Sociedade acromática escrita por King Slyth


Capítulo 1
Sistema educacional e carcerário


Notas iniciais do capítulo


As opiniões e pontos de vista descritos nesse texto são de minha autoria, vistas com meus próprios olhos e descritas com meus próprios dedos.
Não aceito sugestões e elogios, porém aceito de bom-grado que me corrijam se eu escrevi algo errado e que me critiquem.
Também adoraria ler a opinião de vocês, meia dúzia de leitores que vieram até aqui ler o que tenho para escrever.
Recomendações, comentários e etc não serão cobrados para a sucessão do que escrevo, porém são excelentes para medir a recompensação do que escrevo e se devo me empenhar cada vez mais para continuar!



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Desde criança, vamos aproximar minha idade para sete ou oito anos, nunca gostei do ambiente escolar do qual eu vivia. O Estado em que vivo não oferece uma das melhores instituições públicas de ensino e comecei minha vida discente num colégio desses, bem chulos, daqueles onde alunos mal-educados mandam seus professores calarem as respectivas bocas e não interromper a conversa interessante que estavam tendo sobre futebol, tráfico de drogas e a menina que se abria nos bailes daquela comunidade. Nunca tive muita repressão dentro de casa, desde cedo sempre assistia filmes e documentários que iam muito além da minha capacidade de discernimento, e cedo demais, comecei a compreender que as instituições de ensino lembram muito o sistema carcerário.

Dentro da instituição, o uso de uniforme é obrigatório para identificação do indivíduo. As janelas são bloqueadas com barras de ferro, lembrando jaulas e impedindo que os alunos fujam para o lado de fora – estudei no andar térreo, aquelas barras eram desnecessárias – e as portas eram trancadas do lado de fora para que nenhum aluno passeie ou se retire. Cresci e fui percebendo mais semelhanças: os inspetores, embora alguns sejam cordiais em demasia, lembravam-se bastante com os guardas que circulavam por dentro os presídios. Impediam que os garotos e as garotas cometessem “gracinhas”, impediam que os garotos jogassem bola no recreio, impediam o aluno de ir ao banheiro e encurralavam um discente no corredor caso fossem apanhados – muitos levavam suspensões.

Quando eu fiz onze anos de idade, comecei a levar várias detenções seguidas para ter motivos e me enfurnar dentro de casa. Era uma plena desculpa para matar aula. Se quer que o aluno estude e tenha sucesso, porque não substituir a suspensão pela detenção? Continuar com tal forma de punição é dar carta-branca ao aluno faltar aula, trazendo assim inadimplência para o sistema escolar mais uma vez. Isso se assemelha, estranhamente, ao serviço opcional imposto no sistema carcerário. Um detento pode trabalhar, reduzindo minutos de sua pena por hora de trabalho – você acha que um detento, provavelmente um ladrão ou traficante que viveu a vida inteira procurando dinheiro fácil, aceitaria uma proposta de emprego, ainda mais de trabalho duro? Suspensões lembram a vadiagem de detentos no sistema carcerário, assim como a inadimplência dos próprios estudantes.

Os professores, a joia que recheia a educação, entretanto, não apresentam tanta carisma dentro do sistema público educacional. Os próprios admitem sua desistência quando deixam de dar aula para os alunos no final do período, não passa matéria e responde aos mesmos igualmente. Existem vários alunos que repudiam seus professores de forma marginal, e mais inconsequente que esse ato é o professor, figura de autoridade e sabedoria na sociedade, ser respondido do mesmo modo. Associo os mesmos com os gerentes de cárcere, também conhecidos como “diretores prisional” – para os leigos, são quem gerenciam os direitos e deveres da prisão e recebem certa verba do governo mensalmente para administrá-las – grande parte da corrupção que ocorre dentro de uma prisão tem participação do gerente, assim como grande parte da corrupção que ocorrem dentro das escolas – tanto corrompendo os alunos como vendendo gabaritos de prova ou aprovação parcial.

Se alguém reclama do sistema carcerário, hoje, também reclama do sistema educacional. Ambos estão relacionados e ambos são defeituosos – o sistema carcerário propõe um spa para os presidiários, liberando brechas para o tráfico e ordens saindo de dentro do presídio, assim como o sistema educacional propõe um estudo naif e pouquíssimo rígido.


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