Não conte a ninguém. escrita por clareFray


Capítulo 6
Capitulo 6.




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Capitulo 6.

Remember me.

O calor da manhã preencheu a saleta de Kakashi. Anko anotava rapidamente no notebook algumas informações que a secretária do necrotério dava. Ambos haviam virado a noite recolhendo e organizando, sem qualquer progresso, as informações que já tinham sobre o caso.

– O.k. Eu retorno a ligação mais tarde. – disse Anko ao telefone e desligou apressada. Kakashi havia preparado outra xícara de café para os dois e Anko agradeceu bebendo todo o conteúdo de uma vez. – A única informação que tive foi o novo endereço do necrotério. De acordo com o que a secretária disse, vai demorar pelo menos um dia para ela achar a ficha da nossa mulher.

– Então voltamos à estaca zero. – disse Kakashi recostando-se a cadeira tomando alguns goles do café. – o que mais temos?

– Nada- Anko resumiu. – nem um nome nós temos. –Sentando em frente à Kakashi Anko pegou as anotações de Jiraya e ficou analisando. Passou folha por folha devagar até parar em uma folha pequena que estava dobrada ao meio. – o que são esses pontos? – perguntou Anko.

– Que pontos? – Olhou de perto. – Ah! Isso... Bom, basicamente é um diâmetro. – ele falou e pegou as anotações. Anko se debruçou sobre a mesa. – foi onde eles encontraram os caras que fizeram as marcas. – Kakashi suspirou. -De acordo com essas anotações do Jiraya-senpai eles confessaram o crime mais disseram que ela já estava morta quando a encontraram.

– Eles foram presos, não foram? – Anko perguntou. Kakashi assentiu sem olhá-la. – E se formos fazer uma visita a eles? Talvez não leve a nada, mais eles vão servir como ponta-pé inicial.

– Concordo. – Kakashi fez que sim com a cabeça e levantando da cadeira seguiu até a porta.

– Aonde vai? – Anko perguntou. Os olhos ainda grudados as anotações.

– Preciso de mais café para agüentar outras horas nessa sala. – Anko concordou e o seguiu. Ao passarem pelo corredor receberam o olhar enfurecido de Shizune que estava ao telefone. Anko riu. - Ainda não acredito que você dormiu com ela. – Ela sussurrou para Kakashi que deu de ombros.

– Eu não fiz nada com ela. – Kakashi respondeu sem olhá-la.

– Ta brincando?- Anko arregalou os olhos e se virou para encarar Shizune. - Por isso que ela ta puta. – Anko disse alto e gargalhou.

Ainda aterrorizada pelos pesadelos Sakura se recusou a dormir. Rolando sobre a cama mal notou os finos raios solares invadirem e tomarem por completo a escuridão do próprio quarto que acendia lentamente em tons variados de rosa e branco.

– Não agüento mais ficar aqui. – Sakura se sentou sobre a cama. Ao colocar os pés no chão recuou imediatamente. A ponta dos dedos havia encostado-se a algo encoberto pelos lençóis. Abaixando-se notou a ponta do caderno de anotações da mãe. –Droga! Eu havia me esquecido disso. – Sakura murmurou para si mesma. Acendendo o abajur a rosada seguiu com a leitura. Decidindo lê-lo por completo dessa vez.

16 de abril de 1988.

Eu estou grávida!

Depois de tanto tempo, finalmente chegou a minha vez de realizar esse grande sonho. Estou saltitante de alegria. Deus como eu te agradeço. Kizashi também esta que não se agüenta de feliz.

Há Algum tempo eu vinha me sentindo estranha, quando fui pegar o exame – hoje. – realmente não desconfiava do que era, quando Mikoto me pediu para fazer um exame de sangue tenho certeza que ela já tinha um palpite sobre isso, levando em conta que ela está grávida também e do segundo filho não é difícil de acreditar.

Cheguei a casa já chorando. Kizashi me abraçou e Fuyume-san se juntou a nós no abraço. A alegria foi tanta que a minha pressão abaixou e eu desmaiei. Na verdade eu acordei ainda a pouco e a Fuyume-san me disse que Kizashi havia- e ainda está, sei por que ainda da para ouvir. – corrido por toda a vizinhança gritando para os vizinhos as boas novas.

