Celest escrita por Alpha, Borges


Capítulo 3
Samuel / III - O Anjo, a Floresta e o Azul-celeste


Notas iniciais do capítulo

O final... bem, acho que agora é onde a história realmente começa. Aliás, nunca desejar "durma com os anjos" fora tão bizarro. Espero que gostem, e boa leitura ;)



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― Os outros do clã tão ficando muito off. E o evento hoje é muito massa! – disse o H_2O, líder do clã de Sam.

― Fenrir nem é tão OP (sigla para overpower, que significa poderosíssimo) assim – disse bruxinha007

Sam estava em sua casa, jogando por causa do evento do boss Fenrir, que dava prêmios até significativos. Michael estava online também, junto ao clã. Todos falavam pelo headset.

― Bora lá. Já tá perto dele aparecer.

A maioria começou a se direcionar para a área do evento principal e Michael, como não poderia deixar de fazer, tinha que colocar o assunto em dia.

― Hoje o Sam teve a cara de pau de entrar no banheiro feminino, acreditam nisso?

Os garotos da sala ficaram interessados em saber o que o “Dragonslayer de Prata” tinha visto por lá.

― Mike, você sabe que não foi por causa disso.

― Claro que foi por causa que você estava procurando por um coelho. Muito óbvio – Mike rebateu

― Para de se fazer de santo, Sam, fala logo como foi? – a voz maliciosa era perceptível no tom do lWSlGrimReaper

― Oieee, eu ainda estou aqui, garotos – disse bruxinha007

Sam bufou.

Se lembrava que naquela hora em que ficara próximo ao coelho, as suas pequenas bolotas vermelhas observaram Sam como um forte candidato a predador. Se ele fizesse um pequeno movimento brusco, os músculos das pernas iriam provocar a fuga do coelho como um ninja faria após uma bomba de fumaça. Mas esta expectativa não o impediu de tentar capturar o pequeno animal. Era uma espécie de instinto ancestral - pegá-lo primeiro, fazer perguntas depois.

O coelho agitava seus bigodes no fim do corredor, em frente a uma parede onde estava pendurado um grande quadro emoldurado, com a foto do time de basquetebol da atlética do curso de Sam. Poderia escapar por dois caminhos. O lado direito, que daria para a saída do bloco do curso, ou o esquerdo, que findaria nos banheiros masculino e feminino. A frente do coelho, no entanto, só havia o seu captor.

Foi se afastando do bebedouro e se aproximando do tenso coelho. Sua calma, porém, não foi o suficiente para impedi-lo de fugir pelo lado esquerdo do corredor, desaparecendo por um instante do campo de visão de Sam.

Com o fracasso do seu “modo sobrevivência”, correu até onde inicialmente o coelho se encontrava. Olhou para a entrada dos banheiros.

O coelho preto de olhos escarlates estava em frente a grande passagem de um deles, olhando para Sam meio em pé, prestes a dar outro salto. Se aquela cena se passasse num daqueles filmes antigos de faroeste, uma bola de feno seria soprada pelo vento entre o caçador e a presa.

Tinha perdido a paciência. Correu até o coelho, mas o pequeno roedor entrou dentro do banheiro. Já na porta, prestes a entrar, uma barreira moral subiu. Sam lembrou-se que aquele era o banheiro feminino, lugar em que nem o Super-homem tinha permissão para entrar. Sam acreditava que os banheiros femininos no geral eram o esconderijo do Lex Luthor em todos os quadrinhos, porque se não fosse, a HQ toda perderia o sentido.

― Tem alguém aí? – sua voz criou eco dentro do banheiro. Ninguém respondeu.

Tinha que pegar aquele coelho. O relógio todo ficou no doze, e isso nunca tinha acontecido comigo antes. Deve significar alguma coisa. Tomou coragem e deu o pequeno passo para Sam, mas um grande passo para toda a legião de homens.

Como havia suposto, não tinha ninguém no banheiro. Abriu cada gabinete feminino, sem saber ao certo o que procurava. No penúltimo, encontrou fios de sangue espalhados dentro e fora da toalete.

