dela e lhe estendi o braço. América segurou com firmeza, com Alice em seus calcanhares. Pude senti-la tremula de nervosa ao meu lado, mesmo assim, manteve o sorriso gentil para minha mãe.

A doce rainha Amberly acolheu minha América em seus braços com grande alegria. Beijo-lhe as mãos e a chamou de filha. Pronto, América estava em casa novamente. Minha mãe tinha a certeza de que ela poderia me fazer feliz, que eu voltaria a viver novamente tendo ela comigo.

Meu pai não sorriu, continuou parado no canto, olhando nosso movimentos. Manteve o recato que havia apreendido a muito tempo a manter.

— Quem estar ali na porta? – meu pai perguntou esticando o pescoço.

Pensei que fosse algum guarda, no entanto quando olhei para trás não vi minha filha. Levantei os olhos até a porte e a vi espiando os adultos. Alice estava abraçada ao seu inseparável coelhinho de pelúcia, seu olhinhos curiosos se perdiam na imensidão do palácio.

Era tudo novo para ela. Já havia estado em uma casto, mas a diferença era óbvia. Na Itália era uma castelo, em Illéa é um palácio.

— Alice, vem até aqui. – a chamei e ela negou com a cabeça.

América fez menção de pega-la, mas eu tomei sua frente. Cheguei perto da porte, deixando uma certa distância para que ela tivesse coragem de vim até mim. Me agachei na sua altura e lhe estendo os braços para que viesse.

— Está tudo bem, querida. Papai está aqui.

Com cuidado, ela se aproximou subindo em meu colo. A carreguei de volta para onde minha mãe e América estavam com ela escondendo o rosto no meu ombro. Mamãe estava com os olhos cheios d’água, ela sabia que Alice era minha, estava muito evidente nos olhos a quem ela pertencia.

— Meu amor, essa é a sua vovó Amberly. – América tentou faze-la tirar o rosto de onde estava, mas não conseguiu.

Insistimos mais algumas vezes, porém ela estava muito envergonhada com a mulher estranha que era sua avó. Meu pai se aproximou devagar, ficando perto da minha mãe, ele estava com uma expressão diferente no rosto, ele estava...estava...sorrindo.

— Alice? – a voz do meu pai a fez levantar pela primeira vez o rosto – Oi docinho, eu sou seu vovô Clarkson.

— Vovô? – ele confirmou com a cabeça – Eu nunca tive um vovô.

— Mas agora você tem. Você tem um avô até o fim dos meus dias.

Foi a primeira vez que vi meu pai chorar.

Ele não se conteve, tirou Alice dos meus braços, abraçando minha filha com força, sendo abraçado de volta. Eu estava totalmente paralisado, minha mãe chorava de uma lado, América de outro, e eu quase caindo de surpreso.

Ele soluçava de tanto chorar, cobrindo Alice de beijos. Abriu os olhos e pronunciou baixinho um “obrigado meu filho”. Era uma ato de redenção, um ato de perdão e de ser perdoado. Ele estava construindo o amor pela neta que nunca teve com o filho.

Depois ele também abraço América, lhe pedindo desculpas por todo o que já a tinha feito. Meus pais passaram alguns minutos paparicando a neta enquanto América e eu subimos para descansar.

Era um sentimento novo e inesperado para eles, então achamos melhor deixá-los cuidando dela sozinhos.

Quando chegamos ao quarto, nossas malas já estão lá. – os criados foram rápidos dessa vez – Tiro o blazer me jogando na imensa cama de casal que não ficará mais tão vazia, esperando América se livrar dos seus sapatos e se unir a mim.

— Mais tarde vou pedir uma reunião com o conselho. – eu explico – Temos que contar sobre vocês duas.

Ela permanece quieta ao meu lado, olhando para o teto. Detesto quando ela entra nesse “estado de reflexão”, simplesmente pelo motivo de saber que América se auto critica em situações como essa. Ela acha que todos são melhores que ela, que não vai ser aceita. Isso me angustia.

Ela não deve nada a ninguém, eu sou o único capaz de julgá-la, e eu digo que América Singer é mais do que perfeito no que quer que se aplique a fazer, quanto mais ser rainha.

— Ei, amor? – digo fazendo-a se virar para mim – Não fique com medo, eu estarei com você.

— Não é isso Maxon, é que... ah, eu não sei direito. O luto da Kriss é ainda tão recente, vamos esperar alguns meses. Olha, vamos fazer assim: - ela ficou de joelhos na cama para falar, uma pequena ruga crescera na sua testa, ela estava preocupada – Eu volto para minha casa em Carolina com a Alice...

— América eu não quero isso! – eu levanto praticamente gritando – Será que você não entende? Eu não vou permitir que vocês duas fiquem longe de mim.

— Maxon, me deixa terminar.