Sakura soltou varias risadas. - aquela família era realmente muito doida. –Sakura pensou na mãe e no quanto ela estava feliz, isso era perceptível graças à caligrafia corrida da mãe. – que letra feia. – Ela murmurou sorrindo. Levantando da cama Sakura rumou, na ponta dos pés, até o corredor. O chão rangia ao toque e a cada passo para frente Sakura olhava para trás certificando-se de que estava só.

– tudo limpo. – prosseguiu com a caminhada. Sakura empalideceu. O toque apertado no ombro à fez congelar no lugar em que estava. Virando devagar ela pôde ver o semblante divertido do pai.

– o que você esta fazendo? – Kizashi segurou a risada. – não precisa andar por ai como se estivesse invadindo. Da próxima vez posso mesmo te confundir com um ladrão. – ele respirou fundo. – um ladrão anão. – completou rindo.

Sakura bufou indignada. – mais que droga de piada foi essa?! Que horror! – Pensou.

Na cozinha Fuyume preparava o café. Andando de um lado a lado quase parando, ela equilibrava uma jarra de suco na mão esquerda e um prato com variados pães na direita.

– Bom dia, Sakura-chan. – cumprimentou sorrindo. – espero que tenha dormido bem. – Fuyume fez sinal para que Sakura sentasse. – comprei alguns pães doces e também tem suco, não é o usual, você fique sabendo, mais, como não sei direito do que você gosta, resolvi comprar de tudo e fazer um super banquete de café da manhã.

Sakura olhou a mesa farta e pensou na mãe. – “você tem que comer direito de manhã.” – Mebuki sempre dizia. A rosada chacoalhou a cabeça espantando as lembranças. O desejo de ver a mãe era tanto que latejava dentro do peito. – Você acorda cedo. – comentou Sakura sentando-se a mesa.

– Para falar a verdade, nem dormi. Quer suco? – estendeu a jarra. Kizashi havia se juntado a mesa e seu pijama de bolinhas vermelhas chamou a atenção de Sakura.

– Você também? – Sakura perguntou-se mentalmente. As mãos avançando lentamente até as maçãs sobre a mesa. – Não, obrigado. –respondeu. Kizashi a observava a todo o momento e sem disfarçar o sorriso pensava no quanto ela já havia mudado em tão pouco tempo morando com eles.

– O que você tanto olha hein?

Para Jiraya, a vida desde a aposentadoria sempre começava de um jeito diferente. De manhã, a rotina programada: café-da-manhã e depois uma breve corrida pelo quarteirão, aos olhos do ex-detetive, não passou de um empurrãozinho -ou chute- da mulher para uma possível adaptação a vida normal.

“Não se preocupe.”- dizia a mulher, Tsunade, antes de sair para trabalhar. – “Você logo, logo vai se acostumar com a calmaria. Vai ver.” – Jiraya pensara nessas palavras a manhã inteira, palavras que consumiram seu sono e o fizeram enfim levantar para um prazeroso café.

Do lado de fora, o latido do cão do vizinho irrompeu o silencio. Curioso, arrastou o corpo até a janela mais próxima quando o vislumbre de uma mini-van cinza estacionada chamou a atenção dos vizinhos que assustados adentraram apressados em suas casas. Pensando em como aquilo era estranho, Jiraya, por precaução, sacou o revolver escondido embaixo do colchão de sua poltrona.

O “toc toc” na porta só foi atendido minutos depois de Jiraya esconder o pequeno revolver no moletom surrado que usava. – O que esta acontecendo? Por que você está aqui?

– Jiraya-san. Por favor, deixe-me entrar. – Apressado Jiraya abriu espaço para o rapaz passar. O jovem andava nervosamente pela sala, dando voltas na poltrona desgastada até Jiraya se por a frente do moreno segurando-o pelos ombros. - Eu não devia ter feito aquilo, não devia. Agora ele sabe. Sabe de tudo. Eu não devia ter feito isso. Perdão, eu não devia ter dito nada.