― O foguinho aqui também não quis me contar, Grim – disse Mike.

― Tamos nos aproximando, pessoal – avisou H_2O

O mapa era um deserto vermelho, com rachaduras vistas na terra em que seus personagens pisavam. Enxergava-se ao longe um lobo gigante rosnando perto de uma montanha. Personagens de nível 90, o máximo possível, se aproximavam aos montes para vencer um dos inimigos mais mortais do jogo. Mas tinha um PK (Player Kill. Em tradução livre, significa jogador assassino) no meio dos jogadores, ou mais parecia um grupo. Não passou despercebido.

― Ora ora, se não é um carinha sem graça querendo estragar a festa. Matou quantos, três level noventa? Com certeza morrerá no próximo – disse lWSlGrimReaper

Não morreu. Na aba do chat, estava aparecendo uma lista de jogadores mortos por alguém chamado...

DarkRabbit (coelho negro, em tradução livre), é o nome dele? – perguntou Sam, aflito.

― É como se Fenrir tivesse ganhado um guardião, ou coisa do tipo. Ele não está deixando ninguém chegar no perímetro do boss – disse bruxinha007

― Só pode ser um GM (Game Master. São os jogadores que analisam acusações e detêm o poder de expulsar jogadores), ou um hacker – disse Michael

Um guerreiro, ao longe, com uma armadura negra completamente borrada e habilidades bugadas se aproximava do grupo de Sam.

― Deve ser o GM. Ah, isso vai ser divertido – disse lWSlGrimReaper

H_20 foi derrotado com um golpe de espada. lWSlGrimReaper e bruxinha007 foram derrotados com magia de área. Michael tentou fugir do inimigo, mas foi puxado por uma corrente negra e teve sua cabeça cortada. Sobrou Sam.

DarkHabbit: Você quer entender?

Foi a mensagem que foi enviada no privado para o avatar de Sam. O clã, renascidos na cidade mais próxima, falavam alto no chat do clã pelo headset, perguntando por Sam, que ainda não tinha morrido, e se ele estava batalhando contra o GM. Isto o motivou a retirar o headset e enviar uma resposta para o cavaleiro negro.

Se7en: Sim.

DarkHabbit: Floresta Walpe, sozinho, agora.

O lampejo chegou. Isso já explica muita coisa.

***

A estratégia era péssima. Ele havia relacionado os desaparecimentos ao misterioso avatar com que ele conversou, e, por algum motivo, Sam era sua próxima vítima. Talvez esta relação seja meio egocêntrica, imaginou , foda-se, eu vou lá nem que seja a última coisa que eu faça.

Pegou sua bicicleta e direcionou-se para a floresta Walpe, carregando apenas um celular com câmera, caso necessitasse de provas para seja lá o que acontecesse. Poderia ter chamado a polícia, ou inclusive chamado o Michael para lhe acompanhar, mas não queria parecer idiota caso não acontecesse nada.

Enquanto trancava sua bicicleta em uma árvore próxima da rua, escutou, vindo da floresta, gritos de “socorro” de meninas.

Sam entrou lentamente na floresta, pensando “vou ver de longe o que está acontecendo e, se puder ajudar... Olhou para seu celular. Sem sinal.

Os gritos ficaram mais fortes. “Alguém, socorro!”. Suas suspeitas concretizavam-se, mas nestes momentos não se usa a lógica, usa-se o modo automático de seu caráter. Mesmo cansado, iniciara uma nova corrida adentrando ainda mais a floresta. Tomou cuidado com as teias de aranha e plantas espinhosas. Isto o retardava.

Os gritos já encontraram seu ápice de eloquência. Quente. Continuou seguindo em frente. Em sua velocidade, e distraído pela espessa mata, acabou por cair em um profundo declive. Na queda, enquanto rolava protegendo sua face com seus dois braços grudados nesta, colidiu nas folhas secas e mortas, criando sons crocantes. Camufladas, algumas pedras pontudas rasgaram a pele de Sam em diferentes regiões. Sentiu um leve baque em sua cabeça no final da queda. A última coisa que vira antes de desmaiar foi um grande papagaio branco, empoleirado em um dos galhos de uma árvore, com quatro pequenos olhos azuis, dois de cada lado da cabeça, gritando perfeitamente aquela repetida frase: “Por favor, socorro!”.

