Não conte a ninguém. escrita por clareFray


Capítulo 11
Capitulo 11.




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Capitulo 11.

Problemas-Parte 1 de 3.

O interior da funerária era completamente o oposto do exterior. As paredes eram exageradamente brancas e estavam escondidas atrás de duas grandes prateleiras em forma de “V”. Ao canto da saleta havia gavetas suspensas de aço e somente quando Kurenai torceu o nariz Kakashi percebeu que ali era onde guardavam os corpos para análise.

— Vocês vão ter que esperar um pouco. – ela indicou com a cabeça os bancos altos próximos à mesa de centro. – Ele não vai demorar mais que alguns minutos para chegar. –Dito isso Kurenai se retirou da sala.

Não havia muito que observar além do que já lhes foi mostrado. Nada de fotos de família, quadros ou qualquer coisa que lhes desse uma dica concreta de que tipo de pessoa eles iriam conhecer.

— É muito organizado não acha? – Anko levantou-se, com um olhar travesso atravessou a sala e foi na direção dos livros. – veja, não há nem mesmo um pouco de poeira. – Ela se aproximou das gavetas anexadas à parede e olhou para Kakashi. Para Kakashi, aquele olhar significou: Desafie-me e eu abro. 

— Seria extremamente desastroso se você abrisse o compartimento Srta. – O rapaz disse ante a porta. Havia entrado sem fazer barulho o que assustou tanto Anko, cujo rosto estava vermelho por ter sido pega fazendo o que não devia, quanto Kakashi. Ele lia jornal e em momento algum havia virado o rosto para os dois detetives. – não sabe o quão incomodado os mortos ficam quando os perturbamos.          

— Desculpe-me senhor...? – Anko se aproximou e estendeu a mão. O rapaz a sua frente não devia passar dos vinte dois anos de idade. Usava óculos redondos fundos e tinha os cabelos inexplicavelmente grisalhos. O jaleco no ombro foi ao chão quando ele esticou o braço para Anko.

— Podem me chamar apenas de Kabuto. – Ele olhou de Anko para Kakashi e também o cumprimentou. – Me desculpem pelo atraso mais é que minha assistente não tinha me avisado sobre a visita de vocês. – Ele forçou uma risada, obviamente, cansada. –estava despreparado. 

— A culpa foi nossa, - balbuciou Kakashi. – não devíamos ter vindo sem avisar. Entretanto, achei que vindo até aqui poderíamos tirar algumas duvidas quanto a esse corpo.

— Pois muito bem, - Kabuto deixou o jornal dobrado em cima de uma das estantes e foi até a própria mesa. De dentro de uma gaveta retirou duas pastas grossas, as duas estavam enroscada rudemente por fita crepe preta. – aqui está o que queriam.

Kakashi abriu as pastas e as depositou sobre a mesa. Não havia muito que acrescentar do que já sabia, entretanto, uma nova foto chamou-lhe a atenção. – O que é isso? – Perguntou a Kabuto, este se aproximou e ajustou os óculos.

— Não me parece ser algo que tenha importância relevante já que não foi mencionado antes. - Ele disse entediado. As mãos procuravam apresadas por algo dentro do bolso do jeans. - Mais, - O legista pegou a foto na mão e olhou de perto. – acho que posso dar um jeito de ampliar para vocês.  – Entretanto, há um jeito de averiguar. Acompanhem-me, por favor.

Os três foram até o outro cômodo no mesmo corredor. Lá dentro era como uma biblioteca com uma mesa de centro minúscula e paredes que necessitavam urgentemente de uma segunda mão de tinta.

— A que devo a visita de vocês a minha humilde sala? – Kurenai disse aos detetives e acrescentou para Kabuto: - O que foi?

— Preciso usar a copiadora. – Ele apontou a mesa. Ainda não convencida Kurenai olha para Kakashi e depois para Anko, por algum motivo não havia ido com a cara de nenhum dos dois.

— Dei-me, eu faço. – Pediu dura. Em direção a copiadora ela rapidamente sintonizou e alguns minutos depois a secretária os chamou. – É isso que vocês queriam. E agora?

— Aqui, aproxime o máximo que conseguir, por favor. – Kakashi pediu e assim ela fez. Com a proximidade a imagem logo perdeu foco. Um borrão preto numa tela branca foi à impressão que todos tiveram ao ver a ampliação pela primeira vez. – Há algum jeito de deixá-la nítida?