— Não! Eu não deixo nem você começar se for para ter esse papo. Você vai ser minha esposa, eu vou casar com você, vou te fazer minha rainha, vai se sentar ao meu lado pelo resto da sua vida, e se alguém achar ruim que se foda! Eu não estou nem aí.

Corri para a sacada do quarto subindo no parapeito e comecei a gritar:

— Foda-se! Foda-se! Foda-se quem falar mal da minha mulher! Foda-se! Foda-se muito!

— Maxon, quer para com isso polo amor de Deus?! E desce logo daí, nós estamos no 3º andar seu maluco.

Desci do parapeito para receber em seguida tapas estalados no meu braço, não só por estar gritando palavrões para seja lá quem for, mas também por ter ficado uns 20 metros do chão sem nada para me amparar.

Antes que ela começasse a me socar, segurei suas mãos e prensei contra meu corpo, quase encostando nossas bocas.

— Me promete que nunca mais vai fazer isso? – minha voz saiu como um sussurro – Que nunca mais vai ficar longe de mim?

— Prometo, nunca mais.

A joguei sobre os ombros entrando de volta para o quarto. América gargalhou feito uma louca por isso. A joguei na nossa cama, subindo em cima dela logo em seguida.

Passamos o reto da manhã entre lenções, nos amando, fazendo juras e promessas no meio dos beijos, do amor que transbordava em nosso corpos.

Pela tarde, todos os meus Conselheiros e Ministros estavam na sala de reuniões, meus pais também estavam, com Alice nos braços. Não retirei meu braços da cintura de América nem por um segundo, ignorando os olhares surpresos, algumas vezes até perversos para ela.

Quando todos estavam devidamente em seus lugares, expliquei tudo o que havia acontecido desde o nosso último encontro. Pedi a eles o paio e a compressão de todos, e logo América seria coroada rainha.

A salva de palmas no final foi surpresa até para mim. Todos fizeram uma fila para cumprimentar a futura rainha, nunca vi meus Ministros sorrirem tanto na presença de alguém. Até mesmo Octo, um Conselheiro baixinho, já senhor de idade embora fosse roliços, ficou com as bochechas vermelhas ao pegar nas mãos de América para beija-las.

Geórgia e August nos abraçaram genuinamente, estavam felizes por nós dois e felizes por termos Alice. Minha filha chama atenção só por estar ali. A doce e viva prova do meu amor por América.

— Quero eles como um dos nossos padrinhos de casamento. – América disse no meu ouvido quando a maioria se retirou.

— Um dos nossos paradinhos? – questionei meio confuso.

— Sim! Nicolleta me mataria se ela e Lorenzo também não fossem, e eu também quero Marlee e Celeste como madrinhas.

— Celeste, eu quase tinha me esquecido dessa maluca. – eu ri comigo mesmo, aí uma ideia passou pela minha cabeça – Você deve sentir muita falta delas, né meu amor?

— Depois das minhas irmãs e da Nica, elas foram as única amigas que tive. – respondeu com um suspiro cansado.

— E o que você acha de convidarmos elas para passar uma tarde conosco?

— Ahh! Serio querido?

— Claro! Tenho certeza de que elas também devem estar morrendo se saudades, e querendo conhecer Alice. Mas, oh? Temos que manter vocês em segredo até que eu faça o discurso.

— Não se preocupe, aquelas duas são túmulos. – ela me assegurou de dedos cruzados.

— Oh, sim! Tenho outra coisa para te mostrar.

Levei América até o nosso quarto novamente, abrir a porta e a deixei entrar. Ela não estava entendendo nada, mas não perguntou o que era. Fechei a porta com ela dentro, e logo ouvi do corredor os gritos histéricos delas.

Anne, Mary e Lucy a esperavam lá dentro.

No domingo convidamos Celeste e Marlee para passarem a tarde no palácio. As duas quase infartaram quando viram América, o que me fez cai na gargalhada. Marlee veio acompanhada de Carter, trazendo o pequeno Kyle com eles, poucos meses mais novo que Alice.

Os dois pareceram se entender na mesma hora, começaram a correr pelo jardim dando uma canseira no meu pai que ficou como “babá” das crianças.

Celeste tem um namorado, mas como pedimos que viesse desacompanhada – para evitar fofocas – ele não veio. Ouvi um verdadeiro sermão dela me dizendo que nunca mais vou magoar sua amiga ou então posso dizer adeus ao meu amiguinho.

Outra vez minhas partes intimas foram ameaçadas.

Ficamos todos juntos sobre as toalhas na grama, um momento que nunca me foi permitido antes. Fiquei deitado no colo de América com ela massageando meus cabelos enquanto canta, admirando suas belas feições.

Alice deitou-se nos meus braços, compartilhando comigo a voz da mãe. Então eu estava completo.

100,1% preenchido.

Eu estava feliz, com quem me faz feliz.


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