Quando acordou novamente, estava dentro de um carrinho de uma só roda, semelhantes àqueles de construção, em que os pedreiros utilizam para carregar areia e cimento. Quem o carregava era um lenhador sujo, de costas para ele, puxando o carrinho segurando as duas barras de ferro na frente, como se fosse o cavalo de uma charrete. O sol se punha no horizonte. A noite estava próxima.

O lenhador, de alguma forma, sentira que Sam estava acordado. O derrubou do carrinho e o chutou na cabeça. Desmaiou.

Após abrir seus olhos, sua cabeça parecia que iria explodir. A tocou de reflexo, e sentiu o sangue seco pregado aos cabelos. Sua testa fervia de febre. Na noite de lua cheia, conseguiu perceber a palidez de sua pele. Estava ainda no carrinho, em frente a uma cabana, e o lenhador não se encontrava por ali. Devido as escoriações, Sam ficou deitado no carrinho por um certo tempo, até tomar coragem para arriscar levantar-se. Pôs seu peso no lado direito do carrinho e foi despejado no chão. Quando pôs seu pé direito para impulsioná-lo a ficar em pé, sentiu uma repuxada na coxa, e um líquido viscoso escorrendo dela. Percebeu que uma pedra pontuda havia penetrado. Após vê-la, a ferida começou a latejar e doer como se labaredas corroessem a carne. Estava longe o suficiente para chegar na sua casa. Não sabia nem para qual lado ela ficava. Supôs que, em seu estado, deveria ter pego uma infecção das feridas. Arrastando-se, recostou num tronco de uma das árvores próximas. É assim que termina? Nesta hora, o que minha irmã já deve ter feito? Neurótica como é, deve ter chamado a polícia local, estadual, o FBI e se brincar até a CIA. Uma fraca risada, mais dolorosa do que boa, saiu de seus lábios. A quem estou querendo enganar? Eu sabia que algo de ruim poderia acontecer, mas como não sabia da motivação do cara, não tinha certeza que me faria mal... como fui idiota.

Observou a sua volta.

Alguns vagalumes já haviam saído de suas tocas. Fracas luzes verdes, a luz prateada da lua e zunidos de cigarras preenchiam o ambiente.

Destruindo a relativa tranquilidade, barulhos de explosões iniciaram-se nas proximidades. Em estado de perigo iminente, Sam procurou o ponto causador dos estrondos. Encontrou três jovens de sua idade – dois garotos mais uma garota – e um cara adulto, mais ou menos uns quarenta anos, batalhando contra um ser envolto de uma intensa luminosidade alva, ao redor dele como uma auréola. Porém, forçando um pouco seus olhos, distinguiu uma espécie de humanoide com duas asas abertas despontado de suas costas. Ele estava levitando a talvez um metro e meio do chão.

Um... anjo? A explicação não era nada plausível.

― Segure eles por um momento, Ferdinand – o garoto de camisa listrada e cabelo espetado gritou para o outro garoto, este ruivo, com o rosto sarapintado, vestindo uma camisa negra com estampa em que estava escrito, em fonte branca, Keep Calm and kill EVERYBODY.

No mano a mano, o homem adulto lutava com uma lança, e os membros do tal anjo eram suas lâminas. A garota, uma asiática de cabelos curtos, vestindo um uniforme escolar, tinha subido numa árvore a frente do imparável inimigo, tocando um de seus galhos, concentrando-se com seus olhos fechados.

Ferdinand invocou um grupo de pequenos casulos negros quando bateu a palma de sua mão direita na folhagem que cobria a terra. Bonecos que se assemelhavam a mini tritões de pelúcia, todos eles de cor negra e com três rubis em seus torsos, destacados pela escuridão da noite misturada com a luz prateada da lua cheia. Os monstrinhos começaram a despedaçar a casca. Em massa, todos atacaram o anjo, pulando em suas pernas e subindo no seu corpo, prendendo-se a ele como se estivessem subindo numa corda. Para Sam, aquilo ficava muito mais estranho por ser noite.