— Não sei. Esse computador já é muito antigo e... – Kurenai parou pôs a mão sobre o queixo e ponderou sua resposta definitiva por mais um segundo os dois. – Espere, acho que talvez eu consiga se eu utilizar de outro jeito. – Ela arrastou a cadeira de correr até a própria bolsa e tirou de lá um celular com câmera frontal. – Essa graçinha talvez possa resolver o problema.

— Você vai tirar uma foto da foto? – Anko perguntou. Obviamente estava se segurando para não fazer alguma piada de mau gosto. Quando Kurenai bateu a foto todos se aproximaram esperançosos. Foi com uma pressa exagerada que a secretária deu zoom na foto. – Deus abençoe quem inventou os celulares com câmera.

Com um sorriso de vitoriosa Kurenai vira o celular e aponta com orgulho para a foto – agora nítida – em seu telefone. Agora não havia duvida do que era aquilo que tanto intrigava Kakashi. O borrão preto deu lugar às letras: M.M. M

— Com certeza isso não é um nada.

Quando Sakura pensou pela primeira vez em visitar a antiga casa de sua família ela não havia imaginado que estaria entre uma situação tão constrangedora entre a Sra.Uchiha e Sasuke.

— Eu já te falei mãe, tenho muito dever de casa para fazer. – Sasuke repetiu aquela frase – Mentira. - pela quinta vez consecutiva, entretanto, sua mãe mal lhe deu ouvidos. – Está ouvindo o que estou falando pelo menos?

— Claro querido, mais o que são trinta minutinhos do seu tempo. – Mikoto não iria desistir tão facilmente de seu objetivo, dava para ver seus olhos brilhando quando o filho deu-se por vencido e foi buscar a jaqueta em cima da bancada. – Então fica combinado assim: Sasuke você vai levar Sakura em casa.    

—Sra.Uchiha por favor, eu insisto, não há mesmo há menor necessidade de Sasuke  ter que me levar para casa. Eu posso muito bem pegar um ônibus ou até mesmo ir de trem que seria mais fácil.    

—Já falei que pode me chamar de Mikoto? E é claro que há necessidade, já esta tarde e estando as ruas perigosas do jeito que estão eu só me tranqüilizaria se tivesse certeza que você chegou bem em casa. – Ela riu. – Além do mais, Sasuke não se importa mesmo de levá-la ele só esta com vergonha. –Mikoto riu ainda mais alto e Sakura ficou imaginando se o garoto durão que conheceu mais cedo era tão tímido quanto à mãe o fez parecer.

A frase ficou no ar por alguns minutos. Sem muito crédito Sakura desistiu de tentar convencê-la e foi nesse momento que Sasuke chegou. Ele trazia consigo um molho de chaves pequenas presas a um chaveiro felpudo em uma mão e a jaqueta de couro falso na outra.       

 - Vamos?

Sakura divagava sobre a vida que poderia ter tido se realmente tivesse crescido ali. Talvez ainda fosse amiga de Sasuke. Teria se tornado uma garota diferente se tivesse convivido com sua família inteira? Teria... Seu pensamento foi interrompido por uma imagem um tanto quanto inusitada.

Estava longe, entretanto, perto o bastante para que Sakura reconhecesse a forma de um rapaz de feições afeminada. Ela franziu a testa. – “aquele uniforme é do meu colégio?”–Pensou ela. – “que estranho, parece que está olhando para cá.”

— Não me ouviu te chamar? – Disse Sasuke. Ele tocou seu ombro e se pôs a frente de Sakura. Estava de capacete e seu visor estava baixado impossibilitando assim que ela visse seus olhos. – O que foi?

— Não foi nada. Isso é para mim?  - Ela apontou para o capacete que ele carregava. Havia nervosismo disfarçado em sua voz. Sasuke deu de ombros e subiu na moto. Sakura arriscou um último olhar na direção do estranho e ele havia desaparecido. Suspirou aliviada e se juntou ao Uchiha. – Éh, Sasuke?

— Humm?

— Obrigado.    


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Notas finais do capítulo

Obrigado por acompanharem até aqui e espero que estejam gostando.



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