– Acalme-se, aqui, – Apontou o sofá. - sente-se. - Passando por detrás do sofá Jiraya reposicionou o pequeno revolver no bolso largo do casaco grosso e sentou na poltrona que fez som de pum. – Agora me diga, do que você esta falando? – O rapaz segurou o soluço e desviou o olhar. – Ande Haku. Diga-me, o que você fez?

– Eu contei a ele dela. – Haku gritou, aturdido o rapaz jogou o rosto entre as mãos cálidas. – Esse foi o meu pecado.

Sakura deixou a porta de fechar atrás de si. Na sala a avó agia apressada, após o longo desjejum, resmungando, suspirava pelas tarefas domésticas que a muito estavam atrasadas.

– Sakura-chan, pegue o pano para mim, por favor. –Disse Fuyume. Com um breve “humm” em resposta Sakura foi até a cozinha, observando as janelas acabou distraída com os tímidos pingos de chuva que caíam insistentes sobre as vidraças. – Sakura-chan? –Gritou Fuyume da sala. – encontrou o pano querida?

– Ainda não obaa-sama. –respondeu. - Só um minuto. – alguns minutos mais tarde ela havia voltado à sala, esta estava revirada, livros e enfeites estavam espalhados pelo chão de madeira envernizada. – Conseguiu fazer toda essa bagunça nos poucos minutos que fui à cozinha?

– Preciso me apressar. –disse sorrindo, ela continuou: - Ne, Sakura-chan, você tem uma pronuncia muito boa do japonês, quero dizer, bom, -Hesitante, a mais velha passou o peso de uma perna para outra. - eu diria que quem não te conhece sequer notaria que você passou a maior parte do tempo fora do país.

– Ah! Isso é por que minha mãe fazia questão de que, ao menos em casa, nós agíssemos como japonesas normais. –Sakura abaixou o olhar. – Então por causa disso, nós duas só falávamos em japonês em casa. Ela dizia que mesmo estando morando em um país diferente eu seria educada como ela foi e por isso eu além das matérias normais eu também estudava, e praticava os costumes do Japão.

– Compreendo. – desconcertada tratou de mudar de assunto. – Sakura-chan, falando em estudos, eu conversei com o diretor da escola aqui perto, expliquei a sua situação e ele concordou em te aceitar no colégio para o próximo período. –Fuyume levantou o indicador. – mais você terá que se esforçar, afinal não é fácil começar assim, no meio do ano.

– Entendo. – Sakura suspirou. – Não se preocupe, eu dou um jeito. – sem assunto Sakura se focou em olhar mais a fora da janela. – aquilo é um chafariz? –Fuyume assentiu orgulhosa. – Nossa, que lindo!

– Eu tento, mais sabe, - Fuyume bufou. As mãos ocupadas dispersavam a poeira acumulada. – não é a mesma coisa. Na outra casa eu tinha muito mais liberdade do que nessa. Aqui não há muito espaço e eu tinha tantas idéias para aprimorar o jardim. É realmente uma pena o que aconteceu.

– Outra casa?

– Ah! Sim, e era uma casa linda, com um espaço enorme para o jardim. – Alegre, ela apontou para um porta-retrato na cômoda próxima a televisão. – E como eu adorava aquela casa. Eu tenho tantas lembranças boas de lá.

– Deve ter sido muito bom mesmo. –Sakura disse. – Mais, o que houve? Por que vocês tiveram que sair de lá? – Murchando perante a pergunta Fuyume abaixou o olhar. – Desculpe, eu não devia ter sido tão indiscreta ao perguntar.

– Não se preocupe com um pouco de curiosidade, não faz mal. – ela levantou do sofá. – Mais agora que tal você me deixar um pouco sozinha? Eu realmente preciso terminar de arrumar essa bagunça.

– Se quiser eu posso te ajudar obaa-san.

– Não, não precisa Sakura-chan. – Por um segundo Sakura quis contestar mais optando pelo silêncio caminhou em passos rápidos foi para o próprio quarto. - Não tinha como eu dizer a ela que foi você que queimou a nossa casa, não é Mebuki-chan? –Fuyume pensou.


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo quentinho.
comentem!



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