O garoto de camisa listrada concentrava uma bola de energia dourada em volta de sua mão direita, parado numa posição que lembrava a um jogador de baseball segundos antes de lançar a bola. A garota parecia ter terminado seja lá o que fora fazer em cima da árvore e já havia decido, provavelmente acostumada a fazê-lo. O homem de lança recuara.

Os monstrinhos, cada um, retirava seus rubis dos torsos, lambia-os, e embutia-os na pele do anjo como se fossem selos de cartas. Após o terceiro rubi de todos serem pregados, todos eles caíram sem vida ao chão.

No exato ponto abaixo onde a garota tinha subido, cinco galhos mergulharam no anjo com suas pontas atravessando seu corpo de um lado ao outro.

― AGORA – disse o homem com a lança

O garoto de camisa listrada saltou ao nível do inimigo e, com a mão de aura dourada, mais brilhante que todos os vagalumes da floresta juntos, socou a boca do estômago do anjo, este curvando-se e perdendo um pouco da altura de sua levitação. Berrou um som parecido com centenas de poderosas cascatas.

Em seguida, todos os rubis detonaram, em uma mediana explosão rubra, iluminando as trevas com seu clarão, tão chamativo quanto a sinalizadores. Deixou um grande rastro de fumaça de mesma cor, impedindo a visão do que acontecera com o anjo.

― Chutei a bunda de um Grigori! – comemorou o garoto de camisa listrada, cansado, abaixo de onde deveria estar as pernas do anjo.

Uma mão atravessou a fumaça e cerrou-se no crânio do garoto de camisa listrada. O anjo levantou o garoto até a sua altura. Ele esperneava e inutilmente batia no braço que o segurava na esperança de ser solto.

Reunidos, o Ferdinand estava agachado, por estar esgotado após invocar os mini tritões de pelúcia. A garota não parecia funcionar no curto alcance. Sobrara então o homem tentar uma investida com a lança.

Antes de tocar a ponta de metal no anjo, este enfiou a cabeça do garoto preso em sua mão na ponta de um dos galhos partidos pelo estouro dos rubis. A cabeça do garoto ficou pendurada como um peixe, quando um pescador os reúne num galho. Ele balançou, lembrando o pêndulo de um relógio antigo.

Com a destruição dos galhos que atravessavam o anjo, nada o segurava.

O homem com a lança parou sua investida. Estava surpreso com o poder daquele anjo.

Ferdinand, no entanto, consumido pelo desejo de vingança, sacou uma faca e saltou para alcançar alguma parte vital do anjo, acompanhado por um grito de guerra. Em um único chute, apartou Ferdinand que, com o impulso, aproximara-se do ponto em que Sam os observava deslumbrado, ou melhor, hipnotizado. Quicava como naquela brincadeira de lançar pedras no rio.

Ferdinand, semimorto, percebeu o observador assustado.

Fuja – saiu mais como um sussurro fraco, que aparentemente utilizou o restante de suas forças, pois desmaiou ou morreu logo em seguida. Sam preferiu ficar com a primeira opção.

A garota bateu as duas palmas de sua mão no chão, tornando a aura do anjo em algo semelhante a um grande ovo de galhos secos, que se ramificavam até não ser possível enxergar o anjo. Troncos surgiram do chão e a prenderam também, mas ela não estranhou.

― Eu não posso segurá-lo por muito tempo ― dizia com pesar em sua voz, engolindo seu choro entre as pronúncias das palavras. Não conseguira disfarçar, pois lágrimas deslizavam por suas bochechas – Vá para a Gehenna com o Ferdinand, Sebastian.

O homem com a lança mordeu os lábios, infligindo-se dor, talvez por estar admitindo por um momento realmente fazer aquilo. Virou as costas para a garota e correu para o ponto em que o Ferdinand se encontrava, estirado no chão.

