Sob um olhar mais Severo escrita por Céu Costa


Capítulo 7
O mestre das poções


Notas iniciais do capítulo

Voltando com capítulo fresquinho! :3



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Pov Belle

Os professores estão agindo muito estranho. Eles sequer estão reagindo em suas aulas. Eu vi em todas as salas um aviso que dizia que os Carrow cuidariam da detenção este ano, e que todos os professores tinham a obrigação de encaminhar os alunos levados até os dois para que recebessem a punição inadequada, mas não consegui acreditar na assinatura do Professor, digo, Diretor Snape. Eu não acredito que ele faria uma coisa dessas. Ele não é mau, eu sei disso, eu vi isso, então como pode ele permitir que outros façam maldades sob sua autoridade? Ou pior, sobre sua autoridade?

Nenhum professor reagia. Na aula de feitiços, Crabbe e Goyle fizeram uma guerra de diffindos e protegos com os outros alunos, que não foi nada divertida, aliás; e o Professor Flitwick, sequer pediu para eles pararem. Na aula de Herbologia, uns alunos da Sonserina do sexto ano envenenaram um grifinório do primeiro ano forçando ele a comer cinco vagens soporíveras. O garoto dormiu por 9 dias. E a professora Sprout nem fez nada.

Hogwarts cada vez mais está ficando assustadora, e bem ameaçadora. Sophie e eu passamos os dias cuidando de garotos que sofreram nas mãos dos Carrow, mas os remédios que trouxemos em nossos kits de primeiros socorros e até o de poções já acabaram.

– Belle! - Sophie correu ao meu encontro, no Pátio de Transfiguração.

– Oi! - eu respondi.

– Não vai acreditar no que aconteceu! - ela resfolegou, sentando do meu lado no banco de pedra.

– Snape saiu da toca? - eu debochei. De fato, não vimos mais o Diretor desde o início das aulas.

– Não, Belle! A enfermaria está trancada! - ela retrucou.

– O QUÊ? - eu berrei.

– Fale baixo, a Madame Pomfrey foi transferida para o St. Mungus antes das aulas começarem! - ela disse - Por isso o Neville tá mandando o pessoal pra gente.

– Mas as nossas poções já acabaram! - eu suspirei - Não podemos mais cuidar deles. Será que ela deixou as poções na enfermaria? A gente podia...

– Não dá. Aquelas portas estão encantadas. Não consegui abrir com nenhum feitiço. - ela suspirou, de cabeça baixa. De repente, ela sorriu - Mas ainda podemos fazer uma coisa...

– Professor Slughorn! - Sophie chamou.

Ele olhou para nós, e deu um sorriso amarelo.

– Ah! Srta Sullen! A "bruxa que faz poções de olhos fechados"! - ele cumprimentou.

– E a "moça do baralho"! - eu me pronunciei.

– Ah, sim! Entrem! Entrem! - ele pediu, caminhando até nós.

Assim que entramos, eu notei uma estranha perburbação nele. Slughorn olhou para os dois lados do corredor, e fechou a porta depois de certificar-se de que ninguém havia nos visto.

– Bem, desculpem o mau jeito, é que eu não gostaria que duas jovens bruxas recebessem detenção por não comparecer à aula... - ele sussurrou.

– Não, tudo bem, temos um horário vago... - eu sorri.

– Isso são sementes de Vigária, mecié? - Sophie disse, se aproximando da mesa.

– Ah, sim. É, eu já ia jogar fora... - ele correu até ela - estão meio velhas e mofadas, sabe...

– Mas parecem perfeitas, mecié... - Sophie disse, em tom acusador - E estão raras de se conseguir, ainda mais nesta época...

Slughorn pegou as sementes de cima da mesa. Elas eram muito importantes na preparação da poção Fecha-Corte. Estranho ele querer jogá-las fora... Eu me aproximei dos fogareiros, olhando discretamente dentro dos caldeirões.

