Você sabia que ela era sua...

Sabia que seu sangue corria em suas veias, assim como o sangue de seu amado também.

Mesmo um dia tão pequena, quando passou a mão sobre sua barriga entendeu que iria zelar por ela e amá-la para sempre, afinal ela era ele, ela era você, uma parte sua que se dividiu, ficou nove meses ali dentro de sua barriga.

Crescendo...

Crescendo...

E você amou sentir aquilo, as mudanças que a pequena vida dentro de si lhe causava, do cuidado que tinha por ela, de pensar e falar que ainda que não a conhecesse já a amava incondicionalmente.

E sabia que ele também não ficava para trás sempre esteve ao seu lado, cuidando, amando-a, perguntando se estava bem mesmo que silenciosamente e aquela era a forma do seu marido se preocupar.

Silenciosamente... Era a palavra que o definia

Silenciosamente... Era a palavra que poderia descrever seu amor.

Você esteve contando os dias para que ela enfim chegasse, sabia que seria o dia mais feliz se sua vida.

Afinal ela era sua...

Até que finalmente estava pronta para conhecer o mundo que estava preparado para ela, um tempo que apesar de tudo, era de paz.

Ela estava pronta, você enfim poderia conhecê-la, amá-la, beijá-la, assim como sempre esteve desejando...

E ao segurá-la nos braços depois de um parto difícil, apesar de cansaço e de um pouco de dor que ainda sentia, não conseguiu conter a felicidade quando ela apareceu carregada pelo seu marido que também parecia tão emocionado quanto você e ao pegá-la pela primeira vez sorriu, o sorriso mais lindo que você a mulher de cabelos rosados um dia já deu.

A felicidade por tê-la lhe emundou e apesar de sorrir, lágrimas grossas brotavam de seus olhos, ela era sua amada filha, tão pequenina e naquele momento você jurou mais uma vez protegê-la por toda sua vida, não importava o que acontecesse estaria lá protegendo-a e se um dia fosse completamente incapaz, ao ver que ela estava em perigo transformaria seu amor em força e estaria preparada para acabar com qualquer um, afinal ela era sua e você não permitiria que ninguém a machucasse...

Seu marido sentou-se ao seu lado e delicadamente enxugou suas lágrimas.

“Sarada”...

Você repetiu depois que ele sugeriu o nome.

Era um nome forte, pensou, adequado para sua linda filha de cabelos negros que estava em seus braços.

“Seja bem-vinda, querida Sarada”

Sua voz saiu rouca e mais lágrimas continuavam a transbordar de seus olhos até que uma delas (teimosa) decidiu cair no rosto da pequena criança...

“Sarada”...

Você falava aquele nome como se fosse sua oração, seu motivo de viver, a criança que você foi capaz de ter com aquele que amava e então um dia ele teve que partir...

Para a proteger, para as proteger...

“Sarada”...

O pai falou ao pequeno bebê de olhos curiosos e negros que o analisava, uma de suas pequenas mãos enrolou os dedos grossos do pai.

“Sarada”...

O homem tornou a repetir, aquela era a sua oração, seu orgulho e o bem mais precioso de vocês dois.

‘“Cuide de nossa, filha...”

Ele soltou, te deu um beijo, acariciou a pequena cabeça da criança sendo correspondido com um sorriso e então partiu, para cumprir a promessa que vocês dois fizeram mesmo que silenciosamente.

Você entrou e seguiu seus dias esperando-o retornar, enquanto isso ela sempre foi seu motivo de felicidade, mesmo quando estava sozinha, sempre foi sua companhia, sua companheira e mesmo que não pudesse falar, vocês se entendiam tão bem, mas um dia ela falou...

“Mamãe”...

A voz da criança ecoou pelo quarto, um pequeno sorriso nasceu em seus lábios e pensou ter ouvido errado...

“Mamãe”

A pequenina repetiu pedindo colo, você correu, a abraçou quase a sufocando e grossas lágrimas nasceu, novamente chorou de felicidade, deixando molhar mais uma vez a bochecha da pequena que não entendeu nada, mas quando a soltou, ela te ollhou e sorriu.

Portanto ela sempre esteve ao seu lado e você prometeu que também estaria ao dela, enquanto a vida permitir ou talvez para sempre se depender de suas vontades e mesmo que um dia vocês cheguem a brigar, mesmo que um dia sem querer a fizer chorar por suas palavras ou quem sabe ela te machuque também, você a perdoará e ainda que estiver crescida a tomará em seus braços, por que você sempre jurou amá-la e protegê-la, muito antes de tudo, muito antes de um dia conhecê-la , jurou para sempre cuidar e mesmo que um dia ela chegue a duvidar de seu amor, de seu sangue, você a perdoará, chorará quem sabe, mas deixará tudo para trás, irá abraçá-la quase a sufocando em seus braços como antigamente, sussurrará um:

“Eu te amo”

No ouvido de sua amada e admirável criança, então esquecerá tudo.

Por que você sabe que ela é sua...

E será por toda a eternidade...

Afinal seu sangue corre em suas veias e seu amor sempre esteve e sempre estará protegendo...

A sua amada e adorável, Sarada.