Sam tentara apoiar no chão o pé da perna direita, com a ferida estremecendo de dor. Depois de tocar a ponta de seu dedão, afastou de reflexo após sentir algo semelhante a um golpe pungente, como se um açougueiro descesse a faca em sua carne, subindo por sua perna e a dividindo aos poucos.

Os troncos que envolviam a garota regrediram para o chão. Ela aproveitou o curto tempo que sua prisão de ramos ainda funcionava no anjo para, em um último ato desesperado por sua vida, tentar escapar.

Foi rápido demais para conseguir processar. A bola de ramos se desvaneceram em chamas, e, nem havia sumido por completo, o anjo voara até a garota em fuga num rápido giro em si mesmo, como se estivesse mergulhando de ponta em uma piscina, mas a água, neste caso, era as costas da garota. O giro, em segundos, virara um tornado particular, na qual o vento se transformara em uma energia azul-celeste. Um pequeno resto do céu da manhã, naquela noite de lua cheia.

Simplesmente desapareceu dentro da garota – o anjo entrou dentro da garota pelas costas, literalmente.

A garota parou. Encurvou-se, e apertou seus braços em sua barriga, como se estivesse prestes a vomitar. Seu pescoço contorceu-se e sua cabeça começara a girar. De maneira bizarra, o pescoço crescia como se tentasse alcançar as copas das árvores, porém, no formato de um tosco redemoinho. Da cabeça da garota, mirando ao céu, uma luz azul-celeste saíra de seus olhos e de sua boca em formato de um “O”, como se ambos fossem faróis de um carro. Sua pele começara a inflar e desinflar em vários pontos distintos de seu corpo, caoticamente. Parecia que algo como bombas explodiam dentro dela. Rachaduras azuis-celestes rechearam o seu corpo e brilharam, o suficiente para que Sam deixasse seus olhos semiabertos.

A garota explodiu e, de dentro dela, havia saído o anjo, sem nenhum arranhão ou imundície.

Após a explosão, carne e órgãos voaram para todos os sentidos e grudaram nos galhos das árvores próximas como se fossem suas novas folhas, e sangue pintara as cascas das árvores, como uma pintura de Goethe. Lágrimas caíram do rosto do homem com lança, como se fosse garoa.

Sebastian já havia alcançado Sam, e examinara o pulso de Ferdinand

Isto não pode ser real. Sam inutilmente supôs, para tentar se acalmar, mas encontrava-se em situação igual ou até pior que o homem com sua arma. Ele praticamente sacudia sua lança como se estivesse fazendo um milk-shake. Deixou de correr porque sabia que era inútil.

Ainda fixo no anjo, Sebastian explicou-se:

― Eu queria ter explicar tudo, tudo mesmo, garoto... Era para ser uma emboscada. Sabíamos que ele iria te atrair para esta floresta, antes de te matar. Era para salvarmos você, garoto, e livrarmos este lugar deste parasita. Não sabíamos que o Reino enviaria algo do nível de um Grigori. Acho que eu e vocês demos azar... Nos desculpe, garoto. Perdão.

Deveria ter me atentado que coelhos negros dão azar. Ou eram gatos negros?

O Anjo aproximara-se flutuando, lentamente, saboreando cada segundo da dizimação daqueles humanos.

Então o anjo olhou para o infeliz do Sam.

Seu corpo se arrepiou. Não poderia fugir em seu estado mórbido, sendo a vítima perfeita.

O homem continuava imóvel, presenciando o anjo se dirigindo ao pobre Sam. O garoto teve, então, a ideia mais genial que um ser humano poderia ter.

Ele correu, ou tentou. Mais parecia... um coelho saltitante. Em seu estado, não era uma resposta inteligente, mas a parte frontal do cérebro meio que joga a toalha e deixa tudo para a parte mais antiga e primária do ser humano.

Girou, da mesma forma que resultou na breve possessão da garota que explodira a pouco.

O Anjo entrou em Sam.


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Notas finais do capítulo

Bem, acho que a história começa aqui, mas acabou para Sam... ashuahuash

Espero que tenham gostado. Comentem e acompanhem a história, se quiserem saber quando novos capítulos serão postados. E até o próximo capítulo ;)