– Olha, Sophie! - eu a chamei - Este aqui tem Essência de Murtisco...

– Ah, é para minha dor de dente, sabe! - Slughorn desconversou - Ela tem me incomodado...

– Deve estar, mesmo, esta outra tem Poção de Força Vital! - eu avisei Sophie.

–Mocinha, pare de mexer aí! - Slughorn se aproximou de mim.

– Professor, o que está tramando? - eu ouvi a voz de Sophie. Ela estava olhando para nós, intimidadora. O Professor suspirou.

– Não sei se devo declarar minhas intenções para vocês... - ele confessou - afinal, os alunos da Sonserina são os preferidos dos gêmeos...

– Amico Carrow fez isto ontem. Ainda está doendo. - eu mostrei meu pulso para ele - Foi por dizer que ele deveria lavar aquela cara imunda.

– Sério? - Slughorn se impressionou.

– Não deveria generalizar, professor. Aliás, até onde eu sei, alunos sonserinos são os seus favoridos.

– Tudo bem. Eu falo. - ele suspirou, caminhando pela sala - Eu tenho notado o estado que meus alunos estão vindo para minhas aulas. Machucados, doloridos, cheios de dor. Não era assim quando Dumbledore era diretor. E agora que a Madame Pomfrey foi transferida, pensei que seria melhor... como professor de poções... pensei que seria melhor me preparar para o que fosse necessário.

Sophie olhou para mim, com um sorriso interessante no rosto.

– Sophie, não está pensando que... - eu logo entendi o que ela queria - Não! Não! Não podemos colocar ele em risco! Se nos pegarem, nem quero imaginar o que aqueles Carrowcudos vão fazer e....

– No que está pensando? - Slughorn olhou para Sophie.

– Será perigoso, mecié. - ela sorriu.

– Ora essa, e o que não é perigoso nessa escola? - Slughorn respondeu.

– Sendo assim... - ela disse - mecié sabe que Madame Pomfrey era quem cuidava dos alunos. Agora, a pedido de muitos alunos, e de uns em especial, somos nós duas.

– E o que eu posso fazer? - eu vi os olhos dele brilharem.

– Simplesmente aquilo que já está fazendo.... - Sophie apontou suavemente para os caldeirões - Só que.... para nós.

– Pelas barbas de Merlin! - ele exclamou - Estão me pedindo para usar os recursos da escola para fazer remédios clandestinamente?!

– Hum... mas o senhor já não estava fazendo isso? - eu retruquei.

– Touché! - Sophie sorriu, vitoriosa - E então, professor, o que vai ser?

***

– Pronto, amor, pode mexer o braço. - eu pedi.

Eu estava cuidando de um aluno do segundo ano, que tava com um corte profundo no braço direito.

Neville se aproximou da Sophie, depois que ela dispensou a menina de quem estava cuidando.

– O trabalho de vocês está melhorando. - ele disse.

– Essa parte é fácil. - Sophie sorriu.

– Como conseguiram as poções? Pensei que a Madame Pomfrey tivesse levado com ela... - ele comentou.

– Horácio. Ele é um amor, se você souber conquistá-lo. - Sophie sorriu.

– Harry o conquistou uma vez. - Neville sorriu. Mas Sophie não gostou. - Faz muito tempo.

– Harry não está aqui agora. - Sophie se levantou, caminhando.

– Sophie, espera! - Neville a seguiu - Desculpa! É que, todos aqui sentimos falta dele...

– E o que o Harry fez por você? - Sophie o encarou - Heim? O que ele fez por você, por mim ou por qualquer um neste inferno? O que o Harry já fez por qualquer um nessa ou em qualquer outra vida?

– Ele nos deu esperança. - Neville segurou a mão dela, a da luva.

Sophie suspirou pesadamente, olhando bem fundo nos olhos deles.

– Mas ele não está aqui agora.


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